sábado, 31 de outubro de 2009

Fazer o quê?



As vezes, a melhor coisa a se fazer é fica cego para as aberações e bolsas; mudo pra não falar o que pensa e se arrepender depois e surdo para não ouir conversas e fofocas que ns deixam indignados ou irritados.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dia dos professores: o carinho e a patada

Tudo na vida tem dois lados, isso ficou claro pra mim hoje na minha profissão de professor de dança.

Enquanto uma das minhas alunas me escreveu a mensagem abaixo:

"Mensagem para o dia dos Professores

Ser professor é muito mais do que transmitir conhecimento.
É aquele que ensina com dedicação e paciência, é aquele que quebra os nossos galhos, aquele que quando tudo está difícil ele abre um sorriso e diz: calma, você vai conseguir.
É agir com simplicidade, com companheirismo, está disposto a te ajudar sempre, enfim todas essas características se resume em você, não é atoa que podemos afirmar que você não é somente nosso professor, mas também nosso amigo.

Parabéns pelo seu dia.
Feliz Dia dos Professores!

Sua aluna Cenira."

Da diretoria e do secretário da Cultura recebi hoje em casa o Mandado de Citação para responder ao Processo de número 1.186 referente aos problemas enfrentados no Centro Cultural no final de junho, quando o teto da sala onde eu dava aula caiu. O Jornal de Limeira fez matéria disso, e o querido titular da pasta, descabelado com os escândalos de sua administração (funcionário fantasma denunciado pelo jornal) resolveu retaliar o jornal jogando toda sua raiva em cima de mim.

E o melhor, o processo de sindicância indica quatro transgressões - dos incisos IV e VII do artigo 139 e dos incisos II e XV do artigo 140 do estatuto do funcionário público de Limeira. Esses artigos me acusam de desobedecer o meu superior, agir dicidiosamente (até agora não descobri o que é isso), danificar o prédio público e retirar documentos do departamento sem autorização de superior imediato. Será que o secretário está desconfiando que eu retirei documentos importantes de dentro da secretaria? Teria algum documento lá dentro que comprovava a contratação do funcionário fantasma? Quem deve, teme?

Vamos ver onde isso vai dar!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Como fazer arroz - post-receita

Sei fazer doce. No último churrasco fiz um bolo de laranja cremoso. Apesar de seguir a receita que cacei na internet, dei um toque de "churrasco entre amigos" e despejei por cima suco de laranja com muito açúcar e vodka. Posso dizer que virou uma receita minha. Pelo menos eu gostei e comi (acompanhado), quase o bolo todo. Afinal, que amigo com a cara cheia de cerveja iria comer um bolo superdoce depois de horas de carne mau passada e vodka com ene combinações possíveis?

Na tentativa de fazer uma dieta simples, ou tentar controlar a boca para perder alguns quilos, tive a ideia de fazer arroz integral hoje em casa. Esqueci de trazer a cesta básica que ganho no Jornal para casa e por conta disso minha mãe ficou sem o saco de arroz e se viu obrigada a comprar a versão integral do grão para ter o básico da nossa mesa de cada dia. Já falei que vou esquecer mais vezes, de propósito, só para ter arroz integral em casa.

Enfim... cheguei da rua com uma fome do cão. No almoço comi uma baguete de peito de peru acompanhada de suco de laranja - tirando o pão francês, bem leve. Consegui resistir a tarde à bolacha Bono de chocolate de um colega da redação e fiquei o tempo todo alternando o café da recepção e o chicletes que comprei na hora que paguei o almoço. Firme e forte, o difícil vai ser desviar o olhar do bolo de cenoura com cobertura de chocolate que minha mãe fez segunda-feira, o bolo de laranja que (provavelmente) a Neusa trouxe no domingo e um pedaço de uma barra de chocolate ao leite na Nestlé que está em cima do armário. óò

Perguntei para minha mãe se poderia fazer arroz - dependendo do humor dela, me ver na cozinha tentando fazer algo eu levaria um xingo de graça -, e como ela deixou resolvi tentar. Chegando na frente do fogão descobri que sabia fazer doces, seguir receitas, mas não tinha ideia de como preparar uma panela de arroz. Cresci sentindo o cheiro da cebola fritanto, ainda me lembro da minha avó cortando o alho para fazer o famoso arroz dela (que sempre amei comer) e mesmo assim essa deve ser a segunda vez que estou me aventurando a fazer arroz.

- Vem cá que eu vou te ensinar a fazer arroz então - disse, com toda paciência do mundo minha mãe.

Vamos aprender então.

Primeira coisa seria escolher o arroz. Ouvi dizer já que arroz integral vem com a casca, portanto não sei o deveria separar ali daquele monte. Também li num site antes de começar a escrever esse post que outras pessoas dizem que não se deveria escolher o arroz porque a lavagem antes do preparo faz com que o alimento perca seus nutrientes. Enfim, lavei.

Segundo passo picar meia cebola pequena (adoro cebola), colocá-la na panela onde o arroz será feito, junto com um pouco de óleo ("coloco tudo a olho", disse minha mãe, portanto fico devendo a quantidade exata) e fritar um pouco. Essa fritura não demora muito, mas o cheiro é uma delícia.

Terceiro passo. Depois de deixar o arroz escorrer, colocá-lo por cima da cebola frita e mexer. Enquanto tudo isso acontece, uma caneca deve ir esquentando a água em outra boca do fogão. Detalhe, a cebola não ficou muito dourada não... levemente frita eu diria.

Quarto passo. Depois de misturar a cebola frita com o arroz, colocar água. É ai que o bicho pega. Na embalagem do arroz integral está escrito que a proporção é de três copos de água para dois de arroz. Em casa tem uma canequinha velha pra caramba que fica dentro do pote de arroz. Ela serve como medida há muito e muitos anos, então não sei se a proporção bate com a indicada na receita. Enfim... na caneca que estava esquentando a água ficou um fundo considerável de água quente depois que coloquei todo o líquido na panela. Eu diria que a quantidade de água deve ser suficiente para dobrar a quantidade de arroz (a altura que o ingrediente ocupa na panela). Minha mãe falou que é o dobro, "mas faz tudo de olho"... vai entender.

Opa... esqueci do sal. Meia colher de sal, "também a olho", depois de misturar o arroz com a cebola frita.

Depois de colocar a água, mexer um pouco e tampar a panela deixando um espaço pequeno para o vapor sair nesse primeiro momento. Depois de alguns minutos (poucos, bem poucos - tanto que escrevi esse post em pelo menos quatro partes, entre começar o arroz, olhar o arroz, olhar de novo o arroz e desligar o fogo para deixar o arroz encorpar...), é preciso mexer mais uma vez a mistura e deixá-la totalmente tampada, sem espaço para o vapor escapar, e esperar mais alguns poucos minutos - "mais ou menos cinco minutos, mas tem que ficar de olho senão queima", informou dona Isabel, minha mãe.

Cinco minutos não foram suficientes nem para escrever dois parágrafos da receita aqui no blog. Bem antes disso fui alertado:

"Se é o outro arroz (o branco) fica rápido num instante" - falou minha mãe da lavanderia que fica bem ao lado do meu quarto.
"É rápido?" - perguntei ainda escrevendo um dos parágrafos acima.
" U... tem que ficar em cima ali senão ele queima tudo"
Pausa.
"Melhor vc ir lá ver hein" - alertou ela.
"Tá bom"

Voltei até a panela e o arroz já estava sem nenhuma água por cima, mais ou menos seco (não coloquei o dedo pra ver se estava completamente seco) e cheirando muito bem. Desliguei o fogo, tampei mais uma vez e estou esperando para ver o resultado.

Está ai... "eu vou experimentar seu arroz Alex". Entendi que eu precisava experimentá-lo e respondi: "Já vou". "EU vou experimentar"... espero que esteja bom.

No final de semana quero fazer umas experiências. Arroz integral à grega ou arroz à grega integral? Enfim... vai ser um arroz integral com tempero meu, milho, vagem, cenoura e talvez até ervilha. Deu vontade... mas vou me contentar agora com o integral simples.

Só assim para conseguir esperar o tempo de preparo do arroz, odeio estar com fome e ter ue esperar os benditos grãos brancos chuparem a água (¬¬). Pelo menos escrevendo o tempo passou mais rápido. Vou comer...

VIDA REAL - Na frente das carteiras


Numa tarde de dia de semana, com shots azul marinho e na camiseta branca o mapa do Brasil seguido do nome do país, cadernos e estojos na mochila ainda pequena, e uma vontade enorme de voltar para o carro, para debaixo das asas da mãe. Depois de passos curtos na praça em frente à escola, olhos marejados, vendo lá longe aquela bancária apressada atrás do volante, o que vinha pela frente eram 15 anos sentado em carteiras escolares. Ainda está claro na memória o primeiro dia do Ensino Fundamental.

O dia em que várias crianças com menos de dez anos, sentadas nas carteiras amarelas da Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau "Brasil", estavam ansiosas pelas aulas da primeira série. Com lápis novos, cadernos limpos, e o material indicado na lista dada pela secretaria da escola e a vontade era de aprender. Como flashes de filmes, vêm à memória a imagem de várias crianças sentadas em seus novos lugares, algumas distribuindo fotos até do cachorro em cima da mesa, porta-lápis e estojos, ou organizando as canetas de cores diferentes ao lado dos lápis pretos e apontadores de caixinha. Ainda nesse ambiente, na porta da classe a professora conversava com uma outra pessoa e ouvia o pedido de mais de um aluno para que a aula começasse logo.

Das carteiras para a frente delas. Depois de debutar na escola e na faculdade e conseguir o diploma de jornalista, passo diariamente pela experiência de contar com a ansiedade de diversas crianças. No lugar de aprender a escrever e a ler, essas meninas de sete a 10 anos, querem mesmo é sair dançando como grandes bailarinas brasileiras, como a Barbie um um de seus filmes ou como aquelas personagens principais dos balés de repertório que assistem durante o curso de dança no Centro Cultural, da Secretaria Municipal de Cultura. Independente da disciplina, lugar ou da estrutura da sala de aula, ser professor é lidar todos os dias com o futuro de seres que colocam na figura do educador a confiança e a crença de que serão esses profissionais que os levarão a ser alguém algum dia.

As adversidades aparecem junto do meio social na qual a escola está inserida ou da vida que os alunos têm fora da classe. Muitas crianças levam a violência que sofrem e presenciam em casa para dentro da sala de aula ou se dispersam em conversas e brincadeiras infantis - afinal estão juntas de outras crianças e este parece ser um momento em que podem ser o que são e não conviver com a realidade à qual precisam enfrentar. Ser professor hoje em dia parece ser uma batalha pela atenção das crianças, ou uma manutenção constante do amor pela licenciatura. Independente do que se leciona, todo professor contribui para um cidadão do futuro. Parabéns a todos os professores.