Essa matéria foi uma delícia de escrever na época, foi uma das que me senti mais livre. Lembro que na época, após apurar todas as informações que constam no texto, fui até meu redator-chefe e perguntei se poderia usar trechos de um livro para enriquecer a matéria. A resposta foi estimulante " faça o que você quiser, depois eu vejo se você viajou demais ou não" (mais ou menos isso). São coisas assim que dão um gás para trabalhar cada vez melhor!
A matéria não deixa de ser atual... as férias voltaram e apesar da estação ser mais de chuva que dias ensolarados e de vento no rosto, as pipas vão voltar para perto dos pássaros.
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Competição pode ser trágica para crianças e adultos
12 jul. 2008
por Alex Contin
Férias e vento a favor, situação perfeita para pipas no céu. Competições e manobras para derrubar as pipas adversárias da arena aérea. Duas pipas se aproximam, as linhas se entrecruzam até que uma, quando partida, derruba o oponente que agora voa sem que ninguém a conduza. Em terra, grupos de crianças correm atrás da pipa em queda até que pare em fios, telhados ou campos abertos. A cena, já relatada no livro e filme "O Caçador de Pipas", de Khaled Rosseini, que se passa em Cabul, cidade do Afeganistão, é comum também em Limeira. Esse tipo de competição, porém, tem efeitos negativos entre o céu e a terra. O vilão é conhecido como cerol e todos os anos a discussão ressurge nas mesmas épocas.
Este ano, a mistura de vidro moído e cola nas linhas usadas para soltura de pipas, já fez algumas vítimas e a simples diversão se torna tragédia. Em Sorocaba uma mulher de 23 anos morreu semana passada [no começo de julho] por conta de uma linha com cerol. Enquanto dirigia sua moto, a ajudante de produção sorocabana passou por debaixo de uma passarela e, mesmo com o capacete, foi atingida no pescoço por uma linha com cerol que estava presa em um alambrado. Ela foi arrancada do veículo com o impacto, teve 80% do pescoço cortado e morte instantânea. Próximo ao local, a Guarda Municipal do município encontrou sete rolos com cerol um dia depois da morte da jovem e prendeu um garoto de 18 anos que estava utilizando o cortante na sua pipa.
Além da sorocabana, outras pessoas se feriram por conta do mesmo material. Em Serrana um motociclista teve o pescoço cortado e quase perdeu um dedo. Em Ribeirão Preto, um bebê de quase dois anos recebeu dez pontos no pescoço por conta do cerol e sua mãe, que o levava em uma bicicleta, teve o braço cortado. E, São José do Rio Preto duas jovens se feriram. E os casos continuam.
LIMEIRA
A proibição já é conhecida pela população, que inclusive denuncia casos na Guarda Municipal de Limeira, mas muitos ainda continuam utilizando o cerol. O secretário interino da Secretaria de Segurança Pública de Limeira, Ademir Aparecido Soares dos Reis, diz que em 15 dias cerca de 100 pipas já foram apreendidas na cidade. Com o período das férias, o Pelotão Escolar e guardas que utilizam as motocicletas do Esquadrão Tático intensificam a fiscalização da brincadeira perigosa. "Nas férias o pelotão escolar tem um foco diferenciado por conta do aumento de incidentes com cerol e pipas, e a soltura das mesmas próximo à rede elétrica", comenta Reis.
Segundo o guarda municipal, a instituição recebe cerca de dez denúncias diárias no telefone gratuito que mantém. "O número 0800-774-4966 deve também ser usado para informar casos de pipas com cerol para ajudar no serviço da guarda", orienta. Ele ainda relata que a ação, apesar de pensar na segurança da população, recebe críticas de pais. Inconformado, Reis diz que alguns pais das crianças que soltam pipas dizem que "a guarda municipal não tem nada o que fazer e ainda ficam estragando a brincadeira das crianças."
Em Limeira, a prática é condenada por lei. Aprovada em 2002, na gestão do ex-prefeito José Carlos Pejon, a lei 3.475 estabelece multa de cerca de
R$ 450 (30 Ufesps) para primeira infração e mil reais (70 Ufesps) para reincidência. De autoria do ex-vereador e médico, Júlio César Pereira dos Santos, a lei foi regulamentada no mesmo ano de sua aprovação. "A lei é acima de tudo educativa, pois tem muitas crianças que se envolvem em casos", diz Santos. Apesar de existir e impor multa à quem utiliza o cerol, segundo o médico a prefeitura não dispõe de profissionais específicos para realizar a fiscalização.
Pais devem fiscalizar brincadeira de filhos
O Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (Stieesp) alerta que é preciso que os pais e responsáveis orientem sobre o local adequado para empinar pipas, como espaços abertos e sem rede elétrica por perto, como parques, praias, campos de futebol e áreas mais afastadas dos centros urbanos.
Se enroscadas em postes, transformadores e cabos elétricos, as pipas provocam curto-circuito e acionamento de chaves e disjuntores para proteção de equipamentos instalados na rede elétrica, com a conseqüente queda da energia.
Fator agravante do risco verifica-se quando a linha da pipa contiver cerol. O cortante, em contato com cabos elétricos, pode ocasionar curto-circuito e descarga elétrica, além de possível rompimento do fio, provocando corte de eletricidade. Se o cabo atingir a criança ou qualquer outra pessoa, o acidente pode ter graves conseqüências.
[Vou sentir falta...]
2 comentários:
Caralho meu, vc é foda! Vc sendo orgulho e um chefe estimulante desses... SUCESSO sempre!
Olá Alex, gostei muito das suas postagens. Estas deixam o seu blog muito bom.
Parabéns!
Um abraço
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