segunda-feira, 25 de maio de 2009

Jovens e diversão

O editorial de hoje do Jornal de Limeira, assim como o próprio texto define, trata de um assunto já velho para os jovens da cidade, mas que entrou para a pauta de discussões políticas só agora. As opções de entretenimento para quem quer ter uma vida social e noturna ativa em Limeira são escassas.

Se já não bastasse as poucas iniciativas de empresários da cidade, o Ministério Público (MP) ainda agiu coibindo algumas festas que eram tradicionais de Limeira. Por aqui eram comuns, e muito esperados, os bailes do Havai de clubes particulares, shows de pessoas e bandas famosas e outras festas que utilizavam os ginásios e salões desses lugares como palco para bandas que atraíam centenas de pessoas a procura de diversão.

Por problemas com som alto, determinações do MP atenderam às reclamações de moradores vizinhos e simplesmente proibiram as festas. As opções, nesse momento, já caíram, e muito.

Se não bastasse as festas em clubes, uma das boates locais também foi alvo de reclamações da população, e consequentemente do MP, e passou um tempo fechada. Já não era grande coisa, mas atraía algumas pessoas. Bares mais refinados geralmente são caros e seletivos. Já os populares são alvos também de reclamações de idosos e outras pessoas que não conseguem passar pela calçada em frente aos estabelecimentos.

Entrevistei, ontem, a proprietária de um trailer de lanches. A dona Maurisa Aparecida Antunes fez uma declaração que encaixa perfeitamente nas palavras do editorial. "Tenho vergonha de dizer que moro em Limeira, porque aqui não tem nada para se fazer de entretenimento."

Trabalhando há cinco anos vendendo lanches próximo a um dos clubes da cidade, Maurisa disse que ela também foi alvo de reclamações de moradores. Os vizinhos da praça onde tinha seu trailer instalado reclamaram do barulho que seu estabelecimento atraia. Quem agiu? MP! Teve que se mudar. Só com isso o movimento caiu porque a praça atraía famílias, além dos jovens.

Se tratando deste último público então, a autônoma comenta que os fechamentos de bailes e da boate diminuíram cerca de 70% do seu movimento no seu trailer. "Muitas pessoas que vem comer lanches comigo dizem que estão vindo de Araras e de Piracicaba, poucas sairam em Limeira", diz.

Não faço aqui minhas críticas diretamente para o MP. É sua função defender a população. O problema está justamente em pessoas infelizes que fazem questão de dormirem em um silêncio absoluto e que se dane quem quer se divertir. Lógico que diversão tem limites, som tem altura máxima, mas mesmo quando tudo está nos conformes, alguém há de não gostar.

É difícil agradar a gregos e troianos? Só nos sobra Piracicaba, Campinas, Americana e até Iracemápolis... lá a festa do Havai do Creci ainda existe.

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