segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Avatar, de longe o melhor filme que já assisti



As primeiras informações sobre o novo longa-metragem do diretor de "Titanic", James Cameron, surpreendiam só pelos números que acompanhavam as estimativas de gastos e expectativas quanto ao filme. Até a porta do cinema, o filme Avatar resgata na memória todas as notícias que foram divulgadas até a estreia, mas na cadeira e com o início do filme a maioria se dispersa e a atenção fica focada na telona. O começo do longa não se difere muito dos outros filmes de ficção científica e aqueles com temas militares, mas seu desenrolar e todo o investimento já rendeu uma estreia que totalizou 232,2 milhões de dólares em todo o mundo, de acordo com o site "The Hollywood Reporter".

Com grandes naves e helicópteros modernos e uma equipe de milicos mercenários que foram levados a um novo mundo, Jake Sully, interpretado por Sam Worthington, chega à Pandora no lugar do irmão gêmeo. Sem o treinamento específico sobre suas novas atividades na base humana no mundo extraterrestre, Sully, um ex-fusileiro naval "preso" em uma cadeira de rodas, está atrás de um novo começo para sua vida e entra na equipe da cientista Grace Augustine (Sigourney Weaver a protagonista do filme "Alien - O Oitavo Passageiro").

O mundo guarga em seu subsolo um minério raro que é fruto da ganância humana e sua flora e fauna têm atividades biológicas superiores às da Terra que move pesquisas científicas lideradas por Grace. O planeta, que é habitado por um povo azul chamado Na'vi, lembra a era pré-histórica terráquia, onde a interferência humana era mínima. Os Na'vi vivem em perfeita harmonia neste ambiente verde com alienígenas que mais parecem as misturas genéticas de cachorros, macacos, aves e dinossauros que fazem parte da fauna de nosso mundo com um DNA alien dando aos animais características singulares como um cavalo de seis patas, ou um cachorro misturado com uma pantera negra e orelhas que lembram pétalas de alguma flor negra. Nada morre em vão, e o povo azul só mata para se alimentar, "uma morte limpa", como dizem.

Do outro lado da balança que contrapõe o respeito à natureza e a ganância humana, o coronel Miles Quaritch (Stephen Lang) lidera a equipe militar contratada por Parker Selfridge (Giovani Ribsi) para explorar o minério raro que, além de ter um grande preço no mercado da Terra, resolveria os problemas energéticos do mundo de origem dos intrusos de Pandora. No ano em que se passa a história de Avatar, a Terra já não possui mais a abundância verde e a diversidade da fauna, assim como hoje. O dinheiro, para os militares contratados por Selfridge, importa mais que o cuidado com uma árvore ou qualquer outro ser vivo em um ambiente sem nenhum inimigo que quebre a cadeia alimentar básica da ecologia.

Como informou na tarde de ontem o site "The Hollywood Reporter", o filme de Cameron teve no seu primeiro final de semana uma bilheteria estimada em 73 milhões de dólares nos cinemas dos Estados Unidos. O total arrecadado na estreia é menor que o filme "Eu Sou a Lenda", que estreiou na mesma época em 2007. "A maior estreia de dezembro foi com o filme de 2007 com 77,2 milhões de dólares", informou em nota. De acordo com as primeiras estatísticas de "Avatar", o filme foi exibido em 106 países com uma bilheteria total de 159,2 milhões de dólares fora do terrirório norte-americano.

A TECNOLOGIA USADA NO FILME, de acordo com as notas divulgadas durante as últimas semanas, foi responsável pelo montante de investimento no longa. O diretor de Avatar estava planejando o filme há cerca de 10 anos, mas não dispunha das câmeras específicas para capturar as imagens do filme. Em 3D, Avatar se torna ainda mais real ao aproximar os espectadores do mundo de Pandora. Os vôos em pássaros que mais pareciam dinossauros, ou as cavalgadas pelos campos daquele mundo levam junto aqueles que estão sentados com os óculos 3D no rosto.

Todo o investimento do filme que foi considerado o mais caro da história, com um gasto estimado em 500 milhões de dólares, fica visível nas montanhas flutuantes, nas espaçonaves do exército do coronel Quaritch ou no simples flutuar dos espíritos puros que lembram as pétalas daqueles dentes de leão que se desmancham ao sopro humano ou uma brisa mais forte. Em Limeira, o filme teve sua pré-estreia na última quinta-feira e esta semana está sendo exibido na sala 1, com três sessões diárias, sendo que no dia 24 o Arcoplex irá exibir somente a primeira sessão e no dia 25 o local estará fechado.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Lara lara", "porom porom", ao ritmo do trombone de vara


Mostra municipal quer transformar Limeira na "cidade do circo"

Com o acompanhamento dos alunos de primeira a terceira série do Sesi 408, o ator Gilberto Caetano tocava seu trombone de vara no que era seguido pelas vozes infantis: "Lara lara", "porom porom". A música, apesar de ser difícil traduzí-la em uma onomatopeia, é a mais conhecida quando o tema é circo, praticamente um hino para palhaços e outros artistas que fazem do picadeiro e da lona seu palco para os diversos números desse mundo colorido e divertido. Apesar de ser usada até os dias atuais, a música interpretada através do trombone, retratou a época antiga dos picadeiros na qual o espetáculo que foi exibido no Centro Esportivo do Sesi, na Avenida Major José Levy Sobrinho. A apresentação fez parte da primeira Mostra Municipal de Circo, realizada pela Secretaria Municipal da Cultura.

O ator e seus dois companheiros, Fernando Sampaio e Domingos Montagner fazem parte do grupo LaMínima, que une teatro e circo na apresentação "Luna Parke". Os três fizeram da quadra da escola o espaço para a apresentação. Apesar de estarem acostumados com números a céu aberto, o trio de São Paulo, foi convidado pela organização do evento municipal para fazer parte da agenda de números que compuseram a primeira mostra com temática específica sobre o circo. De acordo com o diretor de Cultura, Carlos Jerônimo, a proposta da mostra circense é "transformar Limeira na cidade do circo". Palhaços e artistas do meio não faltam na cidade. O diretor cita pelo menos duas escolas que já trabalham com o tema. O Aldeia Movimento Pró-Cultura e o Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom), por meio do seu Núcleo de Cultura, já trabalham a arte com seus jovens. Além deles uma nova escola de circo deve ser aberta na cidade.

"Limeira está crescendo no campo do circo. O sucesso do Festival Paulista motivou a criação dessa mostra que é um embrião para o que vamos realizar no ano que vem na segunda mostra de circo", diz.

Três espetáculos estavam programados para a primeira edição do evento, porém uma das companhias não pôde se apresentar, conforme comenta Jerônimo. A primeira foi realizada no último sábado na Praça Toledo Barros pelo grupo Andaime, de Piracicaba. Eles levaram para o coração da cidade o número "A Noiva do Defunto", uma adaptação de um texto português de humor da década de 1950.



HUMOR E RISADAS são praticamente sinônimos de picadeiro e artistas circenses quando o tema em discussão é circo. O trio do LaMínima, durante a apresentação da tarde de ontem tiraram, sem esforço, as risadas dos alunos do Sesi. Sentados no chão da quadra, em frente ao picadeiro improvisado com aqueles baldinhos que crianças usam nas praias e correntes de plástico, as crianças gritaram e gargalharam quando a Monga, a mulher golira saiu da sua jaula e ameaçou ultrapassar os limites entre artistas e plateia. "O Luna Parke é uma homenagem aos parques de diversão de antigamente que traziam personagens famosos como a Monga, a mulher que se transformava em gorila, homens que deitam em vidros, engolem fogo entre outros", explica Caetano que há 20 anos está na estrada com a equipe difundindo a cultura circense e outros trabalhos teatrais. Ele diz que atualmente o circo está forte no interior de São Paulo e o evento municipal promovido neste final de ano e os dois Festivais Paulistas de Circo que Limeira sediou em 2008 e 2009 fazem do município um "pólo cultural".

Em 2010, a terceira edição do festival promovido pelo Poder Executivo Estadual deve acontecer entre os dias 24 e 28. Apesar de não estar confirmado o local do evento, Jerônimo comenta que o endereço dos picadeiros não deve mudar, o festival continua próximo à rotatória da Hípica Municipal, nas margens da Via Antonio Cruanes Filhos, do Anel Viário. Já a segunda Mostra Municipal de Circo deve acontecer no final de 2010.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

VIDA REAL - "Veronika decide morrer"



Hoje chega praticamente na última página uma história que estava se desenvolvendo desde fevereiro deste ano. Desde às 8h30 alunas de balé da Escola Municipal de Cultura e Artes (Emcea) e mais tarde as de jazz estarão no Teatro Vitória fazendo os últimos ensaios para a noite, por volta das 19h30, subirem ao palco e mostrarem o resultado de dez meses de trabalho. Como já foi mencionado em algumas ocasiões, além de repórter do Jornal de Limeira também atuo como professor de dança concursado na Secretaria de Cultura de Limeira. Entrei em agosto do ano passado e apesar do curto período que estive a frente dos espelhos e das barras do Centro Cultural, pude sentir na pele a vida de um professor e a importância que esse profissional adquire para diferentes tipos de meninas e mulheres, dos seus sete aos quarenta anos.

Em conversas com cada turma, sempre ressaltamos que a dança é uma arte efêmera. Esta é uma definição também utilizada por mestres de dança e outros profissionais que estudam ou trabalham diretamente no meio. Em cerca de uma hora e meia de espetáculo que deve durar a apresentação que montei com minhas alunas, a arte de dançar deve nascer e morrer em coreografias que duram no máximo cinco minutos. São horas e horas de aula, conversas e pesquisas para subirmos no palco do Vitória, encarar pais, mães, irmãos e várias outras pessoas que nunca nem sonhamos em encontrar um dia e precisamos estampar um sorriso ou qualquer outra expressão que for preciso para encarar determinado papel.

Por trás de todos os sentimentos que foram ensaiados com cada aluna, há um que se sobressai em relação a todos que podem ser citados, o sentimento de dever cumprido, de orgulho, o gosto de sucesso. Pode ser que ocorram tombos e tropeços. Um erro na coreografia ali, um braço que subiu na hora errada ali, mas para essas mulheres que farão parte do espetáculo "Verônika decide morrer", que será apresentado hoje, as luzes da ribalta têm um gostinho especial, um gosto de vitória. Não é exagerado dizer essas palavras com tanta pompa, afinal, conhecendo um pouco da vida de cada aluna, descobrimos a luta que cada uma tem para ser assídua nas aulas e darem o melhor de si para as coreografias que foram propostas. Desde problemas com câncer na perna até timidez e a dor de deixar a filha em casa para poder fazer uma atividade que realmente dá prazer. Dançar, principalmente quando as pessoas já não acreditam que alguém é capaz de vestir uma sapatilha e tentar fazer saltos e grand battements, é mérito de quem tem coragem no sangue e o prazer pelo desafio na vida.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Limeirenses produzem vídeos com técnica stop motion


Oficina Carlos Gomes apresenta resultado de curso com quatro sessões diárias

Quem já assistiu ao filme "A Fuga das Galinhas", animação dirigida por Peter Lord e Nick Park, deve ter se perguntado como aqueles animais feitos de massinha ganham vida, falam e interagem entre si. A técnica parece ser difícil, mas segundo a publicitária Priscila Peres, 23 anos, "dá até pra fazer em casa", confessa.

Ela e outros 15 alunos participaram da oficina de animação usando a técnica chamada "stop motion". Quem coordenou o curso foi o professor e publicitário Renato Fabregat. A oficina fez parte da programação do segundo semestre deste ano da Oficina Regional Cultura Carlos Gomes, projeto do Governo do Estado de São Paulo. De acordo com o oficineiro, a técnica é simples, porém trabalhosa. "Os alunos aprenderam na oficina desde a produção e o roteiro até algumas dinâmicas em grupo para que entendessem o conceito do stop motion", explica.


A publicitária Priscila Peres usou até a irmã nas animações

Quem dá a melhor definição para o que é a animação feita com a técnica ensinada por Fabregat é o contador de histórias Eduardo Abreu, 28: "ë uma animação a partir de fotografias". Ele, que além da contação de histórias também trabalha com artes cênicas, procurou a oficina para poder divulgar seu trabalho na Internet. "é bem divertido e prazeroso porque trabalha com a técnica aliado à criatividade de cada um", diz Priscila e complementa: "quando não temos o contato nem imaginamos como são feitas as animações, mas é fácil e eu fi até em um aniversário da minha família", ri.

Os desenhos são feitos cena a cena, ai está a engenhosidade da técnica. Para construir a animação de qualquer objeto - "até um prego ganha vida", comenta Priscila - é preciso fazer fotografias de cada movimento que o personagem da animação vai realizar. " O lance é manipular o objeto para ele ficar orgânico, para ele ganhar vida", diz Abreu. No final da oficina, segundo Fabregat, foram produzidos 14 animações. Até a última quinta-feira, nenhum dos alunos chegou a ver o resultado de seus trabalhos. Todos foram apresentados no lançamento do DVD com os trabalhos a noite, na sede da Oficina Carlos Gomes, no Palacete Levy. Segundo o oficineiro responsável pelo curso, o resultado foi surpreendente. "Algumas pessoas vieram até o curso com um conhecimento maior que outras, mas no final da oficina o nível de todos os alunos ficou igualado e muito bom", disse.


Já o contador de histórias, Eduardo Abreu, optou pelo humor para divulgar seu trabalho

De tão fácil que foi aprender a técnica, Priscila chegou a produzir três animações. Para elas usou até sua irmã e como cenário, o Parque da Cidade. No outro, quando estava em uma festa de aniversário, chamou duas crianças que estavam bagunçando no local e produziu junto com elas uma corrida de cadeiras. Já o terceiro, usou um carrinho de brinquedo e peças do brinquedo Lego para montar o filme. Já o contador de histórias usou do humor para produzir sua animação. "Fiz a história de um peixinho que contava as bolhas que fazia. Mas só isso não ficou engraçado e eu queria algo que fizesse as pessoas rirem. Contei a história para uma criança que conheço e ela não riu. Sua mãe contou a mesma história e no final, depois que o peixinho não conseguia mais fazer nenhuma bolhinha e ficou desesperado, ele soltou um 'pum', ai a criança adorou e usei a ideia na minha animação".

A exibição dos resultados da oficina encheu o salão principal da Oficina Carlos Gomes. As animações que foram produzidas aos sábados durante dois meses estão sendo exibidas para o público interessado. De acordo com a coordenação da oficina, os vídeos têm horários fixos para serem exibidos. As sessões vão até o dia 26, próxima quinta-feira em quatro horário: às 9h, 10h30, 14h e 15h30. As escolas que quiserem agendar horários para assistirem à produção, podem entrar em contato pelo telefone 3442-9857 ou pelo e-mail carlosgomes@assaoc.org.br



Durante o escurinho das exibições das animações, foi possível ver trechos de alguns dos vídeos produzidos pelos alunos do professor Fabregat. Alguns dos participantes da oficina recorreram à imagem clássica do filme "2001, Uma Odisseia no Espaço", do diretor Stanley Kubrick e no lougar dos primatas e dos pedaços de árvore, o símbolo da marca Kipling e um prego. A criatividade é o mais interessante ao assistir aos vídeos dos limeirenses. Fazer os vídeos também deve parecer coisa de crianças. Ao posarem para as fotos que colocamos aqui no blog, Eduardo Abreu e Priscila, ao manipular os objetos inanimados pareciam que voltaram à infância com o diferencial de, desta vez, poderem dar vida aos brinquedos que manipulam.

Vou caçar um vídeo para colocar aqui... quando conseguir posto novamente. Parabéns aos alunos e ao professor Fabregat. Pelo pouco que consegui ver, todos esbanjaram criatividade!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mais perguntas sem respostas

Neste sábado, no Cultura e Variedades do Jornal de Limeira, será publicada a matéria "Teatro Vitória vive dias de abandono". A reportagem que fala sobre a situação ruim do principal teatro de Limeira surgiu a partir do texto da professora e bailarina Gláucia Bilatto. Ela enviou um texto para a editoria comentando os problemas pelos quais passou na sua última apresentação nos dias 7 e 8 deste mês (O texto está publicado aqui no blog).

Por conta da denúncia, fizemos algumas perguntas para a Assessoria de Comunicações da Prefeitura de Limeira, mas, mais uma vez ficamos sem respostas. Um texto até foi enviado para a redação, mas continha até algumas "mentiras".

As perguntas enviadas dia 10:

- Quanto foi a última reforma realizada no teatro? Quais os serviços que foram feitos, valor empreendido e quem realizou os serviços?
- Atualmente quantos funcionários estão contratados pela administração municipal para atuarem no local? Destes, quantos comissionados e quantos concursados?
- A denúncia que recebemos diz que em um dia de chuva os camarins se encheram de água. Agora no final do ano há várias apresentações agendadas e coincide com um período chuvoso. Há alguma solução paliativa para os problemas do local planejada? Se sim, quais os serviços que serão feitos e valores?
- Há previsão de contratação de mais funcionários técnicos para trabalhar no local? Segundo informações do Sindsel, para funções técnicas é preciso profissionais concursados. Essa situação se aplica ao Teatro também?

A resposta do dia 13:

"Alex, bom dia.

Conforme combinei via e-mail com vc ontem, segue a resposta solicitada:

O Teatro Vitória terá obra de reforma no ano que vem. A Prefeitura irá investir R$ 500 mil nessa reforma. Os projetos estão em andamento (não tenho detalhes por enquanto, mas quando tiver eu posso te passar, se vc quiser). Neste momento, o projeto que mais está adiantado é o de reforma e restauro do Palacete Levy. Posteriormente, a licitação do Palacete será aberta (também não tenho detalhes disso agora, mas posso pegar e passar a você assim que me passarem).
Lembrando que neste ano já está em andamento a reforma da Praça Coronel Flamínio Ferreira (Praça do Museu) e também a reforma e restauro do Museu Histórico e Pedagógico "Major José Levy Sobrinho", no valor total de R$ 1,2 milhão, o que irá revitalizar totalmente esses espaços para a população.
Quanto ao Teatro Vitória, é importante citar que neste ano de 2009 ele já funcionou durante 300 dias, sendo que somente às segundas-feiras o teatro não funcionou, e raramente de terça-feira a domingo o teatro teve alguma data vaga. No ano que vem, a Secretaria da Cultura informa que precisará diminuir as reservas do teatro devido a necessidade da reforma.
Ainda para o Teatro Vitória, já foi realizada reforma em algumas poltronas e também está sendo adquirido novo alarme para o local (essa licitação do alarme já está sendo homologada).

Atenciosamente.
Ricardo Wollmer – Diretor de Imprensa, Rádio e TV (Mtb. 46.243)
Assessoria Geral de Comunicações "

Mais perguntas... o Teatro Vitória ficou mesmo aberto 300 dias este ano? Em agosto a Secretaria da Cultura interrompeu todas as atividades no local por conta da gripe suína. Nem a Orquestra de Limeira pôde ensaiar as segundas-feiras por conta da determinação da pasta. E quanto às últimas reformas e valores empreendidos ou as medidas paliativas para as últimas semanas deste ano?

Em entrevista, Glácia falou uma verdade: "

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Paródia da Lady Gaga

Shakira lança nova música e clipe pelo Facebook

"Give It Up To Me" é o novo hit da cantora que se renova no estilo pop

Para quem estava acostumado com a cantora latina que usava e abusava da dança do ventre em suas apresentações e clipes, vai notar uma certa diferença no clipe "Give Up To Me". A cantora Shakira lançou o vídeo oficial da nova música na última segunda-feira na sua página do Facebook, site de relacionamento na Internet (facebook.com/Shakira). Desta vez ela faz um dueto com o rapper Lil Wayne. Em seus últimos lançamentos, "She Wolf" e "Did it Again", as duas músicas e clipes com versões em espanhol - "La loba" e "Lo echo está echo" - que fazem parte do CD homônimo da primeira música, a cantora revelou que queria mostrar seu lado sensual. Em nota divulgada pela imprensa especializada em música, os pais de Shakira se disseram receosos com a imagem que ela estava passando ao público.

Com a nova canção, ela ainda investe neste lado sensual mas em um estilo completamente diferente do que vinha trabalhando em sua carreira. Com uma mensagem positiva na letra e uma coreografia provocante e cheia de recursos visuais que lembram amplificadores de som, Shakira adota um pouco do estilo hip hop feminino com gingados no quadril e um figurino que deixa as pernas bem a mostra. A coreografia ainda traz um trecho que lembra as músicas indianas que ficaram tão em voga aqui no Brasil com a última novela do horário nobre da Globo, "Caminho das Índias". Shakira aparece com um vestido azul, uma coroa dourada, apliques do mesmo tom nas pontas dos dedos e em frente a vários prédios. Cena que lembra a Estátua da Liberdade norte-americana.

De acordo com o site oficial da cantora (shakira.com), a música foi lançada também lançada depois de uma entrevista com Carolina Bermudez do canal Z100 de Nova Iorque. O vídeo está disponível no blog Opiniao Alex Contin (opiniaoalexcontin.blogspot.com) e no youtube (youtube.com).

Pop arte em muitas cores e até sabores no Teatro Vitória

Obras mostram a criatividade de alunos do Núcleo de Cultura

Muitas cores, materias reciclados, recortes de revistas e ícones da cultura pop fazem parte da nova exposição dos alunos do Núcleo de Cultura do Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom). Na tarde de ontem, professores e integrantes do projeto abriram a exposição "Pop Arte" no saguão de entrada do Teatro Vitória. Ao todo, 18 obras ficarão no local até o dia 25 de novembro disponíveis para a visitação dos integrantes do projeto e da população em geral. Junto dos trabalhos dos alunos de 18 Centros Comunitários de Limeira também estão obras feitas pelos professores de artes plásticas integrantes do projeto. As nove obras reunidas na exposição "Almah" retratam a identidade dos professores do núcleo.

A entidade que todos os anos realiza exposições como resultado das aulas resolveu trabalhar o tema Pop arte inaugurado pelo artista Andy Warhol, entre as décadas de 1950 e 1960. De acordo com o coordenador do núcleo, Vagner Fernandes, o objetivo foi trabalhar com os alunos a "possibilidade de dar uma ressignificação para os objetos de cada dia, das coisas banais que os alunos encontram no dia a dia", diz.

Na exposição, uma mesa velha se transformou em arte com uma bandeira dos Estados Unidos feitas nas cores do símbolo nacional brasileiro e imagens de Michael Jackson em amarelo. O astro que falesceu este ano também se transformou em uma outra obra de fundo rosa e sua sombra preta de braços abertos. Além dele, os alunos também deixaram suas mãos estampadas em um pedido de paz, seus rostos foram retratados lado a lado lembrando a imagem clássica feita por Warhol com a atriz Merilyn Monroe e a reprodução de figuras de mangá como os personagens do anime Dragon Ball Z. Fernandes comenta que esses elementos fazem parte da cultura popular de hoje e foram retratadas pelos alunos dos centros comunitários.

De acordo com a professora do Centro Comunitário Amparo, Flávia Pereira Carvalho, trabalhar pop arte com os alunos foi "entusiasmante". Ela conta que muitos alunos só tinham ouvido falardo estilo nas aulas da escola e nunca se aprofundaram nem realizaram trabalhos inspirados no tema. "Os alunos corresponderam de uma forma motivadora, eles não conheciam a pop arte e até inovaram na elaboração da obra deles", conta. Os alunos da artista trouxeram para a exposição uma salada de frutas. A sobremesa, colorida e de frutas variadas foi pensada como uma forma de fazer o caminho inverso feito pelos artistas da pop arte. "Os artistas daquela época criticaram o consumismo e a alimentação em suas obras, nós transformamos a arte em alimento", conta Jéssica Meira Pereira, 15 anos. Ela conta que pensaram na salada de frutas por ser uma alimentação saudável e colorida, atributos que corresponderam com as características das obras feitas por Warhol e seus seguidores.

As exposições "Pop Arte" e "Almah" fazem parte da 4ª Mostra de Arte e Talento do Ceprosom e ficará no Teatro Vitória até o dia 25 deste mês, de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h.


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Fotografias pensadas e intertextualidade nas imagens


Oficina Cultural Carlos Gomes abre exposição sobre fotografia contemporânea
por Alex Contin

Entre imagens pensadas, coloridas ou monocromáticas, pelo menos cinco fotógrafos e expositores registraram algumas fotos na inauguração de mais uma exposição na Oficina Cultural Regional Carlos Gomes. No começo da noite de ontem, o professor de fotografia e oficineiro Rogério Entringer e seus alunos apresentaram o resultado da oficina de Técnicas e Teorias na Fotografia Contemporânea. O curso que durou cerca de dois meses, entre setembro e outubro deste ano, concluiu suas atividades com 15 alunos, a maioria fotógrafos e artistas plásticos.

Encontros de amigos e familiares, ou pessoas desconhecidas em rodas de conversas eram suficientes para registrar com as várias lentes, objetivas e flashes o momento em que todos se reuniram para observar a intertextualidade nas fotografias ali expostas. Por intertextualidade das imagens produzidas como resultado da oficina coordenada por Entringer, entende-se, um pensar a foto ao apertar o disparador da câmera fotográfica. Segundo o próprio oficineiro, a proposta trazida por ele da Europa e dos Estados Unidos é inédita na região. “As fotografias são propositais e fazem diálogo com outras artes como o cinema, a música, a artes plásticas e a escultura”, define. No texto de apresentação da mostra, Entringer explica:

"O fazer fotográfico hoje é conceito, referências e intertextos. Tende se destacar da mesmice proporcionada pela abundância de imagens na velocidade do mundo contemporâneo e global. Diante disso, só há a possibilidade de ir para frente, experimentar, expectador transformado em participador, o fotográfico como proposições de práticas ou descobertas apenas sugeridas em aberto, na qual a invenção de um click propõe uma outra invenção em quem observa a imagem. Assim surgiu a mostra, produções e intertextos com a literatura musical, história da arte e da fotografia, artes plásticas, cinema, teatro entre outras esferas."

Nenhuma imagem, conforme explica o professor, é feita ao acaso e sem um propósito. Uma das imagens que estão expostas na sala dois Palacete Levy até o dia 24 deste mês chama atenção não só pela cor, mas pela construção da fotografia. Um modelo na pose da escultura “O pensador” de Salvador Dali, sentado em um vaso sanitário que faz referência ao urinol de Marcel Duchamp e comendo uma banada coberta de tinta azul que, além de lembrar as artes plásticas e a arte pop de Andy Warol. Além dos três artistas que o fotógrafo Nelson Shiraga usou como referência para sua imagem, outros ainda constavam em uma única fotografia dentro de um banheiro revestido por azulejos cor-de-rosa.


A arquiteta e artista plástica Paula Pittia usou o cubismo analítico para fazer seu auto-retrato

“A idéia é o subjetivo, destacar as imagens pensadas e fazer com que o observador também pense ao olhar as imagens expostas uma vez que a fotografia hoje em dia é banal”, critica e explica Entringer. As aulas, assim como o próprio nome da oficina revela, trouxe a teoria e a prática deste “novo jeito de fazer fotografia”. Artista plástica e arquiteta limeirense, Paula Pittia, tem três fotos expostas no local. A primeira faz uma desconstrução de seu auto-retrato relembrando o cubismo, e as outras duas trazem fotografias de pássaros que juntos formam imagens de borboleta. Para a artista, que também é professora de História da Arte, a idéia de integrar fotografia e artes plásticas foi interessante. “Trabalho com arte há 15 anos e no ultimamente me interessei mais pela arte contemporânea e comecei a trabalhar com algumas fotografias nos meus últimos trabalhos, por isso a oficina foi bem útil pra mim”, comenta.


Cacá Dominiquine: "a oficina muda muito a forma de ver a fotografia"

Já a fotógrafa de Campinas, Cacá Dominiquini, expõe dois auto-retratos. Se você já ligou o timer da câmera fotográfica, saiu correndo, fez pose, arrumou o cabelo e falou xis, Cacá parece ser especialista. Nas duas imagens que fazem parte da exposição da Oficina Carlos Gomes, Dominique utilizou como elemento intertextual a música da rockeira baiana Pitty, Admirável Chip Novo, para retratar um momento em que passou por uma “desconfiguração de seu sistema” após o nascimento de sua filha, e na segunda as imagens as pin-ups serviram de inspiração e referência para a foto que Cacá fez sentada em uma escada. “Fiz a oficina para buscar mais referências para meu trabalho e também para enriquecê-lo”, diz.

A noite de lançamento também contou com a presença de fotógrafos limeirenses que foram conferir o resultado. Entre eles J. B. Gimenez e J. F. Pacheco. Na opinião dos profissionais, a exposição contribui para a cultura da cidade e traz um novo olhar para as fotografias que hoje está sem um sentido definido e qualquer pessoa com uma máquina digital pode fazer. “As fotos ampliam a percepção das pessoas, fotografar dá um novo olhar para quem fotografa”, fazem coro.

Coordenador da Oficina, Robson Trento, comenta que este é mais um resultado dos cursos que o projeto mantido pelo Governo do Estado realiza em Limeira. “Esse não é só um trabalho de fotografia, mas sim um trabalho nas artes visuais que também forneceu para os alunos um aprofundamento teórico sobre o tema”, diz.
A exposição deve ficar aberta ao público até o dia 24 de novembro. Até lá é possível passar pelo prédio rosado do Largo da Boa Morte e treinar o subjetivo nas imagens expostas pelos alunos de Entringer.

Entringer, em seu texto, conclui:

"Diante disso tudo se pode concluir que o resultado do processo ensino-aprendizagem nessa oficina foi a produção de imagens que evidenciam a fotografia como sendo signos que representam linguagens, e que relacionam o fazer fotográfico a um caso de devir, sempre inacabado, sempre em via de fazer-se, e que extravasa qualquer matéria vivível ou vivida."




ENTRE ATOS

Quem esteva na abertura da exposição


Paula Pittia, Mariana Alcantara, Roberta Fioroni, Daniele Siqueira e Caca Dominiquine


J. B. Gimenez, J. F. Pacheco e Alessandra Ferreira


Robson Trento, Nicolina Petto e Lizete Pittia

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Vida Real* - Panelão cultural: a concentração



A cultura em Limeira é uma panela. Ouvi essa afirmação há alguns anos, pelo menos cinco anos atrás, de um colega que fez um curso de teatro comigo em uma das oficinas da Oficina Carlos Gomes. Desde aquela época vejo esse colega ator e cheio de ideias de espetáculos na cabeça entrar e sair da biblioteca e andando próximo às ruas do Centro Cultural, com sua mochila, o óculos de armação redonda e a pele morena queimando no sol do meio dia. Depois de vários anos desse curso de três ou quatro meses com um oficineiro de São Paulo, quando nos encontramos o assunto que surge é sempre o mesmo se intensificando a cada diálogo perdido nos meses do ano.

"A cultura em Limeira é uma panela muito fechada", uma frase feita usada pelo colega. Como argumento para sua afirmação, esse ator expõe as tentativas de levar adiante projetos de peças alternativas, formação de um grupo de atores e as inúmeras solicitações de espaços para ensaios que ele faz às autoridades competentes da área.

O problema que esse ser pensante e perdido no meio de seus livros e projetos enfrenta é facilmente percebido quando se está no meio ou pelo menos recebe notícias dele. Há alguns posts abaixo, neste mesmo blog, está uma denúncia feita por uma professora de balé de Limeira. Ela deu aula durante muitos anos no centro Cultural e tem uma carreira sólida na cidade. No último final de semana, data marcada para suas alunas apresentarem o resultado das aulas de 2009, uma chuva atingiu a região central e acabou causando alguns transtornos para a equipe. Segundo ela, a água da chuva entrava pela porta dos camarins que dá acesso à praça onde o teatro está localizado. Além disso, ela infiltrava por entre uma pedra solta no andar superior e descia em direção às parte onde ficam as salas para a concentração dos artistas, logo embaixo do palco.

O texto, assinado pela bailarina, foi publicado na terça aqui no blog. Pois dias depois fico sabendo que o assunto repercutiu e ainda sobrou pra mim. Um dos profissionais do texto não gostou de ver seu nome envolvido e sendo citado. Fiquei sabendo que por motivos pessoais essa pessoa ainda poderia atrapalhar alguns planos que tinha para minhas aulas de dança. "Por motivos pessoais". O que é ridículo. Alguém que não é concursado, supõe-se que tenha a noção de que está de passagem pelo serviço público. Um cargo comissionado é dado e retirado de um trabalhador com a mesma rapidez nas trocas de governo e nas irregularidades de atuação. "Por motivos pessoais", deixar de cumprir com seu papel e pior, deixar de colaborar para com o desenvolvimento de uma equipe que está (ou deveria estar) no mesmo lado do campo, do lado público das opções culturais que Limeira oferece, é lastimável.

Não é a toa que meu colega ator dizia que Limeira é uma panela no quesito cultura. Quem tem costa quente se segura no cargo. Alguém que está a um "poder" de distância, ainda controla as atividades do meio e quem deveria estar a frente de novos projetos simplesmente mantém os velhos na posição de um administrador e não de um inovador para a área. Apesar de ser novo e de estar há pouco tempo na área cultural da cidade, conversar com pessoas mais experientes e uma observação atenta dos fatos, dão a capacidade para dizer que a cúpula do poder que comanda a área cultural da cidade é uma grande panela de pressão que só não apita e nem entra em ebulição porque, no momento, alguns impasses e erros de percurso estão desviando a atenção desses 'administradores' e destes 'costas quentes' que precisam se preocupar com expurgação de assombrações e algumas obras de arte 'desaparecidas'.

Há mais exemplos dessa panela, basta consultar a lista de membros de uma associação recém-criada para incentivar o desenvolvimento da cultura na cidade. Nada contra alguns membros da entidade, mas a mesma cúpula que está envolvida no parágrafo anterior tem membros neste segundo exemplo. Um pouco da culpa é desse meu colega ator que não abre a boca para reclamar e peitar quem barra seus projetos, que enfrenta quem diz não e encontra caminhos alternativos para mostrar que Cultura em Limeira, não está concentrada em algumas mãos.

*Versão on-line da minha coluna Vida Real, publicada mensalmente no Jornal de Limeira, aqui, porém, quando eu quiser.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Vida Real - CPI e Sindicância


RELEMBRANDO
No final do primeiro semestre, o Jornal de Limeira denunciou a existência de um funcionário fantasma na Secretaria da Cultura. Dias depois da publicação da denúncia, o teto de uma das salas de dança do Centro Cultural - o Museu Major José Levy Sobrinho -, caiu e o caso foi capa do Jornal. Como redigi a matéria na época e o secretário da Pasta, Adalberto Pedro Mansur, não estava em uma boa fase, resolveu esquentar o clima entre imprensa e prefeitura e fez até boletim de ocorrência acusando este colunista - que também trabalha como professor de dança na escola - de ter arrombado uma das salas do local.

AMEAÇA CUMPRIDA
No dia em que o secretário quase perdeu os cabelos de tão nervoso, ele apontou o dedo para minha cara e disse: "Quero ver se você vai ser homem de dizer tudo o que aconteceu em uma sindicância". Ameaçou e cumpriu. Na última segunda-feira fui convocado para conversar com a comissão de sindicância, intaurada no dia 1º de outubro. O processo investiga os fatos apontados por Mansur em um boletim de ocorrência que, entre outras coisas, me acusa de vandalismo.

O BOLO E A FACA
O engraçado é que quem autorizou a instauração de sindicância foi o prefeito Silvio Félix (PDT). O ponto divertido do tópico é que dias depois de assinar a autorização da sindicância, Félix ligou no meu celular particular para me parabenizar por uma matéria sobre uma escola municipal.

CALA A BOCA SERVIDOR
Em conversa com um representante do Sindicato dos Servidores Públicos de Limeira (Sindsel), fiquei sabendo que as sindicâncias rolam soltas no governo Félix. Segundo a fonte, o processo é usado como forma de intimidar os funcionários que têm opinião própria e senso crítico.

AMÉM
Pelo jeito o governo municipal só quer funcionários que façam vista grossa para os problemas e digam amém para o que acontece nos bastidores das secretarias.

SÓ POR ESCRITO
Enquanto a sindicância continua como uma forma de intimidação, a CPI instaurada na Câmara não mostra avanços. A repórter Paula Martins, quando redigiu uma das últimas matérias sobre o caso, que repercutia a defesa do prefeito que acusava Mansur de ter contratado o tal fantasma, ficou sem resposta do titular da Cultura. Com ele agora é assim: "só por escrito".

BAIXADA
Já o museu finalmente começou a ser restaurado. As aulas de dança se mudaram para o mesmo prédio onde funciona o Conselho Tutelar na baixada de Limeira e para o Palacete Levy. Algumas mães de alunas de balé não gostaram da mudança - que aliás foi repentina, assim como o Conselho no ano passado -, e reclamaram na última reunião de pais, mas foram ignoradas pelo diretor da escola.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O Teatro Vitória pede socorro!

Recebi este texto da professora e bailarina Gláucia Bilatto. Além de muito bem escrito, vale a pena ler por conta do teor das denúncias!

No último final de semana, a Escola de Dança Gláucia Bilatto apresentou o espetáculo Sonho de Boneca com excelente público, apesar da forte chuva. O silencioso processo de deterioração do patrimônio histórico é acompanhado de perto por quem cresceu admirando a beleza deste prédio. A bailarina e professora de dança limeirense Gláucia Bilatto trabalha com cultura em nossa cidade, disse que ficou muito triste em acompanhar o descaso com o material humano e estrutural em que o prédio está sofrendo ao longo desses 13 anos. Construído no mesmo local do antigo Teatro da Paz, como Cine-Teatro Vitória, em 1940; reinaugurado em 15 de setembro de 1996, após reforma, com capacidade para 670 lugares, possuindo recursos de iluminação e sonorização, estando, hoje, apto a recepcionar espetáculos de grande porte com média de público de 400 pessoas por espetáculo.

No mesmo espaço, funciona a galeria de exposições com vasta programação e ótima frequência.

É de conhecimento de todos que as manifestações artísticas e culturais em Limeira nunca foram muito incentivadas. Por muito tempo se quer possuíamos um teatro para encenação dos espetáculos.

Depois de muito tempo reformou-se o atual Teatro Vitória, e conquistamos um espaço adequado para apresentação de espetáculos de dança, teatro e música. Mas infelizmente o setor responsável por administrar o teatro não parece estar muito a fim de promover a cultura local.

E para piorar a situação o teatro hoje se encontra com alguns problemas como a infiltração de água das chuvas no camarim, no hall de entrada e na galeria a água da chuva escorre pelas paredes devido ao mau funcionamento das calhas.

A parte hidráulica dos banheiros precisam de regulagem, pois estão vazando água constantemente, falta lâmpadas nos banheiros do camarim.

E então fica a chamada de atenção, será que não existe verba suficiente se quer para se fazer uns reparos?

O diretor do teatro Carlos Jerônimo Vieira, alertou que estavam funcionando com apenas o básico, devido à falta de funcionários, ele próprio acumula várias funções.
Em Limeira, o prédio do Teatro Vitória precisa de reparos urgentes e o espaço sequer tem faxineiras, técnico de som, recepcionistas. Vários cargos ainda não foram ocupados e, no momento, o diretor do teatro diz que querem contratar funcionários, mas está difícil, porque esbarram em questões burocráticas e financeiras.

O competente técnico de luz Valdemir Correa, é alma deste teatro, está sobrecarregado de trabalho, tendo que desempenhar várias funções ao mesmo tempo, controlar a luz, recepcionar as pessoas, conter os vazamentos das chuvas no momento do espetáculo. O técnico de som Pedro Rodrigo Drago estava no sábado como voluntário auxiliando com muito empenho desde as 8h30 da manhã, na montagem do palco e preparativos, à noite também ajudou no momento da chuva. No camarim, mães voluntárias tentavam controlar a água que escorria aos montes pelas paredes do camarim, para evitar que nossas pequenas bailarinas molhassem as sapatilhas. E como todo bom espetáculo não pode parar..., o público se encantava com o que se passava no palco, mas nos bastidores foi uma correria para conter a água, sem faxineira, sem panos, rodos, vassouras, baldes etc... , relata a professora Gláucia.

Na penumbra do espaço cênico, todas as atenções se voltam para o palco e pouco se nota o estado de conservação do Teatro Vitória. Quando as luzes se acendem, no entanto, surgem manchas no carpete, alguns estofados rasgados, o cheiro de mofo. Na parte externa, a fachada está pichada.

Uma solução rápida para este problema das chuvas, na opinião de Gláucia Bilatto, seria a colocação de toldos nas entradas do camarim, hall e platéia, reparo, limpeza ou troca das calhas, regulagem nas válvulas hidráulicas dos banheiros (para evitar o gasto constante de água), a contratação de mais funcionários como: técnico de som, faxineiras, recepcionistas etc...

Este apelo eu faço em nome deste teatro maravilhoso, patrimônio da cidade de Limeira, para que os órgãos responsáveis olhem mais por nossa cultura, pois através da arte temos a esperança de um mundo melhor, vamos cada um fazer a sua parte, e cuidar do nosso bem coletivo, o Teatro Vitória.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Assombrado ou incompetência?

Ou a Prefeitura de Limeira não consegue fazer planejamentos de curto ou médio prazos ou um dos prédios da administração municipal não está sendo vigiado por bons espíritos. Depois de uma semana sem aulas no Centro Cultural (Escola Municipal de Cultura e Artes - Emcea) esta semana as mães, alunas, professores e funcionários foram instruídos a irem para um novo endereço. Rua Capitão Bernardes, 144 - este é a nova localização das aulas de dança e teatro, na região da baixada de Limeira, próximo à rodoviária e à recém-restaurada estação ferroviária e bem na frente de uma igreja e da zona do meretrício.

Conforme instruído pela direção da escola, as mães, alunas e eu (professor) estávamos no novo local e antigo horário de aula, mas estávamos sós. Depois de vinte minutos que alguns funcionários do departamente compareceram no prédio que, além de ser a nova casa do Centro cultural, também abriga o Núcleo de Atendimento Integrado (NAI), o Conselho Tutelar de Limeira e alguns projetos do Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom). Dentro do barracão, antigamente conhecido como "Barracão da Laranja", duas quadras bem estruturadas e cobertas de poeira e algumas fuligens. Já nas salas de dança, onde as aulas deveriam começar: nada. Um dos cômodos do local foi adaptado para receber as atividades culturais da Secretaria da Cultura. O local que parecia ser um barracãozinho inativo recebeu espelhos, barras e divisórias e se transformou em duas salas. O local está no meio de pedras e alguns matos. Pelo menos parece ser maior que as antigas salas do prédio do museu, no Centro de Limeira.

A localização já não ajuda muito se comparado com a antiga sede da escola, bem no coração da cidade. Pelo menos a mudança é para uma causa mais que justa: a restauração de prédio. Algumas mães se perderam no caminho e aí que está o problema e causa da minha desconfiança de que o prédio está com um mau agouro ou os administradores municipais não sabem planejar muito bem.

Ano passado o prédio recebeu todas as adaptações para receber o NAI e o Conselho Tutelar. Apesar de não estar 100% pronto, os dois departamentos, com ênfase para o segundo, foram obrigados a se mudarem às pressas para o local. O Conselho Tutelar em Limeira ocupava um prédio alugado pela Prefeitura e alegando que o contrato estava no fim, os responsáveis pelo conselho receberam uma ligação da Prefeitura informando que a mudança deveria ser feita o mais rápido possível. Aí começaram a aparecer alguns problemas. Em um belo dia de chuva, algumas salas de onde deveria ser o NAI, o chão ficou todo inundado e goteiras surgiram até das lâmpadas dos cômodos do local.

Outra reclamação da época da mudança repentina foi a falta de estrutura para proteger os arquivos do Conselho. Os gaveteiros de arquivos serviam, na época, como divisória entre o espaço onde os menores atendidos pelo NAI circulariam e os profissionais do órgão. A situação não mudou. Esses gaveteiros continuam a servir de divisórias e o único bebedouro no local fica ao lado da porta de entrada do conselho. Local onde os menores atendidos pelo Ceprosom circulam para beber água e mães e responsáveis por menores infratores passam para participar de enventos, atendimento e palestra do NAI.

Cerca de um ano depois e o local recebe mais uma mudança às pressas. O Centro Cultural que passa a atender no mesmo endereço dos dois órgãos já citados também está em uma mudança repentina e a justificativa dada por integrantes da direção é que precisavam "cumprir prazos". As salas onde funcionarão a administração do local está empregnada de móveis. A sala da responsável pelo RH do departamento então, cheia de fiurinos, sacos e outros objetos que impossibilitam qualquer um de trabalhar no local e até de respirar porque o cheiro de mofo e de poeira é bem forte. Salas de aula então... não deu para ver nenhuma. Até o responsável pelos projetos desenvolvidos pelo Ceprosom no prédio não conseguiu fazer o ensaio de teatro com os menores na sala onde estavam acostumados a usar porque a chave estava com o chefe da Emcea, e não nas mãos de quem estava, até então, utilizando e habituado a usar o que, por direito é dele.

Outro ponto. A mudança foi tão repentina que, uma reunião que tinha sido prometida com os pais e responsáveis pelos alunos não foi feita. A programação era que esses pais se reunissem no teatro ou na biblioteca onde receberiam todas as informãções sobre a mudança: desde prazos até como chegar no local. Lembro de ter ouvido que seria exibido um mapa com os possíveis ônibus que param próximos ao local e ainda mais, um possível veículo do transporte público mudaria sua rota para ficar mais fácil para os alunos chegarem até a escola. Até que isso seja feio, o melhor caminho é para na praça do museu (Coronel Flamínio) e descer cerca de seis ou oito quarteirões até chegar nas novas salas.

Agora questiono: isso é incompetência de administradores, ou o prédio onde está o NAI, o Conselho e agora o Centro Cultural está num local não muito bem visto pelos espíritos limeirenses?

domingo, 1 de novembro de 2009

Diploma de jornalismo

Circula na Câmara dos Deputados, em Brasília, a Proposta de emenda à Constiuição 386/09. De autoria do petista Paulo Pimenta (RS), o documento volta a estabelecer a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, estava na pauta de votação do último dia 28, mas por conta de outros assuntos não foi aprovado.

Depois que o Supremo Tribunal Federal acabou com essa exigência para o exercício da profissão, em junho deste ano, por entender que a obrigatoriedade de um curso superior feria a liberdade de expressão prevista na Constituição. Desde então, o Ministério do Trabalho não tem mais emitido nenhum registro de jornalista, o famoso e almejado MTB.

Quem se formou ano passado e demorou para dar entrada no pedido do documento em alguma delegacia regional do ministério pelo jeito vai ter que sentar e esperar pelo desenrolar da história para conseguir ser registrado como profissional formado e habilitado a assinar sua própria matéria. A informação é confirmada até pelo Sindicato dos Jornalistas que comentou que nem em São Paulo estariam autorizando a emissão do número de registro junto ao Ministério do Trabalho. É protocolar um pedido e esperar.

Pesquisando na internet sobre o assunto encontrei alguns links interessantes para quem quiser acompanhar o caso:

Jornalistas Diplomados - este é um blog que acompanha o assunto com notas sobre o andamento da PEC que retorna a obrigatoriedade;

PEC 386/09 - Proposta do deputado Paulo Pimenta (PT);

Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) sobre a PEC - último andamento do documento na Câmara até a publicação deste texto;

Em conversas com colegas da profissão, o que se diz nos bastidores é que a proposta deve ser aprovada e no máximo 60 dias o presidente Lula sancione a lei. Que assim seja...

Para acompanhar o andamento da PEC, basta acessar o site da Câmara dos Deputados, procurar o link "Projetos de Lei e Outras Proposições" e preencher o formulário de pesquisa selecionando "PEC" e informar o número do documento e o ano de apresentação. Tentei copiar o link da página, mas não consegui... Acho que dá para entrar por aqui.

Cultura no interior - artistas, se mostrem


Há cerca de três meses, até hoje não sei a quantidade de dias ou semanas exatas, fiquei responsável pela editoria de Cultura e Entretenimento no jornal onde trabalho aqui em Limeira. Uma página que até aquele dia era preenchida com algumas fotos de uma das baladas da cidade, notas sobre artistas globais que se banhavam em Ipanema ou Copacabana, ou ainda que tinham sido flagrados aos beijos com desconhecidos ou outros artistas. A editoria falava mais dessas "futilidades" na minha opinião) que valorizava o que acontece aqui no interior.

Apesar de não gostar das notinhas de artistas desse nível - banhos de praia, beijos e separações -, percebi neste tempo que estou a frente da edição da página que é o que alguns leitores mais gostam de ler. Em conversa com uma das funcionárias do jornal, perguntei a ela se estava gostando dos assuntos que estavam sendo publicados nas páginas que estava coordenando e ouvi e vi uma expressão de insatisfação com a falta de notinhas sobre a vida sexual e amorosa de pessoas que se tornam referência e espelho para mulheres e até homens que abrem o jornal ou compram determinada revista só para saber se aquela "celebridade" dormiu bem ou não.

Em uma trilha oposta, percebi uma segunda dificuldade (a primeira era ter que colocar informações sobre esses artistas): o que há para se cobrir na área cultural em Limeira? Uma pergunta básica e necessária quando pensamos em valorizar o noticiáio desta editoria. Posso estar completamente errado nas observações e apontamentos, mas o que precebo é que artistas acabam se escondendo na cidade. Não saberia dizer se é por uma inércia de não valorização de seu trabalho por parte da imprensa local, do próprio público da cidade ou por conta da cultura na qual a cultura da cidade está incluída.

As informações que nos chegam todas as semanas vêm geralmente atreladas à publicidade e promoção de instituições particulares. Dificilmente um artista, quer seja da área de artes plásticas, cênica, musical ou qualquer outra, nos envia um e-mail se divulgando ou comentando sobre uma nova coleção, um novo trabalho que está lançando. É praticamente um trabalho de captação de fontes e caça de assuntos para serem revelados aos demais limeirenses.

Nesses meses que estou na editoria conheci algumas pessoas que desenvolvem trabalhos bem interessantes em Limeira e não são conhecidos pela grande maioria da população. Limeira possui basicamente duas escolas de artes públicas, uma municipal e outra estadual, e escolas da rede pública e particular que incentivam a produção artística de seus alunos. Além da questão de a divulgação dessas atividades serem a essência de meu trabalho no jornal, pensamos no porquê de ter essa divulgação. Muitas pessoas quando questionadas sobre a importância da arte para as suas vidas comentam que a dança, as artes plásticas ou a música trazem uma "paz de espírito", ou funcionam como "terapia" - principalmente para pessoas da terceira idade. Mesmo com uma vida 'corrida' e cheia de compromissos diários, muitas pessoas deveriam reservar um tempo na agenda para desenvolver alguma atividade cultural. Além dos benefícios que todos citam, a arte ajuda a questionar a vida. Divulgar a arte, portanto, mostra questionamentos de terceiros sobre a visão que cada um tem sobre o mundo e sobre a coletividade e modernidade na qual estamos inseridos.

Sem essa visibilidade dos artistas da cidade, a sobrevivência no meio fica cada vez mais difícil. Em peças (poucas) de teatro e apresentações de dança que participei no teatro da cidade pude perceber que o público que comparece é geralmente a família de quem está no palco. Dificilmente vemos pessoas fiéis ao teatro, seja qual apresentação estiver em cartaz. Exemplo disso foi uma peça de uma professora de dança da Unicamp, na qual levei algumas alunas para assisterem o estilo desenvolvido pela docente e dançarina. Além de mim e das minhas sete alunas da noite de sexta-feira, daria para contar em no máximo seis mãos quantas pessoas estavam na plateia assistindo o espetéculo que misturava dança contemporânea, música clássica tocada por um cravo (nunca tinha visto um cravo na vida) e um DJ - uma proposta superinteressante e uma montagem bem legal. Sem querer ser exagerado, muito menos bairrista, senti vergonha pela cidade no momento final em que os artistas se despediram do público. Mesmo se todos os presentes se esforçassem para aplaudir e fazer barulho de aprovação, as palmas fariam eco nas paredes cinzas do Teatro Vitória - isso porque a peça era gratuita.

O mesmo acontece com grupos da cidade. Pai, mãe, tio, tia e amigos - esse é geralmente o público da cidade que prestigia o que os artistas locais têm para apresentar. Não saberia dizer se é por preconceito por produções de casa ou por uma falta de interesse enorme, mas o fato é que é consenso entre boa parte dos artistas da cidade, principalmente aqueles que querem seguir carreira nas áreas que escolheram, que Limeira não fornece futuro artístico. É uma pena...

Por isso artistas... se divulguem. A arte pode beneficiar indiretamente mais pessoas por meio da divulgação e da informação que ela gera. É um desafio...

sábado, 31 de outubro de 2009

Fazer o quê?



As vezes, a melhor coisa a se fazer é fica cego para as aberações e bolsas; mudo pra não falar o que pensa e se arrepender depois e surdo para não ouir conversas e fofocas que ns deixam indignados ou irritados.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dia dos professores: o carinho e a patada

Tudo na vida tem dois lados, isso ficou claro pra mim hoje na minha profissão de professor de dança.

Enquanto uma das minhas alunas me escreveu a mensagem abaixo:

"Mensagem para o dia dos Professores

Ser professor é muito mais do que transmitir conhecimento.
É aquele que ensina com dedicação e paciência, é aquele que quebra os nossos galhos, aquele que quando tudo está difícil ele abre um sorriso e diz: calma, você vai conseguir.
É agir com simplicidade, com companheirismo, está disposto a te ajudar sempre, enfim todas essas características se resume em você, não é atoa que podemos afirmar que você não é somente nosso professor, mas também nosso amigo.

Parabéns pelo seu dia.
Feliz Dia dos Professores!

Sua aluna Cenira."

Da diretoria e do secretário da Cultura recebi hoje em casa o Mandado de Citação para responder ao Processo de número 1.186 referente aos problemas enfrentados no Centro Cultural no final de junho, quando o teto da sala onde eu dava aula caiu. O Jornal de Limeira fez matéria disso, e o querido titular da pasta, descabelado com os escândalos de sua administração (funcionário fantasma denunciado pelo jornal) resolveu retaliar o jornal jogando toda sua raiva em cima de mim.

E o melhor, o processo de sindicância indica quatro transgressões - dos incisos IV e VII do artigo 139 e dos incisos II e XV do artigo 140 do estatuto do funcionário público de Limeira. Esses artigos me acusam de desobedecer o meu superior, agir dicidiosamente (até agora não descobri o que é isso), danificar o prédio público e retirar documentos do departamento sem autorização de superior imediato. Será que o secretário está desconfiando que eu retirei documentos importantes de dentro da secretaria? Teria algum documento lá dentro que comprovava a contratação do funcionário fantasma? Quem deve, teme?

Vamos ver onde isso vai dar!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Como fazer arroz - post-receita

Sei fazer doce. No último churrasco fiz um bolo de laranja cremoso. Apesar de seguir a receita que cacei na internet, dei um toque de "churrasco entre amigos" e despejei por cima suco de laranja com muito açúcar e vodka. Posso dizer que virou uma receita minha. Pelo menos eu gostei e comi (acompanhado), quase o bolo todo. Afinal, que amigo com a cara cheia de cerveja iria comer um bolo superdoce depois de horas de carne mau passada e vodka com ene combinações possíveis?

Na tentativa de fazer uma dieta simples, ou tentar controlar a boca para perder alguns quilos, tive a ideia de fazer arroz integral hoje em casa. Esqueci de trazer a cesta básica que ganho no Jornal para casa e por conta disso minha mãe ficou sem o saco de arroz e se viu obrigada a comprar a versão integral do grão para ter o básico da nossa mesa de cada dia. Já falei que vou esquecer mais vezes, de propósito, só para ter arroz integral em casa.

Enfim... cheguei da rua com uma fome do cão. No almoço comi uma baguete de peito de peru acompanhada de suco de laranja - tirando o pão francês, bem leve. Consegui resistir a tarde à bolacha Bono de chocolate de um colega da redação e fiquei o tempo todo alternando o café da recepção e o chicletes que comprei na hora que paguei o almoço. Firme e forte, o difícil vai ser desviar o olhar do bolo de cenoura com cobertura de chocolate que minha mãe fez segunda-feira, o bolo de laranja que (provavelmente) a Neusa trouxe no domingo e um pedaço de uma barra de chocolate ao leite na Nestlé que está em cima do armário. óò

Perguntei para minha mãe se poderia fazer arroz - dependendo do humor dela, me ver na cozinha tentando fazer algo eu levaria um xingo de graça -, e como ela deixou resolvi tentar. Chegando na frente do fogão descobri que sabia fazer doces, seguir receitas, mas não tinha ideia de como preparar uma panela de arroz. Cresci sentindo o cheiro da cebola fritanto, ainda me lembro da minha avó cortando o alho para fazer o famoso arroz dela (que sempre amei comer) e mesmo assim essa deve ser a segunda vez que estou me aventurando a fazer arroz.

- Vem cá que eu vou te ensinar a fazer arroz então - disse, com toda paciência do mundo minha mãe.

Vamos aprender então.

Primeira coisa seria escolher o arroz. Ouvi dizer já que arroz integral vem com a casca, portanto não sei o deveria separar ali daquele monte. Também li num site antes de começar a escrever esse post que outras pessoas dizem que não se deveria escolher o arroz porque a lavagem antes do preparo faz com que o alimento perca seus nutrientes. Enfim, lavei.

Segundo passo picar meia cebola pequena (adoro cebola), colocá-la na panela onde o arroz será feito, junto com um pouco de óleo ("coloco tudo a olho", disse minha mãe, portanto fico devendo a quantidade exata) e fritar um pouco. Essa fritura não demora muito, mas o cheiro é uma delícia.

Terceiro passo. Depois de deixar o arroz escorrer, colocá-lo por cima da cebola frita e mexer. Enquanto tudo isso acontece, uma caneca deve ir esquentando a água em outra boca do fogão. Detalhe, a cebola não ficou muito dourada não... levemente frita eu diria.

Quarto passo. Depois de misturar a cebola frita com o arroz, colocar água. É ai que o bicho pega. Na embalagem do arroz integral está escrito que a proporção é de três copos de água para dois de arroz. Em casa tem uma canequinha velha pra caramba que fica dentro do pote de arroz. Ela serve como medida há muito e muitos anos, então não sei se a proporção bate com a indicada na receita. Enfim... na caneca que estava esquentando a água ficou um fundo considerável de água quente depois que coloquei todo o líquido na panela. Eu diria que a quantidade de água deve ser suficiente para dobrar a quantidade de arroz (a altura que o ingrediente ocupa na panela). Minha mãe falou que é o dobro, "mas faz tudo de olho"... vai entender.

Opa... esqueci do sal. Meia colher de sal, "também a olho", depois de misturar o arroz com a cebola frita.

Depois de colocar a água, mexer um pouco e tampar a panela deixando um espaço pequeno para o vapor sair nesse primeiro momento. Depois de alguns minutos (poucos, bem poucos - tanto que escrevi esse post em pelo menos quatro partes, entre começar o arroz, olhar o arroz, olhar de novo o arroz e desligar o fogo para deixar o arroz encorpar...), é preciso mexer mais uma vez a mistura e deixá-la totalmente tampada, sem espaço para o vapor escapar, e esperar mais alguns poucos minutos - "mais ou menos cinco minutos, mas tem que ficar de olho senão queima", informou dona Isabel, minha mãe.

Cinco minutos não foram suficientes nem para escrever dois parágrafos da receita aqui no blog. Bem antes disso fui alertado:

"Se é o outro arroz (o branco) fica rápido num instante" - falou minha mãe da lavanderia que fica bem ao lado do meu quarto.
"É rápido?" - perguntei ainda escrevendo um dos parágrafos acima.
" U... tem que ficar em cima ali senão ele queima tudo"
Pausa.
"Melhor vc ir lá ver hein" - alertou ela.
"Tá bom"

Voltei até a panela e o arroz já estava sem nenhuma água por cima, mais ou menos seco (não coloquei o dedo pra ver se estava completamente seco) e cheirando muito bem. Desliguei o fogo, tampei mais uma vez e estou esperando para ver o resultado.

Está ai... "eu vou experimentar seu arroz Alex". Entendi que eu precisava experimentá-lo e respondi: "Já vou". "EU vou experimentar"... espero que esteja bom.

No final de semana quero fazer umas experiências. Arroz integral à grega ou arroz à grega integral? Enfim... vai ser um arroz integral com tempero meu, milho, vagem, cenoura e talvez até ervilha. Deu vontade... mas vou me contentar agora com o integral simples.

Só assim para conseguir esperar o tempo de preparo do arroz, odeio estar com fome e ter ue esperar os benditos grãos brancos chuparem a água (¬¬). Pelo menos escrevendo o tempo passou mais rápido. Vou comer...

VIDA REAL - Na frente das carteiras


Numa tarde de dia de semana, com shots azul marinho e na camiseta branca o mapa do Brasil seguido do nome do país, cadernos e estojos na mochila ainda pequena, e uma vontade enorme de voltar para o carro, para debaixo das asas da mãe. Depois de passos curtos na praça em frente à escola, olhos marejados, vendo lá longe aquela bancária apressada atrás do volante, o que vinha pela frente eram 15 anos sentado em carteiras escolares. Ainda está claro na memória o primeiro dia do Ensino Fundamental.

O dia em que várias crianças com menos de dez anos, sentadas nas carteiras amarelas da Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau "Brasil", estavam ansiosas pelas aulas da primeira série. Com lápis novos, cadernos limpos, e o material indicado na lista dada pela secretaria da escola e a vontade era de aprender. Como flashes de filmes, vêm à memória a imagem de várias crianças sentadas em seus novos lugares, algumas distribuindo fotos até do cachorro em cima da mesa, porta-lápis e estojos, ou organizando as canetas de cores diferentes ao lado dos lápis pretos e apontadores de caixinha. Ainda nesse ambiente, na porta da classe a professora conversava com uma outra pessoa e ouvia o pedido de mais de um aluno para que a aula começasse logo.

Das carteiras para a frente delas. Depois de debutar na escola e na faculdade e conseguir o diploma de jornalista, passo diariamente pela experiência de contar com a ansiedade de diversas crianças. No lugar de aprender a escrever e a ler, essas meninas de sete a 10 anos, querem mesmo é sair dançando como grandes bailarinas brasileiras, como a Barbie um um de seus filmes ou como aquelas personagens principais dos balés de repertório que assistem durante o curso de dança no Centro Cultural, da Secretaria Municipal de Cultura. Independente da disciplina, lugar ou da estrutura da sala de aula, ser professor é lidar todos os dias com o futuro de seres que colocam na figura do educador a confiança e a crença de que serão esses profissionais que os levarão a ser alguém algum dia.

As adversidades aparecem junto do meio social na qual a escola está inserida ou da vida que os alunos têm fora da classe. Muitas crianças levam a violência que sofrem e presenciam em casa para dentro da sala de aula ou se dispersam em conversas e brincadeiras infantis - afinal estão juntas de outras crianças e este parece ser um momento em que podem ser o que são e não conviver com a realidade à qual precisam enfrentar. Ser professor hoje em dia parece ser uma batalha pela atenção das crianças, ou uma manutenção constante do amor pela licenciatura. Independente do que se leciona, todo professor contribui para um cidadão do futuro. Parabéns a todos os professores.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Vida Real - A balada perdida




A animação estava garantida pelo som das pick-ups. A iluminação naquela frenesi de cores e lazeres no meio da fumaça branca - que graças à Lei Antifumo não é de cigarro, era o cenário para o público animado com todas as trocas de olhares, conversas e agitação. As horas passam e todo esse agito vai diminuindo. Os carros que estão parados na rua da boate também. Um a um eles vão deixando a via cada vez mais deserta, deixando os veículos ao relento entre o sereno da noite fria e a violência da cidade grande.

Curtir uma balada para desestressar, passar um bom tempo com os amigos ao som de música eletrônica é uma constante na agenda de algumas pessoas. Mesmo com todos esses aspectos positivos de diversão, tudo pode ir por água abaixo num segundo. Andando pela rua já com uma paisagem de solidão e com os amigos ainda animados por conta da bebida, me aproximei há duas semanas de um sentimento não muito agradável: a impotência.

Depois de curtir a noite, eu e dois amigos estávamos prontos para voltar para a casa. Tinha certeza que nos meus ouvidos seriam despejados todos os sucessos e detalhes das quatro horas regadas ao som do "puts-puts". A rotina só foi alterada quando, há um metro do carro vi a janela do motorista com o vidro todo quebrado. Tudo foi resumido a pequenos cristaizinhos do que antes iria barrar o vento gelado da madrugada daquelas conversas. O banco e o chão do carro ficaram tomados por esses pedaços de vidro e se não bastasse o estrago na janela, o aparelho de som, vários CDs e a carteira de um amigo com R$ 200 foram levados.

Aqui no Jornal de Limeira já foram publicadas várias reportagens falando sobre o furto de veículos e a violência nessa área. Quando lemos textos sobre esse assunto ficamos indignados e pensamos que não aconteceria conosco. Também é impossível se prever a reação que teríamos frente a uma situação dessas, mas tudo pode se resumir a uma única palavra, a impotência. Furtos como este que relatei são frutos das drogas - informação que qualquer um está cansado de saber, mas confirmada por um funcionário do plantão de polícia de Piracicaba, onde toda a cena ocorreu.

Eu e meu amigo que teve parte do salário levado simplesmente nos sentimos as pessoas mais impotêntes. Ver o vidro quebrado e todos os cacos ali para eu limpar foi um momento que nada mais passava pela cabeça. Por mais que fizéssemos boletim de ocorrência e xingássemos até os antepassados do indivíduo que faz isso, nada iria recuperar os prejuízos, nem aumentar a segurança. Ficamos a mercê da violência e contando com a sorte de que não estaremos na página de polícia da edição de amanhã.

domingo, 13 de setembro de 2009

Quem vota nos vereadores? Então porque as cadeiras laranjas da Câmara estão sempre vazias?

As sessões da Câmara Municipal são um prato cheio para universitários manifestarem suas ideias e reclamações.
Texto feito para a revista Vida Universitária de setembro/09


Quando falamos em política é inevitável que venha à cabeça imagens de corrupção, uso do dinheiro público de forma indevida, nomeações de parentes para cargos entre tantas outras atividades e cenas que enchem as páginas de jornais e revistas e rendem assuntos para inúmeros textos opinativos. Apesar de todo o desgosto que a população está acostumada a ter e de manter aquela velha frase que acusa todo político de ser ladrão, são eles que estão no poder de dois dos três poderes, o legislativo e o executivo.

Nenhuma cidade é diferente e por conta disso Limeira também tem os seus defensores do povo, aqueles que brigam por melhorias nos bairros onde foram eleitos ou por toda uma classe da população ao qual mais se identificam. Os 14 vereadores que compõe a Câmara Municipal são os responsáveis pelas leis em Limeira. Por eles passam a maior parte das regras que movimentam a cidade. Essas leis aprovadas ou propostas pelos parlamentares regulamentam a atividade do comércio, de servidores, de profissionais autônomos, de eventos, fiscalizações entre inúmeras atividades que são discriminadas e regularizada a cada projeto de lei que passa nas mãos desses políticos e é aprovada pelo chefe do poder Executivo, o prefeito municipal.

Apesar de serem também políticos, e não nos cabe julgar se assumem uma conduta correta ou ilegal - afinal quem acusa tem que provar e grande parte da população só sabe dizer que eles são corruptos mas não tem documentos que comprovem isso - esses 14 membros de partidos diversos estão ali na Câmara todos os dias movimentando o legislativo da cidade. Algumas vezes se movimentam demais e produzem de menos. Moção de aplausos, títulos de cidadãos limeirenses, dia da doença hereditária entre tantos outros projetos e ações que parecem insignificantes, mas ainda assim são acima de tudo políticos, dividem espaço com temas que afeta classes específicas da população, quando não a sua totalidade.

Mesmo com toda essa importância para a qual esses políticos são eleitos a cada quatro anos, poucos eleitores acompanham de perto a atuação e os passos que eles dão na vida pública. Todas as segundas-feiras a Câmara reúne seus 14 integrantes na sessão ordinária para debater e discutir os projetos de lei, moções, indicações e requerimentos que cada um deles fez durante a semana anterior. Neste dia os documentos propostos pelos vereadores são votados ou barrados. É um momento de discursos inflamados que lembram os eleitores e a importância daquela proposição feita pelo parlamentar.

As palavras são transmitidas pelo rádio, gravadas no circuito interno de TV e assistida por pouquíssimas pessoas. Ali são votados também leis que regulamentam ou especificam regras para o uso de calçadas por estabelecimentos como bares e restaurantes - assunto que gera reclamações principalmente da população idosa e deficiente -, e até o uso das verbas públicas pelo poder Executivo, as chamadas Leis de Diretrizes Orçamentárias. Mesmo sendo vetada a manifestação da platéia enquanto os projetos são votados, a presença dos eleitores e dos munícipes ali se faz importante, afinal fomos nós que demos o cargo e o salário para cada um daqueles vereadores que se distribuem no plenário. Apesar dessa importância, as cadeiras laranjas da Câmara estão sempre vazias nas sessões e reuniões, a não ser quando uma classe de trabalhadores, interessadas em um dos temas da pauta do dia, lota o local para apoiar ou se manifestar contra o resultado das votações e discussões.

Indo além dessas classes específicas e da população como um todo, em uma das reuniões extraordinárias dos vereadores, em um sábado de manhã há alguns meses, um professor universitário que estava presente na plateia chamou a atenção da cidade para um fato curioso. Ele levantou a bola para a participação das instituições de ensino superior na vida do poder legislativo. Olhando para os lados para apontar as poucas pessoas que acompanhavam o assunto daquele dia, o professor disse que muitos professores e alunos das faculdades da cidade deveriam participar com mais frequência das sessões e reuniões da casa e fomentar o debate público para aumentar a participação da população na política de Limeira.

São nas universidades que se formam os profissionais que estarão atuando em empresas e até no serviço público depois de três, quatro ou cinco anos. O conhecimento e a atualidade de cada uma das profissões estão nas carteiras das faculdades. Sendo assim, ninguém melhor que universitários, com sangue jovem e cabeça a frente do que há de novo no mercado, para criticar e indicar soluções para os problemas de Limeira.

As sessões da Câmara são públicas. O dinheiro que move todo o sistema provém dos bolsos da população que, apesar de reclamar que política é ruim, se deixa inserir nessa classe de maus político e não cobra a aplicação do seu dinheiro de forma transparente e honesta.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

VIDA REAL - Impressões de uma sessão (completa)

Acho que não poderia estrear uma coluna em melhor hora. Sou repórter do Jornal de Limeira e editor da coluna de Variedades. Mensalmente estarei neste espaço. Esta semana fui escalado para cobrir a sessão ordinária da Câmara de Vereadores. Apesar de política não ser o meu forte nem a principal área de interesse, assistir a uma sessão acabou sendo até que divertido. Com a ajuda da assessora de imprensa da Câmara, Junia Mariano, fui compreendendo alguns dos trâmites e vocabulário usados pelos parlamentares durante as votações de projetos, moções, questões de ordem entre tantas outras palavras que só quem acompanha frequentemente ou trabalha no local sabe.

Apesar de a Casa ter todo seu regimento e protocolo, algumas situações independem de conhecimento prévio para entender o que se está passando atrás daquelas mesas do plenário. O mais engraçado foi presenciar algumas discussões entre os vereadores. Por um momento até pareceram crianças brigando por motivos banais. O caso que mais fez o público rir foi a discussão entre o presidente da Câmara, Eliseu Daniel (PDT), e o petista Ronei Martins. No seu primeiro ano de casa, Ronei ainda deve estar se acostumando com toda a complicação e burocracia que há dentro do sistema Legislativo municipal. Exemplo disso é a convocação de uma audiência pública para tratar sobre uma tarifa social de energia elétrica. "É preciso lembrar ao vereador Ronei que só quem pode convocar audiências públicas é o presidente da casa", explicou Eliseu após o vereador anunciar a reunião que fará.

O divertido mesmo foi ver Eliseu discutindo com Ronei sobre o tempo de mandato de cada um deles. "Estou no meu nono ano de vereador e não falo isso para desqualificar ninguém", disse o pedetista. "Mas desqulifica", retrucou o vereador da oposição. "Mas eu tenho e você não tem", disse Eliseu nervoso. Com o clima esquentando, o presidente da sessão, César Cortez (PV), pediu suspensão dos trabalhos para os nervos se acalmarem. Ainda com o microfone aberto e sendo orientado por outros parlamentares sobre sua postura, Eliseu soltou: "Então manda ele ficar quieto".

O que ficou visível para quem assistia à sessão foi o racha entre os dois partidos. O assunto que gerou toda a discussão foi a carta entregue pela Guarda Municipal com denúncias de corrupção e irregularidades na corporação. Em seu discurso, Ronei relembrou os planos de governo do prefeito Silvio Félix (PDT) e foi repreendido pelos colegas da Casa por ter usado o assunto para fazer "politicagem", conforme definiu Eliseu em defesa ferrenha das ações de Félix para com a Guarda nos seus cinco anos de governo. "Quando o interesse é atacar o prefeito e não discutir os problemas da guarda eu não concordo", disse.

NA BRIGA

Também na briga, Elza Tank criticou o petista por sua atitude no plenário. Ela, que tentou pedir questão de ordem durante a votação da moção de apelo proposta por Eliseu ao prefeito Silvio Félix (para abrir canal de comunicação com os guardas grevistas), foi impedida de usar a palavra por que já havia opinado sobre o assunto - quem lembrou foi Ronei. Quando chegou sua vez de justificar o voto negativo à moção, Elza desabafou. Nervosa e em um discurso inflamado, o que é típico da vereadora, ela falou que Ronei queria ser o "salvador da pátria". "Tenho um recado do prefeito para os guardas municipais, mas vou falar fora da Câmara porque o vereador Ronei não quer ouvir a minha voz", disse. Ficando vermelha, Elza ainda tropeçou nas palavras. Ao pedir permissão para o presidente da sessão para que o cinegrafista a acompanhasse até o exterior da Casa, a parlamentar gaguejou: "Queria que o cinema... cine... ai não sai, é isso aí mesmo". Depois de sua fala, enquanto outros parlamentares, inclusive Ronei, justificavam seus votos, Elza se sentou ao lado de um guarda municipal na plateia. Com os olhos marejados, Elza foi monossilábica quando questionada se estava muito nervosa: "Ô".

SUPERELZA

Já do lado de fora, a recepção dos guardas municipais deve ter acalmado a vereadora. Um dos servidores inflou o ego de Elza: "A senhora consegue (negociar com o prefeito a incorporação de hora dos grevistas), a senhora tem poder e a gente que dem 20 anos de carreira sabe disso". Apesar do momento de glória frente aos guardas, Elza deixou escapar que as denúncias não deveriam ter sido divulgadas da forma como os guardas fizeram. "Vocês não deveriam ter feito a denúncia, era sigiloso", disse em conversa com a roda de guardas a céu aberto. No plenário, ela e outros vereadores governistas afirmaram que o prefeito não sabia do teor da denúncia. Já longe dos microfones e questionada pelos servidores sobre o porquê da afirmativa de desconhecimento do prefeito, ela deixou claro que a prefeitura estava tentando abafar o caso. Questionada sobre o caso, Elza fez uma parada dramática, suspirou e indagou: "Por que eu sofro tanto?"

DEFESA

A defesa que os vereadores da situação fazem de Félix é incrível e não afeta somente Martins. Um requerimento de Paula Hachid () que pedia a prefeitura o orçamento e os gastos feito pelo Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom) foi duramente barrado pela vereadopra Elza Tank (PTB). Hachi justificou seu pedido dizendo que "tem dificuldade em ver como estás endo aplicado o plano de ações, especialemte na parte financeira, e o orçamento destinado ao Ceprosom". Elza, dizendo que Hachid conhece o presidente da autarquia (Dionísio Gava Júnior), pediu uma revião do requerimento e que os parlamentares votassem contra a aprovação do requerimento "pela desconfiança e pelas palavras que foram usadas no" documento. O requerimento, como definiu Martins ao defender o pedido de Hachid, é o principal instrumento que os vereadores dispõe para fiscalizar o Executivo. "Se o vereador é impedido de fazer o requerimento ele é impedido de fiscalizar. Se o requerimento não traz nenhum constrangimento, aprovemos", disse. O documento foi rejeitado por oito votos a cinco.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Reportagem especial: Fazendo arte na adolescência, o fomento do tradicional ao contemporâneo

Publicada no Caderno de Domingo, páginas 6 e 7, de 16 de agosto


Ali não é preciso nenhum tipo de palco, iluminação especial ou cortinas para separar o público dos artistas. O assoalho de madeira e as paredes rosadas do Palacete Levy, no Largo da Boa Morte, centro de Limeira, servem de coxias, camarim, estúdio de arte ou ateliê. A Oficina Carlos Gomes, que movimenta a cultura e fomenta a arte em Limeira completou, na última sexta-feira, 12 anos. No local que homenageia um dos mais importantes operistas brasileiros, cursos de teatro, dança, artes visuais e uma infinidade de linguagens modernas e tradicionais são trabalhadas com um público variado, de iniciantes a profissionais formados que buscam nas oficinas gratuitas do local uma forma de estarem atualizados com o que está em voga em cada uma das áreas artísticas. De tempos em tempos o interior do prédio rosado da esquina das ruas Boa Morte e Alferes Franco e de janelas brancas se transforma em um difusor da arte contemporânea ou em precursor da contemporaneidade da dança, do teatro e das formas e se ver o mundo.

Entrando na adolescência, a Oficina Cultural já mostra os sintomas dessa fase há algum tempo. Provocar uma visão diferente de arte nos limeirenses e aguçar a criatividade e curiosidade dos artistas da cidade e da região são atividades que fazem da escola a diferença para quem quer caminhar pela estrada da arte ou usa ela para um hobby e terapia.

A escola surgiu de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Cultura com a antiga Secretaria de Cultura, Turismo e Eventos de Limeira, em 1997. Ela faz parte da rede de oficinas gerenciada pela Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo (Assaoc). As escolas oferecem à população do Estado atividades gratuitas.

DE ALUNA A FUNCIONÁRIA

A atriz Tatiana Alvez é uma das frequentadoras do local. Desde a abertura da oficina ela participa das atividades promovidas pela escola e atribui a esses cursos a responsabilidade pela sua formação. "Eu sou autodidata, não fiz faculdade de artes cênicas, mas aprendi muita coisa nas oficinas da Carlos Gomes, que foram responsáveis por grande parte da minha formação", diz. Na opinião da atriz, os cursos oferecidos pela escola auxiliam na formação de artistas na cidade. Apesar de reconhecer a importância do curso superior, para Tatiana as oficinas auxiliam os artistas na hora da prática, no fazer a arte.

"Os cursos despertam a vontade dos alunos de buscarem mais novidades. Muitos fazem um determinado curso aqui para conhecer a área que escolheram e depois vão fazer faculdade e se especializar ou, pelo menos, têm uma noção para outra área. Algumas pessoas também vêm fazer curso de teatro, por exemplo, para perder a timidez, para ajudar na vida pessoal", diz. Tatiana além de acompanhar toda a trajetória da escola, hoje auxilia nos serviços internos do local. Ela trabalha na oficina há sete anos e atualmente é técnica de programação cultural. Ela é uma das responsáveis pela agenda do local. "As oficinas apresentam áreas e técnicas diferentes para os artistas, serve como uma atualização do conhecimento também", conclui.

DE ALUNO A PROFESSOR

Outro profissional que passou pelas salas do Palacete Levy, prédio onde as oficinas são realizadas, é o ator e professor de teatro Daniel Martins, 28 anos. Aos 17, ele e um amigo foram se inscrever para um curso de música no local, mas acabaram fazendo um de artes cênicas. Até aquela idade Martins confessa que pensava em fazer algum curso relacionado à Comunicação Social, como Jornalismo ou Publicidade e Propaganda, no Ensino Superior e seguir carreira em uma das áreas. "Eu já tinha uma tendência para o teatro, mas a Oficina Carlos Gomes teve um papel decisivo na minha carreira", diz. Dos cursos de teatro iniciante, para os intermediários e de lá para a graduação de Artes Cênicas na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná. Além desse diploma, Martins também fez outra faculdade de Letras em outra instituição e voltou para a universidade paranaense para fazer mestrado em Literatura.

Cerca de dez anos depois de sua primeira oficina em Limeira, Martins voltou para a cidade e para as paredes chapiscadas do palacete, agora como professor. Por volta de 2006, o ator ministrou uma oficina de literatura no local. O curso, que não tinha uma expectativa tão grande de público, teve todas as vagas preenchidas. Daquele ano até hoje, Martins continua a oferecer os cursos de literatura e teatro na oficina. "Eu olho para os alunos e lembro de muita coisa da minha época", conta em tom saudosista.

Para ele, que também atribui às oficinas do local um papel fundamental para a formação, a programação de cursos para Limeira e para os artistas da cidade são um centro de formação e fomento da arte. Martins conta que, na sua trajetória no local, teve oportunidade de entrar em contato com profissionais gabaritados no mercado. "Logo no começo, pouco tempo depois de ter entrado na oficina, tive contato com profissionais consagrados, cada um em sua área. Dessa forma, a oficina não só oferece uma variedade grande de cursos para a população, como também coloca os alunos em contato com essas peças renomadas".

Martins, além de estar na grade da oficina como um dos coordenadores dos cursos de teatro e literatura, desenvolve um projeto em Iracemápolis que envolve crianças de sete a 14 anos com textos de escritores clássicos como Shakespeare e Machado de Assis. O projeto chamado Núcleo de Vivência Teatral é uma proposta que trabalha um teatro inteligente com as crianças.

DE CIRCO A FOTOGRAFIA



Apesar de oferecer cursos de inúmeras linguagens, o público da Oficina Carlos Gomes tem suas preferências. Segundo o coordenador do local, Robson Trento, as áreas de maior procura são as relacionadas com artes visuais, cinema de animação, fotografia e teatro. Além destas, frequentemente a oficina traz novidades para Limeira. "Nós procuramos fomentar todos os tipos de arte e inovamos também nessas oficinas. Quando trouxemos a primeira exposição de arte contemporânea, o público não sabia direito o que estava vendo, não estava acostumado", conta. Circo, dança contemporânea, produção de máscaras, formação de público, contação de história, entre outras categorias fazem parte desse leque de opções que caminha entre a arte tradicional e a moderna.

Além dessas inovações nas linguagens, a oficina também trouxe para Limeira profissionais reconhecidos no mercado. Passaram pelo prédio a atriz Rose Campos, o cineasta Carlos Reichenbach, a dançarina contemporânea italiana Cristina Salmistraro, o diretor de teatro Antunes Filho e o grupo teatral "Os Parlapatões" - que participou da abertura da oficina, em 1997, quando ainda não era famoso, segundo Trento. "Além de pessoas 'famosas' e de renome, a Carlos Gomes também conta com profissionais que começaram seus estudos e a vida artística aqui, foram estudar fora e voltaram para ministrar alguma oficina ou nos ajudar no planejamento, como Daniel Martins e Tatiana Alves", diz.

Os resultados das oficinas também fazem história. "Um dos filmes de animação que fizemos na oficina desta área foi exibida no AnimaMundi, um evento reconhecido internacionalmente", relata Trento. Responsável pela oficina - pois levou Limeira ao mais importante festival de animação do mundo - o animador Maurício Squarisi, 50, considera Limeira um polo de produção na área.

O profissional atua na oficina desde 2000, quando ministrou seu primeiro curso na cidade. Ele é um dos fundadores do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, entidade também reconhecida na produção de vídeos do gênero. Na oficina de estreia, o resultado das aulas contou com o vídeo "Ao Pé de Limeira", que conta a história da cidade por meio dos desenhos animados. Este e outras sete animações fazem parte do acervo da oficina. "Poucas cidades têm um acervo como esse, por isso consideramos a cidade um polo de animação", comenta.

Na visão de Squarisi, Limeira já poderia ter um estúdio de produção de animações. "Nós não conseguimos que o mesmo grupo de alunos continuasse nas oficinas ano a ano. Se o grupo de 2000 ainda estivesse participando dos cursos no local, nós teríamos um estúdio formado. Os participantes dessas oficinas são interessados no assunto, assumem o compromisso da produção e vão até o fim", conta. Empenho esse que é reconhecido nos festivais dos quais as animações participam. "Todo filme tem sido aceito em festivais com seleção rigorosa como o AnimaMundi, no qual cerca de 1,3 mil animações são inscritas e somente 300 são selecionados para a mostra". Este ano, o animador coordenou mais uma oficina que teve como resultado a animação "Sossega Leão", um clipe animado da música "Camisa Listrada", interpretada por Carmen Miranda. O vídeo ainda será lançado pela oficina e faz parte do acervo do local.

Além dos desenhos, documentários e curta-metragem também se destacam na produção da oficina. Um curta produzido pela Oficina Incurta, da produtora Nada Audiovisual, de Paulínia, ganhou espaço no 37º Festival de Gramado. O vídeo "Simplesmente, Hilda" fala sobre a escritora brasileira Hilda Hilst e instiga quem o assiste a conhecer a autora de cerca de 40 obras, conforme conta o cineasta limeirense e sócio da produtora, Ricardo Dias Picchi. O curta produzido no final de 2007 faz parte de um projeto homônimo da oficina surgiu a partir da ideia de oferecer aos alunos um suporte técnico para a produção dos vídeos. "Simplesmente, Hilda", que foi produzido pelas alunas da oficina Jéssica Zuzi e Camila Oliveira, já participou de dez festivais da área.

COMEMORAÇÃO

As comemorações dos 12 anos começaram na sexta-feira. Durante o mês de agosto, a casa exibe a 2ª Mostra de Arte Contemporânea (Mosca). Além de expor obras de artistas de Limeira, Campinas , Piraciaba, Rio Claro, Santa Gertrudes e Piraciaba, a oficina cultural também irá promover dois workshops. Os responsáveis pela palestra são os artistas Marcelo Salum e Cláudio Cretti, os dois de São Paulo (confira na programação). Cretti, segundo Trento, é um artista plástico de renome na capital. "Os dois artistas são muito bem conceituados no meio artístico de São Paulo, mas Cretti tem peças expostas em vários museus de São Paulo", conta o coordenador. Assim como em outras oficinas da casa com artistas de renome, relacionados anteriormente, a participação de Cretti é encarada por Trento como uma possibilidade de os limeirenses trocarem experiências com um profissional conceituado no mercado. "Esse intercâmbio é muito importante para a arte da cidade. No workshop o artista deixa de ser alguém que está simplesmente expondo
uma obra, ele se aproxima dos alunos, do seu público que tem a chance de tirar todas suas dúvidas e descobrir como é o processo de criação desse artista".

Além da mostra de artes, a escola adolescente se prepara para receber novos alunos, de jovens como ela a adultos e idosos, nos próximos meses em novos cursos. Na grade da escola estão cursos de moda, fotografia, pintura, teatro, entre outras. Ainda crescendo, a oficina continua ali, formando artistas no prédio centenário no centro de Limeira, com seu trabalho inovador e instigante.