segunda-feira, 7 de junho de 2010

90% das adolescentes entre 10 e 14 anos já usaram pulseiras do sexo


Maioria diz não saber o significado dos objetos, aponta estudo da Secretaria de Estado da Saúde

Estudo inédito realizado pela Secretaria de Estado da Saúde na Casa do Adolescente de Heliópolis aponta que 90% das adolescentes entre 10 e 14 anos já usaram as chamadas “pulseirinhas do sexo”. Entre os meninos nessa faixa etária, 54,8% já usaram.
Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, 38% das meninas e apenas 8,5% dos meninos disseram que usam ou já usaram as pulseiras. Já entre os jovens de 20 a 24 anos ninguém usou entre os meninos e somente 1% das meninas já usaram o objeto.

A pesquisa ouviu 174 adolescentes e jovens entre 10 e 24 anos de idade entre os meses de abril e maio deste ano. Desse total, apenas 5,7% nunca tinham ouvido falar das pulseiras, e 54,2% disseram já as terem usado pelo menos uma vez. Entretanto, 89% dos que já utilizaram as pulseiras informaram que deixaram de usá-las, geralmente após saber o significado ou em razão das confusões e equívocos em torno das pulseiras.

Embora a maioria já tenha usado as pulseiras, 61,6% dos adolescentes entrevistados informaram não saber o significado das cores, e 37,8% disseram conhecer apenas o significado de algumas delas. Entre as pessoas ouvidas na pesquisa, a maioria, 71,3%, acredita que o uso das pulseiras seja perigoso, mas 51,2% não concordam que existam pessoas que interpretem as pulseiras de forma maliciosa.

O estudo revelou, ainda, que 84% dos entrevistados conhecem amigos e amigas que usam ou já usaram as pulseiras. Sete dos 174 entrevistados conhecem quem sofreu violência por ter usado a pulseira, incluindo uma morte.

Para Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente da Secretaria, o fato de muitos adolescentes estarem usando as pulseiras é fruto direto das experimentações nesta fase da vida, além da necessidade de auto-afirmação e de ser aceito no grupo. Ela alerta, no entanto, que esta moda pode representar uma nova “ditadura do sexo”, que codifica a mulher e fortalece o homem.

“Na esfera pública, o caminho novamente passa pelo aprofundamento de políticas, nas áreas de educação, assistência social e saúde, que dêem poder de voz às adolescentes e que trabalhem as inseguranças, emoções e medos”, afirma Albertina.

Fonte: Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo
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Aí está um assunto curioso, não é? Quem diria que usar umas simples pulseiras de plástico com conotações sexuais trariam até a "morte" de uma pessoa - segundo informações do release divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado. Quando ouço falar desse assunto lembro de duas coisas interessante. A primeira era de quando eu era criança e pré-adolescentes. Essas pulseiras e demais adornos sempre estiveram presentes entre grupos de jovens. Na minha época existia uma pulseirinha de metal enrolado, parecia uma mola. Também tinham alguns adereços coloridos, mas tudo era usado de forma natural.

Quando era professor de dança, minhas aluninhas de oito a dez anos também usavam naturalmente e sem nenhuma conotação sexual essas pulseirinhas a que se refere o release e as diversas matérias publicadas em jornais e na internet. E o mais engraçado é que elas colecionavam e enchiam os bracinhos com essas pulseiras. Será que a fase de transformações chegou mais cedo para elas e os hormônios estavam borbulhando tanto a ponto de o desejo ser expresso em inúmeras pulseiras? Me poupe né...

Fico curioso para saber de onde surgiu esses significados tão absurdos que relaciona desejos sexuais e cores de adereços. Poderia ter alguma relação com aquelas festas do semáforo? Já ouviram falar delas? Lembro que há alguns anos clubes e boates faziam festas nas quais os participantes usavam camisetas ou colavam cromos verdes, amarelos ou vermelhos, indicando que estavam livres, de boa ou compromissados, respectivamente.

Sinceramente acho ridículo vincular esses acessórios da moda com mensagens sexuais. Se continuar assim não vou poder sair com uma camiseta ou com alguma outra peça do meu vestiário e serei abordado por algum tarado ou tarada que enxerga sexo onde só há uma necessidade básica de se vestir ou de acessorizar o visual...

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