quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Saldo do emprego é o segundo pior em onze anos


Quadro de crise no 1º semestre causou reflexos no resultado

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou ontem seus dados sobre o emprego formal de 2009 no Brasil. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Limeira registrou seu segundo pior resultado em onze anos. Apesar de ter gerado 1.129 novos postos de trabalho durante os doze meses do ano passado, o resultado só é superior ao saldo de 2001, quando somente 298 empregos formais foram registrados no município. Apesar da queda, o mercado de trabalho tende a se recuperar este ano, de acordo com o supervisor do Posto de Atendimento ao Trabalhador de Limeira, Mario Ernesto Besso. Segundo ele, há 350 vagas abertas e uma procura grande pelos empregos oferecidos pelo órgão.

Apesar de já ter se passado mais de um ano desde o epicentro da crise econômica mundial que tirou o sono de empresas e trabalhadores em outubro de 2008, as estatísticas ainda refletem os danos causados pela bolha estourada nos Estados Unidos no segundo semestre daquele ano. De acordo com nota divulgada pelo MTE, o saldo do país ficou abaixo do esperado. A estimativa do titular da pasta, Carlos Lupi, era que o Brasil gerasse pelo menos um milhão de postos de trabalho. O Caged mostrou que a realidade está a 5 mil empregos distante. Ao todo, 995.110 postos de trabalho foram criados em 2009 em todo o país.

Em Limeira, o saldo do mês de dezembro foi negativo. Por conta das admissões e demissões sazonais, alavancada principalmente pelos temporários do comércio e das indústrias, a diferença entre as admissões e as demissões foi de -633 - o número corresponde à quantidade de postos de trabalho formais fechados no município. No total foram admitidos 1.969 tralhadores, enquanto 2.602 receberam baixa na carteira.

No saldo anual, 28.949 pessoas foram registradas em carteira no ano passado. Em contrapartida, 27.820 foram demitidas. Em 2001 - ano marcado pela crise econômica gerada pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso -, foram registradas 16.912 admissões contra 16.614 demissões. Seguindo a lista dos piores anos para o mercado de trabalho em Limeira, o terceiro colocado foi o ano de 2003, com 1.152 postos de trabalho criados e em quarto lugar está 1999 - o primeiro ano que o ministério disponibilizou os dados do Caged em seu portal na Internet -, com 1.301 postos de trabalho criados.

ANÁLISE
Na opinião de Besso, supervisor do PAT e presidente da Comissão Municipal de Emprego, o principal motivo que gerou a queda na geração de emprego na cidade foi a crise econômica do final de 2008. "No último trimestre daquele ano e no primeiro semestre de 2009 registramos uma queda no emprego da cidade. Por conta da crise, o mercado de trabalho não conseguiu se recuperar ainda em 2009, o que gerou o número baixo no ano passado", explica.

Besso ainda estima que este ano o mercado de trabalho deve repor os empregos perdidos durante os meses de crise. "Estamos registrando uma média de 150 a 180 atendimentos diários no Emprega São Paulo agora no mês de janeiro", informa. Na análise do supervisor do PAT, o crescimento na procura por um emprego é também o reflexo da crise que deixou muitos trabalhadores sem o registro na carteira em 2009.

O setor que mais abriu vagas neste começo de ano foi o da indústria, o que na opinião de Besso, é o sinal de uma "reposição ou recuperação dos trabalhadores demitidos durante os meses de crise".

Apesar da grande procura, Besso ainda diz que os trabalhadores enfrentam um grande problema na hora de pleitear um novo emprego: a falta de qualificação. "Temos 350 vagas abertas para Limeira, mas muitas não são preenchidas por falta de qualificação", diz.

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