sexta-feira, 6 de março de 2015

Destaques desta sexta-feira, 6 de março

* O Estado de S. Paulo

O jornal Estadão deu destaque na sua capa de hoje (sexta, 6 de março) para a nova subida do dólar:

Já no caderno de Economia e Negócios, o destaque da primeira página foi para a notícia da Petrobrás:

> "Petrobrás pode cortar pela metade encomenda de 28 sondas à Sete Brasil: Sem dinheiro em caixa e com dificuldades para levantar financiamento, após ser envolvida em denúncias da Lava Jato, Sete Brasil não tem conseguido viabilizar os contratos assinados com a Petrobrás; governo estuda formas de tentar destravar o crédito para a empresa" (p. B1)
A notícia é mais um desdobramento da operação Lava Jato, tão comentada nos últimos dias. Contudo, vale ressaltar que a informação se refere à uma possibilidade (detalhe para o uso do verbo "poder" no título) e não um corte já definido pela Petrobrás.
Outro detalhe: o título diz que a estatal poderá "cortar pela metade encomenda", contudo, o lide da notícia apresenta uma versão ligeiramente diferente: "(...) A decisão sobre o tamanho do corte no portfólio ainda não foi fechada, mas o 'Broadcast', serviço em tempo real da 'Agência Estado', apurou que deve atingir quase metade da encomenda original" [negrito nosso]. Vale outra pergunta: qual a real credibilidade dessa apuração? Ontem coloquei no facebook a imagem abaixo comparando como o Estadão e a Folha cobriram uma decisão de Rodrigo Janot. Sendo tão imparcial assim, a notícia não poderia ser tendenciosa e a informação inexata a ponto de interferir no desempenho das ações da Petrobrás na Bolsa de Valores?


Outras notícias do Estado de S. Paulo de hoje (6/3/15):

> "Schahin Petróleo e Gás precisa de US$ 1 bilhão: Relatório de consultoria, encomendado pela própria Schahin, revela as dificuldades de caixa na empresa" (p. B1)

> "Odebrecht é citada na Itália em caso de corrupção: Empresa está em investigação que envolve pagamento de propina para obra no Panamá" (p. B3)

> "Caixa e BB também dificultam crédito, dizem empreiteiras: Construtoras com falta de recursos por causa de atrasos em pagamentos do governo reclamam dos bancos oficiais" (p. B3)

> "Índice de Preços ao Produtor tem deflação de 0,13%" (p. B3 numa notinha minúscula de quatro colunas escondida no final da página)

> "Montadoras demitem 1.846 em fevereiro: Indústria automobilística emprega 142,3 mil pessoas no País, o menor contingente desde maio de 2011; estoque é de 329 mil veículos" (p. B4)
Com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a notícia ainda informa que nos dois primeiros meses do ano "foram eliminadas 2,2 mil vagas"; "no bimestre, a produção teve queda de 22% na comparação com igual período de 2014"; "O executivo [presidente da Anfavea, Luiz Moran] credita o atual cenário a fatores como perda da confiança dos consumidores, medidas de ajuste econômico, efeitos da alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em janeiro, crédito escasso e mais caro, além do menor número de dias úteis em fevereiro, por causa do carnaval."
- Ai ficam algumas questões: sim, a indústria automobilística emprega muito, isso é fato. Mas pra quê dar tanta ênfase nas mudanças nos estoques sendo que nossas ruas já estão sobrecarregadas por demais com um passageiro por veículo nas grandes cidades brasileiras? Além disso, porque não questionar o fato de o Brasil ter escolhido um bem de consumo como motor da indústria em detrimento de indústrias de bens de capital? Ok, pode ser tarde para um questionamento como este, mas então deveria ser feito um debate para verificar a possibilidade de uma política industrial abra espaço para setores chave para nossa economia. Afinal, até quando a indústria automobilística vai continuar registrando lucros e recordes de vendas e nossas ruas se entupindo cada dia mais?

> "Números de dissídios coletivos cresce 23% no TRT de São Paulo: Situação econômica provocou aumento; total subiu de 179 em 2013 ara 220 em 2014 e casos de greve são maioria" (p. B4)

> "Redes de varejo falam em cortar investimentos: Empresas reagem à redução da desoneração; Grupo Guararapes diz que sua alta de custos chega a R$ 60 milhões" (p. B4)

> "Governo tenta convencer S&P de que ajuste dará resultado: Missão da agência voltou a se reunir ontem com autoridades em Brasília para colher informações sobre a situação do País" (p. B4) - é a economia brasileira nas mãos do capital financeiro internacional!

> "Dólar volta a subir e fecha acima dos R$ 3: Com influência da crise política e a aparente disposição do BC de intervir menos no mercado, moeda atingiu maior patamar desde agosto de 2004" (p. B5)

> "Poupança registra maior saída de recursos da história: saques superaram os depósitos em R$ 6,26 bi em fevereiro, o segundo mês consecutivo com resultado negativo" (p. B5)


Um comentário:

21st Century Software Solutions disse...
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