quinta-feira, 5 de março de 2015

Destaques de quinta-feira, 5 de março de 2015

Ontem o Comitê de Política Monetária resolveu elevar a Selic em 0,50 ponto percentural e eleva a taxa para 12,75% ao ano.

Nota do Banco Central enviada à imprensa sobre a 189ª reunião:

Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 12,75% a.a., sem viés.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.

Repercussão nos jornais:

* Estado de S. Paulo

Na capa:
E no caderno de Economia e Negócios:



Outros destaques do Estado de S. Paulo:

"Em manifesto, indústria e sindicatos se unem por mudanças na economia", na primeira página do caderno de Economia e Negócios (p. B1)

Entidades patronais e sindicais se uniram para preparar o documento "Manifesto da Coalizão Capital-Trabalho para a Competitividade e o Desenvolvimento". Ao todo, 39 entidades, entre elas Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical e Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) assinam o manifesto que será entregue à Presidência da República, ao Congresso e aos governadores.

Trecho da notícia: "'Indústria destruída'. O documento cobra medidas para ajudar a indústria. 'A competitividade da indústria de transformação nacional está sendo destruída', dizem as entidades, que listam quatro eixos para o ataque: os juros elevados (que continuam aumentando), o câmbio ainda valorizado, a carga tributária que também está em elevação pelo governo e a cumulatividade de impostos."

A notícia ainda comenta que houve aumento de impostos sobre o crédito ao consumidor e sobre o combustível em janeiro,  elevamento dos tributos sobre o faturamento das empresas e "industriais e sindicalistas apontam o dedo, de forma indireta, para a proposta de apertar benefícios trabalhistas, como o seguro-desemprego".

Questões:
> A notícia não cita o porquê da união entre sindicatos e patrões. A lógica manda dizer que seria porque a situação brasileira está difícil para os dois lados e que os aumentos para a indústria poderia gerar cortes de vagas de emprego. Porém, também seria questionável o quanto esses sindicatos são "patronais" no Brasil e esta seria uma clara amostra de como eles andam de mãos dadas por aqui.
> Outro ponto seria o propósito dos aumentos das variáveis citadas como os impostos, juros e câmbio. O real desvalorizado beneficia o setor exportador, isso foi pauta de vários noticiários televisivos na quarta-feira (vi a notícia pelo menos na TV Cultura, SBT e Band), então a questão do emprego não seria um problema nestes setores, seria? Outra questão são os impostos, estão sendo elevados para os patrões, em especial. Sendo assim, por que eles estão sendo elevados? Seria para garantir os programas sociais em detrimento do lucro dessa classe?

Outra notícia, logo abaixo deste destaque da primeira página: "Produção industrial registra aumento de 2% em janeiro". A informação foi dada ontem, quarta-feira, pelo IBGE referente as diferenças de produção entre dezembro de 2014 e janeiro deste ano. Há uma ressalva na notícia logo no primeiro parágrafo: "Mas o resultado positivo não é suficiente para recuperar as perdas anteriores nem reverte a tendência negativa apresentada pelo setor , observou o" IBGE.  A Notícia repercute a fala de um funcionário do IBGE e de mais três economistas de consultorias e agência de seguro. Nenhum deles, no entanto, fala sobre o resultado positivo no setor de máquinas e equipamentos, além da metalurgia. Destacam, sim, que o setor de montadoras de caminhões registrou aumento por conta da volta das férias coletivas nas empresas. Contudo, onde estaria a análise de um aumento nestes setores citados, uma vez que eles são "termômetros" para o restante da economia? No site do Estadão é também possível ler a notícia.

Outras notícias do Estado:
"Petrobrás eleva desemprego no País: Problemas que atingem a estatal após Operação Lava Jato influenciaram 10% dos 81,7 mil empregos perdidos no País em janeiro" (p. B3, também disponível no site do jornal: AQUI)
"Metalúrgicos de estaleiros fazem protesto no Rio" (p. B3)
"Captação da estatal deve ter aval da União" (p. B3)
"Aumento do etanol na gasolina vale a partir de 16 de março: Mistura passará dos atuais 25% para 27%; medida deve significar o consumo extra de 1 bilhão de litros de etanol" (p. B3 e também no site: AQUI)

"Cenário político faz dólar beirar os R$ 3: Embate entre o Senado e o Poder Executivo elevou a moeda americana em 2,06% a R$ 2,979, maior valor desde 19 de agosto de 2004" (p. B5) Essa matéria fornece duas explicações para o aumento do dólar: embora admitam que a moeda norte-americana esteja sendo cotada mais cara em outros países emergentes e até que esteja ganhando valor sobre o euro, a questão política brasileira se sobressaiu. A causa dessa última explicação é que o mercado vê dificuldades para o Poder Executivo impor o pacote de ajuste fiscal, principalmente depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros, ter devolvido a medida provisória enviada à casa, na terça-feira. Comentário: pra quê focar no cenário internacional quando bater no governo é tão... saboroso?
"Dólar alto ainda não beneficia exportadores" (p. B5)
"'Estamos num atoleiro fiscal e cambial': Na avaliação de Blanche, diante da volatilidade e do nível de incerteza, é difícil projetar o rumo do câmbio" (p. B5)


"Analistas já preveem inflação a 8%: Por causa dos aumentos extraordinários da tarifa de energia, na casa de 50%, consultorias revisaram para cima projeção do IPCA" (p. B6)
"Comércio e serviços planejam demissões nos próximos meses" (p. B6)

"Governo prepara leilão da folha dos servidores públicos: Equipe econômica também estuda a licitação da administração dos recursos do FPE e do FPM; no total, receitas podem chegar a R$ 5 bi" (p. B7)

"Governo atrasa pagamentos do PAC: Sem recursos, repasses às construtoras são feitos com uma média de 75 dias de atraso, o que está provocando desaceleração nas obras"

Negócios: "Brasil perde para México posto de maior produtor de veículos da América Latina: Produção brasileira recuou 15,3% em 2014, o que fez o País registrar o pior resultado entre os dez principais produtores do mundo; se projeção de queda de 10% nas vendas se confirmar, Brasil pode ceder para a Alemanha a posição de quarto maior mercado" (p. B11)
"Gerdau vai investir 17,4% a menos em 2015: Esse é o terceiro ano consecutivo em que a siderúrgica gaúcha reduz investimentos" (p. B13)

* Folha de S.Paulo

"Incerteza sobre pacote fiscal leva dólar ao patamar de R$ 3: Moeda fecha a R$ 2,978; US$ 3,33 bi deixaram o país no final de fevereiro". (p. B1)

Nenhum comentário: