domingo, 22 de março de 2009

Di?

é incrível como podemos nos apegar a um animal qualquer. Sentado aqui no meu quarto, em frente ao computador, minha cachorra Diana me faz companhia. Nunca deixei ela entrar no meu quarto porque ela solta pelos demais e minha rinite se ataca com isso.

Dessa vez é diferente. Ela não está andando por todo o quarto e esbarrando o rabo pelos móveis e na minha cama. Ela passou alguns centímetros da porta e se sentou. Seu olhar fica parado durante um bom tempo num mesmo lugar e a respiração sempre ofegante.

O nome dela é Diana, em homenagem à deusa romana da caça. A força que está ligada a esse nome, ultimamente, ela usa para conseguir levantar. Depois de longos minutos parada num mesmo canto, com a ponta da língua pra fora e seus olhos sem se mexerem para nenhum dos lados, ela ela resolve mudar um pouco e andar para um outro canto onde vai ficar por mais algum tempo.

Nessas horas a gente lembra do primeiro dia que a família ganhou mais um integrante. Ela entrou em casa 10 anos atrás. Perninhas curtinhas, focinho pequeno. Parecia uma bolinha de pelo preto e caramelo que ainda estava aprendendo a latir e a brincar.

As noites em que ela passava latindo, aquele sonzinho ainda ardido e solitário. Era tudo novo mais uma vez em casa. Ela foi a quarta cachorra que tivemos, a segunda dessa raça.

Nos últimos meses, a Diana não parava nunca. Latia no portão, acompanhava os cachorros da vizinha na sinfonia do latido, seguia minha mãe para todos os cantos da casa. Além, é claro, de ficar cutucando o braço dela com o focinho para pedir um pedaço de pão na hora do café da manhã, almoço ou antes de dormir.

Escrever algumas palavras dessas, espero, seja um equivoco e não uma antecipação de uma despedida. Dias atrás chamamos um veterinário e de forma bem superficial ele a examinou e informou que seriam problemas da sua idade avançada - que causa complicações em algumas juntas, na coluna e até na visão.

Apesar de ser "só" uma cachorra, é inevitável sentir um aperto no coração ao vê-la num estado como esse. Sem brincadeiras, sem correria, e até seus latidos, que antes perturbavam, agora fazem falta.

Um comentário:

Rosy disse...

Que lindo texto,quase chorei aki...e confesso q por uns instantes eu pude ver tudo q descreveu!:)