quarta-feira, 31 de maio de 2017

[Resenha] O leopardo - Giuseppe Tomasi di Lampedusa [TAG Maio]

[Resenha] O leopardo - Giuseppe Tomasi di Lampedusa [TAG Maio] Crítica sobre o material complementar da TAG: http://ift.tt/2qAiNUF || Indicações sobre o tema feudalismo: HOBSBAWN: em "A era do Capital" (https://goo.gl/0wj9C3) o autor fala um pouco sobre a ascendência do capitalismo e como o feudalismo ruiu. Ajuda a entender as personagens mais ligadas à burguesia na história dO Leopardo. SWEEZY: "Teoria do desenvolvimento capitalista". DOBB: "A evolução do capitalismo". Os dois autores acima se debruçam sobre o tema com bastante profundidade. No curso de Ciências Econômicas da Unicamp, por exemplo, o aluno estuda a dupla como construções contrastantes sobre o mesmo fenômeno: a transição do feudalismo para o capitalismo. Sobre esse estudo da Unicamp, indico dois textos: * LAZAGNA, Angela: Resenha do 'Balanço do debate: a transição do feudalismo ao capitalismo de Eduardo Mariutti" (https://goo.gl/GbR5E6). Essa é uma resenha de um livro sobre o assunto, publicado pelo Mariutti, que foi meu professor de História Econômica na Unicamp. * MARIUTTI, Eduardo B. "A transição do feudalismo ao capitalismo : um balanço do debate" (https://goo.gl/dFvNeq). Para quem tiver um interesse gigantesco sobre o assunto, essa é a tese de doutorado do Mariutti! Haja interesse, mas a tese é ótima! || Contatos || Instagram: http://ift.tt/2qSwuzs Twitter: http://twitter.com/alexcontin E-mail: alex.contin@gmail.com ou canalmarcapaginasoficial@gmail.com Site: www.indiciumx.com.br

May 31, 2017 at 09:00AM

quinta-feira, 25 de maio de 2017

[Folheando] Quatro cinco um - a revista dos livros! [SEM FALAS!]



A revista "Quatro cinco um" é nova no mercado e chegou com tudo! A proposta, ao que parece, é ser extremamente segmentada, seu tema: LIVROS! Dê uma espiada nessa nova revista junto com a gente! =)

Ansioso pelos próximos números da revista, mas desde já um pouco desapontado com o caráter marketeiro, ao menos das duas únicas matérias sobre poesia. Não sou o maior fã de poesias, mas com a disciplina de Introdução ao Estudo Literário I, ministrada por Roberto Zular no curso de Letras da USP, não tive como reconhecer toda a engenhosidade, complexidade e beleza de um poema.

Aos poucos fui percebendo que tudo aquilo que aprendemos na escola não faz nenhum sentido. Poesia é muito mais que um verso, um conjunto de rimas bonitinhas ou algo escrito de um jeito diferente de uma prosa. É perfeitamente compreensível como as pessoas não gostam e não apreciam poesia, afinal, entrar nela é um trabalho árduo. Passar da leitura linear de "Em minha terra tem palmeiras | Onde canta o sabiá" para uma leitura ritmada e cheia de imagens, infelizmente, não é simples. Entender os lás e os cás, a mistura do leite com o sangue, o olhar de um antinarciso e seja lá o que mais a poesia nos possibilita é algo quase único. Quase, afinal, muita prosa com sabor de poesia prova que a classificação em gênero é tão complexa quanto entender as particularidades de cada um para além da simples diferença entre "verso" e "prosa".

Cenário composto e voltando aos textos sobre poesia da "Quatro cinco um", eles se propõe única e exclusivamente a nos dizer quem são os poetas. Um homem e uma mulher; New York e Canadá; um coração no bolso e apagamentos de si mesmo. São informações ou impressões? O que vale mais na poesia, baseado no que aprendi até então, não é tanto quem a fez, mas os sentidos e imagens que ela possibilita ao leitor, ou não? Sendo assim, ver textos sobre poesia que se limitam a repetir o que a Wikipedia provavelmente já fez com os poetas, me pareceu algo muito... estranho. Mas também como fazer diferente? Aqui me dou licença poética e estúpida de quem está nos primeiros passos: não sei.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Uma crítica sobre a TAG Livros, de um assinante de primeira viagem

A proposta da TAG Livros é genial. A cada mês a equipe seleciona um curador e solicita a ele a indicação de um livro. O associado não sabe o que vai receber e aqui o fator confiança nos curadores e, acima disso, na capacidade da equipe da empresa em selecioná-los, é que faz a diferença. Além disso, o serviço também aposta na elaboração de seu kit: além do livro, em capa dura com um box colecionável e um "mimo" relacionado com o tema do mês, o associado recebe uma revistinha com informações sobre o curador, a obra e outros dados adicionais que, em tese, ajudam na leitura.

Curioso com o livro do kit de maio, indicado por Mario Vargas Llosa, resolvi assinar. O vídeo aqui no YouTube fala de minhas primeiras impressões como um novo assinante e há críticas! A principal é quanto à revista, pois eu esperava muito mais dela.

Apesar da diagramação maravilhosa, a revista da TAG falha nas informações. A pequena biografia de Vargas Llosa são suficientes para entendermos o valor que ele, como curador, tem para o clube de associados. Porém, as coisas param por aí. Em um determinado momento do texto sobre Llosa é citado que o escritor se distanciou do socialismo por conta de sua decepção com a experiência em Cuba. Ok. Pra mim essa é a informação mais relevante do texto e que deveria ter total ligação com a indicação do livro feita por ele!!!! Afinal, Llosa teria lido "O Leopardo", o livro que indicou, antes ou depois dessa indignação? Isso faz toda a diferença para entender o valor que a obra tem para o curador. Se foi antes, a leitura do livro e a inevitável ligação com Llosa seria uma, principalmente por conta da revolução sobre a qual o livro se propõe a tratar e a transformação de uma sociedade alicerçada na igraja e na monarquia; se foi depois, a leitura muda de figura e os ideais liberais do livro saltam aos olhos de maneira mais evidente.

A única resposta que temos sobre o assunto é dada em uma frase: Llosa diz que "O Leopardo" é uma obra genial. Só isso???? Genial por que? por onde? por quando? por sei lá o que mais? Essa falha, pra mim, foi gravíssima porque esperava entrar de cabeça na leitura guiado por um curador ganhador de um prêmio Nobel. A falha, a meu ver, parece ser dos editores da revista que não questionaram Llosa sobre a indicação ou se contentaram apenas com uma frase qualquer ou não conseguiram acesso direto ao escritor e estão usando uma indicação dele para aumentar a visibilidade do grupo.

Neste último caso, sobre usar a imagem de Llosa, a impressão que me fica é que houve o seguinte diálogo (que pode ou não ter sido diretamente com o escritor):
- Sr. Llosa, somos da TAG e gostaríamos que o senhor indicasse um livro para nossos associados?
- Qualquer livro?
- Qualquer um!
- Ah, então coloque "O Leopardo" aí.
- Por que esse?
- Tenho que justificar?
- Seria bom...
- Ah, escreve que ele é uma daquelas obras literárias que aparecem de tempos em tempos e que nos deslubram...
- Obrigado, Sr. Llosa!

Senti falta de uma explicação mais apurada simplesmente porque foi Llosa quem indicou o livro! Por ser ganhador de um prêmio Nobel, a possibilidade de ler algo que ele leu e que tenha influenciado em sua produção realmente é um diferencial que a TAG poderia propagar por toda internet. Contudo, acredito que ficarei sem a resposta às questões que surgiram ao assinar e ao ler a revista.

O segundo ponto que me decepcionou foi a parte "Ecos". A proposta é fornecer informações complementares que ajudam na leitura do livro. Nesta seção, os editores da revista colocaram um mapa (belíssimo, como toda diagramação) com as divisões dos reinos da Itália antes da sua união na nação italiana. Ok, relevante? Sim, afinal o personagem menciona e tramsita por essas regiões. Contudo, a meu ver, a questão da transição do feudalismo para o capitalismo seria mais crucial para o leitor se situar na obra. Um processo conturbado na história, dada a emergência do capitalismo, essa transição é objeto de diversos estudiosos como Dobb, Sweezy e Hobsbawn. Os dois primeiros se debruçam sobre o tema e o terceiro tem uma obra apenas para tratar sobre a formação dos estados nacionais. Imagino que talvez seja demais tratar tudo isso em duas páginas de uma revistinha, contudo, se a proposta é dar informações aos leitores, por que não investir num trabalho mais apurado e de maior valor?

Por fim, mas não menos importante, a revistinha da TAG pareceu ser tão machista quanto o Príncipe, personagem principal do livro "O Leopardo". Por quê? Simplesmente porque o mimo enviado no kit, uma "bandeira" de algodão com fotos de ganhadores do prêmio Nobel de Literatura, mostra que a primeira pessoa latino-americana a ganhar o prêmio foi Gabriela Mistral, escritora chilena, em 1945. UMA MULHER, antes de qualquer outro homem! E mais: em uma área dominada (SIM) por homens até pouco tempo atrás! Ao invés de falar sobre ela, a revista optou apenas por tratar do boom de escritores latino-americanos (TODOS HOMENS) das décadas de 1960 e 1970! Estou exagerando ao criticar a opção da revista por não dar toda a atenção possível à Mistral????? Acho que não.

Conclusão: o primeiro kit me decepcionou um pouco. Estou ansioso para receber o kit de março, que veio com o livro "A Câmara Sangrenta" e mais ainda para o do próximo mês, que virá com uma obra situada na Rússia e nos Estados Unidos. Vamos ver se essa primeira impressão ruim se dissipa ao comparar a revista de maio com as demais.

Vale reforçar: o vídeo feito para o YouTube NÃO É propaganda para o serviço! Eu (Alex) e nós do Canal Marca Páginas não recebemos os kits de forma gratúita.

Para quem quiser mais informações sobre a TAG: https://www.taglivros.com/