terça-feira, 3 de novembro de 2009

Assombrado ou incompetência?

Ou a Prefeitura de Limeira não consegue fazer planejamentos de curto ou médio prazos ou um dos prédios da administração municipal não está sendo vigiado por bons espíritos. Depois de uma semana sem aulas no Centro Cultural (Escola Municipal de Cultura e Artes - Emcea) esta semana as mães, alunas, professores e funcionários foram instruídos a irem para um novo endereço. Rua Capitão Bernardes, 144 - este é a nova localização das aulas de dança e teatro, na região da baixada de Limeira, próximo à rodoviária e à recém-restaurada estação ferroviária e bem na frente de uma igreja e da zona do meretrício.

Conforme instruído pela direção da escola, as mães, alunas e eu (professor) estávamos no novo local e antigo horário de aula, mas estávamos sós. Depois de vinte minutos que alguns funcionários do departamente compareceram no prédio que, além de ser a nova casa do Centro cultural, também abriga o Núcleo de Atendimento Integrado (NAI), o Conselho Tutelar de Limeira e alguns projetos do Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom). Dentro do barracão, antigamente conhecido como "Barracão da Laranja", duas quadras bem estruturadas e cobertas de poeira e algumas fuligens. Já nas salas de dança, onde as aulas deveriam começar: nada. Um dos cômodos do local foi adaptado para receber as atividades culturais da Secretaria da Cultura. O local que parecia ser um barracãozinho inativo recebeu espelhos, barras e divisórias e se transformou em duas salas. O local está no meio de pedras e alguns matos. Pelo menos parece ser maior que as antigas salas do prédio do museu, no Centro de Limeira.

A localização já não ajuda muito se comparado com a antiga sede da escola, bem no coração da cidade. Pelo menos a mudança é para uma causa mais que justa: a restauração de prédio. Algumas mães se perderam no caminho e aí que está o problema e causa da minha desconfiança de que o prédio está com um mau agouro ou os administradores municipais não sabem planejar muito bem.

Ano passado o prédio recebeu todas as adaptações para receber o NAI e o Conselho Tutelar. Apesar de não estar 100% pronto, os dois departamentos, com ênfase para o segundo, foram obrigados a se mudarem às pressas para o local. O Conselho Tutelar em Limeira ocupava um prédio alugado pela Prefeitura e alegando que o contrato estava no fim, os responsáveis pelo conselho receberam uma ligação da Prefeitura informando que a mudança deveria ser feita o mais rápido possível. Aí começaram a aparecer alguns problemas. Em um belo dia de chuva, algumas salas de onde deveria ser o NAI, o chão ficou todo inundado e goteiras surgiram até das lâmpadas dos cômodos do local.

Outra reclamação da época da mudança repentina foi a falta de estrutura para proteger os arquivos do Conselho. Os gaveteiros de arquivos serviam, na época, como divisória entre o espaço onde os menores atendidos pelo NAI circulariam e os profissionais do órgão. A situação não mudou. Esses gaveteiros continuam a servir de divisórias e o único bebedouro no local fica ao lado da porta de entrada do conselho. Local onde os menores atendidos pelo Ceprosom circulam para beber água e mães e responsáveis por menores infratores passam para participar de enventos, atendimento e palestra do NAI.

Cerca de um ano depois e o local recebe mais uma mudança às pressas. O Centro Cultural que passa a atender no mesmo endereço dos dois órgãos já citados também está em uma mudança repentina e a justificativa dada por integrantes da direção é que precisavam "cumprir prazos". As salas onde funcionarão a administração do local está empregnada de móveis. A sala da responsável pelo RH do departamento então, cheia de fiurinos, sacos e outros objetos que impossibilitam qualquer um de trabalhar no local e até de respirar porque o cheiro de mofo e de poeira é bem forte. Salas de aula então... não deu para ver nenhuma. Até o responsável pelos projetos desenvolvidos pelo Ceprosom no prédio não conseguiu fazer o ensaio de teatro com os menores na sala onde estavam acostumados a usar porque a chave estava com o chefe da Emcea, e não nas mãos de quem estava, até então, utilizando e habituado a usar o que, por direito é dele.

Outro ponto. A mudança foi tão repentina que, uma reunião que tinha sido prometida com os pais e responsáveis pelos alunos não foi feita. A programação era que esses pais se reunissem no teatro ou na biblioteca onde receberiam todas as informãções sobre a mudança: desde prazos até como chegar no local. Lembro de ter ouvido que seria exibido um mapa com os possíveis ônibus que param próximos ao local e ainda mais, um possível veículo do transporte público mudaria sua rota para ficar mais fácil para os alunos chegarem até a escola. Até que isso seja feio, o melhor caminho é para na praça do museu (Coronel Flamínio) e descer cerca de seis ou oito quarteirões até chegar nas novas salas.

Agora questiono: isso é incompetência de administradores, ou o prédio onde está o NAI, o Conselho e agora o Centro Cultural está num local não muito bem visto pelos espíritos limeirenses?

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