Finalmente alguém reconheceu o que as empresas insistiam em negar: o efeito negativo das propagandas de bebidas! Há um no se discutia as restrições das propagandas de bebidas alcoólicas. Nessa época muitas empresas do ramo, em especial cervejarias, vieram a público através de suas próprias propagandas para defenderem seu pão. Disseram que a propaganda não induz o consumo e toda aquela conversa para animal bovino dormir.
No Estadão de hoje uma boa notícia. O Ministério Público Federal em São José dos Campos protocolou ontem uma ação civil pública contra as três principais cervejarias do Brasil. O procurador Fernando Lacerda Dias exige que as três paguem o valor do título desse post, que serão revertidos para fundação que trata de alcoólicos, à União e ao INSS.
Segundo o repórter Rodrigo Brancatelli, autor da matéria, o promotor teve como base para essa ação uma pesquisa de um ano. Foram feitos levantamentos dos gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) e do INSS com despesas que envolvem acidentados, vítimas ou causados, alcólatras, além de pagamentos de benefícios previdenciários por contas desses tipo de acidentes.
Até que enfim alguém trouxe um dado concreto. Na matéria o promotor defende: "Há uma pesquisa bancada pela Organização Mundial da Saúde que mostra que a publicidade induz um aumento de 11% no consumo global de bebidas alcoólicas, até mesmo acarretando a iniciação precoce ao consumo."
Defensores das empresas, como o presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), claro, não querem perder os investimentos valiosíssimos do setor. Procurado pela reportagem do jornal, Dalton Pastores, o tal presidente disse: " O que se espera de uma empresa: que trabalhe para vender menos? Que faça ações de marketing para perder dinheiro?" UM ABSURDO! É por conta de pensamentos como esse, extremamente capitalistas, que só pensam no lucro exorbitante das empresas e o povo que se vire na hora de se cuidar é que o Brasil está onde está.
O comentário do presidente dessa associação se deve ao fato de na ação do promotor ainda constar a exigência de investimentos em propaganda com programas de prevenção e tratamento de dependentes. O Estadão ainda traz uma discussão nas páginas seguintes sobre o caso. COmo manda o bom jornalismo, ouvir os dois lados é sempre essencial. Na página C3 (a matéria é do caderno Cidades) uma psicóloga da Unifesp defende a ação. Na C4, porpém, publicitários dizem que consumidor não é bobo.
Cada um vai querer defender seu peixe. É provável que a Justiça não acate a ação e esse valor não saia do papel, mas que foi um bom começo foi. Sei que é difícil um elogio chegar até uma autoridade como esse promotor, mas é de pessoas como ele que precisamos. Alguém que olhe pelo povo, além dos lucros. Estou torcendo para que essa seja uma das primeiras multas acatadas pela justiça, que venham mais. Afinal, é como se vender um droga para crianças. Será que o consumidor tem mesmo um nível de maturidade grande o suficiente para não ser influenciado pelas propagandas? Meio complicado isso...
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