tag:blogger.com,1999:blog-1997569023964634492024-02-20T05:02:37.551-08:00Opinião Alex ContinMídia, jornalismo, economia, arte e um pouco de mais algumas coisas. Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.comBlogger487125tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-5448015440085854752018-10-31T06:34:00.001-07:002018-10-31T06:34:38.528-07:00Vamos pensar um pouco em como lemos uma entrevista? Vamos!!!Em geral, as entrevistas dão muito mais voz ao entrevistados que as simples notícias e reportagens. Estas só citam suas fontes (os profissionais escolhidos) para confirmar, analisar ou, embora com menos frequência, contrapor a ideia dominante do texto. ", disse"; ", afirmou"; ", assegura"; ", explica". Toda fala de uma fonte, geralmente é acompanhada de um verbo que dá o tom e enfatiza a importância daquela declaração para o texto.<br />
<br />
Nas entrevistas, contudo, o tom é dado de uma forma totalmente diferente: ele está na apresentação do texto ou na formulação das perguntas. Geralmente os primeiros parágrafos servem tanto para apresentar quem é o entrevistado, como também para dar uma ideia geral do pensamento, ideia ou ideal que esse profissional segue ou expressa. Já as perguntas mostram o outro lado da moeda: o do jornalista que conduz a entrevista ou do veículo no qual o diálogo é publicado. É possível ver, por exemplo, a preparação do profissional ou a disposição dele de obter informações que podem beneficiar ou até "prejudicar" o entrevistado.<br />
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A <a href="https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2018/10/31/internas_economia,716588/brasil-tem-tudo-para-uma-grande-arrancada-avalia-presidente-usiminas.shtml" target="_blank">entrevista com o presidente da Usiminas, o engenheiro metalúrgico Sergio Leite, publicada hoje (31/10) no Correio Brasiliense</a>, serve de exemplo para observar o comportamento do jornalista. Embora não seja explicitada a condição imposta ao diálogo, em três momentos o entrevistador perde importantes pontos que poderiam contradizer o entrevistado e até o programa econômico do próximo governo. É bom salientar que por "condição imposta ao diálogo" quero dizer que a entrevista pode ter sido comprada pela Usiminas para destacar sua magnitude e capacidade de recuperação; pode ter sido um "brinde" ao anunciante do jornal; pode também ser uma ressalva à importância de se olhar para a indústria e à infraestrutura do Brasil num cenário no qual Paulo Guedes critica a indústria brasileira; pode também ter sido cortada pelo editor chefe do jornal a fim de garantir uma boa relação com a empresa; entre outras mil possibilidades.<br />
<br />
Sendo assim, quando lemos uma entrevista, devemos ficar atentos à formulação das perguntas. Elas podem só ser um subsídio para conduzir o que o entrevistado quer falar ou um confronto intelectual para trazer a transparência e mais informações para a conversa. Olha só esses exemplos retirados da entrevista selecionada:<br />
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<blockquote class="tr_bq">
<b>Correio Brasiliense (CB): Quais são os problemas centrais que o novo governo deve atacar?</b><br />Sergio Leite (SL): Nós temos problemas sérios no campo da saúde, da educação e da infraestrutura. Enfrentar os desafios nessas três áreas passa por uma grande capacidade de gestão e de investimentos. Na parte de gestão, precisamos fazer uma reforma profunda no Estado brasileiro e trazê-lo para a dimensão que ele precisa, com ajustes das contas públicas. É preciso essencialmente voltar ao superavit primário e começar um processo de regularização das contas públicas. Esse processo deve levar em consideração também a reforma da Previdência e a reforma fiscal. Reforço: neste momento, devemos reduzir ao máximo os gastos com a máquina governamental.</blockquote>
<br />
Leite diz que precisamos de gestão e investimentos nas áreas de saúde, educação e infraestrutura, certo? Ele diz que o caminho é regular as contas da máquina pública, levando em consideração as reformas fiscal e da Previdência. Ele não diz, contudo, sobre como os investimentos poderiam ser feitos. Aliás, a pergunta que fica é: "Como poderiam ser feitos investimentos na educação e saúde para acabar com o problema nessas áreas, se há um limite para gastos do governo (a PEC do Teto de Gastos)?" Ele aponta e explica um caminho (da gestão) e só menciona o outro (dos investimentos). Frente à essa resposta vaga, o que o repórter pergunta na sequência? Veja: "Os problemas são, de fato, monumentais. O Brasil vai conseguir sair rapidamente da crise?" e "O senhor chegou a se encontrar com o presidente eleito, Jair Bolsonaro?". Em nenhuma das duas respostas ele fala sobre como poderiam ser feitos os investimentos e o tema passa batido.<br />
<br />
Outro ponto no qual o jornalista perde uma oportunidade incrível:<br />
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<blockquote class="tr_bq">
<b>CB: O maior competidor da indústria brasileira do aço é a China, certo?</b>SL: Sim, mas na China nós não competimos contra empresas, mas contra um Estado. Trata-se de um Estado que não é uma economia de mercado, que não remunera adequadamente sua mão de obra, que não remunera adequadamente o capital e em que a prática do subsídio está presente na indústria. Ou seja, é uma concorrência desleal. Esse posicionamento da China gerou reação dos Estados Unidos. Por sua vez, a decisão protecionista do presidente Trump desencadeou uma série de reações na Europa, África e Ásia. A única região que não aplicou medidas para fazer frente a essa decisão de Trump foi a América Latina. Por isso, eu digo que é preciso fazer uma reflexão: faz sentido o Brasil ser um país liberal nas suas relações comerciais num mundo notadamente protecionista?</blockquote>
<br />
Reparem na última declaração de Leite. O jornalista poderia pegar essa declaração como um gancho e questionar: "Por que é preciso avaliar se faz sentido ser um país liberal?"; ou "Qual o risco para o Brasil de adotar uma política liberal frente a um cenário internacional protecionista?"; ou "Quais os entraves que uma economia liberal enfrentaria numa concorrência internacional protecionista?". O que o jornalista pergunta? Isso aqui: "Apesar da crise dos últimos anos, a Usiminas vem de uma série de resultados financeiros sólidos, voltando inclusive a operar no azul. Como isso foi possível?", tirando o foco do cenário internacional e do programa liberal de Paulo Guedes e voltando a focar no quão maravilhosa é a capacidade de Sergio Leite de reerguer a Usiminas. Esse tipo de fuga do assunto é totalmente estratégico, afinal, a resposta poderia comprometer as relações da Usiminas com o governo fascista ou comprometer o Correio Brasiliense e transformá-lo na próxima Folha de S.Paulo.<br />
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Para acabar, um último jogo de pergunta e resposta mal aproveitado:<br />
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<blockquote class="tr_bq">
<b>CB: A Usiminas é um caso especial, já que ela tem acionistas japoneses e ítalo-argentinos e uma gestão brasileira. Como é trabalhar com múltiplas nacionalidades?</b>SL: É um desafio e uma experiência extraordinária. Temos na Usiminas três forças: os brasileiros, que somam a maior parte da força de trabalho, os ítalo-argentinos e os japoneses. Tenho uma relação sólida com todos os grupos, porque o trabalho foi sempre o de buscar integração e equilíbrio. Atravessamos um período grande de conflito acionário, mas conseguimos unir as forças dentro da empresa. No “Grupo dos 10”, tenho profissionais que representam o acionista ítalo-argentino, outros que representam o acionista japonês, e os que fazem parte da força de trabalho brasileira. Durante mais de um ano e meio, conseguimos trabalhar de forma integrada, unida e pacífica. Conseguimos inclusive selar um novo acordo de acionistas, que trouxe a paz. Hoje, vivemos um cenário muito positivo. Estamos todos de mãos dadas trabalhando para construir o presente e o futuro da Usiminas.</blockquote>
<br />
Qual é a questão aqui? Claro: "Como ficariam as relações da Usiminas com a Argentina, se Paulo Guedes já deixou claro que pode não dar preferência aos países vizinhos e ao MercoSul para priorizar as relações com os Estados Unidos?". O jornalista entra nesse ponto? Claro que não. Ele, na verdade, até faz uma pergunta que poderia levar a esse questionamento das relações com os países sul americanos, mas ela é mais focada na gestão da Usiminas: "Como está o plano de investimentos da empresa? Diante da melhoria dos resultados, os planos foram ampliados?" e o assunto morre.<br />
<br />
Com esses três assuntos negligenciados é possível reforçar que as entrevistas mostram, e muito, a capacidade ou disposição que o veículo de comunicação tem para o diálogo. Como comentei anteriormente, as entrevistas podem ser só mais um negócio da área comercial do jornal, porém, se é assim, ela não cumpre com seu papel de questionar e esclarecer pontos importantes do cenário politico e econômico. Sem isso, as entrevistas se resumem a "puxar saco" da empresa, profissional ou anunciante.<br />
<br />Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-90419924646155160632018-10-30T10:32:00.000-07:002018-10-30T10:32:01.583-07:00O grito de liberdade da imprensa de direita conservadora e hipócritaO editorial do Jornal de Piracicaba, de hoje, chocou algumas pessoas, pelo menos aquelas com as quais tenho contato no Facebook. Uma amiga veio perguntar se estava sabendo do ocorrido e logo estava eu lá lendo o texto.<br />
<br />
Ele pareceu um grito de libertação do jornal. Um grito de quem teve que andar na linha durante muito tempo, respeitando princípios básicos e fundamentais do jornalismo. Com professores da área e outros jornalistas formados conscientes do que realmente é parcialidade, objetividade e, acima de tudo, o que é jornalismo, não só o JP, mas outros jornais do interior tiveram que minimamente respeitar alguns princípios. Nem todos, na verdade, vide que a Gazeta de Limeira, por exemplo, embora respeite algumas questões, pouco faz para avançar em um debate sério com os seus leitores ao priorizar os anúncios ao espaço para textos mais complexos e profundos. Isso só restringindo a crítica aos jornais porque se formos falar de programas sensacionalistas da TV, aí a coisa desanda sem nem precisar digitar a primeira letra do texto.<br />
<br />
Esse grito de liberdade do JP é o mesmo que outros setores da sociedade deram ao poder assumir a homofobia, misoginia e racismo por tanto tempo preso na garganta por conta do avanço das minorias e do "politicamente correto". Tivemos, sim, nós, a minoria (prazer, faço parte dela), alguns avanços nos últimos anos, mas o sentimento que fica é que tudo vai retroceder ou estancar, pelo menos do que depende do apoio Federal às nossas causas - e pelo jeito no Estadual e Municipal também. Somos nós por nós mesmos agora e o editorial prova isso.<br />
<br />
Fui atrás do editorial porque fiquei curioso com o buchicho que comentei lá no começo do texto, mas nada me surpreendeu ver a posição que o jornal tomou. O interior, em massa, optou pelo fascismo e várias máscaras caíram. É uma pena, mas pra eles é um alívio pra poder ter a "liberdade de expressão" preconceituosa que sempre quiseram.<br />
<br />
Esse texto era um comentário na publicação de um ex-professor, o Paulo Roberto Botão. Um professor com quem tive meus arranca rabos na época da faculdade por conta do amor dele ao futebol e o meu ódio ao assunto, mas um professor que se mostrou consciente de seu papel no jornalismo e na formação de seus alunos. Menciono o professor aqui porque o editorial fez questão de atacá-lo como coordenador do curso de jornalismo da Unimep, comprovando, mais uma vez, que o pensamento de esqueda incomoda, ou melhor, incomoda a preocupação com uma comunicação justa e regida por princípios que respeitam a coletividade e querem a melhora da condição de vida do povo pela informação. Afinal, pra quê focar no povo se o que mais interessa esses jornais é a quantidade de anúncios, como faz a Gazeta de Limeira e tantos outros jornais por ai?<br />
<br />
Pra quem tiver curiosidade, vejam como pensa o interior:<a href="http://www.jornaldepiracicaba.com.br/brasil-em-festa-como-nunca-antes-se-viu/" target="_blank"> http://www.jornaldepiracicaba.com.br/brasil-em-festa-como-nunca-antes-se-viu/</a>Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-72600496990751242872018-10-08T14:09:00.001-07:002018-10-08T14:09:45.906-07:00Por que Bolsonaro conseguiu 46% dos votos no primeiro turno?<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="dbpcl-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dbpcl-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="dbpcl-0-0" style="font-family: inherit;">O resultado do primeiro turno da eleição deste ano foi preocupante, porém, mais que compreensível. Contra todos os discursos de alerta sobre o Bolsonaro, as pessoas estão votando no candidato por acreditar que ele é a melhor opção para acabar com a CORRUPÇÃO no Brasil. Existe, infelizmente, aqueles que compactuam com outras ideias do candidato, principalmente as de misoginia, racismo e homofobia, porém, não é possível afirmar que os 46% de eleitores de ontem são homofóbicos, misóginos e racistas - pelo menos prefiro acreditar que não.</span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="5dkjr-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5dkjr-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="5dkjr-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="bdn4r-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bdn4r-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="bdn4r-0-0" style="font-family: inherit;">A questão é a seguinte: como disse, é compreensível que as pessoas estejam votando no Bolsonaro com a esperança de acabar com a corrupção e a violência no Brasil, mas qual é o custo disso? Bolsonaro não propôs uma reforma política - na entrevista no Jornal Nacional, por exemplo, ele disse que todos os grandes gastos prescindiriam de assinatura e aval dele (isso é sufiente?); na questão da violência, "bandido bom é bandido morto", a solução seria concentrar traficantes na favela e descer bala neles, porém, e os inocentes naquele lugar? Se você mora em uma região não violenta e não dominada pelo tráfico, é fácil apoiar essa medida, não é? Quando o candidato foi questionado sobre os inocentes que estariam na favela, ele disse que retiraria eles de lá antes da ação; quando questionado mais uma vez sobre a morte de inocentes por balas perdidas e a impossibilidade de simplesmente "tirar os inocentes da linha de fogo", ele não respondeu nada.</span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="2dsug-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2dsug-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="2dsug-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="8pl0r-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8pl0r-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="8pl0r-0-0" style="font-family: inherit;">Além desses dois pontos principais da campanha, que convenceu 46% dos eleitores, o problema central é o preço e o que o candidato traz consigo em um possível mandato. Ele promete empregos transformando o país em uma economia liberal, fazendo coro e dando ouvidos apenas aos empresários com os quais ele conversou. O preço disso é a perda de inúmeros direitos trabalhistas arduamente conquistados em uma economia periférica e refém de uma política econômica internacional que apenas beneficia o aumento do lucro por meio do uso de mão de obra barata (ou seja, sem direitos) em países subdesenvolvidos - isso significa que vamos continuar (e retroceder) no caminho da autonomia econômica. </span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="fspfl-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fspfl-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="fspfl-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="9t061-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9t061-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="9t061-0-0" style="font-family: inherit;">Por fim e o que mais preocupa a esquerda, é a esteira, o véu dessa noiva conservadora, ou seja, todo o discurso de ódio contra negros, mulheres e homossexuais, além de uma provável ditadura militar, que vem junto com esse combate à corrupção e à violência. Esse discurso é propagado pela ignorância. Ele fala muito do "kit gay" e que não quer que um pai de família chegue em casa e veja o filho de 6 anos brincando com uma boneca - percebe a ignorância nisso? Além de deturpar um projeto de conscientização sobre a sexualidade (que não quer incentivar ninguém a transar ainda na infância, MUITO menos "virar gay"), ele propaga um preconceito e reforça a imagem da "família tradicional" com valores ultraconservadores enraizados.</span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="a2hfc-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="a2hfc-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="a2hfc-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="8j18o-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8j18o-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="8j18o-0-0" style="font-family: inherit;">Quanto à ditadura militar, pra ele é passado e não se deve mexer nisso - veja a entrevista do candidato no RodaViva. Dívida com negros? Passado. Tudo é passado e precisamos olhar para o momento atual. O problema, porém, é que esse passado continua enterrado e, no lugar de vir à tona para conscientizar a população a não repetir erros do passado, Bolsonaro prefere manter enterrado e manter o povo na ignorância para aparentemente deixar o caminho aberto a um novo controle militar na política brasileira. Fazer coro com esse candidato sobre a Ditadura Militar e apoiar essas ideias só ressalva o tamanho da ignorância, da falta de conhecimento sobre História e o poder e eficiência que um projeto como "Escola Sem Partido" tem na conjuntura brasileira.</span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="c372m-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="c372m-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="c372m-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="a6vni-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="a6vni-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="a6vni-0-0" style="font-family: inherit;">Para terminar, um recado: esquerda não é só PT; esquerda não é corrupção do PT. Esquerda política e econômica é uma linha de pensamento e de ação que favorece a vida do trabalhador e da sociedade. É incoerente e extremamente inocente acreditar que o liberalismo e o capitalismo vão te ajudar a colher frutos bons no futuro. Isso é uma ilusão: pode até aumentar o emprego, mas o custo disso vai ser alto demais e aumentar a desigualdade de renda existente no Brasil (ou seja, 1% vai ficar ainda mais rico e o resto vai se fuder mais ainda).</span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="fkodq-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fkodq-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="fkodq-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="avi1l" data-offset-key="bldp-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bldp-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;">
<span data-offset-key="bldp-0-0" style="font-family: inherit;">Para terminar (2): se você votou no Bolsonaro e eu, um amigo ou qualquer gay, mulher ou negro sofrer algum por ódio na rua no governo desse fascista, eu vou fazer questão de ir até onde você estiver, olhar nos seus olhos e simplesmente dizer: "Esse sangue também está nas suas mãos!"</span></div>
</div>
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-849694021261312322018-05-15T17:55:00.002-07:002018-05-15T17:55:49.904-07:00"Tchau, mãe!": 'Sobre morar em São Paulo' ou 'Sobre morar longe do "Boa Noite"'<br />
<div class="MsoNormal">
Morar em uma cidade diferente daquela que você nasceu e
longe de toda sua família é, sem dúvida, uma experiência interessante. Claro
que há alguns pontos negativos, como as saudades da casa da mãe ou pelo menos de
uma proximidade dela que dispense uma viagem de 2h ou mais. Também tem a
questão da vida adulta e a necessidade de administrar a geladeira de forma
consistente para não faltar nada nos últimos dias do mês. Ô saudades da
geladeira mágica que as coisas brotavam sem precisar fazer muito esforço!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Apesar de os poucos pontos negativos serem bem convincentes
do porquê não voltar para a casa dos pais, a vida com asas e em locais
distintos e distantes tem suas vantagens que fazem as saudades e as
necessidades compensarem. Há oito anos sai da casa de minha mãe. Morei lá até
2010, quando tinha 24 anos. Naquele ano fiz cursinho e consegui ser aprovado na
Unicamp. O primeiro destino, portanto, foi Campinas, interior de São Paulo. Lá
morei por seis anos em três diferentes locais da cidade. Em 2016, desempregado
e sem muitas perspectivas de algo promissor nas minhas áreas de formação
naquela cidade, resolvi voltar a estudar para o vestibular e coloquei como meta
o curso de Letras da USP, aqui na capital do estado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
De forma geral, acredito que temos duas experiências
distintas ao morar sozinho e distante da família, em outra cidade: uma delas é
a autodescoberta e a outra a descoberta da cidade. As duas poderiam dar uma
terceira experiência que seria a descoberta de um ser em um espaço urbano, em
uma sociedade – essa terceira questão, no entanto, está presente na primeira. A
segunda, será tratada em outros textos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<h3>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Um mapa para si mesmo</b></h3>
<div class="MsoNormal">
A autodescoberta é, em resumo, conhecer suas limitações,
habilidades e capacidade de adaptação à rotina ou aos imprevistos dessa rotina.
É ter a capacidade de se virar nos 30, literalmente. Sem mãe, sem irmã, sem
primos e, durante algum tempo, sem amigos. As habilidades sociais precisam se
desenvolver e a dependência do próximo parece diminuir pouco há pouco. Um pai
que troca a resistência do chuveiro; o amigo que topa ficar sem fazer nada na
calçada de sua casa; uma loja, pequena como uma papelaria ou tão grande quanto
um hipermercado, na qual você sabe que pode confiar no produto e,
principalmente, sabe que vai encontrar o que precisa e o local onde ele está na
prateleira. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É necessário dar alguns pulos, corridas ou cliques no
YouTube para aprender a fazer alguma coisa que você nunca precisou até aquele
momento. Ninguém te ensina a desentupir uma privada; a como evitar mosquitos de
fruta na cozinha; as vezes há pessoas que sequer sabem trocar uma lâmpada e
minimamente conhece a diferença entre água sanitária e limpa-vidros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sentimental e psicologicamente, o autoconhecer-se pode ser
ainda mais complicado. Sem ter com quem conversar pessoalmente, os diálogos no
WhatsApp vão perdendo o calor e o tom das palavras “palpáveis”. Seu amigo ou
amiga, irmã, mãe ou qualquer pessoa não está ali para ver sua expressão de
falsa alegria e perguntar o que está acontecendo; se pode ajudar. Obviamente
não dá para deixar de considerar que algumas amizades parecem não precisar de
rostos e presenças 100% do tempo, o sexto sentido e o conhecimento sobre a
pessoa ditam o ângulo da interpretação de palavras na tela do celular. Essa
falta gera, sim, um sentimento de vazio e sempre levanta a dúvida sobre a real
necessidade de estar tão longe de um “Boa noite!” todos os dias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É triste, mas esta tristeza é controlável. Contudo, ela só
te dá as rédeas desse controle após algumas rasteiras da vida ou de algumas
viagens recheadas de nostalgia. Quando isso acontece é como se a borboleta
realmente saísse de um casulo – não consigo ver de outra forma. Ali, protegido
e em desenvolvimento, o mundo real parece distante e isolado. É confortável,
uma bolha. Voar, acaba sendo um trauma ou literalmente uma libertação. Se ver
capaz de ter uma vida longe das asas dos pais te obriga a se enxergar como
autossuficiente e, num estágio mais adiante, um membro de uma sociedade capaz
de usar o espaço, real ou virtual, para socializar, idealizar e talvez
transformar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O ambiente de trabalho acaba suprindo algumas dessas
necessidades, principalmente a relacionada às amizades. Além de permitir conhecer
novas pessoas, é no ambiente de trabalho que, no fim das contas, você se
ambienta melhor. Ali temos contato com as pessoas que realmente moram na nova
cidade. Ouvimos histórias e dicas de lugares para ir; problemas nos transportes
e deficiências da cidade, especialmente uma tão grande quanto São Paulo; vemos
que as realidades em alguns lugares são realmente incomparáveis com a bolha na
qual vivemos durante muito tempo. Histórias de pais que abusavam de filhas, e
essa filha nunca perde o sorriso do rosto e o rebolado do samba apesar de as
pedras do caminho dela terem sido e serem muito mais pesadas que qualquer uma
que você já viu. É no ambiente de trabalho que ouvimos o sotaque local, apesar
de repararem mais no seu no que no deles mesmos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ainda sobre trabalho, ilusões podem ocorrer. Achar, por
exemplo, que São Paulo é a terra do trabalho é um mero engano. Pensar que
talvez seja a cidade na qual será possível trabalhar na própria área, como
jornalismo ou economia (no meu caso), é, talvez, ter pouco conhecimento sobre a
própria área ou parece ser um caso de “acreditar demais na própria capacidade” -
ou se deixar levar por pessoas que fazem você não acreditar nisso. Não pode
haver engano. Nesta hora, em uma cidade movida pela meritocracia e pelas
indicações, ou você mantém o foco em trabalhar no que quer e gosta,
independente da quantidade de negativas ou empresas que sequer respondem sua
candidatura, ou então você se adapta à realidade e aceita o primeiro emprego
que aparece depois de meses de procura. Os boletos são reais e não aparecem só
no final do filme, desculpe o spoiler.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A insistência neste objetivo pode cansar, pode entristecer,
pode te fazer perder a crença na sua própria capacidade. Esses efeitos
negativos, no entanto, também são controláveis. Se adaptar não é ruim e pode,
na verdade, ser uma ótima estratégia para conseguir os tão necessários
contatos. Talvez um emprego de atendente em um callcenter pode te dar aquelas
amizades já comentadas e, em um futuro não muito distante, elas serem as
indicações que você precisava. Um emprego fora da área, além disso, pode ser
uma oportunidade para começar mais uma vez e não entrar pela porta da frente, mas
pela entrada de serviço. As experiências até o momento, me fizeram crer que
talvez essa questão não seja tão factível. Tenho a atual impressão que uma
experiência em um callcenter, especialmente se for em uma empresa pouco
reconhecida por sua capacidade de gerir pessoas, pode, na verdade, manchar
oportunidades mais ambiciosas. Se não mancham, acabam por estender o caminho,
ao invés de encurta-lo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Essa questão do trabalho, no entanto, vai ficar para um dos
próximos textos sobre as reflexões acerca de morar em São Paulo. Até lá... =)<o:p></o:p></div>
<br />Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-6077604149368215962018-04-21T12:34:00.002-07:002018-04-21T12:34:25.835-07:00A primeira visita ao MASP, provavelmente a gente nunca esquece<br />
<div class="MsoNormal">
Uma das minhas maiores vergonhas, aos 30 anos de idade, era
nunca ter visitado o <a href="https://masp.org.br/" target="_blank">Museu de Artes de São Paulo (MASP)</a>. Quando tinha tempo,
não tinha dinheiro por estar desempregado; quando tinha dinheiro, o inverso. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sempre gostei muito de visitar museus. Como turista, apesar
das poucas e limitadas viagens, sempre tentei ir um aqui e outro lá para ver o
quanto da história local eles guardavam. Em Limeira (SP), trabalhei durante um
tempo em um prédio que brigava o museu, a escola de artes municipais e a
biblioteca da cidade. Apesar do acervo limitado e a falta de atenção do
Executivo para com as peças que fazem parte da história da cidade, as obras
estavam lá, sob os cuidados de um ou dois funcionários que realmente entendiam
a importância de guardar alguns elementos da história.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Em outras viagens, aquelas com a família para a praia ou em
viagens sozinhos, conheci outros museus com acervos sobre a história local. Em
Pedreira (interior de SP), Santos e Itanhaém (litoral SP) e Penedo (AL), cada
um a seu modo e determinado pela sua história, esses museus eram tão importantes
para suas cidades quanto o de Limeira, porém, também me lembro de ter a mesma
impressão de carência de cuidados por parte das instituições públicas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O primeiro museu realmente grande e “suntuoso” que conheci
foi o Museu de História Natural de Nova York. Em 2013, ganhei um concurso
cultural da Livraria Cultura e pude andar pelos corredores entre animais
empalhados, representações de ossos de dinossauros, peças de vestuário,
instrumentos de trabalho e tantos outros itens guardados naquele lugar. Naquele
dia fiz uma viagem dentro de outra. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O Museu de História Natural não é algo para simplesmente
visitar em uma manhã, como havíamos planejado (eu e minha irmã). Ele requer
praticamente um dia inteiro se você pensa em cumprir com toda a proposta de
aprendizagem que o local te oferece. São inúmeras e (quase) incontáveis
informações sobre economia, biologia, sociologia, antropologia e tantas outras
áreas do conhecimento, inclusive astronomia. Cada peça continha sua descrição e
explicações contundentes sobre a importância daquele algo exposto dentro de
quatro paredes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Com um cronograma apertado, passamos pelo Museu de História Natural
apenas como turistas apressados para cumprir o cronograma. Embora não tenhamos
agilizado os passos para ver tudo e cumprir com o tempo previsto, não
conseguimos, nem de longe, aproveitar todas as informações e exposições que o museu
reúne. Lembro de ter ficado com inveja de alguns adolescentes que vi andando
por lá com caderno e caneta nas mãos. Motivo pela curiosidade até parei um e
perguntei o que eles estavam fazendo. A menina me disse que era uma tarefa da
escola. Não lembro se ela entrou em detalhes sobre essa tarefa, mas achei uma
forma excepcional de ensinar e aprender com peças que tornam a história
praticamente viva ali diante dos olhos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<h2>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O MASP</b></h2>
<div class="MsoNormal">
Na experiência com o MASP resolvi fazer diferente daquela
que tive até então como turista em Nova York e até em minha própria cidade
natal. Com tempo, mas sem dinheiro, aproveitei que o museu tem entrada gratuita
de terça-feira e me programei para passar a tarde por lá. Ao pesquisar no
Google algumas informações sobre o MASP, vi que a média de tempo que os
visitantes ficam no local era de 1h a 2h. Pouco tempo, portanto, uma tarde bastaria
e realmente bastou.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Reservei a terça-feira, dia 3 de abril, para a visita. A
motivação para ir agora e não antes foi pelos estudos do Modernismo brasileiro
da década de 1920. Esse é o tema da disciplina de Literatura Brasileira I, do
curso de Letras na USP. A professora já havia abordado algumas características
de obras e movimentos de vanguarda europeus e brasileiro e estava começando a
apresentar a semana de 1922 nas aulas. Além das aulas expositivas, duas
leituras indicadas também colaboraram para a decisão: um capítulo do livro de
Peter Bürger, “A teoria da vanguarda”’; e o artigo de Walter Benjamin, “A obra
de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. Esses dois textos fizeram
parte das discussões sobre o conceito de arte e as modificações pela qual ela
passou ao longo do tempo até as primeiras décadas do século XX no Brasil. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Benjamin, por exemplo, trata em seu texto sobre a aura das
obras de arte. Em suma, segundo ele, aura “É uma figura singular, composta de
elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por
mais perto que ela esteja.”<a href="file:///C:/Users/Alex%20Contin/Desktop/visita%20ao%20MASP.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Para além de uma definição sumária, o conceito envolve aquela aura, quase
divina, que as obras têm. Sendo mais prático: é aquele ficar-de-queixo-caído
quando nos deparamos com algo que mexe com os sentidos e nos surpreende pela
sua beleza e singularidade. É o ficar chocado frente a algo glorioso. Enfim...
há diversas definições que acredito que apenas a real experiência consegue
definir com quase clareza.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Além disso tudo, na segunda-feira antes de minha visita a
professora havia comentado sobre Aleijadinho<a href="file:///C:/Users/Alex%20Contin/Desktop/visita%20ao%20MASP.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
e a importância que os modernistas brasileiros viram na sua obra. O MASP estava
com uma exposição justamente sobre nosso artista e a professora fez essa
indicação de visita. Ok, vamos lá então conferir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<h2>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“Imagens do
Alijadinho”</b></h2>
<div class="MsoNormal">
Todas trabalhadas em madeira, as exposição das <a href="https://masp.org.br/exposicoes/aleijadinho" target="_blank">“Imagens doAlijadinho”</a> é um mergulho sobre a religião. Confesso que, apesar de só ter uma
formação religiosa, mas não exercê-la, a exposição se restringiu apenas à
apreciação das obras e a visão a composição do artista. Por ser leigo em artes,
tentei esforçar minha visão para além daquilo que estava exposto à minha
frente. Neste sentido, consegui observar alguns aspectos interessantes das
imagens, mas fiquei profundamente incomodado com outras informações.<o:p></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-O7NAlT9Lq08/WtuQhrsq4hI/AAAAAAAAdxI/UUvT7I3_3IAOCXS0RQW9H9Ie84hWcyNLQCLcBGAs/s1600/Exposi%25C3%25A7%25C3%25A3o%2BImagens%2Bdo%2BAliejadinho%2BMASP.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="929" data-original-width="1600" height="185" src="https://1.bp.blogspot.com/-O7NAlT9Lq08/WtuQhrsq4hI/AAAAAAAAdxI/UUvT7I3_3IAOCXS0RQW9H9Ie84hWcyNLQCLcBGAs/s320/Exposi%25C3%25A7%25C3%25A3o%2BImagens%2Bdo%2BAliejadinho%2BMASP.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Exposição "Imagens do Aleijadinho", no MASP (Foto de divulgação)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Cada imagem ali exposta tinha seu nome e a época em que fora
feita. Eram representações de diversos santos que faziam parte do imaginário e
da religião mineira do século XVIII. Algumas realmente lindas, como a Nossa
Senhora das Dores, feita entre 1791 e 1812, o São Francisco de Assis (século
XVIII) e a Santa Ana Mestra (1791-1812). Ao olhar essas obras de perto, dá para
ver, aqui e ali, algumas “rachuras” (acho que posso dizer assim) do entalhe da
madeira. <o:p></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-igETBh1c03k/WtuMnAH28UI/AAAAAAAAdwc/lWCLp9up_4Ipu9xVw4pskukW1Y1FLSnswCEwYBhgL/s1600/IMG_20180403_125707252.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Obra em exposição no MASP até 3/6/2018. Foto de Alex Contin." border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-igETBh1c03k/WtuMnAH28UI/AAAAAAAAdwc/lWCLp9up_4Ipu9xVw4pskukW1Y1FLSnswCEwYBhgL/s320/IMG_20180403_125707252.jpg" title=""Nossa Senhora das Dores" (1791-1812), de Aleijadinho" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Nossa Senhora das Dores" (1791-1812), de Aleijadinho (Foto de Alex Contin)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A pintura de cada uma delas também é algo muito bonito de se
admirar. Enquanto algumas parecem ter recebido apenas uma camada de verniz
(como o São Francisco de Assis); outras são ricas em detalhes nas estampas dos vestidos
e letras no livro de Santa Ana Mestra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-TI3tWsnkvr4/WtuMn2v5AnI/AAAAAAAAdwg/IjI4DWPIqJkNhGZTQzN5wcm5HoDoQ6iZgCEwYBhgL/s1600/IMG_20180403_130940186.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Obra em exposição no MASP até 3/6/2018. Foto de Alex Contin." border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://2.bp.blogspot.com/-TI3tWsnkvr4/WtuMn2v5AnI/AAAAAAAAdwg/IjI4DWPIqJkNhGZTQzN5wcm5HoDoQ6iZgCEwYBhgL/s320/IMG_20180403_130940186.jpg" title=""Santa Ana Mestra" (1791-1812), de Aleijadinho" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12.8px;">"Santa Ana Mestra"</span> (1791-1812), de Aleijadinho (Foto de Alex Contin)<br /></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhECKalnMm7WEPVmoF9qdb0N4QIs5_neQILtEP7IBe9ohpwSOT6uJ0EZhj4xviCjivWAhID5O2BXZVPyobcul9lVlgk9KG4wxqpWpOahTxaO-WzsLy9HsdCyHKNsyfqqdi48q5dTLHzcbc/s1600/IMG_20180403_130947570.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Obra em exposição no MASP até 3/6/2018. Foto de Alex Contin." border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhECKalnMm7WEPVmoF9qdb0N4QIs5_neQILtEP7IBe9ohpwSOT6uJ0EZhj4xviCjivWAhID5O2BXZVPyobcul9lVlgk9KG4wxqpWpOahTxaO-WzsLy9HsdCyHKNsyfqqdi48q5dTLHzcbc/s320/IMG_20180403_130947570.jpg" title="Detalhe do livro de "Santa Ana Mestra" (1791-1812), de Aleijadinho" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Detalhe do livro de "Santa Ana Mestra"<span style="font-size: 12.8px;"> (1791-1812), de Aleijadinho</span> (Foto de Alex Contin)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
De toda a exposição, contudo, o que mais me chamou a atenção
foram os proprietários das obras. Isso foi algo que sempre me incomodou nas
artes e não é tanto pelo caráter comercial da composição de algumas obras
(quase como a reprodutibilidade criticada por Benjamin). Há obras totalmente
comerciais, mas que mantém o artista presente ali em cada traço, cor e
composição. O que me incomoda, de verdade, é saber que algumas estátuas do
Aleijadinho, como as representações de São Manoel, de Nossa Senhora da
Conceição, São Francisco de Assis, entre outras, pertencem a alguma Pessoa
Física (com CPF e muito dinheiro para comprar a obra) e não à sociedade e à
cidade na qual a obra foi feita. Essa é uma discussão mais batida que limão com
cachaça e açúcar, mas da qual eu não consigo me isentar. São obras lindas que
ficam na estante de alguém. De vez em quando saem dessa prateleira para compor uma
exposição aqui e acolá, mas que são “propriedade” de alguém. Bom... obras de
arte são patrimônio e entram até nos balanços de grandes empresas, então é uma
discussão que já nasce morta, infelizmente.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-h6aTlcu4x9A/WtuOrZ_z2XI/AAAAAAAAdw0/_MwxehLH938od11xGyj4cB2KF118HxNzgCLcBGAs/s1600/IMG_20180403_125806393.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Obra em exposição no MASP até 3/6/2018. Foto de Alex Contin." border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-h6aTlcu4x9A/WtuOrZ_z2XI/AAAAAAAAdw0/_MwxehLH938od11xGyj4cB2KF118HxNzgCLcBGAs/s320/IMG_20180403_125806393.jpg" title=""São Francisco de Assis" (século XVIII), de Aleijadinho" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"São Francisco de Assis" (século XVIII), de Aleijadinho (Foto de Alex Contin)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<h2>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Acervo em
transformação</b></h2>
<div class="MsoNormal">
Depois de passar pelo primeiro andar, onde está Aleijadinho,
parti para a exposição de obras da coleção do museu. A exposição <a href="https://masp.org.br/exposicoes/acervo-em-transformacao" target="_blank">“Acervo emtransformação”</a> realmente me impressionou logo de cara pela forma como as obras estão
expostas. Elas estão ali, a poucos centímetros da sua respiração e, vale dizer,
podem sofrer danos se você respirar perto demais ou quiser colocar o dedo
indicador na tela! Muitas pinturas são emolduradas com vidro, porém, várias
não. Há uma fita no chão que indica a distância que você precisa manter do
quadro, mas é uma distância realmente minúscula. Vi um adolescente quase
colocando o dedo em uma obra e por um segundo senti o que é um princípio de
infarto.<o:p></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-Tj76R5IGPwg/WtuPLC9K8KI/AAAAAAAAdw8/m3zUPBF8OM8A24JtXI67DbbrXqiLXBPRACLcBGAs/s1600/IMG_20180403_141352986.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Obra do acervo do MASP. Foto de Alex Contin." border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-Tj76R5IGPwg/WtuPLC9K8KI/AAAAAAAAdw8/m3zUPBF8OM8A24JtXI67DbbrXqiLXBPRACLcBGAs/s320/IMG_20180403_141352986.jpg" title="" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Obras do "Acervo em Transformação" nos seus cavaletes de cristal. Quadro de Monet em destaque. (Foto de Alex Contin)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Segundo o MASP, o “Acervo em transformação” retoma os
cavaletes de cristal de Lina Bo Bardi e têm o objetivo de realmente aproximar o
público das obras:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 42.55pt; text-indent: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Futura-Book",serif; font-size: 11.0pt;">O retorno
dos cavaletes não é um gesto nostálgico ou fetichista em relação a uma
expografia icônica, mas deve ser compreendido como uma revisão do programa
museológico de Lina Bo Bardi com suas contribuições espaciais e conceituais. A
dimensão política de suas propostas é sugerida pela galeria aberta,
transparente, fluida e permeável, que oferece múltiplas possibilidades de
acesso e leitura, elimina hierarquias, roteiros predeterminados e desafia
narrativas canônicas da história da arte. O gesto de retirar as pinturas da
parede e colocá-las nos cavaletes aponta para a dessacralização das obras,
tornando-as mais familiares ao público. Ainda, por outro lado, as legendas
informativas colocadas no verso das obras possibilita um primeiro encontro com
elas livre de contextualizações da história da arte. Nesse sentido, a
experiência do museu torna-se mais humanizada, plural e democrática.</span><a href="file:///C:/Users/Alex%20Contin/Desktop/visita%20ao%20MASP.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Futura-Book",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Achei realmente incrível essa proposta de aproximação. Ter
as obras tão próximo de nós, público, permite observar os traços, as cores, as
texturas e os movimentos dos pinceis dos artistas. Em algumas obras, como “A
canoa sobre Epte”, pintada por Monet por volta de 1890, parece ser importante o
fato de você poder ver como ele pintou a água e de que forma usou tanto suas
pinceladas como suas cores para fazer o reflexo na água. Em outras obras, como
as de Picasso, a mesma coisa acontece. Sendo assim, essa proximidade permite contemplar
muito mais que apenas a imagem.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-Z6UAOViRZE0/WtuMbAiczVI/AAAAAAAAdv4/cFUSP6yi-QIpZ7DkPtmz1TDFGdWYltkXACLcBGAs/s1600/IMG_20180403_141404510.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Obra do acervo do MASP. Foto de Alex Contin." border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-Z6UAOViRZE0/WtuMbAiczVI/AAAAAAAAdv4/cFUSP6yi-QIpZ7DkPtmz1TDFGdWYltkXACLcBGAs/s320/IMG_20180403_141404510.jpg" title=""A canos sobre Epte" (cerca de 1890), de Monet" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"A canos sobre Epte" (cerca de 1890), de Monet (Foto de Alex Contin)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWsaJEhcR5HfpB-W78WLiZVT80VxHBc8-pnxEusVWkeZVDp7hX_kxzbT91xkRu0A7LruXGZ6WJXsPg75lT9bYCf0STCt550r1XO-JHgtij-Ih4SPkK-B2ogDJ3CnCAHDULML7F5aKhMsg/s1600/IMG_20180403_141419990.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Obra do acervo do MASP. Foto de Alex Contin." border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWsaJEhcR5HfpB-W78WLiZVT80VxHBc8-pnxEusVWkeZVDp7hX_kxzbT91xkRu0A7LruXGZ6WJXsPg75lT9bYCf0STCt550r1XO-JHgtij-Ih4SPkK-B2ogDJ3CnCAHDULML7F5aKhMsg/s320/IMG_20180403_141419990.jpg" title="Detalhe da "A canos sobre Epte" (cerca de 1890), de Monet" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Detalhe da "A canos sobre Epte" (cerca de 1890), de Monet (Foto de Alex Contin)</td></tr>
</tbody></table>
Abro mão de ficar falando sobre os artistas e suas obras (até
porque reconheço minha ignorância sobre isso) para me focar em apenas um. Como
as obras estão expostas em ordem cronológica, resolvi fazer meu próprio
zigue-zague respeitando essa ordem. Contudo, ao andar de uma obra até a outra
da mesma fila, ou ao trocar de fila, meus olhos eram atraídos por duas pinturas
enormes e lindas, quase lá no final do salão. Quanto mais perto chegava, mais
curioso ficava para observar as duas obras e tentar entender o que o artista
queria me mostrar. A uma fila de distância, abandonei as demais obras que
seguiriam meu caminho para finalmente encarar aqueles dois monstros.<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A primeira obra, a esquerda, um grupo de pessoas passava a
ideia de uma família, mas uma família realmente pobre. Suas roupas praticamente
de trapos e as expressões de sofrimento em uma ilustração nem um pouco “realista”
(com os traços bonitinhos de um autorretrato, por exemplo), passaram uma noção
de realidade crua e muito cruel. Na obra da esquerda, tive a impressão de ver
praticamente a mesma família retratada ao lado, como se fossem dois momentos de
uma vida seca. Nessa segunda obra a família chorava. Não eram lágrimas azuis,
redondinhas e perfeitas, mas sim ocres, da cor de uma terra na qual nada vinga,
quase nada cresce. Essas areias, ou lágrimas, eram derramadas pela criança
morta dos braços de uma mãe aparentemente inconsolável.<o:p></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-6JDLCTnPcPw/WtuMsi7Fk7I/AAAAAAAAdwo/Q1zObBdWLusrlcn9Mu-d2atjoAo4W2YfwCEwYBhgL/s1600/IMG_20180403_145309411.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Obra do acervo do MASP. Foto de Alex Contin." border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-6JDLCTnPcPw/WtuMsi7Fk7I/AAAAAAAAdwo/Q1zObBdWLusrlcn9Mu-d2atjoAo4W2YfwCEwYBhgL/s320/IMG_20180403_145309411.jpg" title=""Criança Morta" (1944), de Portinari" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Criança Morta" (1944), de Portinari (Foto de Alex Contin)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk06mgHj00DezHxJEiD9Fm4PCM7_U6EXtkTGXQLnX_j8u1Y_1yftsodFtZytPmeszvSIzgXe7roNjblkVKXIrpq-ecaty8SAFOVY37P2keqrY3utd9nqLalxyTl6b9GtLPPl_B8_9X3oQ/s1600/IMG_20180403_145323106.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Obra do acervo do MASP. Foto de Alex Contin." border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk06mgHj00DezHxJEiD9Fm4PCM7_U6EXtkTGXQLnX_j8u1Y_1yftsodFtZytPmeszvSIzgXe7roNjblkVKXIrpq-ecaty8SAFOVY37P2keqrY3utd9nqLalxyTl6b9GtLPPl_B8_9X3oQ/s320/IMG_20180403_145323106.jpg" title="Da série "Retirantes" (1944), de Portinari" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Da série "Retirantes" (1944), de Portinari (Foto de Alex Contin)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
As duas obras, de Portinari, foram pintadas em 1944, seis
anos após a publicação da primeira edição de “Vidas Secas” (1938), Graciliano
Ramos. As telas fazem parte da coleção Retirantes e seus nomes são totalmente
dispensáveis frente ao que elas nos apresentam de forma extremamente rica e “real”.
Cada um a seu modo, Portinari e Ramos, retrataram a questão nordestina de suas
épocas que hoje muitos continuam negando que existe ou, o que é pior, um dia existiu.
No meio de tantas pinturas lindas, que aqui ou ali se desviaram ou não do
academicismo de suas épocas, os quadros do Portinari e seu intertexto com “Vidas
Secas”, são um soco tão grande no estômago que elas dizem “Você quer aura, @?
Então toma!” Além disso, elas adquirem um sentido enorme ao estarem expostas no
MASP: na Avenida Paulista, em São Paulo, a capital econômica do Brasil que
tanto faz questão de perpetuar o preconceito pelos nordestinos (e,
sinceramente, por quase tudo o que não é do Sudeste e de São Paulo).</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Cada obra da exposição tem um pequeno texto explicativo
atrás dela. A intenção, segunda a descrição do MASP, é justamente fazer o
público experienciar primeiro a obra e depois ter mais informações sobre ela.
Contudo, no caso dessas duas telas do Portinari, quase não dá vontade de querer
entender o que elas significam. “A imagem já é chocante, talvez saber mais
sobre ela desgrace ainda mais a cabeça!”, pensei. A vontade é só de ficar ali,
colhendo detalhes com os olhos, lendo toda a narrativa que está por detrás “daquilo”
e, acima disso, enxergar a crítica feita por meio daquela imagem. É realmente
surreal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<h2>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“Maria Auxiliadora:
Vida cotidiana, Pintura e Resistência”</b></h2>
<div class="MsoNormal">
Por fim e para recuperar o fôlego, as cores vibrantes de
Maria Auxiliadora. A <a href="https://masp.org.br/exposicoes/maria-auxiliadora-da-silva-vida-cotidiana-pintura-e-resistencia" target="_blank">exposição</a> faz parte da programação do “ano dedicado às
histórias afro-atlânticas no MASP – as histórias dos fluxos e dos refluxos
entre África e as Américas através do Atlântico”<a href="file:///C:/Users/Alex%20Contin/Desktop/visita%20ao%20MASP.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
O colorido foi o que mais me chamou a atenção. Nos quadros da Auxiliadora parece
não haver sequer resquício de rigor acadêmico da pintura. A liberdade, junto
das cores, pulam dos quadros junto com a cultura brasileira e suas
peculiaridades regionais.<o:p></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhojwuRRduAORP4_XA7ecxO_VyZw17hOCrkSO93b9YqUOvZBvLp1M40pzIluTq9ky1RasYIA4LsOS8urPSr3jqRVCoAmin-23CPyZfjL_hPPKHOkfxGiOmqbDGOCM3Q5upgNE42u-y-PCA/s1600/IMG_20180403_151820860.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Obra em exposição no MASP até 3/6/2018. Foto de Alex Contin." border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhojwuRRduAORP4_XA7ecxO_VyZw17hOCrkSO93b9YqUOvZBvLp1M40pzIluTq9ky1RasYIA4LsOS8urPSr3jqRVCoAmin-23CPyZfjL_hPPKHOkfxGiOmqbDGOCM3Q5upgNE42u-y-PCA/s320/IMG_20180403_151820860.jpg" title=""Banhistas" (1973), de Maria Auxiliadora" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Banhistas" (1973), de Maria Auxiliadora</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quando sai do espaço dedicado às obras, fiquei imaginando as
críticas feitas por aqueles intelectuais mais clássicos que só enxergam arte a
partir de um conceito bem fechado (quase sempre elitista) obtido em livros (e
não na experiência prática). Eis que, enquanto esperava ser atendido pelo
funcionário da lojinha do MASP, ouvi uma conversa que me respondeu de pronto
essa indagação pessoal. Um garoto bem branco, magro, alto, com cerca de 20 anos
talvez, esperava o funcionário terminar seu cadastro no clube “Amigo MASP”, eis
que é questionado: “Gostou das obras da Maria Auxiliadora?”. Ele fez uma cara
de não muita amizade e comentou que não. O funcionário, que provavelmente já
captara o gosto do menino, comentou: “Ela não tem um rigor acadêmico mesmo, né?”.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Foi praticamente uma pergunta retórica: o garoto havia
deixado claro pela expressão e pelo tom de seu “não” que aquele tipo de obra,
mais popular, não o agradava. Indo além de uma interpretação superficial e
passando para uma mais especulativa, o que parece não ter agradado o garoto era
única e exclusivamente a falta do tal “rigor” da pintura. Com isso em mente,
ele provavelmente sequer olhou para a crítica feita pela artista. E, para falar
a verdade, não era difícil enxergar essa crítica: a exposição contava com
explicações e com um acervo pequeno de notícias e outras informações sobre como
a Maria Auxiliadora usava sua arte como uma forma de resistência. Estava quase
tudo dado para o interpretante, bastava escolher querer ou não interpretar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Enfim, perder a virgindade do MASP foi uma experiência muito
bacana. Tentei colocar minhas críticas pessoais à arte de lado para realmente
tentar enxergar sua “evolução” ao longo do tempo. De certa forma o museu me
ajudou muito nessa tarefa. As explicações das obras, quando lidas numa
sequência como apoio à mensagem de cada pintura, ajudam muito a ver como a
sociedade era retratada mimeticamente até um determinado período e como as
obras incorporaram o conceito de arte à partir do século XIX (principalmente
considerando toda a discussão sobre autonomia da arte feita por Bürger).<o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Alex%20Contin/Desktop/visita%20ao%20MASP.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> BENJAMIN, Walter. Magia e técnica,
arte e política. (1935/1936) Tradução de Sergio Paulo Rouanet. Editora
brasiliense. Citação na p. 170.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Alex%20Contin/Desktop/visita%20ao%20MASP.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> A exposição “Imagens do
Aleijadinho” ficará disponível até dia 3 de junho de 2018. Mais informações
aqui: https://masp.org.br/exposicoes/aleijadinho<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Alex%20Contin/Desktop/visita%20ao%20MASP.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Texto da descrição da
exposição “Acervo em transformação” do MASP. Disponível aqui: https://masp.org.br/exposicoes/acervo-em-transformacao<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Alex%20Contin/Desktop/visita%20ao%20MASP.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Texto da descrição da
exposição “Maria Auxiliadora: vida cotidiana, pintura e resistência”,
disponível no MASP até 3 de junho de 2018. Fonte e mais informações aqui: https://masp.org.br/exposicoes/maria-auxiliadora-da-silva-vida-cotidiana-pintura-e-resistencia<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br />Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0Av. Paulista, 1578 - Bela Vista, São Paulo - SP, 01310-200, Brasil-23.561414 -46.6558819-49.0834485 -87.9644759 1.960620500000001 -5.3472878999999978tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-83503331283330633272017-12-23T11:05:00.001-08:002017-12-23T11:05:59.343-08:00"Gestão de pessoas", a visão de uma dessas pessoas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3eIxkyHx-LCqvH5hjbNpXhvcv2myAsVp_iRoSM74MBvbRZ769iXNiIqSEdejwVEReDo8pg8zbF5GZtAKl4zCNHUWBJdX7td_7rkCh0e33nu2bMqgLUrpDepxGm00IgNkhJ_HvKs6ugWQ/s1600/As-redes-sociais-como-ferramentas-de-Gestao-de-Pessoas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="614" data-original-width="1200" height="326" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3eIxkyHx-LCqvH5hjbNpXhvcv2myAsVp_iRoSM74MBvbRZ769iXNiIqSEdejwVEReDo8pg8zbF5GZtAKl4zCNHUWBJdX7td_7rkCh0e33nu2bMqgLUrpDepxGm00IgNkhJ_HvKs6ugWQ/s640/As-redes-sociais-como-ferramentas-de-Gestao-de-Pessoas.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Uma busca rápida na internet sobre o tema “Gestão de
pessoas” traz uma infinidade de resultados. Cursos de especialização,
artigos com “frases inspiradoras”, “pilares” ou qualquer passo a passo, são fáceis de encontrar entre as milhares de propostas disponíveis online. A questão,
contudo, é: o que é gestão de pessoas para quem está no final da linha, do
organograma ou no “chão de fábrica”? Apresentar essa visão é o objetivo deste
texto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Falar o termo “Gestão de pessoas” é algo chique. É um dos
termos de um vocabulário empresarial que teve e ainda tem muito destaque quando
o assunto é gerir uma empresa e, principalmente, uma equipe de funcionários. A principal promessa é sempre o desenvolvimento
desses funcionários, independentemente de suas posições hierárquicas na empresa. Essa
promessa, contudo, parece ser mais palpável quando ela é apresentada a todos os
funcionários, exceto aqueles que trabalham nas atividades mais elementares de
uma companhia. Sendo assim, ela se torna muito mais uma ilusão que uma
possibilidade, principalmente em grandes empresas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Dizer, por exemplo, que o mercado de trabalho é um ambiente
no qual "leão come leão" não é exagerar na adjetivação. A maioria das empresas
trabalha com um cenário pouco favorável para a colaboração entre os seus
funcionários, preferindo instaurar um local altamente competitivo. A competição
puxa a meritocracia que, por sua vez, leva à gestão de pessoas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sim, esta é, em partes, uma visão negativa de um termo tão
comumente usado em conversas com coordenadores e gerentes. Dizer que o
funcionário que trabalha no nível hierárquico mais baixo de uma empresa tem um
responsável pela gestão de seu desenvolvimento e crescimento na empresa pode
ser um discurso ilusório e manipulador. “Faça mais que você cresce!”, é desta
forma que geralmente a questão é apresentada. No entanto, a negatividade desta visão está relacionada
diretamente à falta de preparo de quem é colocado para gerir pessoas. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Essa
atividade não conta apenas com controle de escalas, folgas, férias e manutenção
da produtividade do funcionário. Ela deve ir além e usar todas as ferramentas
possíveis e imagináveis para lidar com um empregado. Apesar de existir inúmeras
ações ou instrumentos que podem ser usados nesta gestão, há duas que são
essenciais: comunicação e transparência.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<h3>
As “ferramentas” fundamentais</h3>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Como apresentado, a gestão de um profissional deve ir além
do feijão com arroz – diga-se de passagem que é apenas quando o gestor consegue
ir além que ele está efetivamente gerindo alguém. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O ambiente de trabalho é um local altamente crítico.
Independentemente da empresa, quer ela seja nacional ou multinacional; grande
ou pequena; tradicional ou <i>startup</i>; as pessoas precisam trabalhar com ou sem
“gosto”/"vontade"/"motivação". Em um único escritório há funcionários com perfis que são extremos
opostos. Há o satisfeito e o insatisfeito com a empresa ou com a função; há o <i>highperformer </i>e aquele que faz só o que
lhe é pedido; há quem tem filhos e duplas jornadas e aqueles que voltam para a
casa dos pais depois do expediente e lá nada fazem. Listar todos os tipos e
perfis levaria, no mínimo, mais umas duas laudas. A questão, contudo, é:
entender o funcionário é primordial antes de qualquer coisa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Esse entendimento passa, portanto, pela comunicação e pela
transparência. Apresento elas como “ferramentas” porque, embora básicas e
cruciais, essas duas palavrinhas são muitas vezes esquecidas durante um
diálogo (por incrível que pareça). A comunicação, por exemplo, está em todo lugar, porém, muitas vezes
ela é usada de forma errada. De nada adianta conversar com um subordinado e a
ele não dizer nada de relevante, ou seja, expelir um discurso pronto e
pré-formatado. Há inúmeras maneiras de dizer uma mesma palavra: com contextos
diferentes, tons de voz diferentes, ambientes diferentes. Embora a mensagem
seja importante, uma palavra não se sustenta sozinha na interpretação de ninguém.
Há, portanto, inúmeros fatores que contribuem para a efetividade da
comunicação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O “momento adequado”, por exemplo, é um desses fatores. Como
disse anteriormente, o ambiente de trabalho é um local crítico. Em questão de
segundos tudo pode mudar. O slogan de uma rádio de notícias brasileira é
perfeito para este caso. De uma hora para outra uma insatisfação pode surgir em
um funcionário da equipe e ela se espalha tão rápido que a gestão de pessoas
passa a ser uma gestão de crises. Insatisfações acontecem e podem ser geradas
por infinitas causas e motivações. É neste ponto que a comunicação é essencial.
De fato, manter uma comunicação clara e constante com os funcionários ajuda a
evitar a maior parte das crises que podem impactar a atividade dos trabalhadores.
Saber os anseios e frustrações é mais importante que ouvir elogios e falsas
mensagens sobre o quanto este ou aquele funcionário está gostando de sua
função e da empresa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A proposta é, portanto, questionar: “Quais são suas
reclamações?”. Aqui entra a transparência. Gestores de pessoas muitas vezes não
são os donos da empresa, porém, eles recebem tais função e cargos por estarem em
sintonia com os objetivos econômicos dela. Um gestor - quer ele seja
coordenador, diretor ou qualquer outro cargo acima dos funcionários do “chão de
fábrica” – é escolhido para manter as engrenagens limpas e funcionando. Isso
tudo é óbvio, mas a questão das reclamações deveria ser tão óbvio quanto, porém, não é o que acontece na maioria das empresas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ouvir o funcionário reclamar é uma das ações mais justas e
poderosas que qualquer gestor pode fazer. Contudo, não estamos falando de qualquer reclamação. Se
pensarmos em uma escala de complexidade, do assunto mais fácil ao mais
complicado, embora os gestores não devam ignorar nenhum discurso, a preferência
deve ser dada àqueles casos que parecem impossíveis e sem solução. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Você, leitor, pense em algo que você jamais teria coragem de
reclamar ao seu superior. Todos temos algum ponto que nos faz pensar duas vezes
antes de falar mesmo que a mensagem seja elaborada da maneira mais assertiva, respeitosa e política possível, certo? Pois é, aqui está o erro. Se é preciso pensar mais de
uma vez antes de fazer uma reclamação, algo está muito errado. Algo, na
verdade, não está transparente e a tendência é que piore com o tempo. Sabem a
máxima do “cliente satisfeito faz propaganda para X pessoas e um insatisfeito
faz para 10X”? Pois é, ela não funciona apenas com clientes e arrisco dizer que
ela é muito mais importante com os funcionários que com os clientes porque
insatisfação contamina e afeta a qualidade do atendimento ao cliente final. É possível dizer até que ela é uma praga, mas, ao invés
de ser combatida, ela precisa ser compreendida. A compreensão é a chave para
mitigar qualquer falha de expectativa que, consequentemente causa toda e
qualquer insatisfação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Neste cenário, portanto, defendo que gestores não devem ser
aquelas pessoas que mais entendem do processo, que mais fizeram cursos de Recursos
Humanos, Gestão de Pessoas ou qualquer outro curso que é mais fácil de entrar e
concluir que jogar uma partida de truco com alguém que não conhece as regras do
jogo. Um gestor precisa, antes de qualquer coisa, ser uma pessoa empática e
corajosa. Empática porque precisa saber lidar, principalmente, mais com frustrações
que com qualquer outro assunto; corajosa, embora seja um atributo “simples”, porque ouvir reclamações sinceras e sem filtros não é algo para qualquer pessoa. Mais
que isso, saber interpretar essas reclamações, ser empático com elas e,
principalmente, ser sincero e transparente em uma resposta à ela é que é a
questão fundamental. No fundo, um "gestor de pessoas" precisa enxergar o valor das reclamações e incentivar o funcionário a ser "contra a empresa" para melhorá-la cada vez mais - este tópico, contudo, é tema para um próximo texto. =)<o:p></o:p></div>
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-48304800631267212052017-12-23T10:49:00.000-08:002017-12-23T10:49:05.516-08:00O que o filme "Her" nos diz sobre ser Customer Centric?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-sWXn7oVZeD0/Wj6lC6EV4LI/AAAAAAAAcpw/Uvu1w_mREx4wbh6F6jsCmc-T1DM4vboewCLcBGAs/s1600/hero_Her-2013-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="1200" height="265" src="https://1.bp.blogspot.com/-sWXn7oVZeD0/Wj6lC6EV4LI/AAAAAAAAcpw/Uvu1w_mREx4wbh6F6jsCmc-T1DM4vboewCLcBGAs/s640/hero_Her-2013-2.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
Roberto,<br /><o:p> </o:p>Você vai sempre voltar pra nossa casa e me contar o seu dia?
Do cara no trabalho que falava demais. De como sua camisa manchou no almoço. De
algo curioso que lhe ocorreu ao acordar mas você tinha esquecido. Me dizer como
todos são loucos, e nós vamos rir disso. E se você voltar pra casa tarde e eu
já estiver dormindo, sussurre ao meu ouvido apenas um dos seus pensamentos de
hoje. Porque eu adoro o modo como você vê o mundo. Fico muito feliz de estar ao
seu lado e ver o mundo através dos seus olhos.<br /> Beijos, Maria.<br /><o:p> </o:p>“Isso é lindo”.<br />“Obrigado”, disse Theodore assustado ao ouvir o elogio de um
colega do trabalho que ouviu a carta sendo redigida à partir de seu ditado para
o computador.<br />“Queria que alguém me amasse assim”, complementou o tal
colega.</blockquote>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
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<o:p></o:p></div>
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<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A carta, ditada ao computador por Theodore, é redigida em
uma caligrafia apropriada para Maria. O computador se encarrega das curvas
certas das letras cursivas, mas o tom e a emoção são estrategicamente criados
pelo funcionário daquela empresa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Especializada em correspondências, uma companhia criou um
serviço personalizado para aquela sociedade. Quer seja no futuro ou em um
presente alterado por alguma decisão favorável à tecnologia realmente acessível
em todo o mundo, essa empresa teve a ideia de contratar profissionais
capacitados à uma inteligência emocional mutante e evolutiva. O serviço era
simples: conhecer o cliente e falar em nome dele com seus amigos de infância,
familiares distantes ou distanciados pelo crescimento individual, colegas de
trabalho ou até mesmo com Ricardo, o marido de Maria da carta que abre esse
texto. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Embora em uma sociedade mais evoluída tecnologicamente, esse
cenário é retratado pelo filme Her, do diretor Spike Jonze. No ano em que
chegou ao cinema, 2013, a maioria dos comentários e críticas se posicionavam à
favor ou contrários à indicação de Scarlet Johanson ao Oscar apenas pela
atuação com sua voz neste filme. Ela fez o papel de Samantha, um Sistema
Operacional (OS, na sigla em inglês usada no filme para se referenciar à
personagem) avançado ao ponto de se adaptar ao seu usuário e desenvolver
sentimentos. Contudo, não são apenas sentimentos que a OS desenvolve. Ela vai
além das expectativas do usuário e cria um relacionamento com ele. Da simples
interação, à amizade e até ao namoro e talvez casamento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quem passa por todo esse processo apresentado por Her é
Theodore, interpretado por Joaquim Phoenix. Separado da esposa há quase um ano,
mas ainda não divorciado, Theodore trabalha na empresa especializada em
escrever cartas por seus clientes. Sensível e adaptável à todas situações, ele
fala por seus clientes com todo o sentimento que eles sequer conseguiriam
externalizar sozinhos. São cartas elogiando um casamento da amiga, desejando
melhoras à um primo distante ou expressando a saudade de amantes que há muito
não se veem. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Theodore tem uma escrita sensível e perceptiva que lhe rende
a publicação de um livro com as melhores cartas selecionadas por Samantha. Ela,
um OS que ele comprara e concedera acesso à todos seus e-mails e contatos, se
liberta de sua condição puramente artificial para uma consciência emocional
humana. Ela suspira entre suas frases mesmo sem precisar de oxigênio. Ela ri,
flerta, conta piadas para Ele. Samantha lê o trabalho de Theodore e se
emociona. De todas suas cartas, ela seleciona aquelas que expressam com
perfeição os sentimentos mais difíceis de descrever apenas com palavras pretas
em um papel branco. Ela se humaniza.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O filme trata de atendimento e expectativas correspondidas
em dois níveis. No plano humano, real, Theodore compõe cartas que são certeiras
e empáticas com os sentimentos de quem recebe e correspondente com o sentimento
de quem o contatou para isso. No plano tecnológico, virtual, Samantha é um OS
programado para atender às expectativas humanas de quem o comprou. Ela é uma
Siri, um Google Assistent ou uma Cortana que vai além da capacidade assistiva
para uma interação com o usuário humanizada, adaptativa auto-evolutiva.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Fora do mundo da Sétima arte, Her serve como uma exemplo do
que é um atendimento humanizado. Um Analista de Relacionamento é como Theodore
ou Samantha. A empresa que o contrata é o cliente dele ou o desenvolvedor dela.
Os clientes da empresa, por sua vez, são aqueles que recebem as cartas escritas
por Theodore ou o usuário que comprou um OS como Samantha. O fato é que lidar
com clientes é ser empático e adaptável às suas mais distintas intenção,
sensações e estados de ânimo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quando Theodore compõe a carta de Maria, além de saber
exatamente o que destinatário gostaria de ouvir, ele também sabe dosar
exatamente o que seu cliente precisa falar. Ele trabalha com expectativas e
sabe como se relacionar com todas as suas facetas. Definitivamente não é um
trabalho fácil se você for parar para pensar no que outra pessoa escreveria
para um amigo que perdeu o pai, por exemplo. Dar boas notícias é fácil,
emocionante, divertido e prazeroso. Dar más notícias é um outro terreno que
muitas pessoas não gostam de sequer saber de sua existência. Essas pessoas o
rodeiam, chegam próximas ao seu muro, mas no máximo encostam nele. “Vou estar
fazendo”, “vou estar me reportando”, “vou estar tentando dar uma notícia ruim
para o senhor, mas não sei como fazer, então, na verdade, vou estar passando para
meu superior, tudo bem?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O grande desafio de um atendimento humanizado não é,
portanto, corresponder às expectativas, mas sim superá-las ou convertê-las. É
enxergar um ponto crítico e transformá-lo em uma experiência positiva. Faz-se
isso quando, por exemplo, um cliente que sequer teria direito ao reembolso de
uma viagem paga em dinheiro (vide os termos de uso para se informar melhor e
não fazer isso você também) e se decepciona com uma situação que ela considera
negativa feita por parte da empresa. O atendente, neste cenário, consegue
acalmá-la e propor uma solução satisfatória para ela não ficar sem o dinheiro
que desembolsou à mais pelo serviço que usou. Faz-se isso também quando a
cliente envia um e-mail falando que ficou sem bateria no celular e acabou não
conseguindo pagar o motorista particular que ela chamou pelo aplicativo. A
atendente, comovida pelo relato da passageira, resolve enviar à ela um
carregador de celular portátil para que ela não precise passar pela situação
mais uma vez.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para além dos mimos e das intermediações, um atendimento
humanizado realmente merece essa adjetivação quando a empatia é suficiente para
criar um relacionamento saudável, transparente e sincero com seus clientes. Ele
não é composto por frases prontas e falsos gerúndios, mas sim por escolhas
assertivas de palavras e mensagens que transmitem credibilidade e segurança em
nome da empresa. Esta cria vínculos, faz sua fama como ouvinte das queixas de
seus clientes e, principalmente, consciente do contexto de seus clientes, como
defende Claudia Vale quando o assunto é empresa focada no cliente (Custommer
Centric, no inglês).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para além do filme, quem ajuda também a entender uma
comunicação que atenda às expectativas é Patrick Charradeau. Linguista francês
e fundador da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, Charradeau
defende que o processo de comunicação é dado por dois atores e suas respectivas
máscaras. Cada indivíduo tem sua formação histórica, social e psicológica
única. No ato de comunicação, falada ou escrita, esse indivíduo imputa
intenções em suas mensagens. Às vezes essas intenções são claras, como uma
ordem ou um pedido gentil. Porém, a maior parte das intenções são ocultas por
uma máscara. Estratégica, consciente ou inconsciente, essas máscaras são
“filtros” (sociais, econômicos, sexuais, etc.) que precisam ser interpretados
pelos ouvintes ou leitores (o famoso destinatário da mensagem). Uma máscara se
comunica com a outra e os indivíduos, sem seus filtros, estão constantemente
interpretando, duvidando, concordando ou conflitando com as mensagens que
recebem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nas palavras adaptadas de Charradeau, do livro Linguagem e
Discurso (Contexto, 2012):<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: Times-Roman; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Times-Roman; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">“O discurso é apenas
uma </span><i><span style="font-family: Times-Italic; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Times-Italic; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">máscara </span></i><span style="font-family: Times-Roman; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Times-Roman; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">usada pelo indivíduo. É por isso que esse
indivíduo, consciente desse estado de fato, pode jogar, com finalidades
estratégicas, tanto o jogo da transparência entre ele e seu discurso quanto o
da ocultação do indivíduo pelo destinatário”. Ou seja: “O discurso é sempre uma
imagem de fala que oculta em maior ou menor grau o indivíduo” (a citação
original e página estão no final do texto).</span></blockquote>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
É, portanto, o trabalho de Theodore, em Her, ser a máscara
de seus clientes. Sendo assim, o papel de um Analista de Relacionamento também
é ser uma máscara da empresa para a qual ele trabalha. Embora máscara tenha uma
conotação mais negativa que positiva, a teoria de Charradeau é aplicada à toda
e qualquer situação de comunicação, quer seja ela positiva ou negativa; de amor
ou de ódio; tristeza ou felicidade. Sendo assim, o atendimento humanizado é tão
adaptável e metamórfico quanto as infinitas intensidades das interações
humanas.<o:p></o:p></div>
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-63228996699861505382017-09-01T14:30:00.004-07:002017-09-01T14:30:54.597-07:00Um novo passo, confirmando velhas visões<div class="MsoNormal">
Há alguns dias (ou semanas) publiquei aqui no blog a
dificuldade que é encontrar emprego atualmente em São Paulo (ou no Brasil,
talvez). Eis que finalmente consegui uma recolocação e, acredito, uma ótima
recolocação. Este texto, além de uma comemoração pessoal, tem o objetivo de
compartilhar uma experiência muito positiva relacionada ao processo seletivo.
Por hora vou omitir o nome da empresa porque não quero dar spoilers do processo
seletivo – ficará claro o porquê.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>All Star e Havaianas<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
A primeira impressão que veio na cabeça quando fui chamado
para a entrevista e fiz aquela pesquisa habitual sobre a empresa foi Google.
Temos na cabeça o tal “padrão Google” de empresa: descontraída, com vídeo games
e outras formas de entretenimento para o funcionário, ou seja, diferentona. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As informações disponíveis eram, de certa forma, limitadas.
Em um site de “reviews” de ex-funcionários, um profissional comentou que lá era
possível trabalhar de bermuda e chinelo; no anúncio da vaga dizia que de
sexta-feira tem bolo e cerveja para os funcionários. Portanto, não foi difícil
logo associar a empresa com o Google. Foi o que me motivou a participar do
processo? Não exatamente, mas confesso que a possibilidade de trabalhar de
bermuda em um país que o calor é escaldante me atraiu bastante – afinal, aqui a
hipocrisia fica de lado. Sempre pensei: pra quê, afinal de contas, é preciso
trabalhar de terno, de social ou de jeans quando vivemos em um país tropical?
Isso é extremamente hipócrita e injusto com o funcionário. Tenho, e sempre
tive, em mente, que um funcionário confortável significa uma produtividade
maior ou, para ser mais justo, uma experiência melhor no trabalho sem aquelas
amarras habituais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Animado com as informações que obtive, só pude confirma-las
no dia da entrevista. Localizada na Vila Olímpia, um bairro conhecido pelo “glamour
empresarial”, o ambiente físico é maravilhoso. Todo moderno e descolado. Logo
na recepção vi poltronas roxas. A recepcionista de vestidinho curto e All Star nos
pés. Simpática, pediu para que preenchêssemos nossas informações no iPad. Essas
eram enviadas diretamente para a profissional do RH que seria informada que eu
e os outros candidatos já estávamos aguardando.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A espera não foi longa, mas quando finalmente fomos chamados
para a sala onde seria realizado o processo seletivo, Havaianas. Sim, a
profissional do RH estava de jeans rasgado, uma blusinha leve e Havaianas da
Minie nos pés. Ela chegou a comentar, ao longo do processo, que as pessoas
estranham ao ver aquele “dresscode” desconstruído. Sim, é de se estranhar, mas
extremamente animador – pelos motivos que já apontei acima, mas repito: Pra quê
passar calor e trabalhar desconfortável?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Diversidade<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
Essas primeiras surpresas-impressões logo foram superadas.
Em um ambiente descontraído, tanto quanto a empresa, nos foi proposto a redação
de um e-mail resposta para um cliente hipotético. Vinícius, o cliente, sofreu
homofobia e teríamos que conversar com ele para tentar solucionar e remediar o
transtorno. Vou repetir: HOMOFOBIA. Ok, se as primeiras impressões são as que
ficam, a segunda a superou facilmente. Pode até me coloque para trabalhar trajando
roupas de frio sob um sol de 40º, isso seria fichinha em um ambiente que se
preocupa com questões de homofobia e mostra logo aos candidatos essa visão
maravilhosa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Na sequência veio um teste de interpretação do inglês. Foi
exibido um vídeo e apenas teríamos que escrever resumidamente o assunto dele. O
vídeo? Emma Watson falando sobre feminismo no lançamento da campanha “He for
She”. Vou repetir: FEMINISMO. Acho que minhas impressões sobre a empresa não
poderiam ficar melhores que estas. Contudo, ficaram.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Assim que terminamos esses dois testes curtos e rápidos,
veio aquela famosa apresentação dos candidatos. Éramos 11 ou 12 na sala juntos
da profissional do RH e o coordenador da área para a qual estávamos
concorrendo. Na apresentação tínhamos que dizer: nome, formação e uma
esquisitice. Sim, uma esquisitice. O objetivo claramente foi quebrar o gelo
entre os participantes e funcionou muito bem. A começar pelos dois funcionários
da empresa: ela adorava comer comida, como arroz e feijão, frios; ele tinha
atraso ósseo de dois anos. Realmente bem esquisitos. Na ordem vieram os
candidatos: não lembro de todos os relatos, apenas que um dos homens já teve
dez furões e adorava assistir a vídeos de casamento e uma menina gostava de
assistir vídeos de remoção de cravos. Urgh!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Na minha vez, aproveitei para verificar e confirmar o quanto
a empresa era pró-diversidade. Falei que adorava comer pizza com banana e
ketchup e, aí sim o teste, que adorava pintar as unhas de roxo, mas que não
fazia isso em dia de entrevista porque não tinha como saber a receptividade das
empresas. Eis que a profissional do RH me disse: “Aqui você vai poder pintar as
unhas o quanto quiser!”. YAY!!!!!!! Por mim, empresa aprovada; fiquei só esperando
o resultado recíproco. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Enfim, o objetivo de quebrar o gelo com as tais esquisitices
funcionou muito bem. Pela segunda vez em minhas experiências com entrevistas de
emprego, presenciei um ambiente colaborativo e não competitivo. O resto do
processo, conduzido pelo coordenador da área, foi uma conversa sobre a empresa
e os serviços que ela prestava. Ele queria saber nossa opinião sobre as
questões que envolviam o escopo de trabalho deles e tudo fluiu em uma conversa
muito harmoniosa. Não teve (quase) ninguém querendo se sobressair acima dos
demais e nem roubar as falas (a única exceção foi uma menina de 24 anos que
cortava os concorrentes para repetir o que já havia dito). Essa impressão não
foi apenas minha, no caminho para o metrô fui conversando com outros três
candidatos que estavam tão surpresos e animados quanto eu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Boa sorte ou equipe
visionária?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
Lembro que comentei no texto anterior sobre o fator “sorte”
que algumas empresas falam e desejam aos seus candidatos. A sorte existe? Sim,
mas temos que ter sorte para encontrar uma empresa que não se apoie na sorte. E
olha... aparentemente isso é muito difícil. Tenho a impressão que algumas
(senão a maioria) não seleciona candidatos pela competência expressa no
currículo e na entrevista. Elas se apoiam, quase que exclusivamente, nas
indicações ou no pequeno nível de ameaça aos coordenadores da área. Afinal,
para quê selecionar alguém que não foi indicado e/ou que vai crescer demais e “competir”
com o chefe do departamento? “Vou é manter meu emprego e selecionar alguém que
eu consiga manter na rédea curta”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Outra questão é a entrevista. Mandei inúmeros currículos
para diversas empresas neste um ano e meio de desemprego. Poucas (pouquíssimas)
me chamaram para uma entrevista. Várias disseram: “Seu currículo não foi
compatível, boa sorte na próxima tentativa”. Algumas vezes respondi, irado, que
não tinha como eles saberem se eu era ou não compatível sem uma entrevista
cara-a-cara. “Não tive a chance de sequer expressar minhas qualidades para
vocês e dizer o quanto posso colaborar com a empresa” – essa foi uma das
respostas que enviei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O que a empresa que vou entrar se diferencia dessas outras? Me
inscrevi para uma vaga de Analista de Comunicação. Meu currículo tinha total
compatibilidade com a descrição da vaga que fizeram. Um ou dois dias depois recebi
uma ligação do RH: “Olá Alex, você se candidatou para a vaga X, mas ela mudou
para uma outra vaga e gostaríamos de saber se você tem interesse. Vi aqui que
seu currículo é bem robusto e se encaixa no perfil da vaga. Além disso, aqui
você terá a chance de crescer na empresa e buscar outras vagas”. Pronto! <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A fala precisa de melhores explicações? Posso estar
enganado, mas interpretei como um convite para crescer, praticamente um convite
ao futuro. Ou seja, a empresa está em expansão, inclusive recebendo
investimentos de empresas estrangeiras para investimentos em nosso país.
Provavelmente por isso é que as contratações imediatas também têm um objetivo
de longo prazo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Com todas essas colocações é que afirmo e confirmo: “Sorte é
encontrar uma empresa boa e não ter sorte ao concorrer à vaga que elas oferecem”.
Afinal, a maioria das pessoas se prepara, estuda e seleciona vagas que tenham
relação com sua formação e suas expectativas, certo? Há, sim, aquele fator
desespero que faz com que CVs sejam enviados para vagas que nada têm relação
com os currículos, mas, como dito, “desespero”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Finalizando esse texto que já ficou gigante, quero destacar
que o objetivo dele vai além de só expressar meu entusiasmo com esse novo passo.
Mais que isso, o texto também objetiva compartilhar minhas experiências para
que algum profissional de RH tenha insights e ideias sobre as funções que,
supostamente, acham que estão fazendo bem, mas que sempre pode melhorar. Se
você é empresário ou de RH, não deseje sorte ao seu candidato. Não é questão de
sorte, é tudo questão de visão estratégica e de crescimento fundado na
competência de quem você seleciona hoje.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-83734773971272036982017-08-10T00:48:00.003-07:002017-08-10T00:48:49.777-07:00Vestibular da Fuvest para Letras, algumas dicas e orientações<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-pujb23xrQQQ/WYwN3tsuFKI/AAAAAAAAay8/L5UsPPeomxAMqH_-W-EDky-7yY7trBuVwCLcBGAs/s1600/Logo%2BFFLCH_0.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="267" data-original-width="189" src="https://4.bp.blogspot.com/-pujb23xrQQQ/WYwN3tsuFKI/AAAAAAAAay8/L5UsPPeomxAMqH_-W-EDky-7yY7trBuVwCLcBGAs/s1600/Logo%2BFFLCH_0.jpg" /></a><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Desde novembro do ano passado (2016), me aventuro no
mundinho do <a href="http://www.youtube.com/marcapaginas" target="_blank">YouTube </a>com vídeos sobre minhas leituras. A ideia do canal surgiu
quando comecei a estudar sozinho para o vestibular da Fuvest. Estava pleiteando
uma vaga no curso de Letras e resolvi falar sobre as leituras das obras
obrigatórias cobradas nas provas de Português.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A experiência deu certo e, depois de me tornar um “USPiano”,
passei a fazer alguns vídeos sobre “Como é o curso de Letras” (te convido a se inscrever no <a href="http://www.youtube.com/marcapaginas" target="_blank">canal Marca Páginas</a> para acompanhar os vídeos). Para minha
surpresa, meus vídeos sobre este tema receberam mais comentários que aqueles de
leituras – sinal de que algumas pessoas se interessam (talvez muito) pelo curso.
Para ser fiel a este blog, resolvi, portanto, registrar em texto essas
primeiras impressões do curso. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sendo assim, vou tentar colocar alguns tópicos que acho
essenciais para quem quer saber como entrar no curso neste primeiro texto. Em
um próximo vou falar sobre como é a graduação em letras e minhas impressões
sobre o primeiro semestre.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Por onde entrar</b></div>
<div class="MsoNormal">
Não, não é pela porta! Para entrar no curso de Letras da USP você pode: fazer o vestibular da Fuvest e/ou o Enem. Confesso que eu não sabia que esse curso selecionava por meio do Enem também. Descobri isso só depois que entrei. Portanto, fica um aviso logo de cara: todas as dicas abaixo são para a Fuvest e não para o Enem, ok? Caso haja interesse, posso pesquisar com mais detalhes sobre o ingresso pelo Enem e escrevo em uma próxima oportunidade.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>O vestibular</b></div>
<div class="MsoNormal">
Sem dúvida, essa é a parte que deve tirar o sono de muitas
pessoas. Nos vídeos do YouTube recebi mais de um comentário com questão sobre
como se preparar para o vestibular. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Eu diria que não há segrede algum, contudo existe um: ler as
obras obrigatórias! Muita gente, por inúmeros motivos, deixa de ler os livros
indicados pela Fuvest. Sem dúvida que algumas leituras são chatas – como a de
Iracema, que eu detesto. Contudo, outras são maravilhosas – como foi com "Capitães de Areia", do Jorge Amado, que infelizmente não está mais na lista; ou "O Cortiço", do Aluísio de Azevedo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-2DEQ802Owlc/WYwPeyCnPzI/AAAAAAAAazk/nRFxXi-RMdcPT2F37kc1NdCeVR1g8z87QCLcBGAs/s1600/iYYD2c.gif" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="270" data-original-width="480" height="180" src="https://2.bp.blogspot.com/-2DEQ802Owlc/WYwPeyCnPzI/AAAAAAAAazk/nRFxXi-RMdcPT2F37kc1NdCeVR1g8z87QCLcBGAs/s320/iYYD2c.gif" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Deixando a defesa da qualidade da leitura de lado, acho
importante reforçar que ler todas as obras pode ser um diferencial para a
prova. Na verdade não é apenas ler: é necessário estuda-las. Acredite, elas não
estão ali de graça ou apenas para infernizar a vida do vestibulando. Cada obra
da lista corresponde a uma escola literária e elas são, ouso dizer, as expressões
máximas dessas escolas. “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis,
é o realismo em forma de livro; assim como “O Cortiço” é o naturalismo; “Vidas
Secas”, de Graciliano Ramos, é a segunda geração modernista; “Sagarana”, de
Guimarães Rosa, a terceira geração e assim sucessivamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As dicas que eu dou são: leia uma pequena biografia do autor
e uma descrição do movimento literário do qual ele fez parte antes de começar a
leitura; anote essas informações em um caderno; no mesmo caderno, vá fazendo
resumos de cada capítulo do livro: anote quem são os personagens, quais as
relações que eles estabelecem entre si e com o ambiente, quais são os pontos
altos e baixos do enredo, quem é e como se comporta o narrador; quando terminar
de ler, estude suas anotações e, aí sim, busque vídeos no YouTube ou resumos na
internet para comparar sua opinião e suas anotações com as de outras pessoas e
professores (veja se há algo que você não reparou ou que, talvez, interpretou
de uma forma diferente).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-rx2HR48Spsg/WYwOIbK6ciI/AAAAAAAAazI/Odwv9JczmE4vOilNmZVeg9nzkUIJOIFZQCLcBGAs/s1600/einstein_poesia_quadro.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-rx2HR48Spsg/WYwOIbK6ciI/AAAAAAAAazI/Odwv9JczmE4vOilNmZVeg9nzkUIJOIFZQCLcBGAs/s320/einstein_poesia_quadro.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Exatas, o terror em
forma de continhas<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
Ainda sobre o vestibular, um outro ponto que sempre surge em
comentários e perguntas é sobre estudar Matemática e Física. Quem nasceu para
as miçangas, não cuida das contas do caixa, não é mesmo? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sim, Matemática e Física são o terror em forma de continhas!
Contudo, estudar essas duas disciplinas pode também ser um diferencial para sua
preparação. “Ah, mas eu sou péssimx nisso!!!!”. Tudo bem, mas então estude o
básico. Todas as disciplinas, sem exceção, são cobradas na primeira fase do
vestibular da Fuvest. Este é o momento da grande peneira e você precisa
garantir uma pontuação mínima para a próxima etapa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sendo assim, a dica nesta hora é estudar até onde você
consegue. Se você está se preparando sozinhx, tente estudar a teoria em livros
do Ensino Médio (você encontra eles facilmente em sebos) ou no YouTube (tem
canais excelentes de professores da área; meu preferido, e que me ajudou muito,
foi o <a href="https://www.youtube.com/user/aulalivre" target="_blank"><span style="background-color: white; color: black;">AulaLivre</span>.net</a>); faça muitos exercícios para fixar o conteúdo; faça
resumos sobre os conteúdos que você estudou; refaça exercícios e tudo o mais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Chegou em um ponto em que não consegue mais avançar sozinho?
Talvez seja essa a hora de buscar ajuda de outra pessoa ou de parar por aí. A
ajuda é sempre o melhor caminho, contudo, você precisa entender as suas
limitações. Não vai adiantar muita coisa você estudar equações trigonométricas
se você é como eu e confunde os gráficos do seno com o do cosseno e/ou não
consegue decorar aquelas fórmulas infernais. Chegou nesse ponto? Vá estudar
outra matéria, mas volte sempre aos exercícios que você já dominou. Fazer
sempre exercícios, mesmo que sejam os mesmos que você já fez antes, vai te
ajudar bastante a fixar e relembrar o assunto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>História, Geografia e Português</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Obviamente que a disciplina com maior peso no vestibular de
Letras é a de Português. Contudo, você sabia que História e Geografia também
têm um peso maior que o resto? Sim. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Na segunda fase do vestibular da Fuvest, você fará provas em
três dias: no primeiro será uma prova de Português, com a famosa redação; no
segundo será conhecimentos gerais, ou seja, todas as disciplinas juntas mais
uma vez; e no terceiro será História e Geografia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-YG8hIN12img/WYwN3tl_8kI/AAAAAAAAazA/FYfzZ_NXItw8o8WztRSaVcGhA-VY83zGQCEwYBhgL/s1600/colecao-guia-do-estudante-enem.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="337" data-original-width="403" height="267" src="https://1.bp.blogspot.com/-YG8hIN12img/WYwN3tl_8kI/AAAAAAAAazA/FYfzZ_NXItw8o8WztRSaVcGhA-VY83zGQCEwYBhgL/s320/colecao-guia-do-estudante-enem.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Você não pode zerar em nenhuma das provas senão será
eliminadx automaticamente. Contudo, este não é o momento para ter medo!
Particularmente, eu achei a segunda fase do vestibular de 2017 mais fácil que a
primeira. A primeira foi terrível! Já a segunda, por conta de sua estrutura
(essa que falei acima), foi bem tranquila.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Todas as questões são dissertativas, portanto, é hora de
escrever e argumentar. Uma letra boa é um ótimo requisito para que você seja
compreendido – por isso que sugeri as anotações das leituras em um caderno,
assim você treina a letra também! Além da caligrafia, a estruturação da
resposta é muito importante. Escrever de forma clara, sem rodeios e sem encher
linguiça é a melhor coisa. Sabe a resposta? Responde. Desconfia que sabe? Responde
com suas desconfianças. Não sabe? Ah... aí tenta escrever alguma coisa, vai...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Isso tudo foi para dizer algo importante: não se prenda
apenas na leitura das obras e nos exercícios de Exatas, leia conteúdos de
História e Geografia também! Anualmente a editora Abril lança os “Guias do estudante”.
São apostilas com revisões dos principais conteúdos de cada disciplina. Eu
achei essas apostilas ótimas e usei elas realmente como guias: li o tópico e,
caso eu tenha ficado com alguma dúvida ou não tenha sentido confiança no quanto
sabia sobre o tema, aí sim eu buscava outras leituras. Faça assim, talvez
ajude. Deu certo pra mim. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>E a redação?</b></div>
<div class="MsoNormal">
Antes de pensar em estudar redação, entre no edital da Fuvest e veja quais são os critérios de correção dos textos. Isso vai te ajudar a ter um norte sobre como eles são. Com isso em mente, a melhor coisa é praticar. Fiz um vídeo no canal Marca Páginas sobre o livro "<a href="https://www.youtube.com/watch?v=NIJkcGFD41Y&t=186s" target="_blank">Comunicação em prosa moderna</a>", de Othon M. Garcia. Indico essa obra para toda e qualquer pessoa que vai fazer vestibular, trabalhar com texto e linguagem ou fazer concurso. Ele é ótimo e dá dicas valiosíssimas não só sobre a estrutura do texto e de sua composição, mas também sobre como interpretá-lo - e isso é importantíssimo para o vestibular e todas as suas disciplinas!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-zik9aSRc_UU/WYwN3sQDW1I/AAAAAAAAazE/Cw-5-N8XWMwSf-B0iQohfv9JisFtQNc5gCEwYBhgL/s1600/tela%2Bazul.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="180" data-original-width="280" src="https://3.bp.blogspot.com/-zik9aSRc_UU/WYwN3sQDW1I/AAAAAAAAazE/Cw-5-N8XWMwSf-B0iQohfv9JisFtQNc5gCEwYBhgL/s1600/tela%2Bazul.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Quer treinar as redações? Então busque as provas passadas no site da Fuvest e se familiarize com os temas sugeridos. Tente escrever as redações dos anos anteriores, mas tente também inventar novos temas e para praticar sua escrita. Você vai reparar que os temas da Fuvest são um tanto quanto "abstratos". No vestibular que eu fiz o tema era a maioridade do homem. Sabe aquela antiga tela azul do Windows? Sim, eu vi ela na minha frente quando abri a prova. Mas... deu certo. Pensei sobre o tema, fiz um rascunho, estruturei o texto e acho que tirei 70 ou 80 pontos na redação. Ou seja, não é impossível.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aproveito este tópico para fazer duas propagandas: a primeira é a reiteração do livro do Othon Garcia. Se você tem dificuldades com interpretação e redação, leia aquele livro antes de começar a estudar qualquer coisa. Ele é extremamente didático e fornece exemplos valiosíssimos. Apesar de ser um livro relativamente grande, dedique um tempo para sua leitura porque ela é essencial.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-coZtw886gaI/WYwOhav5mOI/AAAAAAAAazM/EVKIqD5Xq5ocBCH720UALsx7SN3GarelgCLcBGAs/s1600/indiciumx.gif" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="130" data-original-width="283" src="https://1.bp.blogspot.com/-coZtw886gaI/WYwOhav5mOI/AAAAAAAAazM/EVKIqD5Xq5ocBCH720UALsx7SN3GarelgCLcBGAs/s1600/indiciumx.gif" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
A segunda propaganda é sobre meus serviços de aulas de redação. Não, não fiz todo esse texto só para isso, mas né, a gente precisa trabalhar. Caso você tenha interesse, dou aulas via Skype (ou presencial em São Paulo) sobre redação e nelas planejamos juntos um cronograma de provas e reescritas das redações passadas da Fuvest e de temas inéditos para aprimorar a sua habilidade da escrita. Mais informações em <a href="http://www.indiciumx.com.br/">www.indiciumx.com.br</a>.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><b>Estudante de primeira viagem</b></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p>Uma amiga me mandou uma mensagem dizendo que quer fazer o vestibular da Unicamp para Letras, porém, nunca precisou estudar para nenhuma prova ou vestibular antes. Além disso, ela já passou dos 30 anos e, como sabemos, tantos anos longe do Ensino Médio, muita coisa inútil se comprovou inútil. Porém, é preciso resgatar ou reaprender essas coisas para esquecer mais uma vez depois do vestibular. Sim, é terrível ter que fazer isso, mas é possível.</o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p>Vou repetir uma dica minha: <a href="https://www.youtube.com/user/aulalivre" target="_blank">AulaLivre.net</a>. Essa escola da região Sul do Brasil, tem uma canal maravilhoso no YouTube. Embora os vídeos sobre as disciplinas sejam bem resumidas e não abracem todo o conteúdo cobrado pelo vestibular, eles têm uma playlist específica sobre "<a href="https://www.youtube.com/playlist?list=PL-5888xShjYqTlnej_at8bu8vgp7-9wjh" target="_blank">Como estudar</a>" (acesso o link para assistir). Recomendo assistir a todos os vídeos dessa playlist assim que você decidir fazer o vestibular. Neles, o professor Fábio Mender dá dicas sobre como organizar a rotina de estudos; como se concentrar; como revisar; entre outros assuntos muito pertinentes.</o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-Ks_HRaEzaSs/WYwO_rWfQRI/AAAAAAAAazc/nU3a2kfeb3Y9g9Z7H2Xqv5Zfimk4gvXFACLcBGAs/s1600/schedule5.gif" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="633" data-original-width="815" height="248" src="https://3.bp.blogspot.com/-Ks_HRaEzaSs/WYwO_rWfQRI/AAAAAAAAazc/nU3a2kfeb3Y9g9Z7H2Xqv5Zfimk4gvXFACLcBGAs/s320/schedule5.gif" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p>Assistiu? Se planejou? Então, como disse nos tópicos anteriores, é hora de ler as obras obrigatórias, fazer o máximo de exercícios de matemática que puder, ler muito sobre História e Geografia e passar. Não, eu concordo que não é fácil, mas é possível, sim! O curso de Letras da USP é um dos mais inclusivos da universidade toda: tem negro, branco, japonês; pessoas que acabaram de sair do Ensino Médio, outras com mais de 40 anos, outras na segunda ou terceira faculdade, outras com doutorado, mestrado e por aí vai. A variedade é gigantesca e maravilhosa, mas isso vai ser tema do próximo texto. =)</o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p>Ah, para finalizar: quer mais um incentivo para estudar para entrar no curso de Letras? Então vou te dar dois: anualmente entram 850 alunos no curso de graduação. SIM, 850! É um mar de gente que invade o prédio da Letras anualmente! O segundo motivo é: se você adora literatura, tem muitos tradutores de autores famosos como Homero e Dostoiévski que são ou foram professores da USP! Isso pra mim é sensacional.</o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p>Pronto, agora o texto acabou. Abaixo segue meu planejamento para os próximos textos. Caso você tenha alguma sugestão de tema, me diz nos comentários, ok? Muitos dos temas abaixo já foram gravados para o canal <a href="http://www.youtube.com/marcapaginas" target="_blank">Marca Páginas</a>. Sendo assim, te convido para passar lá também. </o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Pauta para próximos textos</b></div>
<div class="MsoNormal">
- A USP, minhas impressões (biblioteca, bandejão, espaço geográfico, acessos e etc);</div>
<div class="MsoNormal">
- O primeiro semestre de Letras: muita gente, pouca interatividade, mas muita leitura!;</div>
<div class="MsoNormal">
- Leituras do primeiro semestre e, mais uma vez, a importância de ler;</div>
<div class="MsoNormal">
- Morar, estudar Letras e trabalhar em São Paulo para quem não é da capital;</div>
<div class="MsoNormal">
- O tal do ranqueamento;</div>
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-67227731545920850042017-08-09T23:16:00.000-07:002017-08-09T23:16:01.306-07:00A difícil procura por emprego<div class="MsoNormal">
Encontrar um emprego atualmente não está nada fácil. Embora os
dados divulgados pelo governo federal deem uma esperança de que “logo será
minha vez”, a situação não parece ser tão otimista assim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Desconfio, quase com certeza, de que o real problema está em
algumas áreas específicas. A área de jornalismo parece definhar cada vez mais.
Não é a primeira vez que escrevo sobre essa situação, mas a impressão vai se
consolidando dia após dia. Uma das evidências que corroboram com essa visão
pessimista a respeito das oportunidades de emprego para jornalistas é a
quantidade gigantesca e crescente de candidaturas a vagas da área.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Cada vez que uma vaga para “Redator”, “Assessor de Imprensa”
ou mesmo para “Jornalista” (embora essa seja uma raridade aparecer), em pouco
tempo a concorrência aumenta vertiginosamente. Para não ficar apenas no “achismo”,
seguem alguns exemplos:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em janeiro deste ano, o Conselho Regional de Biologia
(CRBio) de São Paulo (1ª Região), divulgou um edital de um concurso público
para diversas vagas, entre elas havia uma vaga para jornalista. O salário era
de R$ 6.625,21 para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, além dos “benefícios”
como vale refeição, vale transporte e plano de saúde. Era apenas uma vaga, como
já dito, porém, 477 profissionais se inscreveram no processo. Essa concorrência
só perdeu para o cargo de Auxiliar administrativo, que, segundo o edital, o
salário era de R$ 3.292,15. Para o CRBio de São Paulo foram abertas duas vagas
e 3.126 pessoas se inscreveram no processo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ok, nada de novo, afinal, que concurso não é concorrido
ultimamente?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Outro exemplo é uma vaga anunciada no site Infojobs para Analista
De Comunicação Jr. A empresa, além de não se identificar no anúncio, também não
informou salário, tempo da jornada de trabalho e nem a região de São Paulo onde
o trabalho seria desenvolvido. Os únicos requisitos eram: Ensino Superior
completo, português avançado (sim, português avançado) e inglês intermediário.
Os “benefícios”: vale refeição e vale transporte. Segundo as estatísticas do
site, 864 profissionais, provavelmente quase todos jornalistas, se inscreveram.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Um terceiro exemplo, este, porém, sem dados numéricos, foi
uma vaga para professor de Jornalismo em uma das unidades do Senac de São
Paulo. O processo ocorreu em 2016, mas me lembro que, no dia em que fiz uma das
provas da seleção, a coordenadora da unidade comentou que eles haviam recebido
muitos currículos, mas muitos mesmo! Não me recordo do valor exato, mas era um
número astronômico. Isso se deve, principalmente, ao fato da não exigência de
pós-graduação nenhuma para assumir a vaga, mas, mesmo se exigisse no mínimo uma
especialização, sem dúvida alguma o número seria enorme.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ok, não está fácil e nem seria necessários três parágrafos para
reiterar a alegação, certo? Certíssimo. Contudo, há outros pontos que a
situação de “desempregado” revela com muita força: o desrespeito de algumas
empresas ou de seus setores de Recursos Humanos e o oportunismo de sites de
vagas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>“Não foi dessa vez!”</b></div>
<div class="MsoNormal">
Sobre o desrespeito, não parece ser necessário apresentar dados.
Quem mandou currículo ultimamente deve ter percebido que as respostas são
raríssimas – sim, no superlativo mesmo porque escrever “muito raríssimas”,
embora verídico, seria redundante. O candidato envia seu CV por meios virtuais
e, na maioria das vezes, nunca saberá se a vaga foi preenchida ou não. Em raros
(ou raríssimos) casos, algumas empresas se dão ao trabalho de enviar uma
resposta pronta e formal com as seguintes palavras: “Não foi dessa vez!”. A
vontade é de responder: “Não foi dessa vez e nem será em uma próxima!!!!”, em
parte pela frustração de não conseguir a vaga e em parte pelo ódio que o
sentido que a frase tem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
“Não foi dessa vez!”, as vezes seguido de “Continue tentando”,
é uma afronta ao candidato. Por quê? Por que nos faz sentir que estamos
implorando para fazer parte do quadro de funcionários daquela empresa
sensacional que colocou nosso e-mail em uma mensagem automática e disparou para
sabe-se lá quantos candidatos recusados. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Uma correção: eu disse “faz sentir...”, mas a expressão mais
adequada seria “faz perceber”. A realidade é que muitos candidatos estão sim
implorando pela oportunidade. Contudo, o sentido de desrespeito continua. Provavelmente
poucas são as pessoas que enviam o currículo para uma empresa com um “sonho” de
trabalhar naquela companhia. O que acontece, e fica a dica para as empresas, é
que o candidato olha a vaga, o salário (quando este é informado, ou seja, quase
nunca), verifica se tem afinidade com as funções descritas (quando são) e manda
seu currículo. Claro que isso não é regra. Tenho algumas empresas-dos-sonhos,
como costumo chamar, nas quais eu adoraria trabalhar. Fico sempre de olho nas vagas
que elas abrem e me candidato assim que tenho conhecimento da oportunidade.
Contudo, e isso sim é regra, a necessidade de trabalhar é imposta para a grande
maioria das pessoas. Logo, se inscrever em diversas vagas ou distribuir
currículos como se distribui folders de ótica na avenida Paulista parece ser a
regra e não a exceção.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Um breve comentário ainda neste tópico sobre desrespeito: há
outra mensagem que as empresas costumam nos enviar: “Seu perfil não se encaixa
na vaga”, ou algo parecido. É claro que não se encaixa, afinal, vocês nem
sequer dão a oportunidade de o candidato se apresentar e dizer suas
competências e habilidades! Claro que isso pode ser reflexo de um currículo mal
formulado, contudo, mesmo seguindo todas as dicas possíveis e imagináveis
disponíveis na internet sobre “o currículo ideal”, ainda assim a coisa não
anda!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>A Enganação encarnada
em forma de site<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
Por fim, os sites de vagas. Nós, desempregados, somos
bombardeados com propagandas de vagas em sites de empregos. Eu, sinceramente,
já perdi a conta de quantos cadastros eu tenho: Vagas.com; Infojobs;
Curriculum; Catho; Emprega Brasil; BNE... a lista é grande. De todos, o único
que confio é no Vagas e por conta de dois motivos: em meu último emprego, minha
chefe disse que pegava os currículos por lá; e as maiores empresas usam o site
e redirecionam o candidato para o Vagas quando ele pesquisa por Carreiras ou “Trabalhe
conosco” nos sites institucionais delas. O resto parece ser resto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Já assinei por três meses o Infojobs e a Catho. Não preciso
comentar o resultado péssimo da experiência depois de um texto de três laudas.
Os preços são altos e muito contraditórios: como é que um desempregado vai
pagar um site para tentar conseguir um emprego? Sem renda ele vai usar que
dinheiro? Provavelmente o do FGTS de sua última contratação, mas e quem sequer
isso tem mais? Esse tipo de serviço me provoca sensações no limiar do ódio
indescritíveis. O pior de tudo é: pagar o site não é garantia de consegui uma
colocação no mercado de trabalho! Ok, o site não pode fazer milagre, apenas “destacar
o seu CV”. Mas eu só paguei para o meu currículo ficar mais para cima de uma
pilha virtual? Sim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Enfim... desabafo feito, a conclusão é: não está fácil,
mesmo com notícias sobre a “recuperação do mercado de trabalho” tão difundidas
pela grande imprensa.<o:p></o:p></div>
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-63182841293094243832017-06-06T05:03:00.001-07:002017-06-06T05:03:32.158-07:00Ler ou ser feliz? Uma reflexão sobre "Farenheit 451", de Ray Bradbury<div style="width: 480px; height: 270px; overflow: hidden; position: relative;"><iframe frameborder="0" scrolling="no" seamless="seamless" webkitallowfullscreen="webkitAllowFullScreen" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" allowfullscreen="allowfullscreen" id="okplayer" width="480" height="270" src="http://youtube.com/embed/MTvTXgaltys" style="position: absolute; top: 0px; left: 0px; width: 480px; height: 270px;" name="okplayer"></iframe></div>
<a href="https://youtu.be/MTvTXgaltys">Ler ou ser feliz? Uma reflexão sobre "Farenheit 451", de Ray Bradbury</a> Link para texto sobre o tema no site do Canal Marca Páginas: https://goo.gl/ia1CPF || Contatos || Instagram: http://ift.tt/2qSwuzs Twitter: http://twitter.com/alexcontin E-mail: alex.contin@gmail.com ou canalmarcapaginasoficial@gmail.com Site: http://ift.tt/2s06hlH<br />
<br />
June 6, 2017 at 09:00AM
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-78565710369764492022017-06-05T05:03:00.001-07:002017-06-05T05:03:53.301-07:00OdS #10 - Por que tenho medo de bolsominion [Mês do orgulho gay!]<div style="width: 480px; height: 270px; overflow: hidden; position: relative;"><iframe frameborder="0" scrolling="no" seamless="seamless" webkitallowfullscreen="webkitAllowFullScreen" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" allowfullscreen="allowfullscreen" id="okplayer" width="480" height="270" src="http://youtube.com/embed/83V-kuxH18c" style="position: absolute; top: 0px; left: 0px; width: 480px; height: 270px;" name="okplayer"></iframe></div>
<a href="https://youtu.be/83V-kuxH18c">OdS #10 - Por que tenho medo de bolsominion [Mês do orgulho gay!]</a> IMPORTANTE: eu apenas citei o perfil deste tal Lucas, assim como mostrei os vídeos que ele curtiu com seu perfil, porque ele não fornece informações sobre si mesmo em seu perfil. Além da foto falsa, a única informação que podemos ver no perfil dele é o nome, que provavelmente é falso. Desta forma, acredito que a exposição aqui feita não é capaz de prejudicar a pessoa do mundo real que está por detrás deste perfil falso. Caso ele tivesse colocado informações reais, eu jamais o exporia da forma como fiz aqui. AVISO: comentários como o do tal Lucas serão ignorados e temos o direito de moderar todo e qualquer comentário feito em qualquer um de nossos vídeos, especialmente aqueles que expressam algum discurso de ódio e violência. O do Lucas foi a primeira e única exceção.<br />
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June 5, 2017 at 09:00AM
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-29004932219604032162017-06-02T05:02:00.001-07:002017-06-02T05:02:40.765-07:00[Resenha] Eneida de Virgílio - Série Estudos Clássicos (USP)<div style="width: 480px; height: 270px; overflow: hidden; position: relative;"><iframe frameborder="0" scrolling="no" seamless="seamless" webkitallowfullscreen="webkitAllowFullScreen" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" allowfullscreen="allowfullscreen" id="okplayer" width="480" height="270" src="http://youtube.com/embed/1yuUIYZ3Ad4" style="position: absolute; top: 0px; left: 0px; width: 480px; height: 270px;" name="okplayer"></iframe></div>
<a href="https://youtu.be/1yuUIYZ3Ad4">[Resenha] Eneida de Virgílio - Série Estudos Clássicos (USP)</a> Link para o [Folheando] a Eneida: https://youtu.be/PQEk7yguIlk Link do vídeo do Leonardo Antunes cantando os primeiros versos da Odisseia para você entender como os versos em hexâmetro datílico são/devem ser lidos: https://www.youtube.com/watch?v=E4YswUqEjKo || Contatos || Instagram: http://ift.tt/2qSwuzs Twitter: http://twitter.com/alexcontin E-mail: alex.contin@gmail.com ou canalmarcapaginasoficial@gmail.com Site: www.indiciumx.com.br<br />
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June 2, 2017 at 09:00AM
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-11883830411801638492017-05-31T05:03:00.001-07:002017-05-31T05:03:22.350-07:00[Resenha] O leopardo - Giuseppe Tomasi di Lampedusa [TAG Maio]<div style="width: 480px; height: 270px; overflow: hidden; position: relative;"><iframe frameborder="0" scrolling="no" seamless="seamless" webkitallowfullscreen="webkitAllowFullScreen" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" allowfullscreen="allowfullscreen" id="okplayer" width="480" height="270" src="http://youtube.com/embed/rOsFUkhvt64" style="position: absolute; top: 0px; left: 0px; width: 480px; height: 270px;" name="okplayer"></iframe></div>
<a href="https://youtu.be/rOsFUkhvt64">[Resenha] O leopardo - Giuseppe Tomasi di Lampedusa [TAG Maio]</a> Crítica sobre o material complementar da TAG: http://ift.tt/2qAiNUF || Indicações sobre o tema feudalismo: HOBSBAWN: em "A era do Capital" (https://goo.gl/0wj9C3) o autor fala um pouco sobre a ascendência do capitalismo e como o feudalismo ruiu. Ajuda a entender as personagens mais ligadas à burguesia na história dO Leopardo. SWEEZY: "Teoria do desenvolvimento capitalista". DOBB: "A evolução do capitalismo". Os dois autores acima se debruçam sobre o tema com bastante profundidade. No curso de Ciências Econômicas da Unicamp, por exemplo, o aluno estuda a dupla como construções contrastantes sobre o mesmo fenômeno: a transição do feudalismo para o capitalismo. Sobre esse estudo da Unicamp, indico dois textos: * LAZAGNA, Angela: Resenha do 'Balanço do debate: a transição do feudalismo ao capitalismo de Eduardo Mariutti" (https://goo.gl/GbR5E6). Essa é uma resenha de um livro sobre o assunto, publicado pelo Mariutti, que foi meu professor de História Econômica na Unicamp. * MARIUTTI, Eduardo B. "A transição do feudalismo ao capitalismo : um balanço do debate" (https://goo.gl/dFvNeq). Para quem tiver um interesse gigantesco sobre o assunto, essa é a tese de doutorado do Mariutti! Haja interesse, mas a tese é ótima! || Contatos || Instagram: http://ift.tt/2qSwuzs Twitter: http://twitter.com/alexcontin E-mail: alex.contin@gmail.com ou canalmarcapaginasoficial@gmail.com Site: www.indiciumx.com.br<br />
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May 31, 2017 at 09:00AM
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-52597050465888859602017-05-25T05:16:00.001-07:002017-05-27T14:44:53.559-07:00[Folheando] Quatro cinco um - a revista dos livros! [SEM FALAS!]<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/f4VNACH39Pg" width="480"></iframe><br />
<br />
A revista "Quatro cinco um" é nova no mercado e chegou com tudo! A proposta, ao que parece, é ser extremamente segmentada, seu tema: LIVROS! Dê uma espiada nessa nova revista junto com a gente! =)
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<br />
Ansioso pelos próximos números da revista, mas desde já um pouco desapontado com o caráter marketeiro, ao menos das duas únicas matérias sobre poesia. Não sou o maior fã de poesias, mas com a disciplina de Introdução ao Estudo Literário I, ministrada por Roberto Zular no curso de Letras da USP, não tive como reconhecer toda a engenhosidade, complexidade e beleza de um poema.<br />
<br />
Aos poucos fui percebendo que tudo aquilo que aprendemos na escola não faz nenhum sentido. Poesia é muito mais que um verso, um conjunto de rimas bonitinhas ou algo escrito de um jeito diferente de uma prosa. É perfeitamente compreensível como as pessoas não gostam e não apreciam poesia, afinal, entrar nela é um trabalho árduo. Passar da leitura linear de "Em minha terra tem palmeiras | Onde canta o sabiá" para uma leitura ritmada e cheia de imagens, infelizmente, não é simples. Entender os lás e os cás, a mistura do leite com o sangue, o olhar de um antinarciso e seja lá o que mais a poesia nos possibilita é algo quase único. Quase, afinal, muita prosa com sabor de poesia prova que a classificação em gênero é tão complexa quanto entender as particularidades de cada um para além da simples diferença entre "verso" e "prosa".<br />
<br />
Cenário composto e voltando aos textos sobre poesia da "Quatro cinco um", eles se propõe única e exclusivamente a nos dizer quem são os poetas. Um homem e uma mulher; New York e Canadá; um coração no bolso e apagamentos de si mesmo. São informações ou impressões? O que vale mais na poesia, baseado no que aprendi até então, não é tanto quem a fez, mas os sentidos e imagens que ela possibilita ao leitor, ou não? Sendo assim, ver textos sobre poesia que se limitam a repetir o que a Wikipedia provavelmente já fez com os poetas, me pareceu algo muito... estranho. Mas também como fazer diferente? Aqui me dou licença poética e estúpida de quem está nos primeiros passos: não sei.Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-76324942735202337492017-05-24T07:42:00.000-07:002017-05-24T07:42:58.656-07:00Uma crítica sobre a TAG Livros, de um assinante de primeira viagemA proposta da TAG Livros é genial. A cada mês a equipe seleciona um curador e solicita a ele a indicação de um livro. O associado não sabe o que vai receber e aqui o fator confiança nos curadores e, acima disso, na capacidade da equipe da empresa em selecioná-los, é que faz a diferença. Além disso, o serviço também aposta na elaboração de seu kit: além do livro, em capa dura com um box colecionável e um "mimo" relacionado com o tema do mês, o associado recebe uma revistinha com informações sobre o curador, a obra e outros dados adicionais que, em tese, ajudam na leitura.<br />
<br />
Curioso com o livro do kit de maio, indicado por Mario Vargas Llosa, resolvi assinar. O vídeo aqui no YouTube fala de minhas primeiras impressões como um novo assinante e há críticas! A principal é quanto à revista, pois eu esperava muito mais dela.<br />
<br />
Apesar da diagramação maravilhosa, a revista da TAG falha nas informações. A pequena biografia de Vargas Llosa são suficientes para entendermos o valor que ele, como curador, tem para o clube de associados. Porém, as coisas param por aí. Em um determinado momento do texto sobre Llosa é citado que o escritor se distanciou do socialismo por conta de sua decepção com a experiência em Cuba. Ok. Pra mim essa é a informação mais relevante do texto e que deveria ter total ligação com a indicação do livro feita por ele!!!! Afinal, Llosa teria lido "O Leopardo", o livro que indicou, antes ou depois dessa indignação? Isso faz toda a diferença para entender o valor que a obra tem para o curador. Se foi antes, a leitura do livro e a inevitável ligação com Llosa seria uma, principalmente por conta da revolução sobre a qual o livro se propõe a tratar e a transformação de uma sociedade alicerçada na igraja e na monarquia; se foi depois, a leitura muda de figura e os ideais liberais do livro saltam aos olhos de maneira mais evidente.<br />
<br />
A única resposta que temos sobre o assunto é dada em uma frase: Llosa diz que "O Leopardo" é uma obra genial. Só isso???? Genial por que? por onde? por quando? por sei lá o que mais? Essa falha, pra mim, foi gravíssima porque esperava entrar de cabeça na leitura guiado por um curador ganhador de um prêmio Nobel. A falha, a meu ver, parece ser dos editores da revista que não questionaram Llosa sobre a indicação ou se contentaram apenas com uma frase qualquer ou não conseguiram acesso direto ao escritor e estão usando uma indicação dele para aumentar a visibilidade do grupo.<br />
<br />
Neste último caso, sobre usar a imagem de Llosa, a impressão que me fica é que houve o seguinte diálogo (que pode ou não ter sido diretamente com o escritor):<br />
- Sr. Llosa, somos da TAG e gostaríamos que o senhor indicasse um livro para nossos associados?<br />
- Qualquer livro?<br />
- Qualquer um!<br />
- Ah, então coloque "O Leopardo" aí.<br />
- Por que esse?<br />
- Tenho que justificar?<br />
- Seria bom...<br />
- Ah, escreve que ele é uma daquelas obras literárias que aparecem de tempos em tempos e que nos deslubram...<br />
- Obrigado, Sr. Llosa!<br />
<br />
Senti falta de uma explicação mais apurada simplesmente porque foi Llosa quem indicou o livro! Por ser ganhador de um prêmio Nobel, a possibilidade de ler algo que ele leu e que tenha influenciado em sua produção realmente é um diferencial que a TAG poderia propagar por toda internet. Contudo, acredito que ficarei sem a resposta às questões que surgiram ao assinar e ao ler a revista.<br />
<br />
O segundo ponto que me decepcionou foi a parte "Ecos". A proposta é fornecer informações complementares que ajudam na leitura do livro. Nesta seção, os editores da revista colocaram um mapa (belíssimo, como toda diagramação) com as divisões dos reinos da Itália antes da sua união na nação italiana. Ok, relevante? Sim, afinal o personagem menciona e tramsita por essas regiões. Contudo, a meu ver, a questão da transição do feudalismo para o capitalismo seria mais crucial para o leitor se situar na obra. Um processo conturbado na história, dada a emergência do capitalismo, essa transição é objeto de diversos estudiosos como Dobb, Sweezy e Hobsbawn. Os dois primeiros se debruçam sobre o tema e o terceiro tem uma obra apenas para tratar sobre a formação dos estados nacionais. Imagino que talvez seja demais tratar tudo isso em duas páginas de uma revistinha, contudo, se a proposta é dar informações aos leitores, por que não investir num trabalho mais apurado e de maior valor?<br />
<br />
Por fim, mas não menos importante, a revistinha da TAG pareceu ser tão machista quanto o Príncipe, personagem principal do livro "O Leopardo". Por quê? Simplesmente porque o mimo enviado no kit, uma "bandeira" de algodão com fotos de ganhadores do prêmio Nobel de Literatura, mostra que a primeira pessoa latino-americana a ganhar o prêmio foi Gabriela Mistral, escritora chilena, em 1945. UMA MULHER, antes de qualquer outro homem! E mais: em uma área dominada (SIM) por homens até pouco tempo atrás! Ao invés de falar sobre ela, a revista optou apenas por tratar do boom de escritores latino-americanos (TODOS HOMENS) das décadas de 1960 e 1970! Estou exagerando ao criticar a opção da revista por não dar toda a atenção possível à Mistral????? Acho que não.<br />
<br />
Conclusão: o primeiro kit me decepcionou um pouco. Estou ansioso para receber o kit de março, que veio com o livro "A Câmara Sangrenta" e mais ainda para o do próximo mês, que virá com uma obra situada na Rússia e nos Estados Unidos. Vamos ver se essa primeira impressão ruim se dissipa ao comparar a revista de maio com as demais.<br />
<br />
Vale reforçar: o vídeo feito para o YouTube NÃO É propaganda para o serviço! Eu (Alex) e nós do Canal Marca Páginas não recebemos os kits de forma gratúita.<br />
<br />
Para quem quiser mais informações sobre a TAG: https://www.taglivros.com/<br />
<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/Az8Ghb1-XFo" width="480"></iframe>Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-6476421670012956462017-04-21T05:30:00.001-07:002017-04-21T05:30:25.593-07:00Livro da literatura e 501 grandes escritores - guias para quem gosta de ler sobre livros e autores<div style="width: 480px; height: 270px; overflow: hidden; position: relative;"><iframe frameborder="0" scrolling="no" seamless="seamless" webkitallowfullscreen="webkitAllowFullScreen" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" allowfullscreen="allowfullscreen" id="okplayer" width="480" height="270" src="http://youtube.com/embed/MtrRMyOR-aE" style="position: absolute; top: 0px; left: 0px; width: 480px; height: 270px;" name="okplayer"></iframe></div>
<a href="https://youtu.be/MtrRMyOR-aE">Livro da literatura e 501 grandes escritores - guias para quem gosta de ler sobre livros e autores</a><br />
<br />
April 21, 2017 at 09:30AM
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-48825507306594187082017-04-19T05:32:00.001-07:002017-04-19T07:01:42.381-07:00"Há muitos homossexuais muito machistas, misóginos, que não percebem que lutamos contra o mesmo 'gigante' (patriarcado)" - Entrevista com Marcella Rosa, autora do livro "Guia Prático do Faminismo: Como dialogar com um machista"<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-cxBowpMx84Y/WPdtGbG3gOI/AAAAAAAAYvU/CVH5Whg4ADEJjDno-Gi823m1DahrlHIGQCLcB/s1600/giphy.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-cxBowpMx84Y/WPdtGbG3gOI/AAAAAAAAYvU/CVH5Whg4ADEJjDno-Gi823m1DahrlHIGQCLcB/s1600/giphy.gif" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Roubei, descaradamente, esse giphy do <a href="https://marcellarosa.com/" target="_blank">blog da Marcella</a>, sim. Sorry, not sorry.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal">
Marcella Abboud, ou Marcella Rosa, ou Professora, ou talvez ‘fêssora’,
é <b>Mulher</b>. Antes de qualquer título
acadêmico, ser mulher é o que a define, como a orelha do livro a apresenta ao
leitor. “Guia Prático do Feminismo: Como conversar com um machista”, lançado
pela Letramento em 2016, é, como ela mesma define, um “pedacinho” de sua luta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Após se formar em Letras pela Unicamp e chegar até ás salas
de aula, Marcella se deparou com a condição de suas alunAs inseridas num mundo
machista e preconceituoso. Embora ela mantenha um blog (<a href="https://marcellarosa.com/" target="_blank">MarcellaRosa.com</a>), o livro foi
um convite de seu editor para expandir o conteúdo virtual para o papel.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O livro cumpre com o que diz: é, ao mesmo tempo, um “Guia
prático do Feminismo” e uma orientação de “Como dialogar com um machista”. Para
mulheres que se interessem pela luta, Marcella dá inúmeras informações sobre as
vertentes do feminismo, dados históricos, estatísticos, fontes de leitura e, o
que mais é sensacional no livro, ARGUMENTOS ao construir todo o livro na forma
de uma conversa entre a autora e um homem extremamente machista, ignorante e
que sempre acha que está certo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para homens, o buraco é mais embaixo. Ler este livro é um
processo quase de autoflagelação. Não é “auto” porque quem dá vários socos no
estômago do leitor homem é a própria Marcella. Diga-se de passagem que são
socos extremamente necessários! Ao crescermos em uma sociedade machista e
patriarcal, independente da orientação sexual, características e pensamentos
dessa sociedade estão enraizados em nós, homens. Ler “Guia prático do
feminismo: como dialogar com um machista”, portanto, é reconhecer em quais
pensamentos estamos errados e aprender a nos policiar cada vez mais com isso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A entrevista abaixo foi gentilmente concedida pela Marcella
no dia 20 de março e está estruturada em duas partes. A primeira são perguntas
sobre o livro e sua elaboração. Na segunda parte, propus questões feitas por um
segundo personagem: um gay. Muitas vezes, ao ler, ouvir e estudar sobre o
feminismo, me deparei com questões do tipo: “Os gays fazem isso também?”. Como
não tenho habilidades para invocar Beauvoir e nem dialogar abertamente com
Chimamanda Adiche, aproveitei a simpatia e paciência da Marcella para tirar
essas dúvidas. Confira os resultados abaixo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Alex</b>: Quem é seu
interlocutor? Que cara ele tem? Ele é branco, hétero, machista? Essa conversa
está num bar, num café, num sofá...? Fiquei curioso para saber qual a cara dele
e o ambiente que passou pela sua cabeça enquanto você preparava e escrevia o
livro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Marcella</b>: Eu estou
trabalhando especialmente com o homem, cis, branco, hétero, sim. Mas, na
verdade, eu também estou falando com as minas que precisam de argumento pra
discutir com esses caras e não têm... Acho que imaginei um bar, onde quase
sempre as nossas falas são cortadas por um cara tosco e bêbado, achando que é o
dono da razão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>A</b>: Esse
interlocutor que você criou “excreta” umas falas e umas perguntas
"absurdas" (a meu ver). Você já ouviu homens falarem e perguntarem
isso para você ou para amigas? Você já teve partes dessas conversas (ou ela na
íntegra, sem as citações) no ambiente que você imaginou/usou na produção do
livro?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>M</b>: SIIIIM! e mais
de uma vez, querido. Bem mais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>A</b>: Você escreveu
na dedicatória que o livro é um “pedacinho da sua luta”. Como foi a decisão de
lutar também por meio de um livro?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>M</b>: Na verdade, eu
escrevia no blog, né? Para que quem não fosse aluno meu pudesse ler também. Mas
aí o Henderson (meu editor) me convidou pra expandir isso num livro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>A</b>: Voltando ao
interlocutor e as impressões que seu livro passa dele (o homem branco, hétero,
machista e também ignorante quanto à causa e à necessidade do feminismo), dá
para entender que esse interlocutor é seu público-alvo. A conversa, as
perguntas e, principalmente, as desconstruções parecem ser um processo de
ensino. Desde o lançamento, você conseguiu atingir esse público/interlocutor?
Teve algum retorno da recepção de um homem com essas características?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>M</b>: Como esperado,
mais mulheres que homens procuram meu livro. Fico feliz, porque me sinto
fortalecendo-as para o embate. Uma coisa massa que aconteceu foi as mulheres
comprarem o meu livro para dar de presente para namorados e parceiros. Isso me
deixou mega feliz. Tive retorno de amigos meus que disseram se sentir mal ao perceber
que fazem muitas das coisas que descrevo sem nem se darem conta disso. Recebi
agradecimentos muito bonitos de mulheres que viram nos namorados, pós livro,
uma mudança de atitude.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Há algumas questões que me intrigam há algum tempo e por
isso vou coloca-las na boca/letras de um “segundo interlocutor”. Ele (que vou
representar aqui por <b>G</b>, de Gay mesmo)
é homem, gay, 30 anos, que se interessa pela causa, lê sobre o assunto, se acha
menos ignorante que o primeiro interlocutor, quer falar sobre o assunto, mas
não sabe se pode se chamar de feminista. Sendo assim, vamos às perguntas:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>G</b>: Só homem
hétero é machista ou os homossexuais também são? Há muita diferença entre eles?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>M</b>: Há muitos
homossexuais muito machistas, misóginos, que não percebem que lutamos contra o
mesmo 'gigante' (patriarcado).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>G</b>: Mas eu sou
praticamente uma mulher de tão afeminada. Quer dizer, posso dizer isso?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>M</b>: Não, porque o
feminino é uma socialização. Isto é: você não é uma mulher, mesmo tendo
trejeitos. Você, sendo homem cis, não pode ser quase uma mulher. Sofre
preconceito porque o patriarcado atribui ao feminino o negativo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>G</b>: O Feminismo
Liberal “agrega” o homem à causa feminista naquela campanha #HeForShe. O que há
de errado então com o “machista feministinha”?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>M</b>: É porque ele
se diz feminista mas segue fazendo coisas machistas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>G</b>: Sou feminista,
simpático à causa ou há algum outro termo que se adeque a mim (ou ainda:
depende da vertente)?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>M</b>: Varia com a
vertente, eu prefiro "pró feminismo".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>G</b>: Ainda sobre
esse ponto, a Beauvoir diz que: “Foi Léon Richier o verdadeiro fundador do
feminismo, criando em 1869 <i>Les Droits de
la femme</i> e organizando o congresso internacional desses direitos em 1878”
(p. 183 – da edição da Nova Fronteira de 2009). Se um homem “fundou” o
feminismo, por que muita feminista hoje diz que homem não pode ser feminista?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>M</b>: Porque
trabalhamos com o conceito de lugar de fala e protagonismo do movimento. É como
pedir para um hétero falar sobre homofobia, sabe? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>G</b>: Na mesma obra,
a Beauvoir diz que "Mesmo o homem mais simpático à mulher nunca lhe
conhece bem a situação concreta" (p. 24). Ok, empatia existe, mas é
impossível conhecer a situação concreta de qualquer outrx. Se um homem não
poderia ser “feminista” por questões biológicas (ele não é ela), ou mesmo por
questões sociais, de gênero, de privilégios, como algumas feministas alegam,
não haveria, portanto, espaço para a transcendência da consciência do homem?
Eles nunca poderiam abrir os olhos e, um dia, ver o quanto são e foram
machistas e opressores? Não seria esse uma parte do resultado da luta do
feminismo?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>M</b>: Acho que o
fato de eles nunca saberem o que uma mulher de fato passa não impede a
possibilidade de mudança, porque a empatia é sempre possível, entender a
experiência do outro e, acima de tudo, acreditar no que o outro, que sofre,
fala. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>G</b>: Voltando à
minha viadagem: o que você e como “o feminismo” (ou uma das vertentes dele)
enxergam as drags?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>M</b>: Varia muito.
Eu, que sou interseccional, entendo o movimento que há nas drags como algo
artístico. Mas olha: isso é uma briga feia entre as vertentes, as radfem são
veementemente contra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>G</b>: Eu, homem
(independente da orientação sexual) acho que não devo falar “pelas” mulheres,
isso seria tomar a voz delas, mas eu poderia falar “em favor” delas (ressaltar
a importância da causa, indicar livros, filmes, notícias para colaborar com a
conscientização) ou os dois termos dão na mesma?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>M</b>: Pode falar
para elas, SE, E SOMENTE SE, elas quiserem, pedirem e não estiverem
reivindicando protagonismo.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/h2rO6uUMW2E" width="480"></iframe>Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-12336646345099296372017-04-17T05:30:00.001-07:002017-04-17T05:30:42.538-07:00OdS #8: Como é o curso de Letras da USP (primeiras impressões e informações)<div style="width: 480px; height: 270px; overflow: hidden; position: relative;"><iframe frameborder="0" scrolling="no" seamless="seamless" webkitallowfullscreen="webkitAllowFullScreen" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" allowfullscreen="allowfullscreen" id="okplayer" width="480" height="270" src="http://youtube.com/embed/sd44Yhkb0QU" style="position: absolute; top: 0px; left: 0px; width: 480px; height: 270px;" name="okplayer"></iframe></div>
<a href="https://youtu.be/sd44Yhkb0QU">OdS #8: Como é o curso de Letras da USP (primeiras impressões e informações)</a><br />
<br />
April 17, 2017 at 09:30AM
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-75712241150651606252017-04-16T10:41:00.001-07:002017-04-16T10:41:38.311-07:00Primeiro o YouTube, agora as demais redes sociais<div align="left" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Logo após o YouTube ser
"atacado" pelo Washington Post, a plataforma do neoliberalismo
brasileiro, Estadão, publica hoje um editorial curioso. No artigo
"<a href="http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,desafios-da-noticia-na-internet,70001739774" target="_blank">Desafios da notícia na internet</a>" (página 3), o texto começa dizendo:<o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt; text-indent: 0cm;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt; text-indent: 0cm;">"Em tempos de intenso
debate sobre as “notícias falsas” (fake news) que circulam na internet –
discutem-se, por exemplo, seus efeitos políticos ou a responsabilidade das
redes sociais por sua difusão –, estudo do Pew Research Center, uma das instituições
de maior prestígio nos Estados Unidos, revela dados interessantes sobre as
tendências de comportamento no consumo das notícias digitais."</span></blockquote>
<div align="left" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Detalhes: "discutem-se
[...] a responsabilidade das redes sociais por sua difusão" e "[...]
uma das instituições de maior prestígio dos Estados Unidos". O primeiro
trecho revela que a grande mídia está de olho na "responsabilidade"
das redes e talvez estejam maquinando alguma estratégia para filtrar as “notícias
[consideradas por eles] falsas”. O segundo destaque reforça que a pesquisa
usada para o editorial é 100% confiável e que o leitor pode assumir todas as
informações ali elencadas como a verdade proveniente de uma empresa com
"prestígio" (portanto, que nunca dará uma informação falsa).<o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A pesquisa, segundo o
editorial, é interessante e traz resultados relevantes sobre como as pessoas
compartilham notícias e como elas se lembram (ou não) das fontes. Contudo, quem
encomendou a pesquisa? Quais foram as pessoas que participaram do estudo? Qual
o interesse que há por detrás de um estudo como este? Havia uma hipótese a ser
comprovada pelo estudo? Se sim, qual era? Enfim, a pergunta certa é: qual o
interesse por detrás disso tudo? Estudos e pesquisas estão sempre suscetíveis
tanto à ideologia do pesquisador quanto às intenções que balizam as
interpretações. Informar que a empresa tem “prestígio” é dar uma garantia ao
leitor e dizer que ele não precisa se preocupar com nenhuma dessas questões
elencadas acima. “Só acredite nos resultados, caro leitor!”<br />
<br />
Além disso tudo, o texto questiona as notícias falsas, assunto que está em
pauta hoje em dia: “Ponto importante da pesquisa foi detectar se os
consumidores de notícias digitais tinham consciência da fonte de informação.”
Uma questão importante aqui não é apenas considerar a “fonte de informação”,
mas sim a intenção da notícia, a ideologia que está implícita no texto. Saber a
fonte da informação é crucial para identificar se aquele texto tem ou não “credibilidade”,
se foi composto por um profissional que sabe o que está fazendo, etc. Contudo,
de que adiantaria, por exemplo, ler e compartilhar a notícia de um jornal que manipula
tanto quanto uma notícia falsa? De que adianta compartilhar a notícia de um
grande jornal se não fornece argumentos isentos e plurais para que o leitor
possa debater em suas redes sociais sobre o que pensam do assunto ao invés de
apenas reproduzir o discurso que os veículos de comunicação querem que esse
indivíduo reproduza e internalize?<o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">É relevante sim debater a
questão das notícias falsas, contudo, quando vamos debater a questão das
notícias desses grandes veículos de comunicação? Quando vamos começar a
questionar o porquê de uma notícia trazer apenas fatos que corroborem com o
perfil positivo ou negativo (já que não existe o meio termo) que o texto quis
traçar de um economista liberal ou de um político da oposição? Quando vamos
olhar para um jornal e questionar quais são as intenções por detrás das
notícias que ele publica? Quantos rabos estão presos e quantos “dogmas” do
jornalismo foram negados pelo simples gosto do poder de informar/manipular?<o:p></o:p></span></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A impressão que esse texto
permite é de que o jornal está de olho nas redes sociais. Este foco, contudo,
não parece ser democratizar a informação, mas sim controlar o que pode estar se
desviando da ideologia que ele prega em suas páginas diárias. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-40491390044418649162017-04-12T05:33:00.001-07:002017-04-12T05:33:24.015-07:00[Resenha] Ilíada, Homero: sobre traduções e o cavalo desaparecido!<div style="width: 480px; height: 270px; overflow: hidden; position: relative;"><iframe frameborder="0" scrolling="no" seamless="seamless" webkitallowfullscreen="webkitAllowFullScreen" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" allowfullscreen="allowfullscreen" id="okplayer" width="480" height="270" src="http://youtube.com/embed/LohslnLZ6bc" style="position: absolute; top: 0px; left: 0px; width: 480px; height: 270px;" name="okplayer"></iframe></div>
<a href="https://youtu.be/LohslnLZ6bc">[Resenha] Ilíada, Homero: sobre traduções e o cavalo desaparecido!</a><br />
<br />
April 12, 2017 at 09:30AM
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-49081809287275550852017-04-02T21:47:00.001-07:002017-04-02T22:11:55.228-07:00Carta ao passado; De 3 de abril de 2017 para 3 de abril de 2002<div class="MsoHeader">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Você é gay. Não, não pare de ler, não jogue fora ou não apague se isto um e-mail for. Sei que acreditar
em um pedaço de papel, palavras escritas ou digitadas e encontradas ao seu acaso pode ser difícil, mas vá até o fim.
Aliás, comece a ir até o final de suas leituras desde já.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Eu sou você. Hoje tenho 30 anos e entre todos os devaneios
que a vida trouxe, escrever esta carta foi um deles. Talvez ela chegue em um
envelope roxo, talvez por uma falha no espaço e tempo cibernético. De qualquer
forma estamos aqui, dialogando. A esperança ainda conclama que seja um diálogo,
não apenas um registro equivocado de uma madrugada sem sono. Então acredite,
ler e entender o que está aqui fará a diferença.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por que comecei dizendo que você (eu ou nós) é gay? Porque
você sabe que é verdade. Apesar de uma escola nova, você ainda vai enfrentar
alguns olhares e comentários sussurrados de pessoas de suas salas. O Ensino
Médio será melhor que o Fundamental, mas não será de todo fácil. Você vai
tentar se encaixar. Com dois meses de aula isso talvez já esteja acontecendo,
afinal, ser aceito é quase uma lei aos 15 anos. Mas saiba de uma coisa, desde
já: as leis de sua vida serão feitas por você. Sim, talvez com minha ajuda,
talvez sem, mas o mais importante é questionar desde já o modelo de sociedade
que você tem na cabeça. O modelo que colocaram nas vendas que tampam seus olhos
e não te fazem perceber o mais essencial de sua vida.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ainda em 2002 você vai tentar sair com meninas. Será em vão.
Não vai adiantar ir às domingueiras que te convidarão. Eu contei: serão quase
40 foras, um atrás do outro. Sei que você nunca as culpou, mas elas
provavelmente veem o que você reluta em enxergar e aceitar. Você vai colocar
uma roupa bonita, vai se juntar a três meninos bonitos e, mesmo que não olhe
para eles, vai olhar em vão para elas. Se aceitar sua sexualidade desde já, não
vai iludir ninguém e nem namorar com uma garota aos 18 anos. Sim, se você ainda
pensa em esconder a verdade, haverá uma esperança, mas muito injusta. Depois de
um ano você perceberá que sua vida é uma mentira e algo muito ruim virá de
brinde com essa descoberta. Portanto, evite e só se aceite.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Levante a cabeça e faça o que você fez de melhor nestes três
anos de Ensino Médio: estudar. Você ainda não sabe, mas seus estudos te
destacarão logo no próximo ano. Não será em vão e você tem capacidade. Se
aceitar sua sexualidade, deixará sofrimento de lado e poderá se dedicar a um
bom futuro, sem ressentimentos e mágoas para mim, aqui em 2017.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quanto a estudar, nunca duvide que você é capaz. Eu optei
por estudar jornalismo. Acho que fiz uma boa escolha, embora não haja muitos
empregos para essa área hoje em dia. O jornalismo brasileiro é ruim, é dominado
por forças políticas que nada querem para o povo, só do povo. Você entenderá a
diferença.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não deixe de fazer essa escolha. Pode ser que com essa carta
algo mude, mas não deixe de se dedicar à palavra, à leitura, à mensagem. Esses
serão instrumentos de grande valia no seu futuro. Te darão um prêmio, talvez
mais de um. Te levarão para outro país, talvez para outros mais. Te darão força
para continuar, talvez para fazer isso por outros também.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não se afaste de grandes amigos. Nos seus próximos 15 anos
muitas pessoas passarão pela sua vida, mas poucos continuarão até o meu
presente. Três desses amigos você já conhece. Amigas na verdade e você sabe
quem são, não? Talvez não, mas saberá. Uma delas voltará no seu próximo ano.
Estudarão juntos mais uma vez. As outras duas só mais próximo de meus dias, mas
talvez seja tarde para aproveitar amizades tão verdadeiras. Uma se mudará e a
outra precisará muito do suporte de amigos, talvez inclusive do seu, caso
esteja presente no momento de maior tristeza dela. Não negue seu ombro, não
afaste suas lágrimas. Chorar é coisa de homem sim, até Aquiles chorava, por que
você não pode? Ah, não me lembro se você conhece Aquiles com 15 anos, mas trate
de conhecer, me ajudará muito!<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sim, faltaram duas amigas. Essas, seu futuro próximo te
apresentará. Em um primeiro momento talvez você não goste delas, mas o tempo,
aqui trapaceado, te mostrará um grande valor nas duas. Uma delas, inclusive,
também precisará do seu ombro. Com ela você esteve presente, mas talvez poderá
evitar que o sofrimento exista para quem em duas rodas anda e diz amar. Fica a
dica, você saberá identificar. Sobre as duas aqui citadas, vale, contudo, uma
ressalva. Eu as conheci, mas talvez você não as conheça, para minha grande infelicidade. Estudei em uma
faculdade muito “simples” logo após sair do Ensino Médio. Você não deveria fazer
o mesmo, você tem capacidade para mais. Não acredite quando disserem que
faculdade pública não é para alunos de escola pública. Tive o grande prazer de
conhecer professoras excelentes naquela faculdade, mas na soma final, a balança
pendeu para a inércia à qual estudantes do estado estão fadados e estarão cada
vez mais: ensino particular de pouca qualidade.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Falando em ensino, provavelmente esta será uma de suas bandeiras.
Se olhar para seu passado recente, quase longínquo pra mim, verá uma lousa e
várias cores de giz. Verá palavras e contas; desenhos e esboços. Verá que sua
única aluna, sua irmã, talvez seja o anúncio de algo que seu futuro te reserva.
Sendo justo e sincero, professor hoje não vale nada aos olhos do poder público.
Se seguir o caminho do jornalismo, terá oportunidade de conhecer sindicalistas
e a luta pela valorização da profissão. Verá quão renegados são aqueles que te
inspiraram até seu presente, mas em nada o futuro deles mudará. Talvez mude se
esta carta chegar em suas mãos. Não mudará pelas suas, no entanto, mas pelas
mãos de outros que cartas enviarão ao passado; que poderão fazer grande diferença
para a situação quase deplorável em que estamos hoje em dia.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Por fim, porém mais importante que tudo, nunca se afaste
demais de sua família. É tarde para salvar algumas mudanças, que virão para o bem e que em breve
acontecerão, mas é cedo para diminuir a distância entre você e sua mãe. Nunca
tire a razão dela enquanto adolescente for. Ela só quer uma única coisa: seu
bem. Então confie, confie no que ela tem para te dizer, no quanto ela tem para
te doar e reconheça. Estou aqui, próximo do aniversário de 60 anos dela, mas
deprimido. Gostaria de poupar algumas palavras que foram ditas e alguns atos
mal calculados. Gostaria de ter feito uma grande festa para ela em nosso
aniversário de 30 anos, afinal, foram 30 anos que ela é mãe. Mas não pude. Não
pude em nossos 30 anos e não pude nos 60 anos dela. Talvez presentes não sejam
nada além de mercadorias, mas você perceberá que o orgulho é tudo. O sorriso e
o abraço de comemoração é, na verdade, mais que tudo. E hoje você está longe.
Está tão distante quanto poderia e não acredita que ela pode ser seu porto
seguro e te amparar nos momentos extremamente difíceis que seu futuro te
aguarda, caso tudo ocorra como ocorreu. Eu estou longe. Com orgulho, talvez,
para longe dela eu fui. Orgulho para ela, orgulho para nós. Mas longe é a
palavra de maior poder, quase destrutivo, para quem ama de verdade, para quem sente saudade, para
quem gostaria de mandar uma carta para o passado e dizer: não se afaste, não a
decepcione, não deixe de confiar e, principalmente, de amar. <o:p></o:p></div>
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-65241587436822932312017-03-19T08:48:00.001-07:002017-03-19T08:48:29.577-07:00Um abraço feliz<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-DlC55Rj7mco/WM6oNP6rcyI/AAAAAAAAYTQ/RNEkKQAZwDMr8u9TRzQEJs4n2kmW0rsFQCLcB/s1600/17359039_1598490040179781_9176838131080132450_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="427" src="https://3.bp.blogspot.com/-DlC55Rj7mco/WM6oNP6rcyI/AAAAAAAAYTQ/RNEkKQAZwDMr8u9TRzQEJs4n2kmW0rsFQCLcB/s640/17359039_1598490040179781_9176838131080132450_o.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
O que é felicidade, alguém responde? Não? Então eu mesmo vou tentar definir em algumas palavras.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Felicidade é muita coisa. Pode ser muita, mas pode ser pouca. Pode ser sempre ou sempre que possível. Pode ficar escondida ou estampada na cara para quem quiser ver.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Felicidade pode ser um momento. É aquele momento no qual você está bem perto de pessoas que te trazem boas energias, boas risadas e ótimas memórias da infância.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Felicidade é estar ao lado de amigas ou amigos e estar feliz junto deles; Compartilhar algo indescritível e externar ele num abraço. É desejar felicidades, mais felicidade para quem já está transbordando alegria no dia do seu casamento. </div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Felicidade é apertar bem forte aquela amiga de infância num mix de despedida e de boas vibrações para a nova vida. É fazer tudo isso ao lado de outras duas amigas e sentir que a felicidade transborda.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Bom, felicidade é, portanto e também, ter amigos. Simples assim.</div>
</div>
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-64348825030390948352017-03-13T21:38:00.001-07:002017-03-13T21:38:06.208-07:00Opinião de Segunda #6: mudança e os primeiros dias em São Paulo<div style="width: 480px; height: 270px; overflow: hidden; position: relative;"><iframe frameborder="0" scrolling="no" seamless="seamless" webkitallowfullscreen="webkitAllowFullScreen" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" allowfullscreen="allowfullscreen" id="okplayer" width="480" height="270" src="http://youtube.com/embed/XL89fYLNHrE" style="position: absolute; top: 0px; left: 0px; width: 480px; height: 270px;" name="okplayer"></iframe></div>
<a href="https://youtu.be/XL89fYLNHrE">Opinião de Segunda #6: mudança e os primeiros dias em São Paulo</a> Se puderem, não façam mudança! É ótimo morar em um novo lugar, conhecer a região, se adaptar à nova vida, mas a mudança em si.... que INFERNO que é!!!!!!!!!!!!!!<br />
<br />
March 13, 2017 at 11:53PM
Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-199756902396463449.post-14188687910002078342017-03-08T16:42:00.001-08:002017-03-09T13:01:08.803-08:00O Segundo Sexo (VOl. 1) de Simone de BEAUVOIR - Dia Internacional da mulher<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/wMUbXVuRP-o" width="480"></iframe>
</div>
<br />
O que um homem pode entender do feminismo? Realmente NADA. Nós (homens) podemos ler, podemos nos simpatizar, podemos defender os direitos das mulheres, mas entender a luta, o sofrimento, o preconceito, o medo de ser mulher em uma sociedade cheia de "macho escroto", isso NUNCA vamos entender.<br />
<br />
Não é sem motivo que Beauvoir diz: "Mesmo o homem mais simpático à mulher nunca lhe conhece bem a situação concreta" (p. 24 do livro publicado pela Editora Nova Fronteira).<br />
<br />
Desejo para todas as mulheres uma luta cada vez mais com resultados positivos e toda a felicidade do mundo para nunca abaixar a cabeça frente a essa sociedade opressora!<br />
<br />
O fichamento abaixo é resultado da minha seleção pessoal sobre os temas que mais me marcaram ou que são úteis aos meus estudos. Tentei colocar uma hashtag para cada citação para definir o tema central daquele trecho. Quando coloco #Filosofia, por exemplo, considero que a citação abraça mais a natureza humana e um pensamento filosófico; com #Economia marco os trechos que estão relacionados às diferenças no mercado de trabalho e as relações que a Beauvoir faz com a situação da mulher com o trabalho em geral (dentro e fora de casa ou dentro e fora da indústria, como preferirem); as outras hashtags são autoexplicativas, certo?<br />
<br />
Ao final de cada citação coloquei a página de onde foi retirado o trecho. Para trabalhos acadêmicos que seguem as normas da ABNT, essas referência deve ficar assim: (BEAUVOIR, 2009, p. x) ou (BEAUVOIR, 2009: x) substituindo, obviamente, o 'x' pelo número da página.<br />
<br />
Por fim, devo esclarecer que o fichamento ainda não está completo e que, mais uma vez obviamente, não dá conta da riqueza de informação que o livro da Beauvoir tem. Recomendo fortemente a leitura da obra na íntegra e não apenas frases soltas e descontextualizadas aqui no blog ou pela internet.<br />
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<b>Referência</b>: BEAUVOIR, Simone de. <b>O segundo sexo</b>. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.<br />
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<a href="https://3.bp.blogspot.com/-eEgP-Tj-cAc/WMHB2vSfcWI/AAAAAAAAX3A/ScL2a9S8_ec8P76WY9rEuBkdFx3vc89PACLcB/s1600/Beauvoir%2B-%2Baborto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-eEgP-Tj-cAc/WMHB2vSfcWI/AAAAAAAAX3A/ScL2a9S8_ec8P76WY9rEuBkdFx3vc89PACLcB/s320/Beauvoir%2B-%2Baborto.jpg" width="320" /></a></div>
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<b>Introdução</b></div>
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#Economia</div>
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O senhor e o escravo estão unidos por uma necessidade econômica recíproca que não liberta o escravo. É que, na relação do senhor com o escravo, o primeiro não <i>expõe</i> a necessidade que tem do outro; ele detém o poder de satisfazer essa necessidade e não a mediatiza; ao contrário, o escravo, na dependência, esperança ou medo, interioriza a necessidade que tem do senhor; a urgência da necessidade, ainda que igual em ambos, sempre favorece o opressor contra o oprimido: é o que explica que a libertação da classe proletária, por exemplo, tenha sido tão lenta. Ora, a mulher sempre foi, senão a escrava do homem, ao menos sua vassala; os dois sexos nunca partilharam o mundo em igualdade de condições; e ainda hoje, embora sua condição esteja evoluindo, a mulher arca com um pesado <i>handicap</i>. (p. 21)</div>
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Economicamente, homens e mulheres constituem como que duas castas; em igualdade de condições, os primeiros têm situações mais vantajosas, salários mais altos, maiores possibilidades de êxito do que suas concorrentes recém-chegadas. Ocupam na indústria, na política etc., maior número de lugares e os postos mais importantes. Além dos poderes concretos que possuem, revestem-se de um prestígio cuja tradição e educação da criança mantém: o presente envolve o passado e no passado toda a história foi feita pelos homens. (p. 21)</div>
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#Filosofia #Outro</div>
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Efetivamente, ao lado da pretensão de todo indivíduo de se afirmar como sujeito, que é uma pretensão ética, há também a tentação de fugir de sua liberdade e de se constituir em coisa. É um caminho nefasto porque passivo, alienado, perdido, e então esse indivíduo é presa de vontades estranhas, cortado de sua transcendência, frustrado de todo valor. Mas é um caminho fácil: evitam-se com ele a angústia e a tensão da existência autenticamente assumida. O homem que constiui a mulher como o <i>Outro</i> encontrará, nela, profundas cumplicidades. Assim, a mulher não se reivindica como sujeito porque não possui meios concretos para tanto, porque sente o laço necesário que a prende ao homem sem reclamar a reciprocidade dele, e porque, muitas vezes, se compraz no seu papel de <i>Outro.</i> (p. 22)</div>
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#Economia</div>
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No século XIX, a querela do feminismo torna-se novamente uma querela de sectários; uma das consequências da revolução industrial é a participação da mulher no trabalho produtor: nesse momento, as reivindicações feministas saem do terreno teórico, encontram fundamentos econômicos; seus adversários fazem-se mais agressivos. Embora os bens de raiz se achem em parte abalados, a burguesia apega-se à velha moral que vê, na solidez da família, a garantia da propriedade privada: exige a presença da mulher no lar tanto mais vigorosamente quanto sua emancipação torna-se verdadeira ameaça; mesmo dentro da classe operária os homens tentaram frear essa libertação, porque as mulheres são encaradas como perigosas concorrentes, habituadas que estavam a trabalhar por salários mais baixos. A fim de provar a inferioridade da mulher, os antifeministas apelaram não somente para a religião, a filosofia e a teologia, como no passado ainda para a ciência: biologia, psicologia experimental etc. (p. 24)</div>
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#Economia e #Paternalismo</div>
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[...] há profundas analogias entre a situação das mulheres e a dos negros: umas e outros emancipam-se hoje de um mesmo paternalismo, e a casta anteriormente dominadora quer mantê-los "em seu lugar", isto é, no lugar que escolheu para eles; em ambos os casos, ela se expande em elogios mais ou menos sinceros às virtudes do "bom negro", de alma inconsciente, infantil e alegre, do negro resignado, da mulher "realmente mulher", isto é, frívola, pueril, irresponsável, submetida ao homem. Em ambos os casos, tira seus argumentos do estado de fato que ela criou. (p. 25)</div>
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#Filosofia</div>
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Um dos benefícios que a opressão assegura aos opressores é de o mais humilde destes se sentir superior: um "pobre branco" do sul dos Estados Unidos tem o consolo de dizer a si próprio que não é "um negro imundo", e os brancos mais ricos exploram habilmente esse orgulho. Assim também o mais medíocre dos homens julga-se um semideus diante das mulheres. (p. 26)</div>
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#Machismo</div>
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[...] <span style="-evernote-highlight: true; background-color: #fffaa5;">ninguém é mais arrogante em relação às mulheres, mais agressivo ou desdenhoso do que o homem que duvida de sua virilidade.</span> Os que não se intimidam com seus semelhantes mostram-se também muito mais dispostos a reconhecer na mulher um semelhante. (p. 26)</div>
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#Machismo</div>
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<b><span style="color: #d100ff;"><span style="-evernote-highlight: true; background-color: #fffaa5;">Mesmo o homem mais simpático à mulher nunca lhe conhece bem a situação concreta. (p. 28)</span></span></b></div>
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#Filosofia (definição da perspectiva do livro)</div>
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A perspectiva que adotamos é a da <b>moral existencialista</b>. todo sujeito coloca-se concretamente através de projetos como uma transcendência; só alcança sua liberdade pela sua constante superação em vista de outras liberdades; não há justificativa da existência presente senão sua expansão para um futuro indefinidamente aberto. Cada vez que a transcendência cai na imanência, há degradação da existência em "em si", da liberdade em facticidade; essa queda é uma falha moral, se consentida pelo sujeito. Se lhe é infligida, assume o aspecto de frustração ou opressão. Em ambos os casos, é um mal absoluto. Todo indivíduo que se preocupa em justificar sua existência sente-a como uma necessidade indefinida de se transcender. (p. 30)</div>
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primeira parte <b>Destino</b></div>
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1 <b>Os dados da biologia</b></div>
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#Patriarcado</div>
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Com o advento do patriarcado, o macho reivindica acremente sua posteridade; ainda se é forçado a concordar em atribuir um papel à mulher na procriação, mas admite-se que ela não faz senão carregar e alimentar a semente viva: o pai é o único criador. (p. 40)</div>
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[...] se podemos dizer que entre os animais superiores a existência individual se afirma mais imperiosamente no macho do que na fêmea, na humanidade as "possibilidades" individuais dependem da situação econômica e social. (p. 68)</div>
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2 <b>O ponto de vista psicanalítico</b></div>
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#Psicologia</div>
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O imenso progresso que a psicanálise realizou na psicofisiologia foi considerar que nenhum fator intervém na vida psíquica sem ter revestido um sentido humano; não é o corpo-objeto descrito pelos cientistas que existe concretamente e sim o corpo vivido pelo sujeito. A fêmea é uma mulher na medida em que se sente como tal. (p. 71)</div>
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3 <b>O ponto de vista do materialismo histórico</b></div>
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#Filosofia</div>
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A humanidade não é uma espécie animal: é uma realidade histórica. A sociedade humana é uma <i>antiphisis</i>: ela não sofre passivamente a presença da Natureza, ela a retoma em suas mãos. Essa retomada de posse não é uma operação interior e subjetiva; efetua-se objetivamente na práxis. [...] Ela reflete uma situação que depende da estrutura econômica da sociedade, estrutura que traduz o grau de evolução técnica a que chegou a humanidade. (p. 87)</div>
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#Economia #Trabalho</div>
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[...] o manejo de numerosas máquinas modernas não exige mais do que uma parte dos recursos viris. Se o mínimo necessário não é superior às capacidades da mulher, ela torna-se igual ao homem no trabalho. Efetivamente, pode-se determinar hoje imensos desenvolvimentos de energia simplesmente apertando um botão. (p. 88)</div>
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<span style="-evernote-highlight: true; background-color: #fffaa5;">#Patriarcado</span></div>
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<span style="-evernote-highlight: true; background-color: #fffaa5;">Com a descoberta do cobre, do estanho, do bronze, do ferro, com o aparecimento da charrua, a agricultura estende seus domínios. Um trabalho intensivo é exigido para desbravar florestas, tornar os campos produtivos. O homem recorre, então, ao serviço de outros homens que reduz à escravidão. A propriedade privada aparece; senhor dos escravos e da terra, o homem torna-se também proprietário da mulher. Nisso consiste "a grande derrota histórica do sexo feminino". Ela se explica pelo transtorno ocorrido na divisão do trabalho em consequência da invenção de novos instrumentos. "A mesma causa que assegura à mulher sua autoridade anterior dentro de casa, seu confinamento doméstico, essa mesma causa assegurava agora a preponderância do homem. O trabalho doméstico da mulher desaparecia, então, ao lado do trabalho produtivo do homem; o segundo era tudo, o primeiro um anexo insignificante." O direito paterno substitui-se então ao direito materno; a transmissão da propriedade faz-se de pai a filho e não mais da mulher a seu clã; É o aparecimento da família patriarcal baseada na propriedade privada. (p. 88-89)</span></div>
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#Economia #Socialismo</div>
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Deste modo, o destino da mulher e o socialismo estão intimamente ligados, como se vê igualmente na vasta obra consagrada por Bebel à mulher. "A mulher e proletariado", diz ele, "são ambos oprimidos". É o mesmo desenvolvimento da economia a partir das modificações provocadas pelo maquinismo que os deve libertar um e outro. O problema da mulher reduz-se ao de sua capacidade de trabalho. Forte na época em que as técnicas se adaptavam às suas possibilidades, destronada quando se tornou incapaz de explorá-las, ela volta a encontrar no mundo moderno sua igualdade com o homem. São as resistências do velho paternalismo capitalista que, na maioria dos países, impedem que essa igualdade se realize; ela o será no dia em que tais resistências se quebrarem. (p. 89)</div>
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#Economia #Filosofia</div>
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Se a relação original do homem com seus semelhantes fosse exclusivamente uma relação de amizade, não se explicaria nenhum tipo de escravidão: esse fenômeno é consequência do imperialismo da consciência humana que procura realizar objetivamente sua soberania. Se não houvesse nela a categoria original do Outro, e uma pretensão original ao domínio sobre o Outro, a descoberta da ferramenta de bronze não poderia ter acarretado a opressão da mulher. (p. 92)</div>
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#Violência #Machismo</div>
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<b><span style="color: #e500ff;">Viola-se mais profundamente a vida de uma mulher exigindo-se dela filhos do que regulamentando as ocupações dos cidadãos: nenhum Estado ousou jamais instituir o coito obrigatório. [...] Não seria possível obrigar diretamente a mulher a parir: tudo o que se pode fazer é encerrá-la dentro de situações em que a maternidade é a única saída; a lei ou os costumes impõem-lhe o casamento, proíbem as medidas anticoncepcionais, o aborto e o divórcio. (p. 93)</span></b></div>
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segunda parte <b>História</b></div>
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... ainda falta copiar muuuuuita coisa aqui. Logo estará completo, prometo.</div>
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Alex Continhttp://www.blogger.com/profile/17730788998820825505noreply@blogger.com0São Paulo, SP, Brasil-23.5505199 -46.633309399999973-24.4811409 -47.924202899999976 -22.619898900000003 -45.34241589999997