Daqui a 30 anos... você já pensou o que estará fazendo em um prazo tão longo? Afinal, três décadas é quase metade de uma vida e dado às atuais circunstâncias, é bom começar a pensar num futuro longínquo.
O site da revista Exame divulgou nesta segunda-feira, 27, uma reportagem bem interessante sobre a divulgação de dados preliminares do Censo 2010. O título é "Brasil será um país 'adulto e maduro' em 30 anos". As estatísticas iniciais e a previsão que deu importância à notícia foram divulgadas pelo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Pereira Nunes.
De acordo com informações oficiais, a pirâmide etária da população brasileira está se alterando. Essa "pirâmide etária" a que tanto a revista como o próprio site do IBGE se referem, é um gráfico que mostra a população brasileira dividida em faixas etárias específicas, como esta abaixo apresentada nesta segunda-feira durante a divulgação dos dados preliminares.
Fonte: IBGE/2010
Até agora 80% da população foi recenseada. O término do trabalho está previsto para o final de outubro. Como mostra o IBGE, o número de crianças e pessoas com menos de 35 anos diminuiu desde o último censo feito no ano 2000. "Em 2000, as crianças de até quatro anos de idade representavam 9,64% da população brasileira, hoje são 7,17%. As de cinco a nove eram 9,74%, percentual que caiu para 7,79%. A população com até 24 anos somava 49,68% dos brasileiros há dez anos, hoje constituem 41,95%".
Essas informações mostram que a base daquela pirâmide etária está ficando mais fina, enquanto que as faixas das pessoas com mais de 35 anos, em especial os idosos, está aumentando. Apesar de ser otimista pensar que a expectativa de vida está aumentando em nosso país (hoje é de 73,1 anos), o envelhecimento da população pode representar um certo problema no futuro.
Para exemplificar este problema, basta analisar como está a situação dos países europeus. Alguns chegam a pagar para que casais tenham filhos, tendo em vista que a taxa de natalidade lá diminuiu muito. Na contramão, a França, por exemplo, quer aumentar a idade mínima para a aposentadoria de 60 para 62 anos e a discussão gerou protestos no país no último dia 23 de setembro. Além do país de Nicolas Sarkozy, Espanha, Itália, Grécia, Estados Unidos e Japão também estão alterando a idade mínima para pedir o benefício.
De forma geral, o envelhecimento da população é um fenômeno provocado pela melhora na qualidade de vida. Mais vacinas, tratamentos eficientes e infraestrutura adequada nas cidades, por exemplo, fazem com que as pessoas vivam mais e morram menos antes da terceira idade, diferente do que era há séculos atrás. Junto desses avanços, um outro ponto tão importante quanto: a mulher ganhou o mercado de trabalho e ser mãe não é mais a prioridade para muitas - isso diminui cada vez mais a taxa de natalidade.
Tendo toda essa situação como pano de fundo, o problema que um envelhecimento da população pode acarretar é danos no sistema previdenciário. Com o passar dos anos, o número de jovens tende a diminuir. Isso significa menos mão-de-obra sendo reposta no mercado de trabalho e consequentemente mais pessoas se aposentando. Se não bastasse a aposentadoria de um grande número de pessoas, esses aposentados do futuro vão viver mais, afinal a medicina não para de avançar, sendo assim o governo terá que ter mais dinheiro para sustentar essa grande massa. E ai? Problema?
Nestas horas que vale a pena pensar em garantir aquele famoso "pé de meia" para quando a idade chegar, afinal depender do governo hoje já é difícil... espero que o otimismo de um país melhor se concretize, senão vamos ter problemas quando a bengala se fizer necessária.
100 anos
Um dado curioso que o Censo trouxe é o de que o número de pessoas com mais de 100 anos está aumentando no país. "Por outro lado, se ao concluir o Censo 2000 foram encontrados cerca de 24,5 mil brasileiros com mais de 100 anos, agora, com o trabalho ainda em andamento, os registros já contabilizam mais de 17 mil", informa o Instituto. Isso fica visível na pirâmide etária apresentada pelo IBGE quando comparamos os pontos mais altos de 2000 e 2010 da estatística.
Fonte: IBGE
“A queda da taxa de fecundidade e da mortalidade infantil, aliadas à maior expectativa de vida da população, explicam essa mudança do padrão demográfico”, afirmou o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, durante a divulgação do terceiro balanço da coleta de dados do Censo 2010.
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