segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um caminho de soluções e prevenção

Uma faca com lâmina de 17 centímetros foi encontrada na mochila de um aluno de 13 anos no último dia 3 em Limeira. A arma branca seria usada para cobrar uma dívida de drogas. O caso ocorreu em uma escola estadual no bairro Morro Azul. No início deste ano, um jovem de Iracemápolis também foi vítima de violência, mas no Ensino Superior, ao participar de um trote de recepção que passou dos limites. A violência atinge todas as idades, classes e etnias. E esses não são os únicos casos da cidade.

Quando as situações dentro e nos arredores da escola ultrapassam o relacionamento saudável entre jovens, crianças e adolescentes, resta aos funcionários das unidades de ensino recorrerem à Polícia Militar (PM) e à Guarda Municipal (GM) para retomar a ordem. Em Limeira, as duas corporações de segurança pública auxiliam as unidades das redes escolar municipal, particular e estadual a manter a ordem no local.

Inspetora do pelotão escolar da GM, Rita de Cássia Florenciano, 43, relata que a principal situação que leva guardas às escolas é a falta de respeito dos alunos com professores e funcionários. "As vezes os alunos enfrentam até a polícia", comenta. A idade mais complicada de lidar, de acordo com a inspetora, está entre 15 e 16 anos. "O que há é muita falta de interesse em estudar. Precisamos as vezes até remover o aluno da sala onde está atrapalhando", diz.

O pelotão tem 17 guardas que atendem aos chamados das escolas. Segundo o secretário de Segurança de Limeira, Siddhartha Carneiro Leão, a ideia do grupo é um atendimento a pé, para colocar os guardas dentro da escola, fazê-los presentes no meio dos alunos.

Já da Polícia Militar vem o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). Desenvolvido através de uma parceria entre secretaria do Estado de Educação e a polícia, o objetivo é prevenir o uso de drogas por crianças da 4ª série do Ensino Fundamental. A iniciativa veio de fora. O programa iniciou em Los Angeles, Estados Unidos, em um Distrito Escolar. Seu nome é D.A.R.E. (Drug Abuse Resistance Education - do inglês, Educação para a resistência ao abuso de drogas).

CAMINHOS

Outras medidas de combate à violência escolar foram apresentadas pela Secretaria de Educação do Estado e pelo deputado estadual Jorge Caruso (PMDB). A primeira é a instalação de 11 mil câmeras de segurança nas 2.200 escolas da capital paulista e do interior do estado. A secretaria não tem definido ainda quantos equipamentos cada unidade da rede irá receber - isso depende do tamanho de cada escola, disse a Assessoria de Comunicações da pasta.

Já a proposta de Caruso também quer contar com a tecnologia contra a violência. O parlamentar propôs na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 325/09 que prevê a instalação de detectores de metais na entrada das escolas, além do uso de crachá de identificação dos alunos, funcionários e professores.

As medidas não são muito bem vistas pelo secretário geral da Apeoesp, Fábio Moraes. "Isso vai gastar dinheiro à toa. No caso das câmeras, as escolas vão precisar de funcionários para ficarem verificando as imagens em um momento que as escolas carecem de profissionais", diz. Para ele, a solução do problema está no investimento nas escolas para adaptá-las aos estudantes do século 21. Além disso, Moraes aponta melhora na grade curricular, um projeto de formação e incentivo aos professores e uma participação maiores dos pais para reduzir as estatísticas quanto à violência.

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