domingo, 3 de maio de 2009

Matéria de um velório....

"Morreu uma família inteira em Limeira, vai até o velório e veja o que você consegue apurar", foi mais ou menos essa a pauta desse último sábado, dia 2. Recebi ela logo que cheguei na redação, às 10h. Velório? Lugarzinho complicado para se abordar fontes. A apuração da matéria é sempre a mesma, mas o trato com a fonte torna a captação das informações um trabalho mais delicado que os comuns.

Logo quando cheguei ao velório, nesse sábado, vi no mínimo 20 corôas de flores nos corredores do local. Já haviam me advertido que a família era conhecida na cidade. Além das homenagens prestadas pelo banco onde a falecida trabalhava e o grupo ao qual o contador pertencia, muito choro e longos suspiros - o que também não seria novidade. Velório é sinônimo de choro, mas aquele ali passou alguns limites dada ao grau da tragédia que levou embora mãe, filha e neta. (veja detalhes na matéria abaixo)

As amigas da bancária eram as que mais choravam. Provavelmente inconformadas com uma perda tão trágica. Na sala onde os corpos estavam sendo velados era visível o motivo de tantas lágrimas. Nunca tinha visto um caixão tão pequeno e branco. A pureza da pequena que também morreu no acidente expressa na cor do seu último leito. Não tive coragem de chegar muito perto dos dois caixões, só um metro (é perto, mas não vi o rosto de nenhuma delas). Familiares e amigas passavam a mão e abraçavam as duas por cima do véu. Sem dúvida algum queriam elas de volta, sorrindo como estavam nas fotos que colocaram em um bânner em uma das paredes. As fotos lembravam os últimos flashes de mãe e filha.

É... apurar não é complicado, o difícil é você segurar os nervos numa situação tão complicada e ainda ter de conversar com o viúvo ou qualquer outro parente que está ali, do lado de quem amava. A vontade de chorar veio até o coração, principalmente ao ver os abraços das amigas e a despedida dos parentes no caixão.

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