sexta-feira, 20 de março de 2009

(EMPREGO) Quarto mês negativo em Limeira

Ritmo de postos de trabalho que foram fechados, porém, é menor
19 mar. 2009

Limeira registra dados negativos no emprego pelo quarto mês consecutivo. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, revelam que os números de Limeira continuam no vermelho com 291 empregos a menos em fevereiro. Embora o cenário ainda seja de fechamento de postos de trabalho, o ritmo de dispensas é menor (veja gráfico).

O número vai na contramão da situação do país, que registrou aumento. Desde novembro de 2008, com o início da crise mundial, que o município não tem um saldo positivo na relação de evolução do emprego. Em Iracemápolis a situação negativa piorou no último mês; já em Cordeirópolis os números foram positivos.

O levantamento do Caged é baseado no emprego com carteira. De acordo com esses dados, Limeira contratou 2.095 trabalhadores e demitiu 2.386 em fevereiro. O setor que mais demitiu foi o de indústria de transformação, que abrange o setor metalúrgico e de papel e papelão - responsáveis por demissões em massa nos últimos meses. Em contrapartida, o setor de serviços registrou 219 novos postos de trabalho.

No acumulado dos dois primeiros meses de 2009, o número também é negativo. Nesse período foram 4.116 contratados contra 5.117 demissões - o que totalizou 1.001 dispensas. Já em fevereiro de 2008, o saldo foi positivo. Há um ano, as admissões superaram as demissões com 224 novos postos de trabalho a mais na cidade. O acumulado dos últimos 12 meses foi positivo, com 681 novos postos de trabalho.

Membro do conselho do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o empresário José Luiz Batistella diz que ainda é cedo para se falar de uma estabilização do emprego. "O que há nessa época é muita demissão dos temporários, mas a crise ainda está forte e é cedo para se falar de uma recuperação", pondera.

CRISE
Novembro foi o primeiro mês dos números vermelhos para o município - com 613 postos de trabalho fechados. Em dezembro, o corte foi expressivo: 1.327 vagas fechadas. Desde então os dados estão melhorando, mas continuam abaixo do zero. Em janeiro o saldo negativo foi de 710 e no mês passado, o recuo foi de 291.

Quem também registrou números ruins foi Iracemápolis. Na cidade vizinha os números negativos estão aumentando. Em janeiro, o recuou foi de 30 empregos formais, enquanto que em fevereiro, foram 130 postos fechados.

Já em Cordeirópolis, os números conseguiram passar o eixo que separa os números vermelhos dos azuis. Em fevereiro, o saldo de emprego na cidade foi positivo, com 19 novas vagas.

DADOS NACIONAIS
Em todo o Brasil, o Caged apontou um aumento fraco de 0,03%. Isso corresponde a 9.179 novos postos de trabalho no país. Foram 1,23 milhão de admitidos contra 1,22 milhão de demitidos. O Estado de São Paulo fechou o mÊs com 95 postos de trabalho a menos.


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JUROS
Selic menor pode gerar emprego

Com redução, empresas podem investir em mão-de-obra
14 mar. 2009

Na última quarta-feira o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cortou em 1,5 ponto percentual da taxa básica de juros. O momento de crise e a necessidade de aquecer a economia do país fizeram com que a taxa caísse de 12,75% para 11,25%. O reflexo para a população pode demorar, mas já é comemorado pelas indústrias que podem investir até em mão-de-obra. O corte é histórico. Essa é a maior queda desde novembro de 2003, além de ser o patamar mais baixo desde sua criação, em 1986. Bancos já revisaram suas taxas. Mesmo com a redução, o juros real no Brasil continua sendo o mais alto do mundo.

Diretor administrativo da Papirus em Limeira, Rubens Martins Filho, de 48 anos, diz que a redução é benéfica para a indústria por conta do aumento do consumo da população. Mestre em finanças de negócios, o diretor diz que os juros bancários que afetam o consumo devem diminuir também, o que aumenta a procura por mais produtos, ou seja, a demanda.

"O dinheiro fica mais barato para as empresas que podem investir em matéria-prima, aumentar a produtividade, o que gera acréscimo na mão-de-obra também", explica.

BENEFÍCIOS
Mestre em administração, Marcelo Zambom, alerta que a redução da Selic não chega imediatamente até o consumidor. "O corte dos juros básicos provoca uma redução provável dos juros cobrados da população", pondera o profissional, considerando que os bancos não repassam a redução por completo para os consumidores. Zambom explica que a queda da Selic tende a aumentar a competitividade entre as organizações, reduzindo o preço de produtos.

JUROS BANCÁRIOS
Quanto aos bancos, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou ao Jornal de Limeira que a maioria das instituições acompanhou a redução da taxa Selic, mas "com cautela quanto à inflação." Uma redução muito grande, segundo especialistas, corresponde a aumento do consumo e escassez da oferta de produtos, o que pode gerar aumento nos preços. A Caixa Econômica Federal informou, por meio de nota, que já opera com novas taxas de juros no crédito comercial para pessoas físicas e jurídicas. A taxa mínima do banco caiu de 1,37% para 1,28% ao mês no cheque especial, por exemplo.

REDUÇÃO MAIOR
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) considera que a redução poderia ser maior. A associação defende juros de 7% a 8%. O diretor paulista da entidade, Marco Prada, 52 anos, disse ao Jornal que a redução poderia ter sido maior considerando o cenário de crise do Brasil. Segundo ele, o problema é mundial e o dinheiro sumiu, até nos bancos. "A longo prazo, a redução é benéfica. O mundo inteiro está reduzindo seus juros também", diz.

Diretor do Ciesp Limeira, Wagner Zutin Furlan, faz coro e pondera com os especialistas. "Os bancos ainda estão com receio de emprestar dinheiro, então é preciso acelerar a redução para ele chegar mais rápido no mercado", finaliza.


Crise faz PIB cair no final de 2008

A crise econômica mundial teve reflexo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O último trimestre de 2008 registrou queda de 3,6% no índice que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. O número ficou acima das expectativas e é reflexo do pouco consumo de acordo com especialista.

Mestre em administração, Marcelo Zambom, diz que a queda do PIB foi registrada nesse patamar por conta do medo da população em consumir. Os efeitos são em cadeia. "A crise faz com que as pessoas consumam menos, o que diminui a demanda e consequentemente faz as indústrias produzirem menos também", diz. Além desse fator de retração da população, empresas com relações internacionais, quer sejam multinacionais ou que exportam muito também sofreram esse medo de consumir.

Em contrapartida, Zambom esclarece que o turismo interno teve um forte crescimento no Brasil. "Como o dolar está mais caro, as pessoas gastaram menos fora e viajaram pelo país mesmo", comenta.

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