Depois de receber a visita do presidente francês Nicolas Sarkozy, Lula deve estar se achando o super-homem. Notícia distribuída pela agência EFE diz que em um evento em Recife, nosso presidente resolveu pedir ao seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para que convoque uma cúpula para tentar solucionar o problema entre israelenses e palestinos. Se nã bastasse ainda resolveu criticar a Organização das Nações Unidas (ONU) por estar sendo passiva e os Estados Unidos por estar sendo ineficiente na condução do processo de paz.
Frases do Super-Lula:
"O Brasil vai a fazer um grande esforço junto a outros países para encontrar um modo de que aquele povo pare de se matar e de se enfrentar com violência", disse Lula, que comentou ter confiança no sucesso de uma convocação brasileira por se tratar de um país "neutro".
"O que está provado é que a ONU não tem coragem de tomar uma decisão para pôr paz. E não tem coragem porque os Estados Unidos têm o poder de veto, portanto, as coisas não ocorrem", asseverou.
"Temo que a pessoa, com as pesquisas na mão, achando que deve atacar, faça o que o presidente (dos Estados Unidos, George W.) Bush fez na Guerra do Iraque. Ele tinha pesquisas que diziam que os americanos eram favoráveis e fez a guerra para ganhar as eleições ao segundo mandato", acusou.
Acho interessante o presidente se preocupar com o conflito e se achar um país neutro para intermediar uma negociação de paz. Mas quais efeitos positivos poderia ter uma cúpula se os grupos não aceitam nem intervenção da ONU?
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Colorido e barulho para brindar 2009
Essa é até uma matéria simples, sazonal e corriqueira: o que vetir na passagem do ano e cuidados com fogos... apesar de ser uma pauta básica, deu um resultado legal...
O quadro de cores e roupas que coloquei no final não faz parte da matéria, coloquei agora.
*****
Roupas com estampas em alta no Réveillon
30 dez. 2008
Depois de muito vermelho, verde e dourado, as vitrinas das lojas limeirenses se enchem agora de muito branco, prata e um pouco de amarelo. Apesar de as peças vestirem a maioria dos manequins, a cor que simboliza desejo de paz para os próximos 12 meses que virão não é mais soberana nas festas de fim de ano.
Gerente de uma lojas de roupas do Centro Acima, Josiane Cristina Modenez Fernandes, de 30 anos, fez como manda a regra. Sua opinião, porém, é diferente. Sua vitrina exibe modelos de vestidos curtos. Seguindo as tendências da época e da moda, um dos manequins exibe um vestido de tafetá branco com babados.
O tecido fino na cor clássica para as festas de final de ano se alia com o que as passarelas do mundo fashion ditaram para a estação. Já o outro vestido reluz, mas não como ouro. Feito com um fundo cinza, o segundo modelo é destaque onde quer que passe por conta de seus paetês pratas. O corte é simples, mas o bordado e a cor dão um toque sofisticado à peça.
"Acho que o branco já não é a cor mais procurada pelas clientes da loja. Elas procuram hoje cores variadas e, principalmente, as peças estampadas", observa Josiane. As peças com estampas coloridas e diversificadas são mais uma influência das passarelas para o dia-a-dia da população.
As diversas cores em formas diversificadas dão uma alegria especial à peça e para quem a veste. Segundo a gerente, 95% das peças que são vendidas nesta época do ano são vestidos, pelo menos em sua loja. O calor, aliado à liberdade e à elegância que um vestido proporciona para quem o veste, garante o sucesso das vendas.
E quanto às superstições, Josiane diz que algumas clientes ainda brincam com os significados das cores das roupas. "Muitas não falam, mas uma ou outra comenta que quer levar o amarelo para trazer mais dinheiro ou vermelho para o amor", diz a gerente.
BARULHO
Enquanto todos festejam em terra mais um dia 1º de janeiro, os céus de Limeira e de todas as cidades se enchem de cores e estouros. Esta é uma das épocas em que mais se vendem fogos de artifício. As senhas distribuídas em uma das casas especializadas da cidade rodam pelo menos cinco ou seis vezes os seus 100 números.
As novidades surgem todos os anos. Com um só fósforo, por exemplo, é possível acender kits com seis rojões ou, então, que produzem 180 tiros e cores variadas. O barulho é garantido, mas a segurança é um item indispensável para se festejar.
Proprietário de uma das casas especializadas no ramo, Geraldo Silveira diz que espera vender neste final de ano até 15% a mais do que em 2007. O movimento na tarde de ontem ainda estava fraco, mesmo se comparado ao mesmo período ano passado. O forte das vendas, porém, são os dois últimos dias de dezembro. "Temos um sistema de senhas, com 100 números, e as distribuímos pelo menos umas cinco vezes", comenta. A expectativa do comerciante é de que passem pela sua loja pelo menos 500 pessoas nesses dois dias - um total que pode chegar a 1.200 pessoas.
Como sempre, Silveira ressalta a importância de comprar os fogos em casas especializadas e autorizadas a comercializar o produto. "As pessoas não devem comprar em padarias ou bares", diz. "O consumidor não recebe a orientação que precisa", explica o comerciante.
Apesar de todos os anos as mesmas dicas de segurança serem dadas, o consumidor ainda insiste em soltar os rojões bêbados. O resultado, porém, nem sempre é agradável. Silveira conta que uma pessoa soltou o artefato com a boca virada para baixo certo ano.
Ele mesmo já soltou dois rojões ao mesmo tempo e explica: "as pessoas precisam soltar os rojões longe da mão e encaixar pelo menos dois rojões embaixo daquele que vai acender como medida de segurança. Quando acendi o primeiro, no topo, ele acabou acendendo o debaixo, fazendo com que os dois rojões estourassem ao mesmo tempo. Fiquei esperando a explosão, mas nada de ruim aconteceu", conta.
As histórias são diversas e os cuidados devem ser rigorosos. Soltar pelo menos 20 metros das demais pessoas, encaixar pelo menos dois rojões para que o que for acendido fique longe da pessoa e não soltar o artefato embriagado são algumas das dicas dadas por Silveira para uma festa segura e barulhenta.
Foto: Maurício Martins
**********
Cores de roupas e seus significados
Branco
Para quem busca um ano repleto de paz, verdade, sabedoria e calma. O branco repele as energias negativas e eleva as vibrações. Estimula a memória e gerencia o equilíbrio interior.
Amarelo
Utilize esta cor para ter dinheiro e riqueza e sabedoria durante todo o ano. Esta cor ajuda também a estimular a intuição.
Rosa
O rosa é o resultado da mistura do vermelho e do branco. Da mesma maneira é seu significado. Para obter felicidade no amor, vista-se desta cor que ajuda também a afastar as energias negativas.
Vermelho
Para ter 12 meses de muita paixão, força e energia, ao menos pinte as unhas com esta cor. Isso já vai garantir um ótimo resultado.
Azul
A cor do céu e do mar traz paz de espírito e segurança. Tranqüilidade, harmonia e saúde, também são provenientes desta cor.
Verde
Representa as energias da natureza, esperança, equilíbrio e recomeço. Renova as energias trazendo vida nova junto ao novo ano.
Laranja
Atrai sucesso monetário. Ajuda nas conquistas pessoais e profissionais. Se você está aguardando aquela promoção, ou mesmo está procurando um emprego, encontrou a cor certa.
Violeta
A cor violeta traz junto com o novo ano inspiração, imaginação e estabilidade. Esta cor também eleva a auto-estima e ajuda a manter o foco de um objetivo.
Cinza
Como as cores expressam o estado de nossa alma, o cinza revela que estamos com incertezas ou neutra. É o próprio símbolo da indecisão e da ausência de energia, quanto mais sóbrio, mais se está desanimada e na monotonia.
O quadro de cores e roupas que coloquei no final não faz parte da matéria, coloquei agora.
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Roupas com estampas em alta no Réveillon
30 dez. 2008
Depois de muito vermelho, verde e dourado, as vitrinas das lojas limeirenses se enchem agora de muito branco, prata e um pouco de amarelo. Apesar de as peças vestirem a maioria dos manequins, a cor que simboliza desejo de paz para os próximos 12 meses que virão não é mais soberana nas festas de fim de ano.
Gerente de uma lojas de roupas do Centro Acima, Josiane Cristina Modenez Fernandes, de 30 anos, fez como manda a regra. Sua opinião, porém, é diferente. Sua vitrina exibe modelos de vestidos curtos. Seguindo as tendências da época e da moda, um dos manequins exibe um vestido de tafetá branco com babados.
O tecido fino na cor clássica para as festas de final de ano se alia com o que as passarelas do mundo fashion ditaram para a estação. Já o outro vestido reluz, mas não como ouro. Feito com um fundo cinza, o segundo modelo é destaque onde quer que passe por conta de seus paetês pratas. O corte é simples, mas o bordado e a cor dão um toque sofisticado à peça.
"Acho que o branco já não é a cor mais procurada pelas clientes da loja. Elas procuram hoje cores variadas e, principalmente, as peças estampadas", observa Josiane. As peças com estampas coloridas e diversificadas são mais uma influência das passarelas para o dia-a-dia da população.
As diversas cores em formas diversificadas dão uma alegria especial à peça e para quem a veste. Segundo a gerente, 95% das peças que são vendidas nesta época do ano são vestidos, pelo menos em sua loja. O calor, aliado à liberdade e à elegância que um vestido proporciona para quem o veste, garante o sucesso das vendas.
E quanto às superstições, Josiane diz que algumas clientes ainda brincam com os significados das cores das roupas. "Muitas não falam, mas uma ou outra comenta que quer levar o amarelo para trazer mais dinheiro ou vermelho para o amor", diz a gerente.
BARULHO
Enquanto todos festejam em terra mais um dia 1º de janeiro, os céus de Limeira e de todas as cidades se enchem de cores e estouros. Esta é uma das épocas em que mais se vendem fogos de artifício. As senhas distribuídas em uma das casas especializadas da cidade rodam pelo menos cinco ou seis vezes os seus 100 números.
As novidades surgem todos os anos. Com um só fósforo, por exemplo, é possível acender kits com seis rojões ou, então, que produzem 180 tiros e cores variadas. O barulho é garantido, mas a segurança é um item indispensável para se festejar.
Proprietário de uma das casas especializadas no ramo, Geraldo Silveira diz que espera vender neste final de ano até 15% a mais do que em 2007. O movimento na tarde de ontem ainda estava fraco, mesmo se comparado ao mesmo período ano passado. O forte das vendas, porém, são os dois últimos dias de dezembro. "Temos um sistema de senhas, com 100 números, e as distribuímos pelo menos umas cinco vezes", comenta. A expectativa do comerciante é de que passem pela sua loja pelo menos 500 pessoas nesses dois dias - um total que pode chegar a 1.200 pessoas.
Como sempre, Silveira ressalta a importância de comprar os fogos em casas especializadas e autorizadas a comercializar o produto. "As pessoas não devem comprar em padarias ou bares", diz. "O consumidor não recebe a orientação que precisa", explica o comerciante.
Apesar de todos os anos as mesmas dicas de segurança serem dadas, o consumidor ainda insiste em soltar os rojões bêbados. O resultado, porém, nem sempre é agradável. Silveira conta que uma pessoa soltou o artefato com a boca virada para baixo certo ano.
Ele mesmo já soltou dois rojões ao mesmo tempo e explica: "as pessoas precisam soltar os rojões longe da mão e encaixar pelo menos dois rojões embaixo daquele que vai acender como medida de segurança. Quando acendi o primeiro, no topo, ele acabou acendendo o debaixo, fazendo com que os dois rojões estourassem ao mesmo tempo. Fiquei esperando a explosão, mas nada de ruim aconteceu", conta.
As histórias são diversas e os cuidados devem ser rigorosos. Soltar pelo menos 20 metros das demais pessoas, encaixar pelo menos dois rojões para que o que for acendido fique longe da pessoa e não soltar o artefato embriagado são algumas das dicas dadas por Silveira para uma festa segura e barulhenta.
Foto: Maurício Martins
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Cores de roupas e seus significados
Branco
Para quem busca um ano repleto de paz, verdade, sabedoria e calma. O branco repele as energias negativas e eleva as vibrações. Estimula a memória e gerencia o equilíbrio interior.
Amarelo
Utilize esta cor para ter dinheiro e riqueza e sabedoria durante todo o ano. Esta cor ajuda também a estimular a intuição.
Rosa
O rosa é o resultado da mistura do vermelho e do branco. Da mesma maneira é seu significado. Para obter felicidade no amor, vista-se desta cor que ajuda também a afastar as energias negativas.
Vermelho
Para ter 12 meses de muita paixão, força e energia, ao menos pinte as unhas com esta cor. Isso já vai garantir um ótimo resultado.
Azul
A cor do céu e do mar traz paz de espírito e segurança. Tranqüilidade, harmonia e saúde, também são provenientes desta cor.
Verde
Representa as energias da natureza, esperança, equilíbrio e recomeço. Renova as energias trazendo vida nova junto ao novo ano.
Laranja
Atrai sucesso monetário. Ajuda nas conquistas pessoais e profissionais. Se você está aguardando aquela promoção, ou mesmo está procurando um emprego, encontrou a cor certa.
Violeta
A cor violeta traz junto com o novo ano inspiração, imaginação e estabilidade. Esta cor também eleva a auto-estima e ajuda a manter o foco de um objetivo.
Cinza
Como as cores expressam o estado de nossa alma, o cinza revela que estamos com incertezas ou neutra. É o próprio símbolo da indecisão e da ausência de energia, quanto mais sóbrio, mais se está desanimada e na monotonia.
sábado, 27 de dezembro de 2008
Jingle Bombs
Estava zanzando no orkut e encontrei um vídeo no perfil de uma colega. Achei esse cara, Jeff Dunham, um ventrículo muuuuuito show. O Natal já passou, mas nunca é tarde pra dar risada!
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Feliz Natal!
Sinceramente acho que o sentido do Natal se perdeu um pouco hoje em dia, pelo menos pra mim. Pelo menos algumas pessoas mantém o bom humor com uma visão crítica sobre a festa do nascimento de Cristo e a crise econômica mundial.
Desejar Feliz Natal é muito simples. Acho que os desejos para uma data como esta devem ir além. Mesmo antes do ano novo, é interessante desejar um dia de reflexões, de fé e claro, de alegria. Comemorar com amigos e/ou familiares o nascimento da figura mais importante para muitas religiões. O filho de Deus que veio dar sua vida pela humanidade.
Que seja para todos uma data com significado além da troca de presentes.
Feliz Natal!
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
"Quer comprar uma bala?"
Quem sabe se fazendo denúncias como as desta matéria a situação não mude...
*****
Em período de férias escolares, crianças vendem doces no Centro
21 dez. 2008
Depois do término das aulas, enfim, as férias chegaram. Após passar tantos dias estudando e sob o olhar dos professores, inspetores e demais funcionários das escolas municipais e estaduais, algumas crianças agora são vigiadas por outro tipo de profissional - os fiscais da prefeitura.
Com o período de descanso, algumas crianças vão para a rua, mas não para brincar. Elas saem com caixas de balas nas mãos atrás de conquistar o próprio dinheiro. Este é o caso dos primos W.L.S.S., de 10 anos, e J.H.S.B., 9. Em uma tarde comum, os dois sobem e descem as calçadas das praças Toledo Barros e Coronel Flamínio Ferreira (Praça do Museu) vendendo pacotinhos de balas que compraram por R$ 5 em uma das lojas do Centro.
W. está ali pela primeira vez. O garoto diz que insistiu para seu pai deixá-lo acompanhar o primo mais novo. "Fiquei pedindo até que ele deixou", disse. Já J. está acostumado com o "serviço". O garoto conta que durante o ano, enquanto ainda está na escola, ele participa das aulas. No período oposto, porém, vai para a praça. O objetivo? Vender balas.
Quando são questionados sobre o porquê que estão ali vendendo as balas, os dois dizem quase em coro: "para ganhar nosso dinheiro". O mais experiente, J., é quem explica como é o trabalho. Ele fala que seu pai dá R$ 5. Com esse dinheiro, ele compra a caixa de balas e começa a vender. No final do dia, segundo o garoto, ele consegue arrecadar até R$ 50. Chegam a vender duas caixas das guloseimas e, com o dinheiro, compram sorvetes. J. garante que seu pai sabe o que ele está fazendo. W. também.
VISTA GROSSA
Enquanto o Jornal de Limeira conversava com os dois garotos, o fiscal da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luís Carlos Batistel, aproximou-se para abordar a reportagem e as crianças. O fiscal questionou os garotos sobre seus pais e onde estavam vendendo as balas. O mais novo disse ser filho de um dos camelôs da Praça do Museu e que ele e o primo só estavam vendendo os doces na praça.
Batistel, então, comenta que as crianças não poderiam vender nos semáforos, mas acaba as deixando partir. Para o Jornal de Limeira, o fiscal revela que não consegue fazer muita coisa em relação aos menores. Sua atuação é voltada aos comerciantes ambulantes que atuam sem o cadastro da prefeitura. Ele depende também da Guarda Municipal, que o ampara nas apreensões realizadas. "A gente acaba não apreendendo as crianças para não criar atrito com a sociedade", cita.
Ele explica que a prática é ilegal, mas atua somente com a conscientização das crianças na esperança de que elas parem com as vendas. "A maioria vem só uma vez e logo desiste. Quando vamos conversar com os pais delas, eles alegam que trazem as crianças para o Centro para não as deixar vulneráveis nas ruas dos bairros onde moram", relata o fiscal.
A justificativa feita por Batistel é confirmada pelo pai de J. - o camelô Joanito de Souza Brito, 38. Brito diz que dois de seus cinco filhos estão nas praças vendendo balas e encara a situação como uma diversão para as crianças. "Isso não é um trabalho. É uma diversão, pois não preciso que meus filhos vendam doces para sobreviver. Tenho quatro casas e um bom carro". Ele conta que mora no bairro Ernesto Kühl e para não deixar seus filhos na rua e em contato com a violência local, os traz para o Centro. "Não são só meus filhos que vendem balas no Centro. Vi mais de 20 crianças vendendo Até gente grande vende", exalta-se.
Quanto ao rendimento, Brito fala que as crianças conseguem faturar somente R$ 10. Esta informação, porém, é contestada pelo seu irmão e outros camelôs. "As crianças conseguem tirar mesmo uns R$ 50, mas a maior parte do dinheiro fica com ele", denuncia José Brito de Souza, 30. Souza é pai da criança mais velha, W., e afirma que só deixou o garoto acompanhar seu primo, mas não autorizou que ele saísse vendendo as balas para os pedestres. "Eu acho isso exploração infantil. Sou totalmente contra colocar criança para vender doces".
Na Praça do Museu, W. e J. oferecem os doces para as pessoas que esperam os ônibus nos pontos. Sorrindo, eles correm até seus pais após constatar que a reportagem tinha conversado com eles. Mesmo tendo como uma diversão a venda das balas, as crianças, seus pais e o fiscal sabem que o trabalho infantil é proibido por lei, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas ficam na esperança de que isso acabe no próximo dia.
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Em período de férias escolares, crianças vendem doces no Centro
21 dez. 2008
Depois do término das aulas, enfim, as férias chegaram. Após passar tantos dias estudando e sob o olhar dos professores, inspetores e demais funcionários das escolas municipais e estaduais, algumas crianças agora são vigiadas por outro tipo de profissional - os fiscais da prefeitura.
Com o período de descanso, algumas crianças vão para a rua, mas não para brincar. Elas saem com caixas de balas nas mãos atrás de conquistar o próprio dinheiro. Este é o caso dos primos W.L.S.S., de 10 anos, e J.H.S.B., 9. Em uma tarde comum, os dois sobem e descem as calçadas das praças Toledo Barros e Coronel Flamínio Ferreira (Praça do Museu) vendendo pacotinhos de balas que compraram por R$ 5 em uma das lojas do Centro.
W. está ali pela primeira vez. O garoto diz que insistiu para seu pai deixá-lo acompanhar o primo mais novo. "Fiquei pedindo até que ele deixou", disse. Já J. está acostumado com o "serviço". O garoto conta que durante o ano, enquanto ainda está na escola, ele participa das aulas. No período oposto, porém, vai para a praça. O objetivo? Vender balas.
Quando são questionados sobre o porquê que estão ali vendendo as balas, os dois dizem quase em coro: "para ganhar nosso dinheiro". O mais experiente, J., é quem explica como é o trabalho. Ele fala que seu pai dá R$ 5. Com esse dinheiro, ele compra a caixa de balas e começa a vender. No final do dia, segundo o garoto, ele consegue arrecadar até R$ 50. Chegam a vender duas caixas das guloseimas e, com o dinheiro, compram sorvetes. J. garante que seu pai sabe o que ele está fazendo. W. também.
VISTA GROSSA
Enquanto o Jornal de Limeira conversava com os dois garotos, o fiscal da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luís Carlos Batistel, aproximou-se para abordar a reportagem e as crianças. O fiscal questionou os garotos sobre seus pais e onde estavam vendendo as balas. O mais novo disse ser filho de um dos camelôs da Praça do Museu e que ele e o primo só estavam vendendo os doces na praça.
Batistel, então, comenta que as crianças não poderiam vender nos semáforos, mas acaba as deixando partir. Para o Jornal de Limeira, o fiscal revela que não consegue fazer muita coisa em relação aos menores. Sua atuação é voltada aos comerciantes ambulantes que atuam sem o cadastro da prefeitura. Ele depende também da Guarda Municipal, que o ampara nas apreensões realizadas. "A gente acaba não apreendendo as crianças para não criar atrito com a sociedade", cita.
Ele explica que a prática é ilegal, mas atua somente com a conscientização das crianças na esperança de que elas parem com as vendas. "A maioria vem só uma vez e logo desiste. Quando vamos conversar com os pais delas, eles alegam que trazem as crianças para o Centro para não as deixar vulneráveis nas ruas dos bairros onde moram", relata o fiscal.
A justificativa feita por Batistel é confirmada pelo pai de J. - o camelô Joanito de Souza Brito, 38. Brito diz que dois de seus cinco filhos estão nas praças vendendo balas e encara a situação como uma diversão para as crianças. "Isso não é um trabalho. É uma diversão, pois não preciso que meus filhos vendam doces para sobreviver. Tenho quatro casas e um bom carro". Ele conta que mora no bairro Ernesto Kühl e para não deixar seus filhos na rua e em contato com a violência local, os traz para o Centro. "Não são só meus filhos que vendem balas no Centro. Vi mais de 20 crianças vendendo Até gente grande vende", exalta-se.
Quanto ao rendimento, Brito fala que as crianças conseguem faturar somente R$ 10. Esta informação, porém, é contestada pelo seu irmão e outros camelôs. "As crianças conseguem tirar mesmo uns R$ 50, mas a maior parte do dinheiro fica com ele", denuncia José Brito de Souza, 30. Souza é pai da criança mais velha, W., e afirma que só deixou o garoto acompanhar seu primo, mas não autorizou que ele saísse vendendo as balas para os pedestres. "Eu acho isso exploração infantil. Sou totalmente contra colocar criança para vender doces".
Na Praça do Museu, W. e J. oferecem os doces para as pessoas que esperam os ônibus nos pontos. Sorrindo, eles correm até seus pais após constatar que a reportagem tinha conversado com eles. Mesmo tendo como uma diversão a venda das balas, as crianças, seus pais e o fiscal sabem que o trabalho infantil é proibido por lei, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas ficam na esperança de que isso acabe no próximo dia.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Mundo Bizarro
Um senhor tranqüilo e observações realistas
Uma noite no ponto de ônibus do Museu, movimento e conversas
19 dez. 2008
A praça Major José Levy Sobrinho, mais conhecida por praça do museu, é uma das mais movimentadas do Centro. Além do prédio que deu referência para seu nome popular, o local é ainda mais conhecido pelos seus pontos de ônibus. Durante todo o dia centenas de pessoas passam pelos três dos quatro lados do quarteirão, onde as paradas do transporte coletivo se aglomeram. São pessoas correndo, andando ou simplesmente paradas olhando o movimento.
Com celulares no ouvido, conversando com alguém distante ou mesmo acompanhado de pais, mães, amigos, namorados, pessoas e mais pessoas passam para todos os lados possíveis em sua vida agitada. Horários de pico, como a hora do almoço ou antes de as lojas abrirem suas portas pela manhã, o movimento cresce mais ainda. Atualmente a praça é o ponto central de todos os ônibus das duas empresas que fazem o transporte coletivo da cidade. Ali chegam pessoas dos quatro cantos da cidade, dos bairros mais longes, zonas rurais, ao bairros vizinhos.
A movimentação é constante durante todo o dia, inclusive nas noites de quarta-feira. Com o horário especial do comércio de Limeira, várias pessoas continuam subindo e descendo dos ônibus mesmo após às 18h - normalmente um dos últimos horários de correria de trabalhadores e estudantes. Por volta das 20h desta última quarta era visível que em algum ponto do centro as lojas estavam faturando um pouco mais que o normal. O semáforo do cruzamento das ruas Boa Morte e Carlos Gomes, quando abertos para os pedestres, liberavam a passagem de pelo menos 30 pessoas por vez, subindo e descendo, indo e vindo.
Do lado da rua Boa Morte, a praça tem sete pontos de ônibus. Quatro com assentos e três somente com as coberturas. Ali homens, mulheres e crianças esperam os ônibus que os levarão para a casa. Quando um deles aparece, como é o caso do 102, os futuros passageiros já caminham para o ponto onde o veículo para. Avistam o carro de longe. Se um passageiro ficar parado na beirada da calçada é possível avistar um ônibus se aproximando a pelo menos três quarteirões de distância na mesma rua. Cerca de 11 pessoas se apressam para verem quem será o primeiro a subir. Os acentos geralmente ficam vazios quando os ônibus chegam na praça, a disputa pelo primeiro a subir é também pelos lugares que estão vagos no interior do veículo.
Um homem de calça caqui, jaqueta preta e sapatos sociais marrons passa com uma caixa de balas nas mãos. "Compra uma balinha para me ajudar?", oferece. "Não tenho dinheiro aqui, estou trabalhando", responde uma das pessoas para a qual o homem tentou vender os doces. "Então ta bom, Deus te abençoe", se despede sorrindo. Ele continua andando pelos pontos abordando as pessoas sentadas ou em pé que encontra pela frente.
TRANQÜILIDADE
No meio de toda a correria e espera por ônibus, um senhor em particular se torna observador da noite de comércio natalino. O aposentado, mas ainda metalúrgico, Anivacil Brás Lossolli, de 62 anos, está ali esperando os ônibus da linha oito ou quatro, mas sem pressa alguma. Ele olha as pessoas que sobem, que se sentam próximas a ele e os ônibus que passam e se enchem. Para falar seu nome, o aposentado já mostrou seu bom humor. "É um nome diferente e vou falar devagar: Anivacil", ironiza. Apesar de ser chamado de "careca" pelos amigos do trabalho, ele mostra não simpatizar muito com apelidos. "Nenhum pai gosta de ver seu filho com apelidos, ainda mais no diminutivo e eu gosto que falem meu nome certinho em casa", diz.
Lossoli estava no Centro sem propósito algum. Apesar de ter se aposentado há mais de cinco anos, preferiu continuar trabalhando. Estava ali para arejar a cabeça, distrair. Foi olhar o movimento, entrar nas lojas e ver os brinquedos - possíveis presentes para os netos, pelo jeito. Ele não carregava nenhuma sacola. Debaixo do braço esquerdo somente uma pochete marrom. De camiseta verde-água, calça jeans clara e sapatos de camurça marrom, o aposentado comenta, com uma visão bem crítica, que as pessoas não estão consumindo este final de ano por conta do medo com a crise. "Eu não sou pessimista, sou bem realista. Acho que a situação dessa crise ainda vai piorar bastante, principalmente depois do carnaval, por isso as pessoas que têm a cabeça no lugar não vão gastar todo seu dinheiro agora no final do ano", opina.
Sua observação é perspicaz. Das pessoas que esperam no ponto de ônibus para voltarem as suas casa, poucas carregam sacolas com presentes. Muitas passam com caras cansadas, cheias de bolsas e até malas, mas sacolas com presentes, poucas. Outro fator apontado por Lossoli para as compras fracas é que o vale (parcela adiantada do salário) ainda não foi pago pelas empresas. "Quando pagarem o vale e a segunda parcela do 13º no dia 20, apesar de ser sábado, acho que vai aumentar o movimento" , reflete pensativo.
A postura do aposentado é reta, exemplar. Um ortopedista ou fisioterapeuta que o olhasse de longe iria logo elogiá-lo. Sem ser perguntado, ele acaba revelando o porquê de estar sentado daquela forma. "Não era para eu estar aqui hoje, ia para Brasília com um grupo de aposentados, mas me deu um mal jeito na coluna e achei melhor não encarar 12 horas dentro de um ônibus balançando", diz. Nessa postura exemplar Lossoli diz que os limeirenses são um povo trabalhador. Observando aqueles que passam em sua frente, o aposentado comenta que muitas pessoas não são nascidas da cidade. "Há muita gente de fora aqui, quando trabalhava na antiga Varga, em um ônibus cheio de trabalhadores somente dois eram nascidos na cidade, é um povo bem misturado", lembra.
Já por volta das 21h, o vendedor de balas de calça cáqui e jaqueta preta passa e oferece seus doces, agora para Lossoli. O movimento ali continua o mesmo, só o semáforo não abre para tantas pessoas atravessarem, ali o número de pedestres diminuiu. Passageiros dos ônibus porém continuam chegando. O céu todo negro e sem estrelas é cortado ao longe por alguns clarões de raios e uma brisa úmida já bate na copa das árvores e no rosto de quem espera para voltar para casa.
Ainda não chove, mas as árvores perdem suas folhas e flores pequenas, formando uma garoa verde e que começam a forrar o chão. Durante o tempo que ficou ali, Lossoli viu pelo menos dois ônibus passarem. "Estou tranqüilo aqui, sem compromissos", diz sorridente. Quando volta a ficar sozinho o aposentado estica os braços para trás e apóia as mãos no gramado do jardim. Estica e cruza as pernas para frente e volta a observar a esquina de onde o próximo ônibus que aparecer irá levá-lo para a casa.
19 dez. 2008
A praça Major José Levy Sobrinho, mais conhecida por praça do museu, é uma das mais movimentadas do Centro. Além do prédio que deu referência para seu nome popular, o local é ainda mais conhecido pelos seus pontos de ônibus. Durante todo o dia centenas de pessoas passam pelos três dos quatro lados do quarteirão, onde as paradas do transporte coletivo se aglomeram. São pessoas correndo, andando ou simplesmente paradas olhando o movimento.
Com celulares no ouvido, conversando com alguém distante ou mesmo acompanhado de pais, mães, amigos, namorados, pessoas e mais pessoas passam para todos os lados possíveis em sua vida agitada. Horários de pico, como a hora do almoço ou antes de as lojas abrirem suas portas pela manhã, o movimento cresce mais ainda. Atualmente a praça é o ponto central de todos os ônibus das duas empresas que fazem o transporte coletivo da cidade. Ali chegam pessoas dos quatro cantos da cidade, dos bairros mais longes, zonas rurais, ao bairros vizinhos.
A movimentação é constante durante todo o dia, inclusive nas noites de quarta-feira. Com o horário especial do comércio de Limeira, várias pessoas continuam subindo e descendo dos ônibus mesmo após às 18h - normalmente um dos últimos horários de correria de trabalhadores e estudantes. Por volta das 20h desta última quarta era visível que em algum ponto do centro as lojas estavam faturando um pouco mais que o normal. O semáforo do cruzamento das ruas Boa Morte e Carlos Gomes, quando abertos para os pedestres, liberavam a passagem de pelo menos 30 pessoas por vez, subindo e descendo, indo e vindo.
Do lado da rua Boa Morte, a praça tem sete pontos de ônibus. Quatro com assentos e três somente com as coberturas. Ali homens, mulheres e crianças esperam os ônibus que os levarão para a casa. Quando um deles aparece, como é o caso do 102, os futuros passageiros já caminham para o ponto onde o veículo para. Avistam o carro de longe. Se um passageiro ficar parado na beirada da calçada é possível avistar um ônibus se aproximando a pelo menos três quarteirões de distância na mesma rua. Cerca de 11 pessoas se apressam para verem quem será o primeiro a subir. Os acentos geralmente ficam vazios quando os ônibus chegam na praça, a disputa pelo primeiro a subir é também pelos lugares que estão vagos no interior do veículo.
Um homem de calça caqui, jaqueta preta e sapatos sociais marrons passa com uma caixa de balas nas mãos. "Compra uma balinha para me ajudar?", oferece. "Não tenho dinheiro aqui, estou trabalhando", responde uma das pessoas para a qual o homem tentou vender os doces. "Então ta bom, Deus te abençoe", se despede sorrindo. Ele continua andando pelos pontos abordando as pessoas sentadas ou em pé que encontra pela frente.
TRANQÜILIDADE
No meio de toda a correria e espera por ônibus, um senhor em particular se torna observador da noite de comércio natalino. O aposentado, mas ainda metalúrgico, Anivacil Brás Lossolli, de 62 anos, está ali esperando os ônibus da linha oito ou quatro, mas sem pressa alguma. Ele olha as pessoas que sobem, que se sentam próximas a ele e os ônibus que passam e se enchem. Para falar seu nome, o aposentado já mostrou seu bom humor. "É um nome diferente e vou falar devagar: Anivacil", ironiza. Apesar de ser chamado de "careca" pelos amigos do trabalho, ele mostra não simpatizar muito com apelidos. "Nenhum pai gosta de ver seu filho com apelidos, ainda mais no diminutivo e eu gosto que falem meu nome certinho em casa", diz.
Lossoli estava no Centro sem propósito algum. Apesar de ter se aposentado há mais de cinco anos, preferiu continuar trabalhando. Estava ali para arejar a cabeça, distrair. Foi olhar o movimento, entrar nas lojas e ver os brinquedos - possíveis presentes para os netos, pelo jeito. Ele não carregava nenhuma sacola. Debaixo do braço esquerdo somente uma pochete marrom. De camiseta verde-água, calça jeans clara e sapatos de camurça marrom, o aposentado comenta, com uma visão bem crítica, que as pessoas não estão consumindo este final de ano por conta do medo com a crise. "Eu não sou pessimista, sou bem realista. Acho que a situação dessa crise ainda vai piorar bastante, principalmente depois do carnaval, por isso as pessoas que têm a cabeça no lugar não vão gastar todo seu dinheiro agora no final do ano", opina.
Sua observação é perspicaz. Das pessoas que esperam no ponto de ônibus para voltarem as suas casa, poucas carregam sacolas com presentes. Muitas passam com caras cansadas, cheias de bolsas e até malas, mas sacolas com presentes, poucas. Outro fator apontado por Lossoli para as compras fracas é que o vale (parcela adiantada do salário) ainda não foi pago pelas empresas. "Quando pagarem o vale e a segunda parcela do 13º no dia 20, apesar de ser sábado, acho que vai aumentar o movimento" , reflete pensativo.
A postura do aposentado é reta, exemplar. Um ortopedista ou fisioterapeuta que o olhasse de longe iria logo elogiá-lo. Sem ser perguntado, ele acaba revelando o porquê de estar sentado daquela forma. "Não era para eu estar aqui hoje, ia para Brasília com um grupo de aposentados, mas me deu um mal jeito na coluna e achei melhor não encarar 12 horas dentro de um ônibus balançando", diz. Nessa postura exemplar Lossoli diz que os limeirenses são um povo trabalhador. Observando aqueles que passam em sua frente, o aposentado comenta que muitas pessoas não são nascidas da cidade. "Há muita gente de fora aqui, quando trabalhava na antiga Varga, em um ônibus cheio de trabalhadores somente dois eram nascidos na cidade, é um povo bem misturado", lembra.
Já por volta das 21h, o vendedor de balas de calça cáqui e jaqueta preta passa e oferece seus doces, agora para Lossoli. O movimento ali continua o mesmo, só o semáforo não abre para tantas pessoas atravessarem, ali o número de pedestres diminuiu. Passageiros dos ônibus porém continuam chegando. O céu todo negro e sem estrelas é cortado ao longe por alguns clarões de raios e uma brisa úmida já bate na copa das árvores e no rosto de quem espera para voltar para casa.
Ainda não chove, mas as árvores perdem suas folhas e flores pequenas, formando uma garoa verde e que começam a forrar o chão. Durante o tempo que ficou ali, Lossoli viu pelo menos dois ônibus passarem. "Estou tranqüilo aqui, sem compromissos", diz sorridente. Quando volta a ficar sozinho o aposentado estica os braços para trás e apóia as mãos no gramado do jardim. Estica e cruza as pernas para frente e volta a observar a esquina de onde o próximo ônibus que aparecer irá levá-lo para a casa.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Citações
A comunicação é equívoca. Somos limitados por uma língua na qual palavras podem significar uma coisa para uma pessoa e algo bem diferente para outra. Não existe uma forma correta de se comunicar. Pelo menos em sentido absoluto, é impossível partilhar nossos pensamentos com os outros, pois jamais serão compreendidos de forma exatamente igual.
Não exite forma correta; há várias formas possíveis.
Richard Saul Wurman
Não exite forma correta; há várias formas possíveis.
Richard Saul Wurman
Espaços de conforto personalizado
Matéria especial sobre Centro Acima. Um pouco de moda...
*****
As butiques da região central atendem a todas as exigências
18 dez. 2008
Uma palavra francesa para descrever um local onde se vendem roupas e acessórios. O nome genérico para essas lojas, boutique, aos olhos de algumas pessoas já elevam sua classe e seu requinte para patamares mais altos. Apesar de vender roupas, sapatos e acessórios para públicos sofisticados e exigentes, as lojas do centro acima não possuem produtos somente voltados para as madames da sociedade.
O espaço de algumas lojas já intimida o bolso de algumas pessoas e atrai aqueles que se importam com conforto e atendimento personalizado. As butiques da região de cima do Centro são a cara de uma Limeira mais sofisticada e sonhadora. Este é o caso da proprietária de uma das lojas, Mari Fukunishi. Em seu estabelecimento onde o branco impera sobre os móveis antigos e vestidos coloridos, ela oferece produtos para todos os gostos, tamanhos e exigências. "Abri a loja por que era um sonho pessoal e achei que Limeira merecia um espaço tão sofisticado como este", explica.
Nas araras, a variedade de cores e cortes dos vestidos chama a atenção até daqueles que não têm quem presentear. Feitos de cetim ou seda, com bordados brilhantes e estampas chamativas, a diversidade realmente satisfaz qualquer tipo de mulher que aprecie uma roupa mais elegante para passar as festas de fim de ano.
Além dos vestidos mais comuns, as lojas dessa região guardam exclusividades em acessórios e roupas que garantem que não haverá supresas em festa ao encontrar alguém com a mesma peça. A loja de Mari, por exemplo, trabalha com marcas exclusivas, como Lia Rabello. Os vestidos da estilista que dá seu nome à marca, são diferentes dos demais desde a costura até o tecido e caimento no corpo. Sedas de diferentes texturas e cortes dão formas variadas aos corpos que têm sede de elegância.
A DIFERENÇA
Além dessa exclusividade e requinte, a diferença das lojas dessa região está no atendimento personalizado. A vendedora Josiane Cristina Poldi Carneiro, de 36 anos, diz que a satisfação do cliente vem em primeiro lugar. "As vendedoras dão atenção especial às clientes. Vão recepcioná-las na porta da loja; conhecem sua vida e se tornam-se amigas delas. Uma das vendedoras foi até convidada para o casamento de uma delas", comenta.
Esse atendimento que perpassa o campo profissional, tem como segredo justamente a amizade e o retorno da compra às clientes. Vendedora de uma outra butique da mesma região, Rosângela Aparecida Conti, 37, comenta que ao ver determinados vestidos e peças que chegam na loja já pensam em clientes específicas. "Essa é a cara daquela ou daquela cliente, sabemos o tamanho que usa, a cor e o modelo que gostam. É um contato mais próximo se comparado às grandes lojas da região central, onde o número de pessoas é muito grande e constante", explica.
E o atendimento conta até com suco e café. Algumas clientes voltam à loja só para conversar com as vendedoras e contar as novidades, mostrar fotos de viagens e "chorar as pitangas", como ironiza Josiane.
Além desse contato pessoal, algumas lojas ainda contam com serviços de telemarketing para dar o feedback da compra, termo utilizado em administração para o retorno que as lojas dão aos seus clientes. "Ligamos para falar das novidades que temos na loja e até para saber por que a cliente não apareceu mais", exemplifica Josiane. "Também fazemos a venda chamada consignada, que é mandar sacolas com roupas para a casa das clientes mais antigas, assim elas podem escolher as peças com mais tranqüilidade", fala Rosângela.
RECEIO
Todo esse requinte, porém, acaba afastando alguns consumidores. "A maioria das clientes já vêm até as lojas já sabendo o que querem comprar, mas a vitrine e as vezes o tamanho do local acaba assustando outros consumidores. Eles pensam que as peças são caras demais", diz Josiane. Ao contrário, para esses clientes as lojas onde as vendedoras trabalham dispõem de peças também básicas e mais acessíveis.
Ao comparar preços, um vestido de festa ou mesmo aqueles que seguem tendências para o dia-a-dia, pode custar de R$ 200 a R$ 1.500. O preço varia de acordo com a marca, a exclusividade e até do trabalho realizado nas peças. Do básico ao luxo. Há peças lisas de seda, até aquelas bordadas com cristais swarowski e pedrarias que dão brilhos únicos para o corpo e chegam até a dispensar colares e demais acessórios.
Todo o conforto das butiques e o atendimento personalizado fazem do centro acima um local de lojas sofisticadas e de bom gosto. É possível, alí, se preparar para todos os tipos de ocasião, de festas em chácaras ou dias de trabalho até casamentos e jantares.
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As butiques da região central atendem a todas as exigências
18 dez. 2008
Uma palavra francesa para descrever um local onde se vendem roupas e acessórios. O nome genérico para essas lojas, boutique, aos olhos de algumas pessoas já elevam sua classe e seu requinte para patamares mais altos. Apesar de vender roupas, sapatos e acessórios para públicos sofisticados e exigentes, as lojas do centro acima não possuem produtos somente voltados para as madames da sociedade.
O espaço de algumas lojas já intimida o bolso de algumas pessoas e atrai aqueles que se importam com conforto e atendimento personalizado. As butiques da região de cima do Centro são a cara de uma Limeira mais sofisticada e sonhadora. Este é o caso da proprietária de uma das lojas, Mari Fukunishi. Em seu estabelecimento onde o branco impera sobre os móveis antigos e vestidos coloridos, ela oferece produtos para todos os gostos, tamanhos e exigências. "Abri a loja por que era um sonho pessoal e achei que Limeira merecia um espaço tão sofisticado como este", explica.
Nas araras, a variedade de cores e cortes dos vestidos chama a atenção até daqueles que não têm quem presentear. Feitos de cetim ou seda, com bordados brilhantes e estampas chamativas, a diversidade realmente satisfaz qualquer tipo de mulher que aprecie uma roupa mais elegante para passar as festas de fim de ano.
Além dos vestidos mais comuns, as lojas dessa região guardam exclusividades em acessórios e roupas que garantem que não haverá supresas em festa ao encontrar alguém com a mesma peça. A loja de Mari, por exemplo, trabalha com marcas exclusivas, como Lia Rabello. Os vestidos da estilista que dá seu nome à marca, são diferentes dos demais desde a costura até o tecido e caimento no corpo. Sedas de diferentes texturas e cortes dão formas variadas aos corpos que têm sede de elegância.
A DIFERENÇA
Além dessa exclusividade e requinte, a diferença das lojas dessa região está no atendimento personalizado. A vendedora Josiane Cristina Poldi Carneiro, de 36 anos, diz que a satisfação do cliente vem em primeiro lugar. "As vendedoras dão atenção especial às clientes. Vão recepcioná-las na porta da loja; conhecem sua vida e se tornam-se amigas delas. Uma das vendedoras foi até convidada para o casamento de uma delas", comenta.
Esse atendimento que perpassa o campo profissional, tem como segredo justamente a amizade e o retorno da compra às clientes. Vendedora de uma outra butique da mesma região, Rosângela Aparecida Conti, 37, comenta que ao ver determinados vestidos e peças que chegam na loja já pensam em clientes específicas. "Essa é a cara daquela ou daquela cliente, sabemos o tamanho que usa, a cor e o modelo que gostam. É um contato mais próximo se comparado às grandes lojas da região central, onde o número de pessoas é muito grande e constante", explica.
E o atendimento conta até com suco e café. Algumas clientes voltam à loja só para conversar com as vendedoras e contar as novidades, mostrar fotos de viagens e "chorar as pitangas", como ironiza Josiane.
Além desse contato pessoal, algumas lojas ainda contam com serviços de telemarketing para dar o feedback da compra, termo utilizado em administração para o retorno que as lojas dão aos seus clientes. "Ligamos para falar das novidades que temos na loja e até para saber por que a cliente não apareceu mais", exemplifica Josiane. "Também fazemos a venda chamada consignada, que é mandar sacolas com roupas para a casa das clientes mais antigas, assim elas podem escolher as peças com mais tranqüilidade", fala Rosângela.
RECEIO
Todo esse requinte, porém, acaba afastando alguns consumidores. "A maioria das clientes já vêm até as lojas já sabendo o que querem comprar, mas a vitrine e as vezes o tamanho do local acaba assustando outros consumidores. Eles pensam que as peças são caras demais", diz Josiane. Ao contrário, para esses clientes as lojas onde as vendedoras trabalham dispõem de peças também básicas e mais acessíveis.
Ao comparar preços, um vestido de festa ou mesmo aqueles que seguem tendências para o dia-a-dia, pode custar de R$ 200 a R$ 1.500. O preço varia de acordo com a marca, a exclusividade e até do trabalho realizado nas peças. Do básico ao luxo. Há peças lisas de seda, até aquelas bordadas com cristais swarowski e pedrarias que dão brilhos únicos para o corpo e chegam até a dispensar colares e demais acessórios.
Todo o conforto das butiques e o atendimento personalizado fazem do centro acima um local de lojas sofisticadas e de bom gosto. É possível, alí, se preparar para todos os tipos de ocasião, de festas em chácaras ou dias de trabalho até casamentos e jantares.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Próximo ao desenvolvimento, a antiguidade prevalece
Matéria especial sobre a região da avenida Campinas. É nessas horas que aproveitamos para tirar algumas curiosidades. Vivo nessa região há 22 anos (toda minha vida) e sempre quis ver o interior de algumas casas. Então... só unir o útil ao agadável.
*****
Casas antigas ostram sinais do tempo na avenida Campinas
17 dez. 2008
Próximo ao desenvolvimento do fim da avenida Campinas com seu shopping, escola e supermercado uma casa quase engraçada. Quase não tem teto, parece não ter nada. Diferente da cada de Toquinho e Vinícius de Moraes, esta casa tem chão, tem telhado e paredes. A primeira impressão é de que seria uma casa normal, mas na realidade esta casa resiste ao tempo e a modernização da cidade.
Seu morador, o pedreiro Paulo César Maezi, de 46 anos, mostra seu interior. As postas de madeira sem maçanetas e fechaduras que hoje são convencionais, são iguais aquelas usadas nas construções antigas. As janelas também mostram os sinais evidentes de que o tempo passou por ali e deixou suas marcas. Alguns vidros quebrados e uma moldura como uma casa de pesqueiros, num sítio afastado, que sem preocupação nenhuma com violência e invasões mantém uma estrutura simples, só um teto contra a chuva, sem nenhum conforto. E este é o principal problema apresentado pelo pedreiro, a falta de conforto. Em tempos modernos, quando casas arejadas, com forro e pisos frios surgem em vários bairros da cidade, Maezi convive com ratos que entram pelas frestas das portas e teto, além de problemas com o barulho causado pelos trens e da movimentação da avenida.
A casa azul de paredes com a tinta descascando é uma das residências antigas que a avenida Campinas ainda abriga. Após o viaduto Laércio Corte, sentido Centro, a casa de Maezi é uma das primeiras que chama a atenção para o estilo antigo e até abandonado. Reformar está fora de cogitação. Não é tanto por conta dos vínculos afetivos que tem com o lugar - já que o pedreiro nasceu naquele mesmo local e mora lá até hoje -, explica o pedreiro. "Se tiver que reformar a casa compensa muito mais derrubar e construir outra", exclama. Maesi só não faz o que diz por conta da falta de dinheiro. O encanamento de ferro aparece no chão de terra batida e o banheiro, assim como antigamente, só do lado de fora da casa.
Sua moradia está localizada em um terreno que passou de geração em geração. Seu avô Emílio Maezi, quando chegou da Itália, comprou terras extensas na região. Tão extensas que o quarteirão onde o neto mora é basicamente um clã da família italiana. Sua casa tem 19 metros de frente e 119 de fundo. Começa na avenida e acaba próxima à linha do trem. O terreno grande, ao qual Maesi se refere com brilho nos olhos por conta do tamanho, fica um pouco salgado na hora de pagar o Imposto Predial Territorial Urbano, o IPTU. "São quase R$ 8 mil por ano de imposto, muito caro", reclama. E não é só o Paulo Cesar Maezi que herdou um bom pedaço de terra. Seus vizinhos, e parentes, também têm terrenos parecidos , com até 29 metros de fachada.
MAIS ANTIGUIDADES
Além da casa de Maezi, Laura Maria do Nascimento, 38, e sua mãe Ermínia do Nascimento, 79, também moram em uma casa das casas antigas da avenida. Ao contrário da casa de Maezi, o lugar onde Laura e Ermínia moram é rosa. A fachada mostra logo de cara que a construção é realmente antiga. Como todas as épocas têm suas tendências, a casa alugada por elas tráz próximo ao telhado a data da construção do prédio: 1901, início no século 20. A casa também é de família tradicional da cidade. As iniciais junto da data mostram quem foram os primeiros moradores do local. "A casa era do Paschoal D`Andrea e hoje moramos aqui", revela a mulher.
A arquitetura rústica condiz com o interior da casa. As portas nos mesmos moldes da casa de Maezi, duas tábuas juntas por pequenas vigas e janelas antigas, de madeira e quatro vidros. Laura diz estar ali por necessidade, preferia morar em uma casa mais moderna. "Estranhei quando cheguei aqui, parecia uma casa de assombração, mas acabei me acostumando", diz. Ela já mora ali há dois anos e nesse tempo pintou as paredes, batentes das portas e mexeu no telhado. Apesar do último reparo ser mais por necessidade que vaidade, as goteiras na cozinha e outros cômodos a forçaram a dar um jeito nos defeitos que as telhas apresentaram. Já as paredes, pintadas de branco e azul escuro mostram que os cuidados com a aparência ainda são tomados. Na parede um quadro da Santa Ceia e os sofás cobertos com panos laranjas demonstram que conforto é algo também desejado pela família Nascimento.
E no meio de tantas expectativas para a região, Maezi e Laura continuam em suas casas à moda do início do século passado vendo o desenvolvimento passar e esperando condições melhores para confortos melhores.
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Casas antigas ostram sinais do tempo na avenida Campinas
17 dez. 2008
Próximo ao desenvolvimento do fim da avenida Campinas com seu shopping, escola e supermercado uma casa quase engraçada. Quase não tem teto, parece não ter nada. Diferente da cada de Toquinho e Vinícius de Moraes, esta casa tem chão, tem telhado e paredes. A primeira impressão é de que seria uma casa normal, mas na realidade esta casa resiste ao tempo e a modernização da cidade.
Seu morador, o pedreiro Paulo César Maezi, de 46 anos, mostra seu interior. As postas de madeira sem maçanetas e fechaduras que hoje são convencionais, são iguais aquelas usadas nas construções antigas. As janelas também mostram os sinais evidentes de que o tempo passou por ali e deixou suas marcas. Alguns vidros quebrados e uma moldura como uma casa de pesqueiros, num sítio afastado, que sem preocupação nenhuma com violência e invasões mantém uma estrutura simples, só um teto contra a chuva, sem nenhum conforto. E este é o principal problema apresentado pelo pedreiro, a falta de conforto. Em tempos modernos, quando casas arejadas, com forro e pisos frios surgem em vários bairros da cidade, Maezi convive com ratos que entram pelas frestas das portas e teto, além de problemas com o barulho causado pelos trens e da movimentação da avenida.
A casa azul de paredes com a tinta descascando é uma das residências antigas que a avenida Campinas ainda abriga. Após o viaduto Laércio Corte, sentido Centro, a casa de Maezi é uma das primeiras que chama a atenção para o estilo antigo e até abandonado. Reformar está fora de cogitação. Não é tanto por conta dos vínculos afetivos que tem com o lugar - já que o pedreiro nasceu naquele mesmo local e mora lá até hoje -, explica o pedreiro. "Se tiver que reformar a casa compensa muito mais derrubar e construir outra", exclama. Maesi só não faz o que diz por conta da falta de dinheiro. O encanamento de ferro aparece no chão de terra batida e o banheiro, assim como antigamente, só do lado de fora da casa.
Sua moradia está localizada em um terreno que passou de geração em geração. Seu avô Emílio Maezi, quando chegou da Itália, comprou terras extensas na região. Tão extensas que o quarteirão onde o neto mora é basicamente um clã da família italiana. Sua casa tem 19 metros de frente e 119 de fundo. Começa na avenida e acaba próxima à linha do trem. O terreno grande, ao qual Maesi se refere com brilho nos olhos por conta do tamanho, fica um pouco salgado na hora de pagar o Imposto Predial Territorial Urbano, o IPTU. "São quase R$ 8 mil por ano de imposto, muito caro", reclama. E não é só o Paulo Cesar Maezi que herdou um bom pedaço de terra. Seus vizinhos, e parentes, também têm terrenos parecidos , com até 29 metros de fachada.
MAIS ANTIGUIDADES
Além da casa de Maezi, Laura Maria do Nascimento, 38, e sua mãe Ermínia do Nascimento, 79, também moram em uma casa das casas antigas da avenida. Ao contrário da casa de Maezi, o lugar onde Laura e Ermínia moram é rosa. A fachada mostra logo de cara que a construção é realmente antiga. Como todas as épocas têm suas tendências, a casa alugada por elas tráz próximo ao telhado a data da construção do prédio: 1901, início no século 20. A casa também é de família tradicional da cidade. As iniciais junto da data mostram quem foram os primeiros moradores do local. "A casa era do Paschoal D`Andrea e hoje moramos aqui", revela a mulher.
A arquitetura rústica condiz com o interior da casa. As portas nos mesmos moldes da casa de Maezi, duas tábuas juntas por pequenas vigas e janelas antigas, de madeira e quatro vidros. Laura diz estar ali por necessidade, preferia morar em uma casa mais moderna. "Estranhei quando cheguei aqui, parecia uma casa de assombração, mas acabei me acostumando", diz. Ela já mora ali há dois anos e nesse tempo pintou as paredes, batentes das portas e mexeu no telhado. Apesar do último reparo ser mais por necessidade que vaidade, as goteiras na cozinha e outros cômodos a forçaram a dar um jeito nos defeitos que as telhas apresentaram. Já as paredes, pintadas de branco e azul escuro mostram que os cuidados com a aparência ainda são tomados. Na parede um quadro da Santa Ceia e os sofás cobertos com panos laranjas demonstram que conforto é algo também desejado pela família Nascimento.
E no meio de tantas expectativas para a região, Maezi e Laura continuam em suas casas à moda do início do século passado vendo o desenvolvimento passar e esperando condições melhores para confortos melhores.
Em busca de um contato
Essa matéria estava procurando há algum tempo para postar aqu no blog. Foi umas que eu mais emocionei até hoje ao fazer. O texto, se não me engano, ficou maior, mas foi um pouquinho podado... normal.
*****
Familiares de presos vivem rotina em dias de audiência
26 abr. 2008
Sexta-feira à tarde, dia de audiência no Fórum de Limeira, localizado na Rua Boa Morte, no Centro. São 18 detentos, todos acusados de crime de associação para o tráfico de drogas. E com um agravante: acusados de fazer parte do Primeiro Comando da Capital (PCC). Do lado de fora, dez veículos da Polícia Militar e Guarda Municipal bloqueiam o trecho da Rua Santa Cruz ao lado do prédio, usado para entrada e saída dos presidiários, e o trecho frontal, na Boa Morte.
Em meio à mobilização policial, um grupo de mulheres e crianças chama a atenção. Com os olhares voltados para além das grades verdes da praça do Fórum, elas esperam avistar pais, maridos e amigos na saída das audiências a caminho de um dos quatro camburões estacionados no local. Estão ali para matar a saudade e dar força - ainda que à distância - para suportarem a difícil vida na prisão.
A dona de casa Aline de Almeida Brito, de 22 anos, espera ao lado da filha de três anos o momento em que Diego Roberto Pedroso, vulgo "Mercadão", sairá do prédio. Ela é esposa de Pedroso. Apesar das visitas semanais feitas na cadeia onde o marido está, a dona de casa acompanha todas as audiências do lado de fora, na calçada. Faz cinco anos que Pedroso está preso. Neste tempo, foram três audiências. Além da filha que a acompanhava, Aline e Pedroso são pais de mais duas crianças com menos de três anos. Os dois pequenos estavam na creche.
CARTAS
Um barulho ao longe chama a atenção de todos que aguardam na calçada. Alarme falso. As portas de um dos camburões foi aberta, mas ainda nenhum preso saiu. Quando Aline deu à luz a filha mais velha, Pedroso estava livre. Com a garotinha com 20 dias de vida, o pai foi preso. Ela cresceu conhecendo o pai atrás das grades.
Finalmente o portão se abre. Mulheres e crianças se juntam contra a grade, nas pontas dos pés, para ver quem já passou pelo juiz. Pedroso sai com as mãos algemadas, acompanhado de policiais. "Diego, me escreve "tá", te amo, vai com Deus!", grita Aline. "Tchau pai! Vai com Deus! Eu "tô" com saudades!", diz a filha. Antes de entrar no camburão, Pedroso faz um coração no ar com os dedos, manda beijos para a esposa e filha e diz que também as ama e sente saudade.
O carro em que Pedroso será transportado para a cadeia não tem janelas, só aberturas para ventilação. Assim que o veículo começa a sair do Fórum, Aline e a filha correm para a esquina das ruas Boa Morte e Santa Cruz. Do interior do camburão, Pedroso continua gritando que ama a família. A esposa pede cartas e a filha repete o pedido.
Nestas ocasiões, as ruas em torno do Fórum são consideradas áreas de alta periculosidade. Por conta disso, são fechadas ao trânsito. O bloqueio é feito para evitar tentativas de resgate, já que quadrilhas ainda estão soltas. A presença de familiares e amigos é certa quando há audiências no local. A saudade sempre fala mais alto e o desejo de dar força aos detentos justifica horas de espera.
O carro sai em disparada e Aline espera para ver um amigo antes de voltar para casa.
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Familiares de presos vivem rotina em dias de audiência
26 abr. 2008
Sexta-feira à tarde, dia de audiência no Fórum de Limeira, localizado na Rua Boa Morte, no Centro. São 18 detentos, todos acusados de crime de associação para o tráfico de drogas. E com um agravante: acusados de fazer parte do Primeiro Comando da Capital (PCC). Do lado de fora, dez veículos da Polícia Militar e Guarda Municipal bloqueiam o trecho da Rua Santa Cruz ao lado do prédio, usado para entrada e saída dos presidiários, e o trecho frontal, na Boa Morte.
Em meio à mobilização policial, um grupo de mulheres e crianças chama a atenção. Com os olhares voltados para além das grades verdes da praça do Fórum, elas esperam avistar pais, maridos e amigos na saída das audiências a caminho de um dos quatro camburões estacionados no local. Estão ali para matar a saudade e dar força - ainda que à distância - para suportarem a difícil vida na prisão.
A dona de casa Aline de Almeida Brito, de 22 anos, espera ao lado da filha de três anos o momento em que Diego Roberto Pedroso, vulgo "Mercadão", sairá do prédio. Ela é esposa de Pedroso. Apesar das visitas semanais feitas na cadeia onde o marido está, a dona de casa acompanha todas as audiências do lado de fora, na calçada. Faz cinco anos que Pedroso está preso. Neste tempo, foram três audiências. Além da filha que a acompanhava, Aline e Pedroso são pais de mais duas crianças com menos de três anos. Os dois pequenos estavam na creche.
CARTAS
Um barulho ao longe chama a atenção de todos que aguardam na calçada. Alarme falso. As portas de um dos camburões foi aberta, mas ainda nenhum preso saiu. Quando Aline deu à luz a filha mais velha, Pedroso estava livre. Com a garotinha com 20 dias de vida, o pai foi preso. Ela cresceu conhecendo o pai atrás das grades.
Finalmente o portão se abre. Mulheres e crianças se juntam contra a grade, nas pontas dos pés, para ver quem já passou pelo juiz. Pedroso sai com as mãos algemadas, acompanhado de policiais. "Diego, me escreve "tá", te amo, vai com Deus!", grita Aline. "Tchau pai! Vai com Deus! Eu "tô" com saudades!", diz a filha. Antes de entrar no camburão, Pedroso faz um coração no ar com os dedos, manda beijos para a esposa e filha e diz que também as ama e sente saudade.
O carro em que Pedroso será transportado para a cadeia não tem janelas, só aberturas para ventilação. Assim que o veículo começa a sair do Fórum, Aline e a filha correm para a esquina das ruas Boa Morte e Santa Cruz. Do interior do camburão, Pedroso continua gritando que ama a família. A esposa pede cartas e a filha repete o pedido.
Nestas ocasiões, as ruas em torno do Fórum são consideradas áreas de alta periculosidade. Por conta disso, são fechadas ao trânsito. O bloqueio é feito para evitar tentativas de resgate, já que quadrilhas ainda estão soltas. A presença de familiares e amigos é certa quando há audiências no local. A saudade sempre fala mais alto e o desejo de dar força aos detentos justifica horas de espera.
O carro sai em disparada e Aline espera para ver um amigo antes de voltar para casa.
Curiosidade animal
Hug the World
Ultimamente tenho a impressão que as 24 horas de um dia são pouquíssimo para conseguir abraçar o mundo até amanhã... parece que dez anos são muita coisa e ao mesmo nada para o que realmente quero. O duro é esperar o próximo mês para começar esperar o que vem depois.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Constituição do Brasil tem características librianas
Mais uma daquelas matérias onde se é possível criar e deixar a imaginação livre. Essa achei muito engraçada de redigir. Tinha que fazer a matéria sobre os 20 anos da Constituição de 1988 e enquanto navegava pela internet me deparei com um daqueles sites que dão as características de cada signo. A Constituição foi feita em outubro, dia 6, mês regido pelo signo de Libras e algumas características eram semelhantes das pessoas que nascem nesse período. Acho que ficou bem interessante...
*****
Apresentado ao País em outubro, documento leva a marca do povo
6 out. 2008
por Alex Contin
Hoje uma libriana faz aniversário. Nascida neste mesmo dia há 20 anos, em 1988, a Constituição Brasileira faz duas décadas em pleno dia de eleição. Para quem acredita no poder dos signos do zodíaco, descrições sobre quem nasce no mês de Libra, dão conta de alguém que precisa de muito, mas muito tempo para ponderar e deliberar quando precisa tomar alguma decisão. A Constituição não é diferente. O processo de elaboração da carta começou em fevereiro de 1987, demorou 20 meses para ficar pronta e contou com a participação de representantes da sociedade civil e dos poderes públicos e privados na elaboração de seu texto.
Segundo o juiz Mário Sérgio Menezes, da 3ª Vara Cível de Limeira, o documento passou a abranger direitos e garantias individuais da população. Após dois anos do fim do regime militar, em 1985, a população brasileira estava ávida por recuperar seus direitos de liberdade de expressão, de ir e vir sem nenhum tipo de censura ou repressão. "Por conta da ditadura, os representantes da sociedade quiseram garantir que nunca mais houvesse meios de reprimir seus direitos. A Constituição veio novamente estabelecer a vontade popular", diz o juiz.
Os librianos também são pessoas judiciosas, razoáveis, humanitárias e diplomáticas. A Constituição de 1988 garantiu os direitos das diferentes raças e credos, além de estabelecer que fossem regulamentadas leis específicas para consumidores, idosos, crianças e adolescentes, entre outros setores da sociedade. Menezes relata que a partir dela surgiram o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código de Defesa do Consumidor - ambos criados dois anos após a Constituição, em 1990, e o recente Estatuto do Idoso.
AVANÇOS
O professor de Direito Constitucional, Sidney Antonio da Costa, diz que a Constituição Federal foi denominada "Constituição Cidadã". "Ela trouxe vários avanços à cidadania, como, a possibilidade de voto para os analfabetos e para os maiores de 16 anos", cita o professor. Segundo ele, o documento ainda inovou ao prever liberdades públicas, como o "habeas data" que assegura ao cidadão, não só, o conhecimento de informações relativas a ele, que conste de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, como, também a retificação desses dados. "Prescreveu a moralidade como princípio imposto à Administração Pública. Princípio este utilizado como alicerce à vedação do nepotismo", comenta.
"Elevou o racismo a crime inafiançável. Avançou também em outras áreas - meio ambiente e direitos sociais, por exemplo. No entanto, muito há ainda a ser realizado, pois embora decorridos 20 anos não se regulamentou alguns de seus dispositivos, como, o direito de greve dos servidores públicos e o imposto sobre grandes fortunas", explica o professor.
Embora a Constituição Federal tenha promovido vários avanços, ela já sofreu reformas através de 56 emendas constitucionais. "As emendas tornam a Constituição um instrumento político-constitucional extenso e inacabado", reflete Costa.
frases>>>>>
"A Constituição veio novamente estabelecer a vontade popular"
Mário Sérgio Menezes, juiz
"Prescreveu a moralidade como princípio imposto à Administração Pública"
Sidney Antonio da Costa, professor
*****
Apresentado ao País em outubro, documento leva a marca do povo
6 out. 2008
por Alex Contin
Hoje uma libriana faz aniversário. Nascida neste mesmo dia há 20 anos, em 1988, a Constituição Brasileira faz duas décadas em pleno dia de eleição. Para quem acredita no poder dos signos do zodíaco, descrições sobre quem nasce no mês de Libra, dão conta de alguém que precisa de muito, mas muito tempo para ponderar e deliberar quando precisa tomar alguma decisão. A Constituição não é diferente. O processo de elaboração da carta começou em fevereiro de 1987, demorou 20 meses para ficar pronta e contou com a participação de representantes da sociedade civil e dos poderes públicos e privados na elaboração de seu texto.
Segundo o juiz Mário Sérgio Menezes, da 3ª Vara Cível de Limeira, o documento passou a abranger direitos e garantias individuais da população. Após dois anos do fim do regime militar, em 1985, a população brasileira estava ávida por recuperar seus direitos de liberdade de expressão, de ir e vir sem nenhum tipo de censura ou repressão. "Por conta da ditadura, os representantes da sociedade quiseram garantir que nunca mais houvesse meios de reprimir seus direitos. A Constituição veio novamente estabelecer a vontade popular", diz o juiz.
Os librianos também são pessoas judiciosas, razoáveis, humanitárias e diplomáticas. A Constituição de 1988 garantiu os direitos das diferentes raças e credos, além de estabelecer que fossem regulamentadas leis específicas para consumidores, idosos, crianças e adolescentes, entre outros setores da sociedade. Menezes relata que a partir dela surgiram o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código de Defesa do Consumidor - ambos criados dois anos após a Constituição, em 1990, e o recente Estatuto do Idoso.
AVANÇOS
O professor de Direito Constitucional, Sidney Antonio da Costa, diz que a Constituição Federal foi denominada "Constituição Cidadã". "Ela trouxe vários avanços à cidadania, como, a possibilidade de voto para os analfabetos e para os maiores de 16 anos", cita o professor. Segundo ele, o documento ainda inovou ao prever liberdades públicas, como o "habeas data" que assegura ao cidadão, não só, o conhecimento de informações relativas a ele, que conste de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, como, também a retificação desses dados. "Prescreveu a moralidade como princípio imposto à Administração Pública. Princípio este utilizado como alicerce à vedação do nepotismo", comenta.
"Elevou o racismo a crime inafiançável. Avançou também em outras áreas - meio ambiente e direitos sociais, por exemplo. No entanto, muito há ainda a ser realizado, pois embora decorridos 20 anos não se regulamentou alguns de seus dispositivos, como, o direito de greve dos servidores públicos e o imposto sobre grandes fortunas", explica o professor.
Embora a Constituição Federal tenha promovido vários avanços, ela já sofreu reformas através de 56 emendas constitucionais. "As emendas tornam a Constituição um instrumento político-constitucional extenso e inacabado", reflete Costa.
frases>>>>>
"A Constituição veio novamente estabelecer a vontade popular"
Mário Sérgio Menezes, juiz
"Prescreveu a moralidade como princípio imposto à Administração Pública"
Sidney Antonio da Costa, professor
domingo, 14 de dezembro de 2008
Apreendidas 100 pipas em 15 dias
Essa matéria foi uma delícia de escrever na época, foi uma das que me senti mais livre. Lembro que na época, após apurar todas as informações que constam no texto, fui até meu redator-chefe e perguntei se poderia usar trechos de um livro para enriquecer a matéria. A resposta foi estimulante " faça o que você quiser, depois eu vejo se você viajou demais ou não" (mais ou menos isso). São coisas assim que dão um gás para trabalhar cada vez melhor!
A matéria não deixa de ser atual... as férias voltaram e apesar da estação ser mais de chuva que dias ensolarados e de vento no rosto, as pipas vão voltar para perto dos pássaros.
*****
Competição pode ser trágica para crianças e adultos
12 jul. 2008
por Alex Contin
Férias e vento a favor, situação perfeita para pipas no céu. Competições e manobras para derrubar as pipas adversárias da arena aérea. Duas pipas se aproximam, as linhas se entrecruzam até que uma, quando partida, derruba o oponente que agora voa sem que ninguém a conduza. Em terra, grupos de crianças correm atrás da pipa em queda até que pare em fios, telhados ou campos abertos. A cena, já relatada no livro e filme "O Caçador de Pipas", de Khaled Rosseini, que se passa em Cabul, cidade do Afeganistão, é comum também em Limeira. Esse tipo de competição, porém, tem efeitos negativos entre o céu e a terra. O vilão é conhecido como cerol e todos os anos a discussão ressurge nas mesmas épocas.
Este ano, a mistura de vidro moído e cola nas linhas usadas para soltura de pipas, já fez algumas vítimas e a simples diversão se torna tragédia. Em Sorocaba uma mulher de 23 anos morreu semana passada [no começo de julho] por conta de uma linha com cerol. Enquanto dirigia sua moto, a ajudante de produção sorocabana passou por debaixo de uma passarela e, mesmo com o capacete, foi atingida no pescoço por uma linha com cerol que estava presa em um alambrado. Ela foi arrancada do veículo com o impacto, teve 80% do pescoço cortado e morte instantânea. Próximo ao local, a Guarda Municipal do município encontrou sete rolos com cerol um dia depois da morte da jovem e prendeu um garoto de 18 anos que estava utilizando o cortante na sua pipa.
Além da sorocabana, outras pessoas se feriram por conta do mesmo material. Em Serrana um motociclista teve o pescoço cortado e quase perdeu um dedo. Em Ribeirão Preto, um bebê de quase dois anos recebeu dez pontos no pescoço por conta do cerol e sua mãe, que o levava em uma bicicleta, teve o braço cortado. E, São José do Rio Preto duas jovens se feriram. E os casos continuam.
LIMEIRA
A proibição já é conhecida pela população, que inclusive denuncia casos na Guarda Municipal de Limeira, mas muitos ainda continuam utilizando o cerol. O secretário interino da Secretaria de Segurança Pública de Limeira, Ademir Aparecido Soares dos Reis, diz que em 15 dias cerca de 100 pipas já foram apreendidas na cidade. Com o período das férias, o Pelotão Escolar e guardas que utilizam as motocicletas do Esquadrão Tático intensificam a fiscalização da brincadeira perigosa. "Nas férias o pelotão escolar tem um foco diferenciado por conta do aumento de incidentes com cerol e pipas, e a soltura das mesmas próximo à rede elétrica", comenta Reis.
Segundo o guarda municipal, a instituição recebe cerca de dez denúncias diárias no telefone gratuito que mantém. "O número 0800-774-4966 deve também ser usado para informar casos de pipas com cerol para ajudar no serviço da guarda", orienta. Ele ainda relata que a ação, apesar de pensar na segurança da população, recebe críticas de pais. Inconformado, Reis diz que alguns pais das crianças que soltam pipas dizem que "a guarda municipal não tem nada o que fazer e ainda ficam estragando a brincadeira das crianças."
Em Limeira, a prática é condenada por lei. Aprovada em 2002, na gestão do ex-prefeito José Carlos Pejon, a lei 3.475 estabelece multa de cerca de
R$ 450 (30 Ufesps) para primeira infração e mil reais (70 Ufesps) para reincidência. De autoria do ex-vereador e médico, Júlio César Pereira dos Santos, a lei foi regulamentada no mesmo ano de sua aprovação. "A lei é acima de tudo educativa, pois tem muitas crianças que se envolvem em casos", diz Santos. Apesar de existir e impor multa à quem utiliza o cerol, segundo o médico a prefeitura não dispõe de profissionais específicos para realizar a fiscalização.
Pais devem fiscalizar brincadeira de filhos
O Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (Stieesp) alerta que é preciso que os pais e responsáveis orientem sobre o local adequado para empinar pipas, como espaços abertos e sem rede elétrica por perto, como parques, praias, campos de futebol e áreas mais afastadas dos centros urbanos.
Se enroscadas em postes, transformadores e cabos elétricos, as pipas provocam curto-circuito e acionamento de chaves e disjuntores para proteção de equipamentos instalados na rede elétrica, com a conseqüente queda da energia.
Fator agravante do risco verifica-se quando a linha da pipa contiver cerol. O cortante, em contato com cabos elétricos, pode ocasionar curto-circuito e descarga elétrica, além de possível rompimento do fio, provocando corte de eletricidade. Se o cabo atingir a criança ou qualquer outra pessoa, o acidente pode ter graves conseqüências.
[Vou sentir falta...]
A matéria não deixa de ser atual... as férias voltaram e apesar da estação ser mais de chuva que dias ensolarados e de vento no rosto, as pipas vão voltar para perto dos pássaros.
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Competição pode ser trágica para crianças e adultos
12 jul. 2008
por Alex Contin
Férias e vento a favor, situação perfeita para pipas no céu. Competições e manobras para derrubar as pipas adversárias da arena aérea. Duas pipas se aproximam, as linhas se entrecruzam até que uma, quando partida, derruba o oponente que agora voa sem que ninguém a conduza. Em terra, grupos de crianças correm atrás da pipa em queda até que pare em fios, telhados ou campos abertos. A cena, já relatada no livro e filme "O Caçador de Pipas", de Khaled Rosseini, que se passa em Cabul, cidade do Afeganistão, é comum também em Limeira. Esse tipo de competição, porém, tem efeitos negativos entre o céu e a terra. O vilão é conhecido como cerol e todos os anos a discussão ressurge nas mesmas épocas.
Este ano, a mistura de vidro moído e cola nas linhas usadas para soltura de pipas, já fez algumas vítimas e a simples diversão se torna tragédia. Em Sorocaba uma mulher de 23 anos morreu semana passada [no começo de julho] por conta de uma linha com cerol. Enquanto dirigia sua moto, a ajudante de produção sorocabana passou por debaixo de uma passarela e, mesmo com o capacete, foi atingida no pescoço por uma linha com cerol que estava presa em um alambrado. Ela foi arrancada do veículo com o impacto, teve 80% do pescoço cortado e morte instantânea. Próximo ao local, a Guarda Municipal do município encontrou sete rolos com cerol um dia depois da morte da jovem e prendeu um garoto de 18 anos que estava utilizando o cortante na sua pipa.
Além da sorocabana, outras pessoas se feriram por conta do mesmo material. Em Serrana um motociclista teve o pescoço cortado e quase perdeu um dedo. Em Ribeirão Preto, um bebê de quase dois anos recebeu dez pontos no pescoço por conta do cerol e sua mãe, que o levava em uma bicicleta, teve o braço cortado. E, São José do Rio Preto duas jovens se feriram. E os casos continuam.
LIMEIRA
A proibição já é conhecida pela população, que inclusive denuncia casos na Guarda Municipal de Limeira, mas muitos ainda continuam utilizando o cerol. O secretário interino da Secretaria de Segurança Pública de Limeira, Ademir Aparecido Soares dos Reis, diz que em 15 dias cerca de 100 pipas já foram apreendidas na cidade. Com o período das férias, o Pelotão Escolar e guardas que utilizam as motocicletas do Esquadrão Tático intensificam a fiscalização da brincadeira perigosa. "Nas férias o pelotão escolar tem um foco diferenciado por conta do aumento de incidentes com cerol e pipas, e a soltura das mesmas próximo à rede elétrica", comenta Reis.
Segundo o guarda municipal, a instituição recebe cerca de dez denúncias diárias no telefone gratuito que mantém. "O número 0800-774-4966 deve também ser usado para informar casos de pipas com cerol para ajudar no serviço da guarda", orienta. Ele ainda relata que a ação, apesar de pensar na segurança da população, recebe críticas de pais. Inconformado, Reis diz que alguns pais das crianças que soltam pipas dizem que "a guarda municipal não tem nada o que fazer e ainda ficam estragando a brincadeira das crianças."
Em Limeira, a prática é condenada por lei. Aprovada em 2002, na gestão do ex-prefeito José Carlos Pejon, a lei 3.475 estabelece multa de cerca de
R$ 450 (30 Ufesps) para primeira infração e mil reais (70 Ufesps) para reincidência. De autoria do ex-vereador e médico, Júlio César Pereira dos Santos, a lei foi regulamentada no mesmo ano de sua aprovação. "A lei é acima de tudo educativa, pois tem muitas crianças que se envolvem em casos", diz Santos. Apesar de existir e impor multa à quem utiliza o cerol, segundo o médico a prefeitura não dispõe de profissionais específicos para realizar a fiscalização.
Pais devem fiscalizar brincadeira de filhos
O Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (Stieesp) alerta que é preciso que os pais e responsáveis orientem sobre o local adequado para empinar pipas, como espaços abertos e sem rede elétrica por perto, como parques, praias, campos de futebol e áreas mais afastadas dos centros urbanos.
Se enroscadas em postes, transformadores e cabos elétricos, as pipas provocam curto-circuito e acionamento de chaves e disjuntores para proteção de equipamentos instalados na rede elétrica, com a conseqüente queda da energia.
Fator agravante do risco verifica-se quando a linha da pipa contiver cerol. O cortante, em contato com cabos elétricos, pode ocasionar curto-circuito e descarga elétrica, além de possível rompimento do fio, provocando corte de eletricidade. Se o cabo atingir a criança ou qualquer outra pessoa, o acidente pode ter graves conseqüências.
[Vou sentir falta...]
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Em Limeira, uma casa ecologicamente correta
Já que vou começar a colocar minhas matérias aqui no blog, não poderia deixar de colocar a que melhor me representa! A reportagem "Em Limeira, uma casa ecologicamente correta", foi feita para o prêmio do Banco Real e do jornal O Estado de S. Paulo e a responsável por eu ter side selecionado para ser um dos finalistas do prêmio.
Como já comentei em outro post, o prêmio já teve seu grande vencedor, ou melhor, vencedora, nesta segunda-feira, dia 8 de dezembro. Mas o fato de estar entre os 16 melhores é um grande prestígio.
*****
Num terreno simples, uma casa de sete cômodos e 90 metros quadrados pode ser erguida sem agredir a natureza. Com apenas terra, concreto reutilizável, eucalipto, areia, água e um pouco de cimento, uma residência ecologicamente correta surge em poucos meses. Esse é o tema da pesquisa do arquiteto e urbanista Maurício Venâncio, mestrando em Engenharia Ambiental.
Utilizando três materiais - pau-a-pique, taipa e tijolo ecológico - e soluções ecológicas, como ventilação cruzada, retenção da água de chuvas e aquecimento solar, Venâncio finaliza um projeto para realizar uma construção com baixo custo e conceito sustentável e de proteção do meio ambiente. O trabalho está sendo realizado desde agosto de 2007 em Limeira (SP), onde o arquiteto mora.
Venâncio explica que a casa foi idealizada para evitar agressões ao meio ambiente. Só a fundação da construção não dispensa o tradicional concreto - o material, no entanto, é reaproveitado de outras obras. Segundo ele, 90% dos caminhões de concreto têm sobras consideráveis, um desperdício e tanto.
Já a matéria-prima usada nas paredes e na produção dos tijolos é encontrada no próprio terreno: a terra que foi retirada para fazer a base da casa ou para nivelar o solo é o principal item para a produção dos tijolos de solo-cimento. Com uma proporção de 1 parte de cimento para 12 de terra, os tijolos ecológicos são mais resistentes que os tradicionais. "Para cada milheiro de tijolos convencionais, quatro árvores são incineradas. No caso do tijolo ecológico, nenhuma é sacrificada. E o resultado é um material até mais resistente, porque leva cimento na composição."
Os tijolos ecológicos são utilizados para montar a base da casa. Eles formam as colunas que darão sustentação às paredes erguidas utilizando as técnicas de pau-a-pique e taipa. O material usado, mais uma vez, é a terra.
Na técnica de pau-a-pique, o barro é colocado sobre a estrutura feita de bambu e eucalipto. A árvore, de fácil reflorestamento, ainda é aproveitada para fazer a estrutura do telhado e o piso dos quartos. Depois de prontas, as paredes recebem reboco feito de terra, areia, água e cimento.
No caso das taipas, duas tábuas de madeira são colocadas paralelamente na espessura desejada para a parede. Esse vão é enchido de terra, depois compactada. "Essas paredes proporcionam muito conforto térmico. Por serem de terra, absorvem a água que se evapora com um clima quente. A temperatura interior se mantém em 25°C."
O acabamento da casa segue a linha de reaproveitamento. A pintura é feita com tinta produzida também com terra. Pisos, azulejos, portas e janelas são comprados a preços baixos ou saem de lixões. Só precisam de tratamento. As técnicas utilizadas pelo arquiteto não são inovadoras. "As casas do período colonial são de pau-a-pique e taipa e algumas estão em pé até hoje. Essa nova casa é feita por esse sistema antigo, mas terá uma aparência ultramoderna."
Enquanto a maioria das pessoas paga o preço convencional, que gira em torno dos R$ 80 mil, a casa ecológica custa R$ 700 por metro quadrado, ou R$ 60 mil. No pacote estão o conforto térmico, a água quente e uma consciência ambiental tranqüila.
* Alex Contin é aluno do Instituto Superior de Ciências Aplicadas de Limeira
Como já comentei em outro post, o prêmio já teve seu grande vencedor, ou melhor, vencedora, nesta segunda-feira, dia 8 de dezembro. Mas o fato de estar entre os 16 melhores é um grande prestígio.
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Num terreno simples, uma casa de sete cômodos e 90 metros quadrados pode ser erguida sem agredir a natureza. Com apenas terra, concreto reutilizável, eucalipto, areia, água e um pouco de cimento, uma residência ecologicamente correta surge em poucos meses. Esse é o tema da pesquisa do arquiteto e urbanista Maurício Venâncio, mestrando em Engenharia Ambiental.
Utilizando três materiais - pau-a-pique, taipa e tijolo ecológico - e soluções ecológicas, como ventilação cruzada, retenção da água de chuvas e aquecimento solar, Venâncio finaliza um projeto para realizar uma construção com baixo custo e conceito sustentável e de proteção do meio ambiente. O trabalho está sendo realizado desde agosto de 2007 em Limeira (SP), onde o arquiteto mora.
Venâncio explica que a casa foi idealizada para evitar agressões ao meio ambiente. Só a fundação da construção não dispensa o tradicional concreto - o material, no entanto, é reaproveitado de outras obras. Segundo ele, 90% dos caminhões de concreto têm sobras consideráveis, um desperdício e tanto.
Já a matéria-prima usada nas paredes e na produção dos tijolos é encontrada no próprio terreno: a terra que foi retirada para fazer a base da casa ou para nivelar o solo é o principal item para a produção dos tijolos de solo-cimento. Com uma proporção de 1 parte de cimento para 12 de terra, os tijolos ecológicos são mais resistentes que os tradicionais. "Para cada milheiro de tijolos convencionais, quatro árvores são incineradas. No caso do tijolo ecológico, nenhuma é sacrificada. E o resultado é um material até mais resistente, porque leva cimento na composição."
Os tijolos ecológicos são utilizados para montar a base da casa. Eles formam as colunas que darão sustentação às paredes erguidas utilizando as técnicas de pau-a-pique e taipa. O material usado, mais uma vez, é a terra.
Na técnica de pau-a-pique, o barro é colocado sobre a estrutura feita de bambu e eucalipto. A árvore, de fácil reflorestamento, ainda é aproveitada para fazer a estrutura do telhado e o piso dos quartos. Depois de prontas, as paredes recebem reboco feito de terra, areia, água e cimento.
No caso das taipas, duas tábuas de madeira são colocadas paralelamente na espessura desejada para a parede. Esse vão é enchido de terra, depois compactada. "Essas paredes proporcionam muito conforto térmico. Por serem de terra, absorvem a água que se evapora com um clima quente. A temperatura interior se mantém em 25°C."
O acabamento da casa segue a linha de reaproveitamento. A pintura é feita com tinta produzida também com terra. Pisos, azulejos, portas e janelas são comprados a preços baixos ou saem de lixões. Só precisam de tratamento. As técnicas utilizadas pelo arquiteto não são inovadoras. "As casas do período colonial são de pau-a-pique e taipa e algumas estão em pé até hoje. Essa nova casa é feita por esse sistema antigo, mas terá uma aparência ultramoderna."
Enquanto a maioria das pessoas paga o preço convencional, que gira em torno dos R$ 80 mil, a casa ecológica custa R$ 700 por metro quadrado, ou R$ 60 mil. No pacote estão o conforto térmico, a água quente e uma consciência ambiental tranqüila.
* Alex Contin é aluno do Instituto Superior de Ciências Aplicadas de Limeira
MInhas matérias
Após autorização da chefia (risos), resolvi começar a publicar algumas das matérias que fiz no Jornal de Limeira, aqui no blog. Como no impresso não posso assinar, pelo menos consigo divulgá-las aqui no meu espaço. Estou escolhendo as matérias que achei mais interessante de trabalhar e me identifiquei mais.
No dia-a-dia de uma redação temos que falar de tudo e de todos, mas são algumas matérias em especial que dão a possibilidade de realmente nos envolvermos com o assunto. A que está no post abaixo é uma delas. Apesar de ser pequena, acho que consegui transmitir alguns sentimentos através das palavras.
O Sérgio é um amigo da família e sua família passou um apuro quando ele teve o enfarto. Como ele e sua esposa Neusa estão sempre aqui em casa nos finais de semana, pude acompanhar alguns passos da recuperação e em conversas informais saber como que foi essa experiência não muito agradável e que acabou por mudar sua vida desde então.
Para quem não teve a oportunidade de ler a matéria no jornal impresso, aqui está ela. E outras virão!
No dia-a-dia de uma redação temos que falar de tudo e de todos, mas são algumas matérias em especial que dão a possibilidade de realmente nos envolvermos com o assunto. A que está no post abaixo é uma delas. Apesar de ser pequena, acho que consegui transmitir alguns sentimentos através das palavras.
O Sérgio é um amigo da família e sua família passou um apuro quando ele teve o enfarto. Como ele e sua esposa Neusa estão sempre aqui em casa nos finais de semana, pude acompanhar alguns passos da recuperação e em conversas informais saber como que foi essa experiência não muito agradável e que acabou por mudar sua vida desde então.
Para quem não teve a oportunidade de ler a matéria no jornal impresso, aqui está ela. E outras virão!
Ele sobreviveu!
Após um ataque no coração, vida de Sérgio mudou completamente
por Alex Contin
Era para ser mais um domingo normal na vida de Antônio Sérgio Demo, mais conhecido por Sérgio ou Lemão. Missa, dois aniversários, cigarro e algumas cervejas pelas festas que ia passar. Como de costume levantou às 6h, mas com uma pequena dor no braço esquerdo. Achou estranho, pediu para sua esposa Neusa fazer uma massagem pensando que iria resolver o problema e continuou normalmente seu dia. A dor não o impediu de ir à missa pela manhã e em dois aniversários, um no horário do almoço e outro no período da tarde.
Fumou, bebeu e comeu. Alguns dias antes havia percebido um cansaço que não passava, pensou que era por conta da vida corrida e do emprego estressante. A noite, quando voltou da jornada de festas - acompanhada da dor no braço esquerdo - e se preparava para tomar banho percebeu que algo estava realmente errado. Sem roupas no banheiro sentiu tontura. Colocou rapidamente a roupa e foi em direção da família. "Me levem para o hospital que estou passando mal", pediu Sérgio assustado à sua esposa. Mal fez o pedido e começou a "perder os sentidos". Não conseguia mais controlar os braços e pernas. Caiu no chão. A fala estava amolecida. Mais do que depressa a esposa e filho o colocaram dentro do carro e correram para o hospital do qual são conveniados. A viagem durou cerca de dez minutos, mas que pareceu uma eternidade para ele, que não conseguia se mexer. Sentia ondas de calor, abria a janela do carro e sentia frio. Dor forte no peito, lado esquerdo, no coração. Sérgio e a família moram em um bairro não muito afastado do Centro da cidade e o trânsito naquele dia e horário favoreceu a rapidez.
"Você está tendo um infarto", informou o atendente do assim que percebeu os sintomas e o estado de Sérgio. Ao ouvir o diagnóstico tão rápido, ele se assustou. Foi retirado do carro carregado, da mesma forma como entrou la dentro. De cadeira de rodas chegou na emergênia. Recebeu uma injeção e em 15 minutos estava fora de perigo. "Tudo o que eu queria era me livrar daquela dor", comenta. Assim que todas as dores passaram, o que Sérgio queria era voltar para a casa. Porém, ele iria ter que esperar alguns dias para terminar aquele banho que começou.
O infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque do coração, é uma doença do principal órgão de nosso corpo causado pela obstrução das coronárias, ou seja, entupimento de alguma das artérias do coração. De acordo com o cardiologista Francisco Pizol Mazer, hoje médico de Sérgio, 30% dos infartados não resistem à primeira hora. "A demora em levar o infartado para o centro emergencial pode levá-lo à óbito", diz. Os principais fatores de risco são a obesidade, hipertensão, tabagismo, diabetes e colesterol alto.
HÁBITOS
Sérgio fumava, comia muita gordura e vivia estressado por conta do emprego. O sobrevivente do infarto ficou ainda três dias na Unidade de Terapia Intensiva, a temida UTI. O período foi de observação. "Estava com três veias entupidas, uma 98%, outra 95% e a terceira 60%", conta. A situação poderia se repetir, por conta disso foi necessário uma angeoplastia, procedimento utilizado para desobstruir a artéria. Além disso ficou mais três dias em um dos apartamentos do hospital. Voltou para a casa quase uma semana após aquele domingo. Ainda ficou afastado por oito meses do serviço e mudou completamente seus hábitos. Essa é a principal orientação dada pelos cardiologistas para quem passou por um infarto. "Se a pessoa que sair vivo do infarto não mudar o estilo de vida, o segundo ataque pode ser fatal", diz Mazer. Sérgio confirma: "Parei de fumar, beber e comer gordura há um ano e quatro meses, desde que tive o infarto. Se soubesse que era tão boa a vida sem cigarro e bebida, teria parado antes", confessa.
Matéria originalmente publicada no Jornal de Limeira em 30 ago. 2008
por Alex Contin
Era para ser mais um domingo normal na vida de Antônio Sérgio Demo, mais conhecido por Sérgio ou Lemão. Missa, dois aniversários, cigarro e algumas cervejas pelas festas que ia passar. Como de costume levantou às 6h, mas com uma pequena dor no braço esquerdo. Achou estranho, pediu para sua esposa Neusa fazer uma massagem pensando que iria resolver o problema e continuou normalmente seu dia. A dor não o impediu de ir à missa pela manhã e em dois aniversários, um no horário do almoço e outro no período da tarde.
Fumou, bebeu e comeu. Alguns dias antes havia percebido um cansaço que não passava, pensou que era por conta da vida corrida e do emprego estressante. A noite, quando voltou da jornada de festas - acompanhada da dor no braço esquerdo - e se preparava para tomar banho percebeu que algo estava realmente errado. Sem roupas no banheiro sentiu tontura. Colocou rapidamente a roupa e foi em direção da família. "Me levem para o hospital que estou passando mal", pediu Sérgio assustado à sua esposa. Mal fez o pedido e começou a "perder os sentidos". Não conseguia mais controlar os braços e pernas. Caiu no chão. A fala estava amolecida. Mais do que depressa a esposa e filho o colocaram dentro do carro e correram para o hospital do qual são conveniados. A viagem durou cerca de dez minutos, mas que pareceu uma eternidade para ele, que não conseguia se mexer. Sentia ondas de calor, abria a janela do carro e sentia frio. Dor forte no peito, lado esquerdo, no coração. Sérgio e a família moram em um bairro não muito afastado do Centro da cidade e o trânsito naquele dia e horário favoreceu a rapidez.
"Você está tendo um infarto", informou o atendente do assim que percebeu os sintomas e o estado de Sérgio. Ao ouvir o diagnóstico tão rápido, ele se assustou. Foi retirado do carro carregado, da mesma forma como entrou la dentro. De cadeira de rodas chegou na emergênia. Recebeu uma injeção e em 15 minutos estava fora de perigo. "Tudo o que eu queria era me livrar daquela dor", comenta. Assim que todas as dores passaram, o que Sérgio queria era voltar para a casa. Porém, ele iria ter que esperar alguns dias para terminar aquele banho que começou.
O infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque do coração, é uma doença do principal órgão de nosso corpo causado pela obstrução das coronárias, ou seja, entupimento de alguma das artérias do coração. De acordo com o cardiologista Francisco Pizol Mazer, hoje médico de Sérgio, 30% dos infartados não resistem à primeira hora. "A demora em levar o infartado para o centro emergencial pode levá-lo à óbito", diz. Os principais fatores de risco são a obesidade, hipertensão, tabagismo, diabetes e colesterol alto.
HÁBITOS
Sérgio fumava, comia muita gordura e vivia estressado por conta do emprego. O sobrevivente do infarto ficou ainda três dias na Unidade de Terapia Intensiva, a temida UTI. O período foi de observação. "Estava com três veias entupidas, uma 98%, outra 95% e a terceira 60%", conta. A situação poderia se repetir, por conta disso foi necessário uma angeoplastia, procedimento utilizado para desobstruir a artéria. Além disso ficou mais três dias em um dos apartamentos do hospital. Voltou para a casa quase uma semana após aquele domingo. Ainda ficou afastado por oito meses do serviço e mudou completamente seus hábitos. Essa é a principal orientação dada pelos cardiologistas para quem passou por um infarto. "Se a pessoa que sair vivo do infarto não mudar o estilo de vida, o segundo ataque pode ser fatal", diz Mazer. Sérgio confirma: "Parei de fumar, beber e comer gordura há um ano e quatro meses, desde que tive o infarto. Se soubesse que era tão boa a vida sem cigarro e bebida, teria parado antes", confessa.
Matéria originalmente publicada no Jornal de Limeira em 30 ago. 2008
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
3º Prêmio Real
É... não será desta vez que vou conhecer a Espanha e estudar por lá. Mas nada de lamentações, novos projetos em mente e idéias vindo a mil por hora.
Só para constar. A grande vencedora do prêmio foi uma jovem jornalista chamada Flora Morena. Fico devendo a faculdade e a cidade por que esperava encontrar a matéria sobre a premiação no Estadão de ontem, terça-feira, mas não foi publicado.
Só para constar. A grande vencedora do prêmio foi uma jovem jornalista chamada Flora Morena. Fico devendo a faculdade e a cidade por que esperava encontrar a matéria sobre a premiação no Estadão de ontem, terça-feira, mas não foi publicado.
Aberje e IABC divulgam pesquisa internacional sobre crise e comunicação
A Aberje e a IABC - International Association of Business Communicators divulgaram na última semana uma pesquisa conjunta sobre crise e comunicação.
O encontro contou com a presença da presidente da entidade internacional, Julie Freeman e da vice-presidente, Lee Anne Snedeker.
A pesquisa foi aplicada com 1442 membros da IABC, sendo 59% dos EUA e 26% do Canadá, durante o período de 29/10 a 12/11 de 2008.
O estudo teve como objetivo saber se os comunicadores estão envolvidos na crise e como isso afeta suas funções.
A maioria dos entrevistados são diretores ou gerentes de corporações.
Questionados sobre o impacto da crise em suas organizações, 24% disseram que não há crise, mas 40% avaliam que o choque é significante, drástico ou considerável.
Consideraram o impacto como moderado 36% dos entrevistados.
Em outro item, 8% têm muito medo de perder seus empregos devido à crise, 34% um pouco e 51% não têm medo algum.
Dentre os que responderam "drástico e considerável" estão aqueles que trabalham em áreas financeiras e os norte-americanos.
Sobre se a crise afeta a motivação e confiança dos funcionários, a resposta de 37% foi que não afeta de maneira nenhuma, enquanto 34% disseram que afeta moderadamente.
Por fim, questionados se suas organizações tinham pedido por um plano de comunicação devido à crise, a maioria respondeu que não (70%).
Font: Jornal da Comunicação Coorporativa
O encontro contou com a presença da presidente da entidade internacional, Julie Freeman e da vice-presidente, Lee Anne Snedeker.
A pesquisa foi aplicada com 1442 membros da IABC, sendo 59% dos EUA e 26% do Canadá, durante o período de 29/10 a 12/11 de 2008.
O estudo teve como objetivo saber se os comunicadores estão envolvidos na crise e como isso afeta suas funções.
A maioria dos entrevistados são diretores ou gerentes de corporações.
Questionados sobre o impacto da crise em suas organizações, 24% disseram que não há crise, mas 40% avaliam que o choque é significante, drástico ou considerável.
Consideraram o impacto como moderado 36% dos entrevistados.
Em outro item, 8% têm muito medo de perder seus empregos devido à crise, 34% um pouco e 51% não têm medo algum.
Dentre os que responderam "drástico e considerável" estão aqueles que trabalham em áreas financeiras e os norte-americanos.
Sobre se a crise afeta a motivação e confiança dos funcionários, a resposta de 37% foi que não afeta de maneira nenhuma, enquanto 34% disseram que afeta moderadamente.
Por fim, questionados se suas organizações tinham pedido por um plano de comunicação devido à crise, a maioria respondeu que não (70%).
Font: Jornal da Comunicação Coorporativa
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Correr?
As vezes a gente fica sem chão, quer sair correndo, mas não pra onde. As horas se tornam tortura e a gente ainda tem que aguentar um minuto atrás do outro...
Olha a natureza...
É nessas horas que vêm à cabeça aquela velha frase, até um clichê: "É a natureza mostrando a sua força". Além de Santa Catarina, outra região que convive com água, porém marítima, também está tendo dias mais molhados. Veneza sofre a maior enchente em mais de 20 anos. Nesta segunda-feira a maré alta invadiu a praça de São Marco e o centro histórico da cidade italiana. As águas chegam a uma altura de 1,60 metros, marca inédita desde dezembro de 1979.
Santa Catarina não via uma enchente como a registrada no mês passado desde 1983. Parece que são eventos como estes que alertam a população e chamam a atenção das autoridades para debate acalorados sobre o tema.
Em 1992, no Rio-92, no Rio de Janeiro, representantes dos principais países se comprometeram com políticas econômicas, sociais e ambientais com base no conceito do desenvolvimento sustentável. Elaborou-se na época a Agenda 21.
O evento ocorreu cerca de dez anos após as duas grandes enchentes de Veneza e Santa Catarina. Não que tenha relação direta alhos com bugalhos, mas assim como o brasileiro só sente uma mudança quando mexe no bolso, as autoridades só se dão a devida atenção para o problema do aquecimento global quando tragédias ocorrem. Isso sem colocar na lista o tsunami em 2004.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
E dá-lhe mangá!
Ainda não tive a oportunidade de comprar um gibi da Turma da Mônica Jovem, mas como adoro mangá, com certeza isso não vai demorar. Apesar de sempre gostar da turma na forma de criança, tudo evolue e o mercado desses desenhos japoneses está crescendo cada vez mais aqui no Brasil, vide os eventos de Cosplay que reúnem milhares de fãs e viciados nos personagens de olhos grandes, traços estilizados e cheios de histórias mágicas e envolventes.
O texto a seguir é do site do criador da turminha que fez parte da minha infância. Até hoje tenho algumas fitas com os desenhos gravados aqui em casa, são quase como relíquias. (risos)
"Há tempos eu tinha vontade de criar esse projeto. E muitos leitores pediam para ver a Turma mais “crescidinha”. Depois de estudar e pesquisar muito para unir o estilo mangá com o do nosso estúdio, fiquei bastante feliz com o resultado. Espero que os leitores também fiquem! As histórias serão em preto-e-branco, como nos mangás, cheias de ação, magia, aventura, humor (é claro) e até pitadas de romance. As principais características dos personagens foram mantidas, mas com algumas mudanças absolutamente necessárias para que Turma da Mônica Jovem repita o sucesso da Turminha. É preciso estar atento aos jovens à nossa volta. E observando nossa juventude e mesclando com elementos dos mangás, temos tudo para não apenas agradar os nossos leitores, mas também para conquistar novos. Os leitores vão se surpreender com os novos visuais dos personagens. Além da Mônica, Magali, Cebolinha e Cascão, aparecem o Franjinha, a Marina e até o Anjinho (espere pra ver como ele ficou). E até um vilão bastante conhecido dará as caras. A idéia, com a Turma da Mônica Jovem, é basicamente ampliar nosso público. E, vale lembrar, as revistas com a Turminha ainda criança continuam saindo todos os meses, pela Panini. Durante um período, vamos sentir a receptividade dos leitores e, com o tempo, pretendemos abordar questões pertinentes à adolescência, como namoros, sexo e até drogas. Mas de uma maneira muito bem estudada. Como se fosse de pai para filho."
Cabeça tranqüila...
Depois de seis meses de monografia e com a cabeça quente por conta do último trabalho para obter o título de bacharel, a expectativa é de que as preocupações vão embora. Muito pelo contrário, é quando estamos livres da faculdade que elas só começam... e isso também tira o sono de qualquer um.
Ao mesmo tempo dessas preocupações, novos planos, novos ares, tudo novo. E vamo que vamo!
Ao mesmo tempo dessas preocupações, novos planos, novos ares, tudo novo. E vamo que vamo!
Trânsito em música
O início deste post não tem nada a ver com o título dele. Neste domingo, no Fantástico, a Regina Casé no quadro Central da Periferia comentou que uma tecnologia ou outro conceito se torna conhecimento de todos quando vira música. A matéria fala sobre os pagodes e funks que falam sobre MSN e Orkut. No início da matéria, ela cita como primeiro exemplo desse "fenômeno" da tecnologia na música um samba que falava sobre telefone e tudo o mais até chegar nos funks ao entrevistar grupos 'famosos'.
Só para comentar. POis o trânsito não é uma tecnologia, como usou de exemplo Regina, mas serve de tema para música. O caos de hoje em dia nas ruas tanto entre pedestres quanto motoristas - juntando todos é pior ainda -, é tema de mais uma música de Lenine que vou reproduzir um trecho aqui. Após a apresentação do meu trabalho, quando o músico a quem solicitei uma trilha para a abertura usou Lenine, comecei a descobrir esse músico que diz que faz músicas que agrega "manifestações musicais brasileiras e de outros cantos do mundo. Sons que não se encaixam em um único gênero e desconhecem limites" ,como diz em seu site pessoal (www.lenine.com.br).
Essa música também vale a pena ser reproduzida.
Rua da Passagem (Trânsito)
Os curiosos atrapalham o trânsito
Gentileza é fundamental
Não adianta esquentar a cabeça
Não precisa avançar no sinal
Dando seta pra mudar de pista
Ou pra entrar na transversal
Pisca alerta pra encostar na guia
Pára brisa para o temporal
Já buzinou, espere, não insista,
Desencoste o seu do meu metal
Devagar pra contemplar a vista
Menos peso do pé no pedal
Não se deve atropelar um cachorro
Nem qualquer outro animal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Motoqueiro caminhão pedestre
Carro importado carro nacional
Mas tem que dirigir direito
Para não congestionar o local
Tanto faz você chegar primeiro
O primeiro foi seu ancestral
É melhor você chegar inteiro
Com seu venoso e seu arterial
A cidade é tanto do mendigo
Quanto do policial
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Travesti trabalhador turista
Solitário família casal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Sem ter medo de andar na rua
Porque a rua é o seu quintal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Boa noite, tudo bem, bom dia,
Gentileza é fundamental
Pisca alerta pra encostar na guia
Com licença, obrigado, até logo, tiau.
Só para comentar. POis o trânsito não é uma tecnologia, como usou de exemplo Regina, mas serve de tema para música. O caos de hoje em dia nas ruas tanto entre pedestres quanto motoristas - juntando todos é pior ainda -, é tema de mais uma música de Lenine que vou reproduzir um trecho aqui. Após a apresentação do meu trabalho, quando o músico a quem solicitei uma trilha para a abertura usou Lenine, comecei a descobrir esse músico que diz que faz músicas que agrega "manifestações musicais brasileiras e de outros cantos do mundo. Sons que não se encaixam em um único gênero e desconhecem limites" ,como diz em seu site pessoal (www.lenine.com.br).
Essa música também vale a pena ser reproduzida.
Rua da Passagem (Trânsito)
Os curiosos atrapalham o trânsito
Gentileza é fundamental
Não adianta esquentar a cabeça
Não precisa avançar no sinal
Dando seta pra mudar de pista
Ou pra entrar na transversal
Pisca alerta pra encostar na guia
Pára brisa para o temporal
Já buzinou, espere, não insista,
Desencoste o seu do meu metal
Devagar pra contemplar a vista
Menos peso do pé no pedal
Não se deve atropelar um cachorro
Nem qualquer outro animal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Motoqueiro caminhão pedestre
Carro importado carro nacional
Mas tem que dirigir direito
Para não congestionar o local
Tanto faz você chegar primeiro
O primeiro foi seu ancestral
É melhor você chegar inteiro
Com seu venoso e seu arterial
A cidade é tanto do mendigo
Quanto do policial
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Travesti trabalhador turista
Solitário família casal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Sem ter medo de andar na rua
Porque a rua é o seu quintal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Boa noite, tudo bem, bom dia,
Gentileza é fundamental
Pisca alerta pra encostar na guia
Com licença, obrigado, até logo, tiau.
E viva o código de Hamurabi
Li agora há pouco uma notícia um tanto quanto interessante na BBC Brasil. No Irã, um homem foi condenado a ser cegado com ácido por ter feito a mesma coisa com uma mulher após ela ter se negado a casar com ele. Acho que não seria necessária nenhuma explicação do porquê que ela fez tal recusa. Imagine se aceitasse, no primeiro não que disesse ao marido, produtos piores que ácido poderiam ser usados...
Ironia a parte, como ficaria o Brasil se o Código Penal brasileiro desse as mesmas sentenças que o iraniano? É o olho por olho, dente por dente! Seria bem interessante! (risos)
Ironia a parte, como ficaria o Brasil se o Código Penal brasileiro desse as mesmas sentenças que o iraniano? É o olho por olho, dente por dente! Seria bem interessante! (risos)
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