domingo, 3 de maio de 2009

Acidente em pista mata família de Limeira

Filha, mãe e avó morreram após choque a caminho de MG
3 de maio de 2009

Uma tragédia no trânsito separou, para sempre, um casal de bancária e contador, e a filha de dois anos. Elisabeth Matie Ogawa Bobice, 29 anos - esposa do contador Pablo Bobice, 30 -, e a filha Clara Sayuri Ogawa Bobice, de apenas 2 anos, morreram, anteontem, em um acidente de carro entre Santo Antônio do Jardim (São Paulo) e Andradas - cidade do sul de Minas Gerais.

A mãe de Elisabeth, a empresária Albina Teles Ogawa, de Pirassununga, também faleceu no mesmo acidente. Motorista supostamente alcoolizado pode ter provocado o acidente. Inquérito policial está apurando.

A família estava indo para um encontro de motos no estado mineiro quando o motorista de um veículo Gol perdeu o controle no sentido contrário, bateu em dois carros que iam na direção de Minas Gerais, capotou e colidiu com o carro da bancária. Duas mulheres que estavam em outro veículo também morreram.

ÚLTIMA VIAGEM
A família de Limeira seguia para São Lourenço (MG) no carro que servia de apoio para um grupo de motociclistas. O contador Pablo Bobice estava num trecho à frente do veículo, conduzindo uma das quatro motos do grupo. Ele conta que estava parado em um posto policial na Rodovia SP-346 quando um veículo passou informando que um acidente grave havia ocorrido quilômetros atrás.

"Minha mulher estava demorando para chegar com o carro, por isso paramos. Quando o carro passou falando do acidente pensei que ela tinha parado para ajudar", comenta. Quando o contador chegou ao local percebeu que sua família havia sido a vítima da fatalidade.

O acidente foi causado por um Gol que perdeu o controle em uma das curvas da estrada. Após bater em dois carros que iam em direção a Minas, o veículo capotou e bateu no carro de Elisabeth. Ela e a mãe morreram na hora. A criança sobreviveu, foi levada a um hospital de Andradas, mas não resistiu.

Além da família de Limeira, outras duas mulheres também faleceram. A médica Lúcia Mocho Rossati, de Pirassununga, e a motorista e proprietária do veículo Elisângela Tristão Maguliano, de Espírito Santo do Pinhal, foram as outras vítimas.

INQUÉRITO
O caso foi registrado em Espírito Santo do Pinhal. O delegado Sérgio Ferreira do Carmo está apurando o caso e solicitou um laudo de necropsia para verificar se o motorista do Gol estava alcoolizado ou não. Bobice disse - após conversas com policiais que estiveram no local - que um deles havia comentado que foi encontrada bebida alcoólica no carro que provocou o acidente.

O delegado ficou de plantão entre sexta-feira e sábado. O Jornal não conseguiu conversar com ele, mas funcionários da delegacia informaram que Carmo abriu um inquérito policial para apurar o caso. O laudo deve ficar pronto dentro de 30 dias.

Forte, contador não conteve as lágrimas no momento final

"Deus sabe o que faz", dizia com uma voz triste o contador Pablo Bobice a quem o cumprimentava ontem. O enterro de Elisabeth e da filha do casal, Clara, foi realizado no Cemitério das Saudades, às 13h sob forte clima de comoção.

Familiares, amigos da bancária, clientes do contador e companheiros do clube Rotary de Limeira estiveram no local prestando as últimas homenagens às vítimas e consolando Bobice. A mãe de Elisabeth foi sepultada em Pirassununga, às 15h.

No Velório Municipal, em Limeira, 30 coroas de flores encheram um dos corredores externos. Quem passava pela rua, não deixava de observar e comentar. Os corpos chegaram em Limeira na sexta-feira, às 21h15. O velório começou por volta das 0h30.

CHORO

Amigas da bancária, que residem em Pirassununga, não conseguiram segurar o choro ao abraçar o contador. Abraços apertados, muitas lágrimas seguidas de soluços e palavras de consolo. As cenas mais marcantes eram os abraços que familiares e amigos davam no corpo das duas dentro dos caixões.

Olhares serenos para Clara em seu caixão branco. Dividindo o espaço com as corôas de flores, dois cartazes traziam as últimas fotos feitas pela fotógrafa Inez Miranda. A bancária e sua filha, em abraços e sorrisos, deixavam uma lembrança de amor para familiares e amigos.

Pablo se manteve equilibrado durante todo o velório na parte da manhã. Na hora da última oração, antes de fechar o caixão, ele não se conteve e chorou.

VIAGENS

O contador contou que ele e a família estavam acostumados a fazer esse tipo de viagem. Ele, que faz parte do motoclube Jabuti do Asfalto, costumava viajar com a mulher e a filha para outros encontros. Este último estava todo acertado. Hotéis já estavam até reservados. "Agora será só um dia após o outro", diz.

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