segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Reaprendendo a ler ficção

Como é bom as vezes fazer parte da vida de outra pessoa. Na minha opinião, uma das coisas que nos possibilitam isso é a leitura. Estranho? É, eu também achei, mas não é difícil de entender.

Acabei de ler um livro de um jornalista norte-americano chamado Noah Gordon. O livro, de nome La Bodega, é o segundo que leio do mesmo autor. O primeiro foi O Físico. Apesar de ser jornalista, o que levaria algumas pessoas - principalmente as da área - a encararem a publicação como uma grande reportagem, a obra é uma ficção. Gordon é mestre em literatura e escrita criativa e só este título já pode explicar o envolvimento que seus livros causam.

La Bodega é a história de um espanhol catalão chamado Josep Alvarez. Baseado em alguns fatos reais do século XIX como a luta carlista na Espanha e a filoxera (praga que ataca vinhedos) da época, a história conta a vida de Josep e sua saga entre fugir dos conflitos políticos e militares no qual se envolveu e a responsabilidade de assumir o vinhedo de seu pai falecido.

Até o final do ano passado me limitei a leituras técnicas. Para fazer a monografia sobre a revista piauí, li vários livros sobre reportagem, jornalismo literário e jornalismo de revista. Estava, de fato, desacostumado a ler ficção. Havia esquecido o prazer que é ler algo que nos faz fugir por algumas páginas da nossa realidade e passar a torcer por uma personagem que nem sequer existiu.

É isso que quero dizer com o fazer parte da vida da personagem. Durante as páginas de La Bodega passei a querer sempre saber mais e mais sobre o que iria acontecer com Josep. Essa literatura envolvente me prendeu por algumas madrugadas essa semana. Madrugadas que o prazer da leitura ganharam do sono.

Antes do livro do escritor norte-americano li também A Viagem do Elefante, de José Saramago. Por ser um escritor português, a leitura da sua obra me causou mais curiosidade que o prazer em si. Em plena fase de adaptação com as novas regras ortográficas, o livro de Saramago trazia maneiras curiosas de introduzir as falas das personagens, além da falta de assentos e da trema em algumas palavras.

Gosto muito de observar a maneira como os autores apresentam as personagens e constroem sua trama. As vezes dou mais atenção a esses detalhes e acabo me perdendo na história. Mas quando o autor nos prende mesmo e não dá vontade de parar de ler, as últimas páginas do livro misturam sentimentos de angustia e curiosidade. Saber o que aconteceu com a personagem, se viveram felizes para sempre e ao mesmo tempo desejar que o livro tivesse mais e mais páginas para acompanharmos os próximos passos e o desenrolar da história.

Enfim... são duas leituras que recomendo. Noah Gordon é um dos meus escritores favoritos. e Saramago é Saramago! (risos)

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