sábado, 24 de janeiro de 2009

A queda do juro e seu bolso

Benefício virá por meio de crédito e financiamentos mais baratos
24 jan. 2009

A queda de um ponto percentual na taxa de juros básicos determinada anteontem pelo Banco Central (BC) - o maior corte em cinco anos (caiu de 13,75% para 12,75%) - resultará em aspectos positivos à economia e à sociedade. O efeito prático da medida para o cidadão, porém, depende de outros fatores agregados à macroeconomia - como a redução dos juros do cartão de crédito e de empréstimo pessoal (alguns deles já anunciados ontem).

O cidadão compreende a necessidade de ligar a queda da Selic ao seu orçamento. Mecânico aposentado, José Afonso Purita, de 68 anos, reclama. "Para nós, porém, vão vai adiantar nada se abaixar os juros (Selic). Deveriam reduzir os juros bancários e os impostos sobre a produção de veículos", ensina. Já a dona de casa Áurea Barros Rodrigues, 59, não faz a menor ideia do que se trata a tal Selic.

Quem explica a função da taxa básica é a economista Rosângela Cristina de Carvalho Pereira. Professora e coordenadora do curso de Economia do Isca Faculdades, Rosângela explica que a taxa serve como parâmetro para os juros cobrados pelos bancos e financiadoras. Toda essa dinâmica é complexa e envolve inflação, consumo, investimentos exteriores e outros pontos que influenciam o Copom na hora de tomar a decisão sobre a diminuição dos juros.

"Para a população, isso chega só mais para frente, com a redução do custo do crédito, e depende agora dos bancos", explica. "A taxa aumenta e diminui de acordo com a economia nacional e mundial, e os juros oscilam em relação ao risco de investimento externo no País", comenta.

Isso significa que toda a economia é considerada ao aprovar a redução nos juros. Entre os itens está o consumo. Se a redução fosse grande demais, de acordo com a economista, a facilidade do crédito e financiamentos de casas e veículos iria aumentar, o que geraria mais consumo.

Até este ponto, a situação parece normal. O problema passaria, portanto, da população para as indústrias e empresas, que não dariam conta da demanda do mercado. O número de produtos procurados pela população seria grande demais para a capacidade de produção e isso resultaria na inflação, conforme analisa a professora do Isca Faculdades.

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