sexta-feira, 2 de abril de 2010

Do portão fechado à Unicamp de Limeira

Entrevista feita em 22 de fevereiro para a Revista VU (www.vidauniversitaria.com.br)

Hora do vestibular é sagrada e não tem como chorar dois minutos depois que os portões das escolas se fecham. Quem sentiu isso na pele e também nos ouvidos foi o vestibulando Ariel Meira Ronqui, de 18 anos, em São Paulo. Ele perdeu hora, chegou atrasado e ainda teve que ouvir a reação de sua mãe que ficou inconformada com o deslize do filho em um dos vestibulares que ele mais queria entrar, a Fuvest, curso: Educação Física. Além de tentar um curso na Universidade de São Paulo (Usp), Ronqui também se inscreveu no vestibular da Unicamp para o curso de Ciências do Esportes, em Limeira e no de Educação Física na Unesp. Apesar de ter perdido a prova da Usp, o estudante foi aprovado nas outras duas e se matriculou no campus da Unicamp, a Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), em Limeira.

Depois de um ano inteiro de preparo, se deparar com o portão fechado e a informação de que não poderia fazer a prova que tanto esperava, não foi fácil. Na hora, quem mais se desesperou foi sua mãe, a professora de canto, Denize Meira. O caso foi divulgado pela Rede Globo, que acompanhava o movimento na escola no dia da segunda fase do vestibular.

Aquela era a segunda vez que prestava os vestibulares. A primeira foi em 2008, no ano em que concluiu o Ensino Médio na capital paulista. “Desde minha infância sempre gostei de esportes e de praticá-los, em especial o futebol pelo qual sou fanático. Mas gosto muito também do vôlei. Sempre assistia e ainda assisto aos jogos e programas esportivos. É o curso que mais me identifico e por isso o escolhi”, conta o estudante. Confira entrevista com o estudante sobre como foi perder o vestibular.

Revista VU: A reação da sua mãe quando você perdeu o horário no vestibular da Fuvest ficou conhecida por conta da transmissão da Globo. Conforme foi divulgado sua mãe mal conseguia dirigir e ainda foi atendida pelo hospital da universidade. Como você se sentiu na hora?

Ariel Meira Ronqui: Bom, primeiramente minha mãe só foi para o Hospital Universitário para tomar um calmante e a maneira como ela dirigiu não foi desgovernada. Ela só acelerou num trecho de rua um pouco curto. O modo como a Globo e demais veículos de imprensa divulgaram dá a entender que ela saiu "raspando o carro" ou "batendo na guia" (palavras essas utilizadas pelos jornais), o que não é verdade. Enfim, na hora minha ficha demorou para cair. Eu não queria acreditar que havia perdido a prova. É como se eu tivesse jogado fora um ano inteiro de trabalho. Somente quando cheguei em casa foi que a tristeza bateu de verdade. Eu estava muito confiante em relação à prova e ao futuro resultado. E de uma hora para outra, essa confiança se foi.

VU: E qual foi a repercussão desse fato entre seus amigos? O que eles comentaram? Tiraram sarro ou algo do tipo?

Ronqui: Na hora eu precisava justamente conversar com algum amigo. Mas todos estavam fazendo a prova! Ou senão estavam viajando! Logo após o término do exame, liguei para uma amiga e falei que precisava conversar com ela urgente. A gente se encontrou e eu contei meu caso. Ela me ajudou muito e, aos poucos, outros amigos começaram a me ligar e mandar mensagens no celular, falando que me viram na internet e perguntando se era verdade o que tinha acontecido... Enfim, eles acabaram me dando uma força muito grande. Inclusive também reprovaram a atitude que a imprensa teve. Quanto ao fato de me zuarem ou não, somente depois de alguns dias, quando já estava tudo bem, que começaram a fazer brincadeiras e piadinhas. Eu mesmo acabava me zuando também! Mas tudo eu levava numa boa.

VU: Você já se matriculou na Unicamp daqui de Limeira? O que achou da cidade?

Ronqui: Já me matriculei sim. Não tive a oportunidade de conhecer muito a cidade ainda. Só andei pelos arredores do campus. Mas agora vou ter muito tempo para conhecer bem toda a cidade né! (rsrs) A única coisa que acabei conhecendo e muito bem foi o calor de Limeira! (rsrs) Já vi que vou sofrer com isso! (rsrs)

Para atualizar a matéria, entramos em contato esta semana (começo de abril) com Ariel para saber como está sua adaptação no curso e na cidade. "Sobre o curso, estou gostando bastante! É justamente o que eu imaginava! Minha adaptação está sendo tranquila. Está tudo caminhando bem! E espero que continue assim!", disse ele por e-mail.

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