terça-feira, 28 de setembro de 2010

Depois do jornalismo literário, jornalismo em HQ


Quando a gente para e pensa que a profissão não cria mais nenhuma novidade, eis que alguém se destaca com uma nova forma de fazer jornalismo. A cena acima é do jornalista e cartunista Joe Sacco, do HQ "Notas Sobre Gaza". O quadrinho foi tema de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo do último domingo. Há uma entrevista muito legal com o autor no blog da jornlaista Raquel Cozer (vejam aqui).

Como a entrevista é um pouco grande, vou copiar dois trechos pequenos, mas vale muito a pena ler sobre o jornalista e sobre os acontecimentos da Faixa de Gaza que Sacco relata com sua arte autodidata. Ele demorou sete anos entre pesquisa e produção desses quadrinhos e, segundo as informações do blog de Cortez, o HQ deve chegar nas livrarias ainda este mês pela Quadrinhos na Cia.

Vejam dois trechos que são interessantes para ver a produção deste novo tipo de jornalismo e também para entender o que se passa no HQ:

No livro, vários palestinos dizem que o que aconteceu em 1956 não era importante. Por que tinha tanta certeza de que era?
Os massacres em si eram importantes. Na história do conflito entre palestinos e israelenses, os dois incidentes estão entre os maiores com morte de civis. O de Khan Younis teve o maior número de mortes de civis num único dia em solo palestino. Se os sobreviventes estavam vivos, por que não falar com eles em vez de apenas confiar nos poucos parágrafos do relatório da ONU, que não esclarecem o que houve? Mas ainda há outro lado. Os incidentes fazem parte de um continuum de ataques. As pessoas mais novas, especialmente, perguntavam: “Por que quer saber dessas histórias velhas com tudo o que está acontecendo?” O ponto é que, como jovem no Oriente Médio, você não digere o que aconteceu porque há sempre algo novo sendo enfiado goela abaixo. É triste alguém pensar que não vale a pena olhar para trás.
Mas, entre os mais velhos, havia interesse em falar das guerras de 1948 e 1967.
Sim, isso é verdade. Também acontecia de eles confundirem períodos. Houve tanta coisa difícil na história deles que às vezes eles não sabiam mais dizer o que aconteceu e quando.
Como foi o trabalho de filtrar depoimentos contraditórios?
Bem, você tem que olhar para as lembranças de pessoas sobre o que aconteceu há 50 anos com… não diria ceticismo, mas é preciso olhar de perto para dizer o quanto é de fato verdadeiro, o quanto do que outras pessoas disseram a elas passa a fazer parte das memórias delas também. Não é que não confiasse nelas, mas fiz questão de mostrar em Notas Sobre Gaza essas contradições nos depoimentos para que o leitor conhecesse um problema que enfrentei. O que importa é que o arco da história é real. Algumas pessoas se confundiram, outras disseram coisas que não encaixam na história, mas o arco é real.


[...]

Esse cenário conflituoso você já tinha retratado em Palestina¹. Como começou a se interessar por aquela região?
Quando estava no colégio, eu associava palestinos com terrorismo porque toda vez que ouvia falar neles tinha a ver com bombas ou ameaças. Então fui estudar jornalismo, e, quando comecei a entender o que acontecia no Oriente Médio, me dei conta: os americanos sempre se colocaram como os grandes expoentes do jornalismo, mas nunca me contaram direito o que está acontecendo. Eu me senti traído pela minha profissão. Então, nos anos 80, quis tirar essa história a limpo. Não estava certo do que veria, mas achei que podia retratar minhas experiências na Palestina.
E foi daí que veio a ideia de fazer jornalismo em quadrinhos?
Bem, Palestina foi o primeiro exemplo disso. Não estava pensando em criar uma nova… forma de arte ou seja o que for. Não foi uma decisão consciente, foi meio orgânico. Pensei: vou viver essas experiências, falar com as pessoas, anotar e colocar isso junto. É claro, eu tinha o background jornalístico e isso teve impacto no formato que a coisa tomou, mas só depois comecei a pensar mais claramente no que estava fazendo. Foi na história sobre a Bósnia (Gorazde) que comecei a pensar conscientemente em jornalismo em quadrinhos.

¹ "Palestina" é o nome do primeiro quadrinho que une jornalismo e desenho e que ganhou o prêmio American Book Award em 1996

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O Brasil daqui a 30 anos...



Daqui a 30 anos... você já pensou o que estará fazendo em um prazo tão longo? Afinal, três décadas é quase metade de uma vida e dado às atuais circunstâncias, é bom começar a pensar num futuro longínquo.

O site da revista Exame divulgou nesta segunda-feira, 27, uma reportagem bem interessante sobre a divulgação de dados preliminares do Censo 2010. O título é "Brasil será um país 'adulto e maduro' em 30 anos". As estatísticas iniciais e a previsão que deu importância à notícia foram divulgadas pelo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Pereira Nunes.

De acordo com informações oficiais, a pirâmide etária da população brasileira está se alterando. Essa "pirâmide etária" a que tanto a revista como o próprio site do IBGE se referem, é um gráfico que mostra a população brasileira dividida em faixas etárias específicas, como esta abaixo apresentada nesta segunda-feira durante a divulgação dos dados preliminares.

Fonte: IBGE/2010

Até agora 80% da população foi recenseada. O término do trabalho está previsto para o final de outubro. Como mostra o IBGE, o número de crianças e pessoas com menos de 35 anos diminuiu desde o último censo feito no ano 2000. "Em 2000, as crianças de até quatro anos de idade representavam 9,64% da população brasileira, hoje são 7,17%. As de cinco a nove eram 9,74%, percentual que caiu para 7,79%. A população com até 24 anos somava 49,68% dos brasileiros há dez anos, hoje constituem 41,95%".

Essas informações mostram que a base daquela pirâmide etária está ficando mais fina, enquanto que as faixas das pessoas com mais de 35 anos, em especial os idosos, está aumentando. Apesar de ser otimista pensar que a expectativa de vida está aumentando em nosso país (hoje é de 73,1 anos), o envelhecimento da população pode representar um certo problema no futuro.

Para exemplificar este problema, basta analisar como está a situação dos países europeus. Alguns chegam a pagar para que casais tenham filhos, tendo em vista que a taxa de natalidade lá diminuiu muito. Na contramão, a França, por exemplo, quer aumentar a idade mínima para a aposentadoria de 60 para 62 anos e a discussão gerou protestos no país no último dia 23 de setembro. Além do país de Nicolas Sarkozy, Espanha, Itália, Grécia, Estados Unidos e Japão também estão alterando a idade mínima para pedir o benefício.

De forma geral, o envelhecimento da população é um fenômeno provocado pela melhora na qualidade de vida. Mais vacinas, tratamentos eficientes e infraestrutura adequada nas cidades, por exemplo, fazem com que as pessoas vivam mais e morram menos antes da terceira idade, diferente do que era há séculos atrás. Junto desses avanços, um outro ponto tão importante quanto: a mulher ganhou o mercado de trabalho e ser mãe não é mais a prioridade para muitas - isso diminui cada vez mais a taxa de natalidade.

Tendo toda essa situação como pano de fundo, o problema que um envelhecimento da população pode acarretar é danos no sistema previdenciário. Com o passar dos anos, o número de jovens tende a diminuir. Isso significa menos mão-de-obra sendo reposta no mercado de trabalho e consequentemente mais pessoas se aposentando. Se não bastasse a aposentadoria de um grande número de pessoas, esses aposentados do futuro vão viver mais, afinal a medicina não para de avançar, sendo assim o governo terá que ter mais dinheiro para sustentar essa grande massa. E ai? Problema?

Nestas horas que vale a pena pensar em garantir aquele famoso "pé de meia" para quando a idade chegar, afinal depender do governo hoje já é difícil... espero que o otimismo de um país melhor se concretize, senão vamos ter problemas quando a bengala se fizer necessária.

100 anos



Um dado curioso que o Censo trouxe é o de que o número de pessoas com mais de 100 anos está aumentando no país. "Por outro lado, se ao concluir o Censo 2000 foram encontrados cerca de 24,5 mil brasileiros com mais de 100 anos, agora, com o trabalho ainda em andamento, os registros já contabilizam mais de 17 mil", informa o Instituto. Isso fica visível na pirâmide etária apresentada pelo IBGE quando comparamos os pontos mais altos de 2000 e 2010 da estatística.



Fonte: IBGE

“A queda da taxa de fecundidade e da mortalidade infantil, aliadas à maior expectativa de vida da população, explicam essa mudança do padrão demográfico”, afirmou o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, durante a divulgação do terceiro balanço da coleta de dados do Censo 2010.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"Cartas a um jovem economista"

Confiram entrevista do ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco. Um pequeno incentivo para quem quer seguir a carreira de economista e outro para quem desanima de estudar tanto... "O mundo é dos nerds"!

É por isso que quero cursar uma universidade pública e me tornar jornalista econômico. Ninguém melhor que o economista para dar uma opinião especializada que qualquer outro que só lê jornal. Simbora!!!!

Limeira = Vergonha

Preso em SP um dos principais investigados pela máfia da merenda

Fonte: Estadao.com

SÃO PAULO - Foi preso preventivamente nesta manhã em São Paulo o empresário Eloízo Gomes Afonso Durães, acusado de envolvimento na máfia da merenda. Dono da SP Alimentação, Durães é um dos principais investigados pelo escândalo, suspeito de ter montado um esquema milionário para lavar dinheiro e corromper políticos de São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Alagoas, Pernambuco e Maranhão.

As empresas do grupo do empresário e de seu concorrente, a J. Coan, com quem formaria um cartel, são acusadas pelo MPE de terem movimentado R$ 280 milhões em notas frias de 2008 até agora.

Sua prisão, no entanto, foi decretada por causa do suposto pagamento de R$ 170 mil a dois vereadores de Limeira em 2007 e 2008. O dinheiro serviu para arquivar uma investigação sobre irregularidades no contrato da merenda da prefeitura daquela cidade com a SP Alimentação.

Um outro acusado, o vereador e candidato a deputado estadual pelo PV, Antônio Cesar Cortez, o Quebra Ossos, também teve a prisão decretada. Mas, como é candidato, ficará em liberdade.

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E quem é um dos vereadores que aponta o jornal O Estado de S. Paulo? Dr. César Cortez que ajudou no arquivamento das denúncias contra a SP Alimentação aqui em Limeira. E o incrível é que tem gente que ainda diz que vai votar nesse indivíduo!!!!!! COMO PODE????????

Com toda essa história de propina e prisão, um questionamento fica: o que mais virá a tona agora com esse caso? Se um vereador recebeu R$ 140 mil para arquivar um processo que provavelmente levaria a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Limeira, qual o envolvimento do Prefeito de Limeira, Silvio Félix, que assinou o contrato com a empresa?

O que é mais vergonhoso nessa história toda é que enquanto as professoras e profissionais da educação diretamente ligados às escolas municipais brigam por um ensino de qualidade para seus alunos, políticos brincam com o dinheiro destinado à eles. Como é possível um político que recebeu um voto de confiança do povo prejudicar seus eleitores de tal maneira?

O valor do contrato entre Prefeitura de Limeira e a empresa SP Alimentação foi de dezenas de milhões de reais. A alegação era que uma merenda tercerizada seria mais eficiente e econômica para os cofres públicos. É preciso sim alimentar as crianças que muitas vezes fazem da merenda a principal refeição do dia, mas e o alimento da educação em si e da cultura? Quantos livros poderiam ter sido comprados para as escolas limeirenses apenas com o valor da propina pago a Cortez? Um livro infantil direto da fábrica deve custar aproximadamente R$ 10. Fez as contas? Com R$ 140 mil seria possível garantir pelo menos mais 14 mil livros para essas crianças.

Lembro que enquanto trabalhava no Jornal de Limeira recebi uma pauta do meu então chefe Rodrigo Piscitelli para investigarmos se as escolas da cidade tinham biblioteca. Das municipais pouquíssimas tinham um espaço reservado para os livros, grande parte alegava ter os cantinhos de leitura na própria sala. Não incentivar a leitura é fadar as crianças a continuarem neste esquema brasileiro de uma média de 7,4 anos de estudo por pessoa acima de 15 anos, como consta nas estatísticas oficiais do país.

Se a propina for proveniente de uma parte do contrato, quais teriam sido os investimentos feitos diretamente nas escolas se o contrato não fosse celebrado e a refeição continuasse a cargo das merendeiras da rede pública municipal? Enquanto um contrato desses era assinado, duas ou três escolas foram reformadas para mascarar a realidade, outros prédios foram comprados com a desculpa de se tornarem novas unidades escolares e a parcela de estudantes limeirenses beneficiados com tais atividades foi ínfima.

O problema de investir em educação é que os resultados não são tão rápidos quanto uma bela reforma no prédio ou brinquedos novos para praças abandonadas. O investimento é a longo prazo, mas a política atual não está preocupada com o futuro dos estudantes e sim em mostrar serviço da forma mais rápida possível para garantir uma aceitação maior do eleitorado. Afinal, quem se lembraria que determinado político investiu milhões de reais na qualidade do ensino daqui uns dez anos, quando essas crianças estiverem saindo do Ensino Médio? Isso não é interessante para o ego e para a imagem de nossos políticos, ou é?

É ótimo que uma notícia como esta estoure a menos de semanas do primeiro turno das eleições. Só desta forma os eleitores podem ver quem realmente é o candidato que elas pensavam em desperdiçar seu voto. É preciso pensar com cuidado antes de digitar o número do candidato no próximo dia 3. Política não é só carisma e sorrisos em cartazes, festas de igrejas e eventos públicos.

Mais informações sobre o caso do Dr. César Cortez: Jornal de Limeira

terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Bebedeira narcicista e egoista de ignorar os outros..."

Estava olhando as indicações de quem seguir no Twitter e encontrei a página do Arnaldo Jabor (@Arnaldo_Jabor), que particularmente sempre gostei de ler, assistir e ouvir. Me deparei com o vídeo abaixo exibido no Jornal da Globo do dia 22 de julho deste ano. Nele Jabor comenta sobre o caso da morte do filho da Cissa Guimarães e os "machinhos ricos" no trânsito do Rio de Janeiro. Vejam o comentário:



Infelizmente não é só o Rio que precisaria de uma lei como esta. Talvez ela devesse ser apresentada para os chefões dos poderes públicos federais para tentar inibir um pouco mais esses machinhos do trânsito brasileiro. Em Limeira (SP) também há aqueles que se sentem os todo poderosos quando estão com as mãos no volante. E sabe o que é mais engraçado? Quando vejo um comentário como o do Jabor sobre trânsito e os ignorantes atrás dos volantes, na hora me recordo de um desenho bem antigo da Disney, do Pateta como "Sr. Willer, o Motorista". Vale a pena assistir também:



Mesmo em uma cidade do interior de Limeira, pequena em relação às capitais carioca e paulista, a educação no trânsito parece ser zero. Falta de sinalização, alta velocidade, desrespeitos aos sinais e placas ou às vagas de estacionamento (carros parando em lugar de moto e vice-versa). E quem deveria controlar o trânsito se torna tão ignorante e sem educação quanto os motoristas.

Hoje mesmo minha mãe chegou em casa toda revoltada com os laranjinhas (agentes de trânsito de Limeira) que colocaram cones em uma das rotatórias que dá acesso ao Centro da cidade, deixando o trânsito confuso e sem nenhum tipo de sinalização. O motivo dos cones, segundo ela, foi um cano estourado na região da escola Senac. Porém, antes de saber do motivo ou perceber que a sinalização a levou para a contra-mão, um dos laranjinhas já estava anotando a placa de nosso carro e outro, num tom nada amigável já proferia: "Não sabe que está na contra-mão, minha senhora?"

Se fosse eu já responderia: "E onde estavam vocês que não ali na frente dos cones orientando o trânsito?". Porém, na hora me acusariam de desacato a funcionários públicos. Todos têm na ponta da língua dos seus direitos e os deveres alheios, mas fecham os olhos para suas atribuições básicas...

Para finalizar, uma frase do desenho: "Os tolos pisam onde os anjos jamais ousariam pisar". Os pedestres não valem nada para esses motoristas...

"Conhecendo o Brasil em Números" - dados interessantes para estudantes e jornalistas



Depois de comentar minha saudade por escrever reportagens sobre economia, principalmente sobre mercado de trabalho e comércio exterior, resolvi navegar um pouco no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e encontrei algo bem legal. Por estar imerso nos estudos, acabei não acompanhando mais as publicações do site do MDIC e hoje encontrei um "relatório" com várias informações bem interessantes sobre o Brasil.

A publicação se chama "Conhecendo o Brasil em Números". Foi lançado em junho deste ano. Se foi por motivos eleitorais, não sabemos, mas os dados que o arquivo trás parecem ser confiáveis e bem úteis para jornalistas, economistas, toda uma gama de profissionais que dependem desse tipo de informação para seu trabalho diário. Além deles, quem também pode tirar proveito da publicação são os estudantes. Nas aulas de geografia brasileira e até geral, várias vezes nos deparamos com tabelas de dados e gráficos de evolução do PIB, população entre outras variáveis que fazem parte do panorama do país.

Sem nenhum compromisso, curiosos também conseguem algumas informações interessantes ali. Um das tabelas, na página três, traz dados sobre infraestrutura do Brasil. Junto dos dados sobre extensão territorial e número de habitantes, a tabela mostra a quantidade de celulares, telefones fixos, estações de rádio e retransmissores de TV.

Os números são do ano passado, provavelmente fornecidos pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e mostram que no país há 179 milhões de telefones móveis contra 41,7 milhões de telefones fixos. Se compararmos com a população total do país - 189.953.000 em 2008 -, são praticamente um celular para cada 1,06 pessoas... melhorando este número, aproximadamente 6% da população não tem um telefone móvel. Dá para imaginar o quanto as operadoras de celular não faturam anualmente e fica claro o motivo de tanta propaganda para a massa consumidora. Vejam a tabela abaixo com mais informações:



Para os estudantes, em especial pré-vestibulandos, as tabelas como "Indicadores Sociais do Brasil" (pág. 4), "Acordos Comerciais em que o Brasil é Parte" (pág. 25) e "Brasil no Mundo - Produção e Exportação de Produtos Selecionados" (pág. 24) são bem úteis. Essas tabelas, como exemplo uso a primeira, mostram como está a expectativa de vida no Brasil, quantidade de brancos, negros, índios e outras etinias e, na minha opinião o dado mais triste, a média de anos de estudos para pessoas com mais de 15 anos: 7,4.

Estudar apenas 7,4 anos é praticamente nem completar o Ensino Fundamental, etapa obrigatória na educação de uma pessoa. Não é sem motivo que a participação política da população decai tanto com o passar das décadas. Exemplo disso é a falta de manifestações sociais como as de 1964 relatadas por Zuenir Ventura em "1964, o ano que não terminou" e movimentos da década de 1980. Falta de estudo torna a grande massa cada vez mais manipulável pela elite da comunicação e pelos políticos populistas. Tudo é festa, tudo é bom quando o dinheiro vem fácil e o voto é garantido. Parece que parte da população está acomodada com a simplicidade que o governo oferece e não quer brigar pelo direito de uma educação de qualidade.

Enfim... isso seria tema para um outro post... mas um detalhe adicional da tabela mencionada: taxa de analfabetismo está em 10% da população. Se 10% é analfabeta e o resto estuda em média 7,4 anos, o que é da intelectualidade do país?

Quem ficou interessado pelas informações do Ministério, acesse este link direto (aqui). Lá você encontra o arquivo para fazer o download.

O site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior também tem mais publicações, notícias e informações bem legais para quem gosta de economia e áreas afins. Acesse: www.mdic.goc.br.

Peguei algumas informações lá e quero escrever mais algum post para o blog sobre eles... em breve coloco aqui.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Loca, loca, loca...."



Shakira mal lançou a sua nova música de trabalho e os acessos no Youtube passaram a marca de 2 milhões desde o final de agosto. Depois da tentativa de um novo estilo com "Give it Up to Me" com participação especial de Lil Wayne, a colombiana volta para sua raiz musical. No site oficial da cantora (Shakira.com) a informação é de que a música já está rodando com a cantora na turnê mundial Sale el Sol (O sol nasce, para o português). O ponto de partida do novo show da cantora foi Montreal, Canada, no dia 15 de setembro e o cd com novas canções só sairá em outubro.

O site oficial da cantora também divulga todas as datas da turnê (para saber mais clique aqui).

O novo álbum de Shakira será lançado só no dia 19 de outubro. De acordo com informações oficiais, o CD trará o sucesso da Copa da Fifa deste ano "Waka Waka". A música foi feita exclusivamente para os jogos na África do Sul, mas tomou dimensões internacionais e está tocando em todo lugar. O CD foi gravado na República Dominicana. E repetindo a tendência dos últimos álbuns de Shakira, algumas músicas serão lançadas em espanhol e inglês. Confira abaixo a versão em espanhol de "Loca".

A música "Loca" foi incluída na página oficial de Shakira no Youtube no dia 31 de agosto. Desde essa data até hoje (20 de setembro de 2010) foram registrados 2.833.109 exibições. Já a versão oficial de "Waka Waka (This time for Africa)" teve 25,5 milhões de exibições - não foi possível obter mais informações porque o conteúdo foi bloqueado no Brasil pela Vevo por conta de direitos autorais. Esses são números apenas da página oficial da cantora, vale lembrar que no Youtube há mais de uma página que abriga esses clipes, sendo assim o número pode ser ainda maior neste curto período de tempo.

Só para comparar, o clipe "Bad Romance" de Lady Gaga, a cantora mais comentada dos últimos meses, teve 281,15 milhôes de exibições desde o dia 23 de novembro de 2009. Foram 930 mil exibições por dia em média desde o lançamento no Youtube contra uma média de 141.655 exibições por dia do novo clipe da Shakira. Muito ou pouco?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bento XVI admite demora da Igreja em resposta a denúncias de pedofilia

Direto do Estadão.com.br (http://migre.me/1jPK4)

"EDIMBURGO - O papa Bento XVI reconheceu nesta quinta-feira, 16, pela primeira vez que a Igreja Católica não foi suficientemente atenta, veloz e decisiva na resposta a casos de abusos sexuais a menores por padres .

Na viagem ao Reino Unido, mais um dos locais onde foram registrados nos últimos anos inúmeros casos de padres pedófilos, o papa voltou referir-se a estes escândalos e expressou sua "profunda tristeza".

"Tenho de dizer que sinto uma grande tristeza. Tristeza porque a autoridade da Igreja não foi suficientemente vigilante, nem suficientemente veloz, nem decidida para tomar as medidas necessárias", disse Bento XVI aos jornalistas que o acompanhavam no avião de Roma para Edimburgo.

O pontífice ressaltou a necessidade de oferecer ajuda psicológica e espiritual às vítimas. Sobre os padres pedófilos, o papa disse que não se deve permitir que estas pessoas culpadas se aproximem dos jovens."


***

Vale lembrar um pouquinho da história da Igreja Católica num caso como este. Lá na Idade Média, pouco antes de quando as nações européias começaram a se fortalecer após o período do feudalismo, essa "instituição" começou a colecionar terras e aumentar seu poder supranacional.

Um dos primeiros pedacinhos de terra foi doado por Pepeino, o Breve, rei dos francos. Seu pai, Carlos Martel havia derrotado os muçulmanos que estavam em expansão no século VIII na Batalha de Poitieres e cai na graça do papa de então. Depois do episódio, seu filho derrotou os lombardos que estavam ameaçando o papa e após expulsá-los da região, deu a terrinha para a igreja.

O poder e as propriedades da igreja começou a aumentar (até a queda desse poder com a Reforma de Lutero). A questão de tudo isso é que com a ganância do poder centralizador, os padres foram impedidos de se casarem. A medida era estratégica, sem herdeiros, as terras onde esses padres moravam não seria dividida, mas voltaria para a igreja.

E como está a igreja hoje? Ela não parece mais ter problemas com heranças... alugam casas para os padres nos bairros das igrejas que comandam, eles trocam de carro sempre que podem (carros bons diga-se de passagem) e ainda abusam de crianças porque são impedidos de se casarem. Por que não legalizarem o casamento? vai saber...