sábado, 28 de março de 2015

Mídia e religião: o pastor e sua bandeira homofóbica


Zapeando pelos canais da TV aberta, acabei tendo a infelicidade de descobrir que o Pastor Malafaia tem um programa ao meio dia na Band. Bem na hora que cai nesse canal ele estava se posicionando contra um projeto que permite que crianças com identidade de gênero diferentes do sexo (meninos que se vestem de meninas e vice-versa) possam usar o banheiro com os quais se identificam nas escolas.

Além de este "mensageiro da palavra de Deus" se posicionar contra o tal projeto, ele ainda usou algumas palavras que me ofenderam muito. Disse que a família brasileira precisa ser forte e "ensinar o menino a ser homem e a menina a ser mulher"; que isso é uma "aberração", uma "pouca vergonha"; e que este modelo de família é uma "família fracassada".

Queria muito entender uma coisa: quem ensina o caminho da felicidade às crianças? Os pais ou a igreja? Uma contradição MUITO GRANDE nas palavras desse pastor é chamar o Estado de impositor enquanto ele mesmo assume esse papel ao dizer o que deve ou não ser feito na criação dos filhos. Quem é ditador? O Estado que está garantindo um direito ou a Igreja que está impondo um preconceito??????????

E outra contradição maior ainda: ele diz que temos o direito de ser homossexuais, que não se opõe a isso. HEIN???? É a retórica do morde e assopra! Primeiro ele diz isso para "ficar registrado", depois profere todas as ofensas que, minimamente, relatei aqui. O Deus dele é amor ou confusão?

sexta-feira, 6 de março de 2015

Destaques desta sexta-feira, 6 de março

* O Estado de S. Paulo

O jornal Estadão deu destaque na sua capa de hoje (sexta, 6 de março) para a nova subida do dólar:

Já no caderno de Economia e Negócios, o destaque da primeira página foi para a notícia da Petrobrás:

> "Petrobrás pode cortar pela metade encomenda de 28 sondas à Sete Brasil: Sem dinheiro em caixa e com dificuldades para levantar financiamento, após ser envolvida em denúncias da Lava Jato, Sete Brasil não tem conseguido viabilizar os contratos assinados com a Petrobrás; governo estuda formas de tentar destravar o crédito para a empresa" (p. B1)
A notícia é mais um desdobramento da operação Lava Jato, tão comentada nos últimos dias. Contudo, vale ressaltar que a informação se refere à uma possibilidade (detalhe para o uso do verbo "poder" no título) e não um corte já definido pela Petrobrás.
Outro detalhe: o título diz que a estatal poderá "cortar pela metade encomenda", contudo, o lide da notícia apresenta uma versão ligeiramente diferente: "(...) A decisão sobre o tamanho do corte no portfólio ainda não foi fechada, mas o 'Broadcast', serviço em tempo real da 'Agência Estado', apurou que deve atingir quase metade da encomenda original" [negrito nosso]. Vale outra pergunta: qual a real credibilidade dessa apuração? Ontem coloquei no facebook a imagem abaixo comparando como o Estadão e a Folha cobriram uma decisão de Rodrigo Janot. Sendo tão imparcial assim, a notícia não poderia ser tendenciosa e a informação inexata a ponto de interferir no desempenho das ações da Petrobrás na Bolsa de Valores?


Outras notícias do Estado de S. Paulo de hoje (6/3/15):

> "Schahin Petróleo e Gás precisa de US$ 1 bilhão: Relatório de consultoria, encomendado pela própria Schahin, revela as dificuldades de caixa na empresa" (p. B1)

> "Odebrecht é citada na Itália em caso de corrupção: Empresa está em investigação que envolve pagamento de propina para obra no Panamá" (p. B3)

> "Caixa e BB também dificultam crédito, dizem empreiteiras: Construtoras com falta de recursos por causa de atrasos em pagamentos do governo reclamam dos bancos oficiais" (p. B3)

> "Índice de Preços ao Produtor tem deflação de 0,13%" (p. B3 numa notinha minúscula de quatro colunas escondida no final da página)

> "Montadoras demitem 1.846 em fevereiro: Indústria automobilística emprega 142,3 mil pessoas no País, o menor contingente desde maio de 2011; estoque é de 329 mil veículos" (p. B4)
Com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a notícia ainda informa que nos dois primeiros meses do ano "foram eliminadas 2,2 mil vagas"; "no bimestre, a produção teve queda de 22% na comparação com igual período de 2014"; "O executivo [presidente da Anfavea, Luiz Moran] credita o atual cenário a fatores como perda da confiança dos consumidores, medidas de ajuste econômico, efeitos da alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em janeiro, crédito escasso e mais caro, além do menor número de dias úteis em fevereiro, por causa do carnaval."
- Ai ficam algumas questões: sim, a indústria automobilística emprega muito, isso é fato. Mas pra quê dar tanta ênfase nas mudanças nos estoques sendo que nossas ruas já estão sobrecarregadas por demais com um passageiro por veículo nas grandes cidades brasileiras? Além disso, porque não questionar o fato de o Brasil ter escolhido um bem de consumo como motor da indústria em detrimento de indústrias de bens de capital? Ok, pode ser tarde para um questionamento como este, mas então deveria ser feito um debate para verificar a possibilidade de uma política industrial abra espaço para setores chave para nossa economia. Afinal, até quando a indústria automobilística vai continuar registrando lucros e recordes de vendas e nossas ruas se entupindo cada dia mais?

> "Números de dissídios coletivos cresce 23% no TRT de São Paulo: Situação econômica provocou aumento; total subiu de 179 em 2013 ara 220 em 2014 e casos de greve são maioria" (p. B4)

> "Redes de varejo falam em cortar investimentos: Empresas reagem à redução da desoneração; Grupo Guararapes diz que sua alta de custos chega a R$ 60 milhões" (p. B4)

> "Governo tenta convencer S&P de que ajuste dará resultado: Missão da agência voltou a se reunir ontem com autoridades em Brasília para colher informações sobre a situação do País" (p. B4) - é a economia brasileira nas mãos do capital financeiro internacional!

> "Dólar volta a subir e fecha acima dos R$ 3: Com influência da crise política e a aparente disposição do BC de intervir menos no mercado, moeda atingiu maior patamar desde agosto de 2004" (p. B5)

> "Poupança registra maior saída de recursos da história: saques superaram os depósitos em R$ 6,26 bi em fevereiro, o segundo mês consecutivo com resultado negativo" (p. B5)


Notícias do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDCI) desta sexta-feira, 6 de março

Camex prorroga redução de imposto para importação de metanol

Alteração será por doze meses, a partir de 4 de abril

Brasília (6 de março) – Com o objetivo de garantir o atendimento da demanda, uma vez que a produção nacional é insuficiente para o abastecimento do mercado interno, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), presidida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), decidiu prorrogar a redução do Imposto de Importação do metanol.  Assim, a redução tarifária atualmente em vigor, de 12% para 0%, será prorrogada para os desembaraços aduaneiros a serem efetuados a partir do dia 04/04/2015. A medida permanecerá em vigor pelo período de 12 meses, como estabelece a Resolução Camex nº13, publicada hoje no Diário Oficial da União. A compra externa sem pagamento de imposto está limitada a uma cota de 600 mil toneladas.

A redução tarifária foi prorrogada por meio da permanência do produto, classificado no código 2905.11.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), na Lista Brasileira de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec).

O metanol é matéria-prima de quase todo biodiesel fabricado no Brasil. Também é utilizado pela indústria como insumo para produção de formol e seus derivados, resinas e aditivos, entre outras aplicações.


Camex aprova novos incentivos para investimentos na indústria

Lista completa dos 289 ex-tarifários integra as Resoluções Camex 11 e 12 publicadas hoje

Brasília (6 de março) - Foram publicadas hoje duas novas Resoluções Camex com redução do Imposto de Importação para 289 máquinas e equipamentos industriais sem produção no Brasil. A Resolução Camex nº12 traz 262 ex-tarifários para bens de capital (187 novos e 75 renovações) com imposto reduzido de 14% para 2% até 30 de junho de 2016.

Já a Resolução Camex n°11 estabelece a alteração de alíquotas de até 16% para 2%. A medida é válida para 27 bens de informática e telecomunicações (15 novos e 12 renovações) até 31 de dezembro de 2015.

Os investimentos globais e os investimentos relativos às importações dos equipamentos, vinculados aos 289 ex-tarifários aprovados, são, respectivamente, de US$ 2,012 bilhões e US$ 416 milhões.

Os principais setores beneficiados, em relação aos investimentos globais foram os de construção civil (36,48%); o ferroviário (22,72%); e o siderúrgico (11,09%). Entre os projetos beneficiados estão a implantação de linhas de metrô, fabricação de trens e instalação de fábricas para fornecimento de clorato de sódio e de oxigênio gasoso.

Em relação aos países de origem das importações, destacam-se os Estados Unidos (19,47%); o Japão (15,11%); a Alemanha (13,96%); e a França (10,35%).

O que são ex-tarifários

O regime de ex-tarifários visa estimular os investimentos para ampliação e reestruturação do setor produtivo nacional de bens e serviços, por meio da redução temporária do Imposto de Importação de bens de capital e bens de informática e telecomunicações sem produção no Brasil. Cabe ao Comitê de Análise de ex-tarifários (Caex) verificar a inexistência de produção nacional e o mérito dos pleitos tendo em vista os objetivos pretendidos, os investimentos envolvidos e as políticas governamentais de desenvolvimento. As fabricantes brasileiras de máquinas e equipamentos industriais também participam do processo de análise de produção nacional.


quinta-feira, 5 de março de 2015

Destaques de quinta-feira, 5 de março de 2015

Ontem o Comitê de Política Monetária resolveu elevar a Selic em 0,50 ponto percentural e eleva a taxa para 12,75% ao ano.

Nota do Banco Central enviada à imprensa sobre a 189ª reunião:

Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 12,75% a.a., sem viés.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.

Repercussão nos jornais:

* Estado de S. Paulo

Na capa:
E no caderno de Economia e Negócios:



Outros destaques do Estado de S. Paulo:

"Em manifesto, indústria e sindicatos se unem por mudanças na economia", na primeira página do caderno de Economia e Negócios (p. B1)

Entidades patronais e sindicais se uniram para preparar o documento "Manifesto da Coalizão Capital-Trabalho para a Competitividade e o Desenvolvimento". Ao todo, 39 entidades, entre elas Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical e Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) assinam o manifesto que será entregue à Presidência da República, ao Congresso e aos governadores.

Trecho da notícia: "'Indústria destruída'. O documento cobra medidas para ajudar a indústria. 'A competitividade da indústria de transformação nacional está sendo destruída', dizem as entidades, que listam quatro eixos para o ataque: os juros elevados (que continuam aumentando), o câmbio ainda valorizado, a carga tributária que também está em elevação pelo governo e a cumulatividade de impostos."

A notícia ainda comenta que houve aumento de impostos sobre o crédito ao consumidor e sobre o combustível em janeiro,  elevamento dos tributos sobre o faturamento das empresas e "industriais e sindicalistas apontam o dedo, de forma indireta, para a proposta de apertar benefícios trabalhistas, como o seguro-desemprego".

Questões:
> A notícia não cita o porquê da união entre sindicatos e patrões. A lógica manda dizer que seria porque a situação brasileira está difícil para os dois lados e que os aumentos para a indústria poderia gerar cortes de vagas de emprego. Porém, também seria questionável o quanto esses sindicatos são "patronais" no Brasil e esta seria uma clara amostra de como eles andam de mãos dadas por aqui.
> Outro ponto seria o propósito dos aumentos das variáveis citadas como os impostos, juros e câmbio. O real desvalorizado beneficia o setor exportador, isso foi pauta de vários noticiários televisivos na quarta-feira (vi a notícia pelo menos na TV Cultura, SBT e Band), então a questão do emprego não seria um problema nestes setores, seria? Outra questão são os impostos, estão sendo elevados para os patrões, em especial. Sendo assim, por que eles estão sendo elevados? Seria para garantir os programas sociais em detrimento do lucro dessa classe?

Outra notícia, logo abaixo deste destaque da primeira página: "Produção industrial registra aumento de 2% em janeiro". A informação foi dada ontem, quarta-feira, pelo IBGE referente as diferenças de produção entre dezembro de 2014 e janeiro deste ano. Há uma ressalva na notícia logo no primeiro parágrafo: "Mas o resultado positivo não é suficiente para recuperar as perdas anteriores nem reverte a tendência negativa apresentada pelo setor , observou o" IBGE.  A Notícia repercute a fala de um funcionário do IBGE e de mais três economistas de consultorias e agência de seguro. Nenhum deles, no entanto, fala sobre o resultado positivo no setor de máquinas e equipamentos, além da metalurgia. Destacam, sim, que o setor de montadoras de caminhões registrou aumento por conta da volta das férias coletivas nas empresas. Contudo, onde estaria a análise de um aumento nestes setores citados, uma vez que eles são "termômetros" para o restante da economia? No site do Estadão é também possível ler a notícia.

Outras notícias do Estado:
"Petrobrás eleva desemprego no País: Problemas que atingem a estatal após Operação Lava Jato influenciaram 10% dos 81,7 mil empregos perdidos no País em janeiro" (p. B3, também disponível no site do jornal: AQUI)
"Metalúrgicos de estaleiros fazem protesto no Rio" (p. B3)
"Captação da estatal deve ter aval da União" (p. B3)
"Aumento do etanol na gasolina vale a partir de 16 de março: Mistura passará dos atuais 25% para 27%; medida deve significar o consumo extra de 1 bilhão de litros de etanol" (p. B3 e também no site: AQUI)

"Cenário político faz dólar beirar os R$ 3: Embate entre o Senado e o Poder Executivo elevou a moeda americana em 2,06% a R$ 2,979, maior valor desde 19 de agosto de 2004" (p. B5) Essa matéria fornece duas explicações para o aumento do dólar: embora admitam que a moeda norte-americana esteja sendo cotada mais cara em outros países emergentes e até que esteja ganhando valor sobre o euro, a questão política brasileira se sobressaiu. A causa dessa última explicação é que o mercado vê dificuldades para o Poder Executivo impor o pacote de ajuste fiscal, principalmente depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros, ter devolvido a medida provisória enviada à casa, na terça-feira. Comentário: pra quê focar no cenário internacional quando bater no governo é tão... saboroso?
"Dólar alto ainda não beneficia exportadores" (p. B5)
"'Estamos num atoleiro fiscal e cambial': Na avaliação de Blanche, diante da volatilidade e do nível de incerteza, é difícil projetar o rumo do câmbio" (p. B5)


"Analistas já preveem inflação a 8%: Por causa dos aumentos extraordinários da tarifa de energia, na casa de 50%, consultorias revisaram para cima projeção do IPCA" (p. B6)
"Comércio e serviços planejam demissões nos próximos meses" (p. B6)

"Governo prepara leilão da folha dos servidores públicos: Equipe econômica também estuda a licitação da administração dos recursos do FPE e do FPM; no total, receitas podem chegar a R$ 5 bi" (p. B7)

"Governo atrasa pagamentos do PAC: Sem recursos, repasses às construtoras são feitos com uma média de 75 dias de atraso, o que está provocando desaceleração nas obras"

Negócios: "Brasil perde para México posto de maior produtor de veículos da América Latina: Produção brasileira recuou 15,3% em 2014, o que fez o País registrar o pior resultado entre os dez principais produtores do mundo; se projeção de queda de 10% nas vendas se confirmar, Brasil pode ceder para a Alemanha a posição de quarto maior mercado" (p. B11)
"Gerdau vai investir 17,4% a menos em 2015: Esse é o terceiro ano consecutivo em que a siderúrgica gaúcha reduz investimentos" (p. B13)

* Folha de S.Paulo

"Incerteza sobre pacote fiscal leva dólar ao patamar de R$ 3: Moeda fecha a R$ 2,978; US$ 3,33 bi deixaram o país no final de fevereiro". (p. B1)