O prefeito de Limeira, Silvio Félix, é oportunista. Uma daquelas pessoas que aproveita brechas para se sair bem na história ou tentar maquiar assuntos ruins com outros de importância irrelevante.
Recentemente um fantasma foi descoberto em sua administração. Conforme foi relatado em um post anterior, fiz algumas perguntas para a Assessoria de Comunicações da prefeitura e até hoje não foram respondidas. O mesmo aconteceu com um outro assunto: o sumiço dos quadros do Museu Histórico e Pedagógico "Major José Levy Sobrinho".
Um inquérito foi aberto pelo Ministério Público de Limeira para apurar esse tal sumiço. No dia 30 de junho enviei um pedido para a assessoria para poder consultar o arquivo do museu e ver os treze quadros desaparecidos. Em uma das ligações que fiz para o setor, iniciei a conversa comentando sobre os quadros que foram "roubados". logo fui corrigido: "Os quadros não foram roubados Alex, eles estão desaparecidos". Se os quadros foram tirados ilegalmente do lugar e ninguém sabe do paradeiro das obras, isso configura o quê?
Deixando de lado a questão do termo utilizado na conversa, a Assessoria de Comunicações está ficando hábil em enrolar jornalistas. Com respostas de duas linhas ou então envio de releases que pouco respondem as perguntas, o departamento tenta fazer o jornalista esquecer da pauta que está apurando ou ganhar tempo para maquiar situações e deixar tudo bem com todos.
Desde o dia 30 aguardo uma autorização para conseguir ir até o museu e verificar quais informações que há no arquivo do local para poder divulgá-las. Dados como quando os quadros foram feitos, quando foram incorporados ao acervo do museu, porque teriam SUMIDO e outras perguntas seguem absolutamente sem resposta. E se apertar muito a prefeitura ainda dirá que o MP está apurando o caso e por conta disso eles não irão falar nada.
É mais uma das escapadas, uma estratégia na qual a assessoria e o governo de Félix é mestre. Voltando ao comandante desse carro, recentemente surgiu outra pauta na redação, uma até positiva que envolve tecnologia. Enviei algumas perguntas para a Assessoria e no final do dia veio uma mensagem toda cordial perguntando se elas poderiam ser respondidas na manhã do dia seguinte. Claro, porque não... Dito e feito, as respostas vieram todas no corpo de e-mail logo após cada pergunta. Nenhuma delas ficou em branco. E o melhor, o prefeito ainda queria discutí-las por telefone.
O assessor de comunicação, Ricardo Wollmer, ainda ligou na redação e perguntou qual seria um horário ideal para o prefeito dar a entrevista. comuniquei que no começo da tarde talvez seria interessante, mas que iria confirmar o horário certo. Por conta de todas as tarefas do dia, acabei não retornando a ligação, mas isso não foi problema para Félix. Do seu gabinete, o prefeito pediu para Wollmer ligar no Jornal de Limeira para que o excelentíssimo se pronunciasse. Isso foi no final da tarde desta quinta-feira, no meio do fechamento de dois cadernos semanais e a página de Variedades.
Muito educado o prefeito respondeu todas as perguntas que eu tinha para fazer sobre o assunto. Conversou normalmente, deu risada, ressaltou a importância da tecnologia para o assunto tratado. As perguntas, de certa forma eram inúteis. Tudo o que precisava já tinha sido respondido no e-mail enviado pela assessoria. A política da boa vizinhança não colava no momento. Meu chefe precisou conversar com o prefeito sobre outro assunto importante do dia e na hora que a ligação voltou pra mim, o que aconteceu? Ligação encerrada! Bem na hora que já tinha ultrapassado o meio de campo e iria chegar no ataque e tirar as dúvidas quanto tal funcionários fantasma!
Uma escapada de mestre. Quando eu resolver ser político vou querer ter aulas de defesa das forças da imprensa com Félix! Quando lhe convém ele não perde a oportunidade, mas sabe fugir da raia como ninguém.
Enquanto isso... ainda aguardo as respostas sobre os funcionários fantasmas e a autorização para ver o arquivo do museu... vamos esperar né, até porque se eu invadir o prédio acabo ganhando mais um boletim de ocorrência por invasão e violação de mais alguma coisa...
Um comentário:
É, Alex, é... Como dizia Shakespeare, há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que sonha sua vã filosofia...
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