domingo, 29 de março de 2009

Quem quer ser um milionário?

"Quem quer ser um milionário?" é a mistura perfeita entre uma história de amor e a realidade de um país. Em tempos de perfeição indiana mostrada pela novela Caminho das Índias, na Rede Globo, o filme vem a calhar para mostrar que nem tudo é o que parece. Hoje em dia as novelas estão sendo temas de estudos até de mestrados em grandes universidades públicas. Elas se tornaram um instrumento de manifestação política, mas ao mostrarem um segundo mundo, diferente do brasileiro, falham ao exaltar demais as qualidades culturais e sociais da Índia (no caso da novela em questão) e mostrar só os defeitos do Brasil.

Já o filme de Danny Boyle vem para mostrar o contrário, o real. Ganhador de oito oscars, entre eles o de melhor fotografia, o longa mostrou a dificuldade de ser uma criança pobre, favelada e indiana. Apesar de não ter assistido Cidade de Deus - não sou muito fã de cinema brasileiro -, as poucas cenas que vi do filme de Fernando Meirelles fizeram-me lembrar das imagens das favelas brasileiras na telona.

A construção do filme que é bem interessante. O nome do filme é um homônimo de um programa de telvisão idêntico ao antigo Show do Milhão do SBT. As perguntas que Jamil, o personagem principal, tem de responder sempre remetem a uma retrospectiva de sua infância sofrida. É quase aquele velho conceito que diz que a vida, ou a rua, ensina muitas coisas.

O mais emocionante no filme é ver o amor nessa realidade toda. Uma criança com sentimentos tão puros que vai atrás da amada a vida toda - mesmo sendo uma existência curta, mas bem complicada.

Duas horas são cansativas para se passar na poltrona do cinema, mas é um tempo bem empregado.



>>> Premiações
- Ganhou 8 Oscars, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original ("Jai Ho") e Melhor Som. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Edição de Som e Melhor Canção Original ("O Saya").

- Ganhou 4 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora.

- Ganhou 7 prêmios no BAFTA, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora e Melhor Som. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Filme Britânico, Melhor Ator (Dev Patel), Melhor Atriz Coadjuvante (Freida Pinto) e Melhor Direção de Arte.

- Ganhou o Prêmio do Público, no Festival de Toronto.

Fonte: Adoro Cinema



segunda-feira, 23 de março de 2009

Brasil não deve crescer, diz Fiesp

Para presidente de entidade, o pior da crise ainda não chegou
22 março 2009

A crise ainda não foi dimensionada e a perspectiva lógica para o Brasil é de estagnação do crescimento. As afirmações são do presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Durante o evento Ação Global, promovido pelo Sesi, ontem, na Centro Municipal de Eventos, Skaf falou sobre o Produto Interno Brasileiro (PIB), a produção industrial e o difícil crescimento do País este ano.

Em entrevista coletiva, o presidente da Fiesp expôs números e perspectivas sobre a dificuldade do crescimento positivo do Brasil este ano. Segundo ele, para ter um crescimento de 0% em 2009, o Brasil terá que ter uma produção igual a de junho de 2008, época em que a economia estava bem aquecida. Os dados dependem dos números do PIB do primeiro trimestre deste ano.

Alegando ter uma postura realista, Skaf explicou que a possibilidade é que o PIB feche com uma queda de 0,5% neste primeiro trimestre. "Nesse caso, o País terá que registrar um crescimento de 1,4% nos próximos três trimestres de 2009 para conseguir fechar o ano com um crescimento de 0%."

O pior da crise, segundo ele, ainda não passou. "Gostaria muito de pensar que o pior da crise já passou, mas os países grandes que detêm a maior parte do PIB mundial ainda vão piorar esse ano e não dá para pensar que o mundo vai ruim e o Brasil não", diz.

Ele ainda defendeu que é preciso atitudes mais fortes para ajudar na superação da crise. Segundo Skaf, a taxa básica de juros do País poderia ficar entre 7% e 8% e o corte autorizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de 1,5% foi muito pouco frente às necessidades do País. "Juros altos contribuem para aumentar o desemprego", explica.

INDÚSTRIA
Na questão da indústria, a situação não é melhor que a do PIB. A queda da produção industrial nos primeiros meses de 2009 é preocupante. Para também registrar um crescimento de 0%, ou seja, ficar no mesmo patamar de 2008, as indústrias terão que ter um aumento de 35,9% da sua produção até dezembro .

Skaf diz que os setores que mais sofreram com a crise foram os que dependem de crédito para financiar a produção. "A crise veio ao Brasil através do sistema financeiro, provocou queda no PIB e o corte de 1 milhão de postos de trabalho em todo o Brasil", comenta.

Félix reclama de queda de repasses
Durante a entrevista de Skaf, quem aproveitou para se justificar foi o prefeito de Limeira Silvio Félix (PDT).

Félix afirmou que a crise aumentou as responsabilidades da prefeitura. Com as dificuldades financeiras passadas pela população, muitas pessoas migraram dos serviços particulares para o público. "As responsabilidades da prefeitura aumentaram em 20%, são as 25 mil pessoas que vieram para o Sistema Único de Saúde (SUS) e aquelas que foram para as creches públicas", comentou.

Além desse fator, Félix também reclamou do pouco repasse de verbas da União. "A crise reflete na redução de verbas que vem para o município", indaga. Skaf fez coro com o chefe do executivo municipal dizendo que apenas um terço de toda a arrecadação nacional é destinada para os estados e para os municípios.

domingo, 22 de março de 2009

Flowers - Emilie Simon



I want to buy you flowers
it's such a shame you're a boy
but when you are not a girl
nobody buys you flowers

I want to buy you flowers
and now I'm standing in the shop
I must confess I wonder
if you will like my flowers

You are so sweet and I'm so alone
oh darling please
tell me you're the one
I'll buy you flowers
I'll buy you flowers
like no other girl did before

You were so sweet and I was in love
oh darling don't tell me
you found another girl
forget the flowers
because the flowers
never last for ever
never last for ever
never last for ever
my love

Di?

é incrível como podemos nos apegar a um animal qualquer. Sentado aqui no meu quarto, em frente ao computador, minha cachorra Diana me faz companhia. Nunca deixei ela entrar no meu quarto porque ela solta pelos demais e minha rinite se ataca com isso.

Dessa vez é diferente. Ela não está andando por todo o quarto e esbarrando o rabo pelos móveis e na minha cama. Ela passou alguns centímetros da porta e se sentou. Seu olhar fica parado durante um bom tempo num mesmo lugar e a respiração sempre ofegante.

O nome dela é Diana, em homenagem à deusa romana da caça. A força que está ligada a esse nome, ultimamente, ela usa para conseguir levantar. Depois de longos minutos parada num mesmo canto, com a ponta da língua pra fora e seus olhos sem se mexerem para nenhum dos lados, ela ela resolve mudar um pouco e andar para um outro canto onde vai ficar por mais algum tempo.

Nessas horas a gente lembra do primeiro dia que a família ganhou mais um integrante. Ela entrou em casa 10 anos atrás. Perninhas curtinhas, focinho pequeno. Parecia uma bolinha de pelo preto e caramelo que ainda estava aprendendo a latir e a brincar.

As noites em que ela passava latindo, aquele sonzinho ainda ardido e solitário. Era tudo novo mais uma vez em casa. Ela foi a quarta cachorra que tivemos, a segunda dessa raça.

Nos últimos meses, a Diana não parava nunca. Latia no portão, acompanhava os cachorros da vizinha na sinfonia do latido, seguia minha mãe para todos os cantos da casa. Além, é claro, de ficar cutucando o braço dela com o focinho para pedir um pedaço de pão na hora do café da manhã, almoço ou antes de dormir.

Escrever algumas palavras dessas, espero, seja um equivoco e não uma antecipação de uma despedida. Dias atrás chamamos um veterinário e de forma bem superficial ele a examinou e informou que seriam problemas da sua idade avançada - que causa complicações em algumas juntas, na coluna e até na visão.

Apesar de ser "só" uma cachorra, é inevitável sentir um aperto no coração ao vê-la num estado como esse. Sem brincadeiras, sem correria, e até seus latidos, que antes perturbavam, agora fazem falta.

sexta-feira, 20 de março de 2009

(EMPREGO) Quarto mês negativo em Limeira

Ritmo de postos de trabalho que foram fechados, porém, é menor
19 mar. 2009

Limeira registra dados negativos no emprego pelo quarto mês consecutivo. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, revelam que os números de Limeira continuam no vermelho com 291 empregos a menos em fevereiro. Embora o cenário ainda seja de fechamento de postos de trabalho, o ritmo de dispensas é menor (veja gráfico).

O número vai na contramão da situação do país, que registrou aumento. Desde novembro de 2008, com o início da crise mundial, que o município não tem um saldo positivo na relação de evolução do emprego. Em Iracemápolis a situação negativa piorou no último mês; já em Cordeirópolis os números foram positivos.

O levantamento do Caged é baseado no emprego com carteira. De acordo com esses dados, Limeira contratou 2.095 trabalhadores e demitiu 2.386 em fevereiro. O setor que mais demitiu foi o de indústria de transformação, que abrange o setor metalúrgico e de papel e papelão - responsáveis por demissões em massa nos últimos meses. Em contrapartida, o setor de serviços registrou 219 novos postos de trabalho.

No acumulado dos dois primeiros meses de 2009, o número também é negativo. Nesse período foram 4.116 contratados contra 5.117 demissões - o que totalizou 1.001 dispensas. Já em fevereiro de 2008, o saldo foi positivo. Há um ano, as admissões superaram as demissões com 224 novos postos de trabalho a mais na cidade. O acumulado dos últimos 12 meses foi positivo, com 681 novos postos de trabalho.

Membro do conselho do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o empresário José Luiz Batistella diz que ainda é cedo para se falar de uma estabilização do emprego. "O que há nessa época é muita demissão dos temporários, mas a crise ainda está forte e é cedo para se falar de uma recuperação", pondera.

CRISE
Novembro foi o primeiro mês dos números vermelhos para o município - com 613 postos de trabalho fechados. Em dezembro, o corte foi expressivo: 1.327 vagas fechadas. Desde então os dados estão melhorando, mas continuam abaixo do zero. Em janeiro o saldo negativo foi de 710 e no mês passado, o recuo foi de 291.

Quem também registrou números ruins foi Iracemápolis. Na cidade vizinha os números negativos estão aumentando. Em janeiro, o recuou foi de 30 empregos formais, enquanto que em fevereiro, foram 130 postos fechados.

Já em Cordeirópolis, os números conseguiram passar o eixo que separa os números vermelhos dos azuis. Em fevereiro, o saldo de emprego na cidade foi positivo, com 19 novas vagas.

DADOS NACIONAIS
Em todo o Brasil, o Caged apontou um aumento fraco de 0,03%. Isso corresponde a 9.179 novos postos de trabalho no país. Foram 1,23 milhão de admitidos contra 1,22 milhão de demitidos. O Estado de São Paulo fechou o mÊs com 95 postos de trabalho a menos.


*****

JUROS
Selic menor pode gerar emprego

Com redução, empresas podem investir em mão-de-obra
14 mar. 2009

Na última quarta-feira o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cortou em 1,5 ponto percentual da taxa básica de juros. O momento de crise e a necessidade de aquecer a economia do país fizeram com que a taxa caísse de 12,75% para 11,25%. O reflexo para a população pode demorar, mas já é comemorado pelas indústrias que podem investir até em mão-de-obra. O corte é histórico. Essa é a maior queda desde novembro de 2003, além de ser o patamar mais baixo desde sua criação, em 1986. Bancos já revisaram suas taxas. Mesmo com a redução, o juros real no Brasil continua sendo o mais alto do mundo.

Diretor administrativo da Papirus em Limeira, Rubens Martins Filho, de 48 anos, diz que a redução é benéfica para a indústria por conta do aumento do consumo da população. Mestre em finanças de negócios, o diretor diz que os juros bancários que afetam o consumo devem diminuir também, o que aumenta a procura por mais produtos, ou seja, a demanda.

"O dinheiro fica mais barato para as empresas que podem investir em matéria-prima, aumentar a produtividade, o que gera acréscimo na mão-de-obra também", explica.

BENEFÍCIOS
Mestre em administração, Marcelo Zambom, alerta que a redução da Selic não chega imediatamente até o consumidor. "O corte dos juros básicos provoca uma redução provável dos juros cobrados da população", pondera o profissional, considerando que os bancos não repassam a redução por completo para os consumidores. Zambom explica que a queda da Selic tende a aumentar a competitividade entre as organizações, reduzindo o preço de produtos.

JUROS BANCÁRIOS
Quanto aos bancos, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou ao Jornal de Limeira que a maioria das instituições acompanhou a redução da taxa Selic, mas "com cautela quanto à inflação." Uma redução muito grande, segundo especialistas, corresponde a aumento do consumo e escassez da oferta de produtos, o que pode gerar aumento nos preços. A Caixa Econômica Federal informou, por meio de nota, que já opera com novas taxas de juros no crédito comercial para pessoas físicas e jurídicas. A taxa mínima do banco caiu de 1,37% para 1,28% ao mês no cheque especial, por exemplo.

REDUÇÃO MAIOR
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) considera que a redução poderia ser maior. A associação defende juros de 7% a 8%. O diretor paulista da entidade, Marco Prada, 52 anos, disse ao Jornal que a redução poderia ter sido maior considerando o cenário de crise do Brasil. Segundo ele, o problema é mundial e o dinheiro sumiu, até nos bancos. "A longo prazo, a redução é benéfica. O mundo inteiro está reduzindo seus juros também", diz.

Diretor do Ciesp Limeira, Wagner Zutin Furlan, faz coro e pondera com os especialistas. "Os bancos ainda estão com receio de emprestar dinheiro, então é preciso acelerar a redução para ele chegar mais rápido no mercado", finaliza.


Crise faz PIB cair no final de 2008

A crise econômica mundial teve reflexo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O último trimestre de 2008 registrou queda de 3,6% no índice que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. O número ficou acima das expectativas e é reflexo do pouco consumo de acordo com especialista.

Mestre em administração, Marcelo Zambom, diz que a queda do PIB foi registrada nesse patamar por conta do medo da população em consumir. Os efeitos são em cadeia. "A crise faz com que as pessoas consumam menos, o que diminui a demanda e consequentemente faz as indústrias produzirem menos também", diz. Além desse fator de retração da população, empresas com relações internacionais, quer sejam multinacionais ou que exportam muito também sofreram esse medo de consumir.

Em contrapartida, Zambom esclarece que o turismo interno teve um forte crescimento no Brasil. "Como o dolar está mais caro, as pessoas gastaram menos fora e viajaram pelo país mesmo", comenta.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Jai Ho - The Pussycat Dolls

I got (I got) shivers (shivers),
When you touch that way,
I'll make you hot,
Get what you got,
I'll make you wanna say (Jai Ho)

I got (I got) fever (fever),
Running like a fire,
For you I will go all the way,
I wanna take you higher (Jai Ho)

I keep it steady uh-steady,
That's how I do it.
This beat is heavy, so heavy,
You gonna feel it.

You are the reason that I breathe,
You are the reason that I still believe,
You are my destiny,
Jai Oh! Oh-oh-oh-oh!


No there is nothing that can stop us,
Nothing can ever come between us,
So come and dance with me,
Jai Ho! (oohh)

Catch me, catch me, catch me, c'mon, catch me,
I want you now,
I know you can save me, you can save me,
I need you now.

I am yours forever, yes, forever,
I will follow,
Anywhere in anyway,
Never gonna let go.


Escape (escape) away (away),
I'll take you to a place,
This fantasy of you and me,
I'll never lose my chance. (Jai Ho)

Yeaahhhh

I can (I can) feel you (feel you),
Rushing through my veins,
There's an ocean in my heart,
I will never be the same. (Jai Ho)

Just keep it burnin', yeah baby,
Just keep it comin',
You're gonna find out baby,
I'm one in a million.

You are the reason that I breathe,
You are the reason that I still believe,
You are my destiny,
Jai Oh! Oh-oh-oh-oh!

No there is nothing that can stop us,
Nothing can ever come between us,
So come and dance with me,
Jai Ho! (oohh)

Catch me, catch me, catch me, c'mon, catch me,
I want you now,
I know you can save me, you can save me,
I need you now.

I am yours forever, yes, forever,
I will follow,
Anywhere in anyway,
Never gonna let go.

I need you,
Gonna make it,
I'm ready,
So take it!

You are the reason that I breathe,
You are the reason that I still believe,
You are my destiny,
Jai Oh! Oh-oh-oh-oh!

No there is nothing that can stop us,
Nothing can ever come between us,
So come and dance with me,
Jai Ho! (oohh)

Jai Ho!

Baila baila!

Jai Ho!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Consfidências de um foca 2 - Aquela fonte de novo?

Por sugestão de um colega da profissão, mudo o nome de 'Diário de um foca' para 'Confidências de um foca', afinal... escrever diariamente ainda não é meu forte aqui no blog, infelizmente... óò

*****

Um problema corriqueiro que observo no dia a dia da profissão de jornalista é a repetição de fontes. Acho que isso já foi tema de um post antigo, mas os tempos são outros.

Gosto muito de economia e estudo essa área sempre que posso. Também prefiro fazer matérias que envolvam economia para começar a lidar com esse campo que, a meu ver, é fundamental para os leitores.

De certa forma, as notícias do jornalismo econômico são sempre as últimas que são lidas pelos leitores, mas sem dúvida alguma as que mais influenciam no bolso deles. O jornal Gazeta Mercantil se projetou para ser o segundo jornal lido pela população. O primeira, sem chance de ganhar a concorrência, é o jornal local. Todos querem saber o que está acontecendo na cidade onde mora, é óbvio. E é fato que poucas pessoas gostam de abrir o caderno ou a página de economia e ler sobre a taxa Selic, a crise do setor frigorífico ou os incentivos financeiros dado pelo governo para determinada área.

É realmente massante, principalmente quando o assunto não é apresentado ao leitor de forma que ele consiga enxergar quais são os principais efeitos que a notícia pode ter na sua vida.

Outro problema que é visível, pelo menos no jornalismo regional, no interior para ser mais específico, é a falta de fontes para comentar e explicar as pautas. Muitas vezes, por conta do tempo escasso da redação, acabamos sempre recorrendo aos mesmos profissionais. E isso deve também ser perceptível para o leitor que passa a ver sempre aquele mesmo nome quando o assunto é tal ou qual.

Passa até a ser gostoso conseguir aumentar o caderno de contatos e ouvir opiniões de especialistas tão distintos. Cada um, mesmo que tenham a mesma formação, faz uma interpretação dos dados e do cenário que a matéria pretende expor. Isso enriquece cada vez mais o jornal que o leitor tem nas mãos. Expor as diferentes linhas de pensamentos e interpretações distintas sobre determinados temas, confere uma gama maior de informação para que o receptor da mensagem possa formar sua opinião - claro que a fonte deve ser confiável e o texto precisa ter clareza, senão não adianta naaaaaaaaada.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Amizade

Já ouviu falar em amizades gostosas?

E abraços que valem a pena?

A foto fala por si...


Foi meu psicólogo quem disse

Querido pai: você me perguntou recentemente por que eu afirmo ter medo de você. Seria injusto eu dizer que a culpa é do noticiário da TV com o caso da Isabela. Afinal morávamos num barraco em um assentamento sem terra, me jogar da janela ali, no máximo me deixaria com o joelho ralado ao chegar no chão de terra batida.

No fundo, no fundo eu acho que é medo de lobisomens. Essa sua barba mal feita e o jeito que pega na enxada quando diz que vai defender uma nova terra em algum canto desse país me dá a clara sensação de que é capaz de matar qualquer um, mesmo sem ter caninos afiados.

Além disso, passei noites ouvindo seus suspiros e uivos prolongados e a mamãe sempre soltando alguns sons que davam a impressão de estar sendo devorada. Meus irmãozinhos me perguntavam o que estava acontecendo. Sempre estava muito escuro dentro do barraco que você fez para a gente dormir, mas dava para perceber que eles falavam assustados.

Ninguém nunca perguntou nada com medo de também ficar tão cansado e com uma cara tão feia como a mamãe ficava de manhã. O mau-humor dela também nos assustava, mas ela sempre nos bateu com um chinelo e não com fio de cobre. Mamãe sempre foi mais carinhosa. Agora que cresci entendo que meus pensamentos não estavam tão errados assim quando a ela ser “devorada”.

Compreendo que será difícil ler essas palavras, por isso estou tentando escrever da forma mais fácil possível. Se não fosse por mamãe e pelo incentivo dos meus doze irmãos, não teria chegado hoje na polícia militar. Estou começando no posto mais baixo. As garagens e as viaturas são numerosas e lavar todas me deixa com dores nas costas e a pele queimada do sol. O delegado desse distrito resolveu me ajudar quando viu que eu estava pedindo dinheiro na esquina do supermercado. Ele disse que meus olhos azuis e minha pele clara não deveriam estar ali daquele jeito.

Pode parecer que esse um ano que sai de casa é uma eternidade, mas para mim passou bem rápido. O caso da Isabela ainda nem foi resolvido, olha só como a saudade não pode ser tão grande assim.

Continuo meus estudos sempre. Hoje consigo pegar bastante livros na biblioteca que tem na escola onde vou. Não perco de vista o objetivo de chegar a comandar o esquadrão que vai enfrentar aquela enxada que você levanta para assustar quem entra na terra que nem sua é.

Me desculpe, papai, o psicólogo do batalhão me disse que esse medo é raiva reprimida e me sugeriu expressá-la escrevendo essa carta. Se você tivesse me dado aquela boneca Barbie quando eu tinha sete anos de idade e não tivesse me batido tanto quando me viu passando nos lábios o único batom de mamãe, não teria esse destino de hoje. Pelo menos evolui. Hoje moro em um abrigo e durmo em um colchão macio. Aqui eles me dão aparelho de barba para raspar os pelos que já começaram a crescer. Assim eu não vou assustar ninguém na rua. Mande lembranças para mamãe e diga a ela que ela não precisa mais sofrer, estou bem.

Em poucos dias acho que vou ir fazer uma visita. Não vou falar quando. Prefiro não te ver em casa. Peço também que não me procure. Ainda estou muito chateado com tudo o que fez e com a forma como fomos criados. Queria tanto ter uma casa para pintar de rosa e nesses 13 anos sempre morei no meio das galinhas. Quantas vezes ouvi que “agora nós vamos conseguir nosso terreno”?

Sabe pai, é injusto ver tanta criança por ai jogando vídeo-game e a gente não ter nem uma tomada em casa. Nosso vizinho sempre disse que a culpa era do governo. Hoje sei que aquela casa que você tem no condomínio fechado não é culpa do governo. Só acho que eu poderia ter sido criado num lugar melhor.

Discurso de orador - Formandos em Jornalismo 2008

Não diria para fecharmos os olhos e imaginar a cena, porque as máquinas fotográficas estão por ai e ninguém quer sair assim em uma foto, ainda mais no álbum da formatura. Mas este é um momento em que estaríamos sentados no sofá da sala, na cadeira da varanda ou no canto mais aconchegante da casa. Em frente a uma TV, ouvindo o rádio ou lendo um jornal e revista. No virar das páginas ou passagem dos blocos nos deparamos com uma reportagem mais que especial.

Alguém fez uma pesquisa da história de cada um e colocou ali em imagens ou palavras. Na maioria delas terão alguns elementos básicos que vão se repetir. Os primeiros passos depois de arrastar o joelho por toda a casa, os primeiros doces e as primeiras primeiras coisas que todos experimentamos.

Algumas são mais marcantes. Um uniforme no qual o shorts combina com a camiseta e a lancheira pendurada no ombro. Na época onde os passos eram curtinhos. Caminhando em direção ao portão olhávamos para trás animados ou tristes. Estamos indo para escola! Que conquista. Novos amigos, professoras... vamos escrever, vamos ler, vamos aprender! Lembra? É o primeiro dia da primeira série. Foi o primeiro sentimento de liberdade. Pode ter sido difícil se separar da mãe ou do pai. Deixá-lo dentro do carro ou no portão de casa e rumar para um ambiente novo e diferente.

Alguns anos já se passaram, é óbvio. Poucas são as chances que temos para olhar para trás. Essa é a reportagem da nossa vida. Afinal, agora somos aptos a fazer uma reportagem com todos seus elementos, suas técnicas, arte e ciência, como já disse um dos estudiosos que lemos há exatos quatro anos atrás.

O que colocariam nesse texto, ou nessas imagens e sons? O primeiro dia de aula no ensino médio. As baladinhas da adolescências. Namorados ou namoradas. Ou então, as manifestações políticas que cada um participou, especialmente aquelas que a experiência é superior à maioria de nós.

Seja lá quais foram os principais acontecimentos e depoimentos que cada um iria encontrar nessa reportagem, uma retranca ou capítulo seria igual para todos. O título poderia ser “Os melhores anos de nossa vida”. Afinal, a época da faculdade é vista assim por muitos.

Essa turma de jornalismo que hoje está aqui com a beca e capelo passou quatro anos juntos. A maioria deve se lembrar ainda do primeiro dia de aula. A ansiedade de ver quem estará sentado naquelas carteiras. Quem seriam os professores, os livros que teríamos que ler e as notícias que iríamos escrever. E com certeza se lembram daquele trote. Farinha voando de todo lado, tinta guache no cabelo e na orelha. A festa dos calouros quando estávamos andando pela faculdade conhecendo as instalações.

É pessoal. Naquele dia parecia que uma eternidade ainda estaria pela frente. Seriam 47 meses. Textos, textos e mais textos. Sem dúvida alguma, o xérox da faculdade foi mais visitado até que a cantina. Filas enormes, senhas que demoravam para chegar, e dinheiro, haja dinheiro para todas aquelas fotocópias.

Acima de tudo isso, todas as conquistas que juntos conseguimos. No primeiro ano era teoria atrás de teoria, papers e termos complicados na aula de economia, datas na história da comunicação entre várias coisas. Tanto que de lá para cá o número de alunos diminuiu. Alguns desistiram mesmo, mas infelizmente a situação financeira de alguns não colaborou para eles estarem aqui na frente, sentados do nosso lado. Mas estão no coração de seus amigos que sentiram as perdas ao longo dos novos semestres com a lista de chamada menor.

E o nosso primeiro jornal? As matérias preto no branco. Finalmente sentindo um pouco do que realmente é ser jornalista. Uma emoção digna de relato. Aquele tablóide em nossas mãos, distribuindo pela faculdade. Assumindo o papel dos jornaleiros-jornalistas. “Ei, vejam o que produzimos! Fui eu quem escrevi isso aqui. Extra, extra. Leia, é legal!”

Seria bom se tudo fosse só glórias. Mas a glória nossa de cada dia é feita com o sacrifício de nossas escolhas. Provas, provas e mais provas. Conceitos, termos, técnicas, nomes, teorias... e se não bastasse, nossa vida pessoal ainda. Aqueles que viajaram todos os dias para ir até a faculdade. Seja ônibus, van, moto, a pé, carro. Cada um da forma como podia, como conseguia, com o jeitinho que dava. Podemos até reclamar que foi difícil e complicado, mas foram esses desafios que nos formaram. Foram aqueles primeiros textos, as primeiras teorias que colocaram a base para o profissional que cada um é hoje.

Mas muita coisa boa fica tatuado em nossa memória também. Quem não jogou voley ou futebol na quadra? Alguns se arrebentaram, estragaram calças, ralaram o joelho. É, acho que podemos dizer que demos o sangue na faculdade sim! Do nosso jeito, mas demos. Eram intervalos que todos se uniam na quadra ou na arquibancada. Na torcida ou dos dois lados da rede. Ali não havia divergências nem estresses. E o melhor, não havia computadores travando! Pagemakers lerdos. A brisa era natural e no rosto e não do ventilador que não vencia o calor, ainda mais naquele estúdio de rádio que era quase uma sauna privativa dos cursos de comunicação.

E o temido TCC? Que medo dessa sigla quando o terceiro ano estava pra acabar. É um terror feito até mesmo pelos professores. Ainda mais por nós mesmos. Um bicho de 20 cabeça. Literalmente um enigma: decifra-me ou te devoro. Mas foram trabalhos elogiados. Todos com notas acima da média. Uma produção ímpar. Ai também, cada um pulando suas próprias barreiras para ouvir, depois de um ano inteiro, ou melhor, quatro anos, aquele última nota. O veredicto final. O sinônimo de dizer: parabéns, você é jornalista.

Um reconhecimento que é fruto da dedicação de vários professores. Sem a cobrança e os famosos deadlines, ou datas limites para entrega de trabalhos e matérias, nada teria graça. E as gírias? Vamos amarrar? E o São Paulo mais uma vez campeão. Shiiiiiu. Cada um com suas particularidade que nos faziam sorrir e estimulava o pensamento crítico que um jornalista deve ter perante a sociedade e os acontecimentos. Uma responsabilidade sem igual. Cada um com suas afinidades, devemos muito a esses professores que estavam ali, todas as noites dividindo suas experiências e conhecimentos, preocupados com a formação de mais uma leva de jornalistas, o futuro da imprensa.

Além deles, não há um colega ou amigo em toda a sala que não tenha feito parte do crescimento pessoal do outro. Seja por meio de brigas ou abraços. Ajudaram na reflexão pessoal, no apoio para seguir em frente e não desistir do sonho de estar aqui hoje, todos juntos nos formando, aproveitando o nosso dia e de mais ninguém.

Somos nós os vencedores. Foram amizades e laços fortes construídos durante esses anos. Primeiras impressões que se desmancharam, confidencias trocadas e o apoio de verdadeiros amigos que conquistamos durante o curso de jornalismo. São lembranças e amizades que o tempo vai demorar para apagar. Não são lançadas ao vento a fim de se perderem entre as memórias de cada um. Esses dias ficarão marcados para sempre na reportagem que cada um lê de sua própria vida.

Essa pauta não tem fim. Os caminhos, suítes ou desdobramentos deste texto são diversos. Cada um agora irá seguir o seu próprio caminho. Somos como barcos que estavam ancorados. Agora prontos para ganhar a imensidão do mar.
Sucesso para nós.

segunda-feira, 9 de março de 2009

ESPECIAL - Dia das Mulheres

Matérias feitas para o caderno especial sobre o Dia Internacional do Dia das Mulheres para o Jornal de Limeira - 8 mar 2009

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Uma terapia para suar a camisa

Ela tinha tudo para ter uma vida de lamentações. Ao invés de uma postura depressiva, a costureira Kátia Regina da Silva, de 36 anos, dança, e com muita vontade. Ao som de músicas agitadas e passos que exigem fôlego, a costureira faz caras e bocas entre os vários sorrisos que distribui enquanto está dançando jazz.

O motivo que poderia derrubar a auto-estima de Kátia é visível na sua perna esquerda. Uma cicatriz de quase 15 centímetros é o resultado de um câncer que já havia condenado seu membro. Segundo ela, a doença apareceu há seis anos e quase foi necessário amputar a perna. "Foram duas cirurgias. Da primeira vez que tentaram retirar o tumor, ele estava espalhado. Os médicos, então, fecharam o corte e marcaram a amputação da perna para depois de dois meses", conta.

Na data marcada, a costureira foi até o hospital preparada para voltar para casa sem parte da perna esquerda. O que estava agendado não aconteceu. É que o câncer havia diminuído. Ela atribui a cura à fé de sua mãe.

Mesmo depois de recuperada e liberada pelo médico para voltar às suas atividades normais, Kátia ainda enfrentou um outro desafio - o psicológico. "Tinha medo de acontecer alguma coisa com minha perna", diz.

Quem também enfrenta seus próprios desafios é a vendedora Núbia Gomes Novaes, 32. Apesar de não ter um histórico como o de Kátia, ela também sua a camisa para quebrar sua rotina estressante. Ela é casada há dez anos e tem duas filhas. Com o passar do tempo, o casamento esfriou nas conversas e no relacionamento. Ela sempre gostou de dançar e encontrou uma oportunidade para fazer mais exercícios físicos. Além das aulas de jazz, Núbia também faz natação e musculação.

Quem mais a incentiva a participar das aulas de dança e atividades físicas é o marido. "Já pensei em desistir da aula de dança porque na minha cabeça pensava que era uma outra coisa. Meu marido sempre pergunta quando tem as aulas e me incentiva bastante para continuar", revela.

Rindo, ela conta que quando ouve alguma música começa a lembrar alguns dos passos aprendidos no curso. Além disso, quando volta das aulas ela se torna praticamente o alvo das atenções da família. "Eles querem saber o que aconteceu e pedem para eu dançar", comenta.

Para muitos, dançar é uma terapia. "Dançar é bom para distrair a cabeça, melhora a auto-estima, nos desligamos do mundo e descarregamos o estresse diário", diz Núbia.

EXPRESSÃO

No livro "A Educação pela Dança", a escritora Paulina Ossana, relata que essa arte é a expressão por meio de movimentos. Segundo ela, as pessoas dançam por uma necessidade interior, "muito mais próxima do campo espiritual que do físico". Seus movimentos ordenados no tempo e no espaço são uma "válvula de liberação de uma tumultuosa vida interior. São formas de expressar sentimentos como alegrias, pesares e temores", define a autora.

Para a costureira, dançar a tornou mais feminina, jovem e ativa. "Antes meu apelido na igreja era sorriso, agora é furacão porque estou mais agitada e me sentindo com menos de 15 anos. Pareço uma adolescente", conta.



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Mulheres aderem ao estilo indiano

Novela vai, novela vem e a roupa muda. Não é de hoje que o vestuário das principais novelas influenciam a população. Depois do árabe com "O Clone", de Glória Perez, agora a moda é o indiano. A novela "Caminho das Índias" está influenciando as mulheres, que saem atrás de lojas para comprar jóias e vestidos como os que as atrizes Juliana Paes e Nívea Maria usam.

São tecidos de seda, brilhantes e leves - com estampas de desenhos variados nos vestidos e batas indianas. Alguns com cristais e paetês. Outros com cores bem diversificadas, que dão o colorido do país onde há deuses e uma cultura totalmente diferente. Até a forma de se vestir e costurar as peças se diferenciam. Você já pensou em se enrolar em um pedaço de tecido de 6 metros de comprimento? Pois assim é o sari. Sem nenhuma costura, o tecido é colocado no corpo das mulheres em voltas e mais voltas, dando o caimento desejado.

E vestir uma cafta? Se enrolar num monte de carne que geralmente é assada em churrasco seria difícil. Mas o nome é de mais uma peça do vestuário indiano. A roupa parece um grande tecido dobrado ao meio e com um buraco para a cabeça. No corpo pode ser usado até com cintos largos para ficar acinturado.

Apesar de ter aumentado a procura com a novela da Globo, as roupas indianas fazem parte do guarda-roupas de algumas mulheres há muito mais tempo. A empresária Cybelle Marrara, 31 anos, tem umas cinco peças diferentes. São vestidos, saias e batas. "Gosto do colorido das roupas", diz.

As bijuterias também estão fazendo sucesso. Algumas fábricas da cidade apostam na moda indiana. Dono de uma empresa de Limeira, Augusto Agostini, conta que desde a estreia da novela "Caminhos da Índia" a procura é grande. Foi por isso que ele apostou na confecção de pulseiras coloridas. As peças ganharam brilho. "Os modelos finos permitem usar várias pulseiras ao mesmo tempo. As mulheres não devem ter medo de ousar. Elas podem carregar os braços que fica bonito", fala. As cores são as mais variadas.

QUESTÃO DE COSTUMES

A moda é complicada e ao mesmo tempo encanta muita gente. As tendências vêm e vão, os costumes mudam com o passar dos anos e a sociedade tem objetivos diferentes a cada época. Tudo isso é refletido nas roupas que os componentes dessa sociedade usam. No Brasil, só nos anos 90 a moda entrou na pauta dos brasileiros. Conforme define a jornalista e consultora de moda Érika Palomino, em seu livro "A Moda", na época "a moda entrou na moda". Segundo ela, a moda é muito mais do que roupa. "É possível entender um grupo, um país, o mundo naquele período pela moda então praticada", cita Érika referindo-se às transformações ocorridas durante os anos.

sábado, 7 de março de 2009

Pelo Tempo que Durar - Marisa Monte

Nada vai permanecer
No estado em que está
Eu só penso em ver você
Eu só quero te encontrar

Geleiras vão derreter
Estrelas vão se apagar
E eu pensando em ter você
Pelo tempo que durar

Coisas vão se transformar
Para desaparecer
E eu pensando em ficar
A vida a te transcorrer
E eu pensando em passar
Pela vida com você

Em Limeira, uma Barbie de carne e osso

Boneca mais famosa do mundo completa 50 anos amanhã
8 mar. 2009

Ela dança, canta e até voa. Pode ser princesa, plebéia, fada, rockeira e até retrô. Pela sua diversidade e beleza, seu estereótipo é invejado por mulheres do mundo inteiro e desejado pela maioria dos homens. Apesar de tudo isso, ela não é real, e já tem cinquenta anos.

Estamos falando da Barbie, da Mattel. A boneca que a maioria das garotas quer quando pequena. Algumas até depois de grandes continuam com o amor pelo brinquedo de plástico e cabelos loiros. Amanhã ela completa 50 anos de idade sem nenhuma ruga. Sua pele continua da mesma cor, maquiagem sem borrões e o cabelo sem raízes pretas, pontas duplas ou fios brancos.

A boneca se tornou também referência de estilo, moda e comportamento. Suas pernas esguias, cintura fina e cabelo louro claro foi copiado por muitas mulheres. Não é difícil ouvir alguém ser chamada de Barbie, principalmente porque usa roupas rosas e tem cabelos claros. Em Limeira, a jovem Tábata Daiane Leite, 20 anos, está no Orkut (site de relacionamentos) como a "Barbie Original".

Ela é loira, magra e com uma pele bem clara. A aparência realmente a faz ficar parecida com a boneca mais conhecida em todo o mundo. Com isso, apelidá-la é fácil. Ela conta que suas amigas a chamam pelo seu nome original, já os meninos, é pelo apelido Barbie.

AMOR DE PEQUENA



Tábata sempre gostou de rosa e da boneca da Mattel. "Quando eu era pequena tinha umas 40 bonecas, por ai. Minha mãe comprava um monte. Ela dizia que por ela teria várias também e alguns anos depois todo mundo começou a me chamar de Barbie, mas ela não está mais aqui para ver isso" , lamenta Tábata.

Sua mãe, Cristina, faleceu há um ano. Ao perguntar se a garota sente falta dela, a resposta é lógica e emocionante. "Muito, você não imagina o quanto. Acho que ela iria amar por ver sua filha parecida com uma. Ela me arrumava muito, praticamente me tratava como uma boneca", comenta. Tábata diz que o modo como se arruma e se maqueia deve à mãe, que sempre como a filha é hoje. Filha de boneca, bonequinha é.

Desde os 12 anos a jovem gosta de se arrumar. Para manter a cor do cabelo retoca a raiz todos os meses. Já no quesito roupa e maquiagem, ela gosta de usar tudo combinando, "e com muito brilho", ressalta. Rimel, lápis de olho, sombra, blush e batom. As cores não são só rosa, mas sempre nas mesmas tonalidades do vestuário. E para completar o visual, uma lente azul nos olhos castanhos esverdeados.
Tábata mudou a cor dos cabelos começando com algumas luzes e chegou a um louro bem claro. A cor original é castanho. Seus olhos também são cor de mel.

Se um dia já chegou a ter dezenas de bonecas, hoje seu quarto guarda somente seis. Foram as que restaram da época de criança e ficam hoje com os ursos de pelúcia.

BARBIE
A boneca foi criada em 1959 pelo casal Ruth Handler e o marido Eliot. O nome foi uma homenagem à filha Bárbara. A idéia surgiu quando o casal viu a criança brincando com bonecas de papel e trocando as roupas delas. Diferente das bonecas daquela época, Barbie surgiu com feições de adulta, praticamente uma top model, símbolo da beleza refinada e da juvende.

Anos atrás ela foi o brinquedo mais vendido principalmente para as crianças. Já hoje, a competição com a internet e brinquedos mais modernos fazem da marca uma sobrevivente. Na última sexta-feira, foi inaugurada uma loja-conceito da boneca em Xangai, China. Com seis andares e a decoração toda rosa, a esperança da Mattel é reviver o sucesso da boneca cinquentona.

A loja servirá como um campo de testes para o marketing da marca. Lá, as visitantes poderão criar suas bonecas. As vendas da boneca têm caído dentro da empresa que produz a loira mais conhecida do mundo. De acordo com a Mattel, as vendas da boneca caíram 21% no final do ano passado.

500 cumprem penas alternativas

Crimes leves têm sentenças que integram infrator e ajudam entidades
Manchete do Jornal de Limeira do dia 5 de março

Limeira conta hoje com cerca de 500 pessoas cumprindo penas judiciais alternativas. Os serviços para pagar a condenação variam: pintura de prédios municipais, manutenção de locais públicos, faxinas, doação de cestas básicas e prestação de atividades junto a entidades e ongs.

A prestação de serviço para a comunidade funciona para muitos como uma reintegração, um momento de reflexão e acima de tudo, uma chance de pagar pelo o que fez e continuar perto da família, amigos e com o emprego. É uma alternativa a prisão, para os crimes de menor potencial ofensivo.

Na cidade funciona a Central de Penas Alternativas, um órgão estadual, ligado ao Poder Judiciário. Os seis funcionários que lá trabalham cuidam do encaminhamento dos infratores para as entidades cadastradas.

Ao receber a pena dos juízes das Varas Criminais de Limeira, o setenciado passa por entrevistas com psicólogos e assistentes sociais, que verificam qual a melhor forma de se pagar pelo crime cometido. A partir daí, o infrator passa a ser um prestador de serviço e ajuda a comunidade após ter prejudicado a mesma de alguma forma.

A assistente social Claudia Maria Dias Zaminato, 37 anos, é quem coordena todo o trabalho no órgão. Segundo ela, a central realiza o acompanhamento e a fiscalização do cumprimento da pena alternativa. Os crimes são geralmente delitos leves.

Os mais comuns são furtos, assaltos, infrações de trânsito e porte ilegal de arma. Os criminosos, porém, não se limitam somente a pessoas com situação de vulnerabilidade social, o que geralmente se observa nos presídios da cidade. Há também os chamados "engravatados" que cumprem penas.

Entre eles está Frederico, nome fictício para o advogado que não quis ser identificado. Ele foi condenado a 18 meses de pena alternativa por estelionato, uso de documento falso. Por telefone, Frederico não entrou em detalhes sobre o crime que cometeu, até por que estava no celular e próximo a outras pessoas, mas achou bom cumprir uma pena fora da cadeia.

O advogado faz serviços jurídicos para a Comunidade Terapeutica Mais Vida, entidade que cuida da reabilitação de usuários de drogas. Lá ele passa duas horas por dia auxiliando no departamento jurídico, que é sua especialidade.

Coordenadora da comunidade onde o advogado cumpre a pena, Mariana Antonelli, 25, diz que 40% da ajuda que a entidade recebe vem das penas e medidas alternativas. Além do trabalho dos prestadores de serviço, eles recebem cestas básicas ou leite pagos por condenações judiciais.

A comunidade é uma entidade sem fins lucrativos. Sua verba vem de repasses da prefeitura e de doações dos usuários de drogas que são internados no local. De acordo com Mariana, as famílias que podem, colaboram com um salário mínimo, valor que não cobre todas as despesas do local.

"O serviços das pessoas que cumprem as penas alternativas nos ajuda a suprir o que não podemos pagar, como serviços jurídicos e até limpeza", diz. Atualmente a Mais Vida trabalha com 10 prestadores de serviços em diversas áreas.

SEGUNDA CHANCE
De acordo com a coordenadora da Central de Penas Alternativas, os prestadores de serviços têm um acompanhamento mensal. "Enviamos folhas de frequencia para a Justiça todos os meses", relata Claudia. O trabalho de cada um desses prestadores depende muito das competências que eles têm. Há pintores, eletricistas, contadores, advogados, auxiares gerais, entre outros. Para se determinar o que cada um fará para cumprir a pena estabelecida pelo juiz, entrevistas são feitas na central.

No final de janeiro, havia 499 prestadores de serviços cumprindo suas penas. "O número é elevado por que o juiz acredita nessa pena e na ressocialização das pessoas", alega Cláudia. Os benefícios desse tipo de cumprimento de pena estão na possibilidade de o infrator continuar trabalhando, ter vínculo com sua família, estudar e prestar um serviço para a comunidade.

Quem mais oferece os serviços para a central é a Prefeitura de Limeira. Há aproximadamente 300 prestadores de serviços atuando nas diversas secretarias do Poder Executivo. Além dela outras entidades como ONGs e departamentos públicos também oferecem as segundas chances para os infratores. O número de vagas em cada uma delas depende do cadastro que efetuam com a central.

DIREITO
A prestação de penas alternativas é assegurada por lei. A reforma do Código Penal em 1984 introduziu no ordenamento jurídico as penas restritivas de direitos como a prestação de serviços à comunidade.

Em Limeira a Central começou a funcionar em julho de 2007. Desde então já passaram por lá 1.040 prestadores de serviços que cumprem penas que variam de um dia a quatro anos, de acordo com a sentença do juiz criminal. No Estado de São Paulo, a Secretaria de Administração Penitenciária promove desde 1997 um programa de Prestação de Serviço à Comunidade.

E o que começa com um crime leve, pode ter um final feliz. "Alguns prestadores de serviços se dão tão bem que são contratados pelas entidades ou indicados pelos administradores para trabalhares em outras empresas", relata Cláudia.

Leis antigas amparam crise de hoje

Acordos dependem dos sindicatos de classe para bem dos trabalhadores
Matéria publicada no Livre Iniciativa do dia 4 de março no Jornal de Limeira

As negociações entre a multinacional ArvinMeritor e o Sindicato dos Metalúrgicos terminaram sem um final feliz e com 120 desempregados. Após os sindicalistas recusarem a proposta feita pela empresa de redução da jornada de trabalho e salário, o corte de pessoal se mostrou inevitável no último dia 13. Mesmo assim, ainda há outras possibilidades para reduzir os gastos sem cortes.

Além da redução da jornada segurada pela lei 4.923 de 1965 - usada pela empresa como base para o acordo -, a empresa ainda pode recorrer a outras leis, até mais antigas que a primeira, para conseguir enfrentar os problemas da crise e evitar mais dispensas.

O advogado trabalhista Roberval Dias Cunha Júnior, 55 anos, expões as possibilidades. De acordo com ele, há três meios legais que podem auxiliar a empresa a negociar com trabalhadores os cortes de gastos: a redução de jornada e salário, Plano de Demissão Voluntária (PDV) e a suspensão do contrato de trabalho.

O primeiro, a flexibilização da jornada de trabalho é um dos recursos mais negociados pelas empresas nesse tempo de crise. Anteontem, a Papirus e o Sindicato do Papelão de Limeira firmaram um acordo do gênero. Os trabalhadores da empresa irão ter uma redução de 30% da jornada e 25% do salário.

Na opinião do advogado trabalhista, a empresa teve a dignidade de procurar uma solução e não fez demissões em massa em janeiro. "A ArvinMeritor propôs além do que a lei (4.923/65) estabelece ao garantir estabilidade de emprego e ressarcimento do valor descontado no salário", comenta Cunha. A lei prevê uma redução de no máximo 40% para a jornada de trabalho e 25% do salário.

OUTRAS MEDIDAS
A idade da lei que serviu de parâmetro para as negociações entre o sindicato e a multinacional pode parecer elevada. Apesar de ser feita nos primeiros anos da Ditadura Militar, ela ainda está em vigor.

Ainda mais antiga que ela, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que unifica toda a legislação trabalhista exigente no país, é de 1943. Com seus 65 anos de idade, a CLT surgiu pelo Decreto-Lei nº 5.452 sancionada pelo presidente Getúlio Vargas. É dessa sexagenária legislação que vem mais uma alternativa para a empresa. O artigo 476, conforme aponta Cunha, garante a suspensão do contrato de trabalho.

A medida já foi utilizada pela montadora Renault em São José dos Pinhais (PR). Seus 1 mil funcionários aceitaram o acordo e continuam a receber o salário líquido. A vantagem para a empresa é que parte desse valor é pago pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o restante é pago pela empresa para que os funcionários não tenham prejuízos.

"Outra possibilidade é o Plano de Demissão Voluntária (PDV) no qual a empresa oferece vários benefícios para os trabalhadores pedirem a conta", pontua. Apesar das alternativa parecerem atraentes para a empresa e até para os funcionários, as negociações dependem do Sindicato da classe para que seja acordado - premissa também estabelecida nas leis trabalhistas.


Professor de Ciência Política é a favor do Sindicato

O advogado da ArvinMeritor, Daniel Gullo de Castro Mello questionou: "Até onde a ideologia política pode se sobrepor ao emprego das pessoas?" Em entrevista concedida ao Jornal por conta das demissões realizada no início do mês, o advogado diz que a posição do sindicato foi política e radical.

O professor de Ciência Política do Isca Faculdades, Antonio Luis de Carvalho e Silva, contesta: "Toda posição é política, inclusive a da ArvinMeritor ao dizer que o sindicato é político." Silva, que também se diz sindicalista, é a favor da entidade e contra qualquer acordo que reduza o salário dos trabalhadores.

"O Sindicato existe para defender os direitos dos trabalhadores, não para tirá-los ", explica. Assim como os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos, o professor alega que a empresa teve lucros grandes nos últimos seis anos e poderiam ter guardado uma parte para situações difíceis como esta da crise.

"As contas dos trabalhadores não diminuem 20%, a água, energia e compras não ficam 20% mais baratas", indaga referindo-se ao reajuste que a ArvinMeritor queria dar aos seus funcionários. E polemiza: "Nos anos anteriores a empresa não sociabilizou seus lucros com a classe trabalhadora."

Silva ainda diz que responsabilidade da crise está caindo toda nos trabalhadores, que sofrem com as demissões. "Não foi a classe que investiu nos Estados Unidos, origem de todos os problemas", diz.

SOLUÇÃO

O professor aponta dois caminhos: manter o nível de salário e a intervençãqo do Estado, em seus três níveis. Segundo ele a forma de recuperar a economia é gerar consumo e obras.

"Um economista já disse: Em época de crise o Estado tem que fazer buracos para tampar." Silva diz que obras de qualquer natureza aquecem a economia , pois movimentam mercados. Investimentos e programas como o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), da União, incentivos de R$ 4 bilhões do governo Estadual e as poucas obras do município ajudam a economia.

"É preciso manter a classe trabalhadora trabalhando. No fundo é essa classe que vai gerar a própria recuperação da ArvinMeritor através do consumo, não se pode reduzir isso", diz.