quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Compre sorrindo, pague chorando
Janeiro, mês pós-natal, verão, pré-carnaval. Depois das compras do final de ano, todo tipo de loja, em especial as de grandes redes exibem seus cartazes de promoção e shoppings fazer dias especiais para os consumidores que esperam essa época para renovar o guarda-roupas ou comprar artigos novos para a casa. O problema que vem com isso é a falta de atenção desses consumidores. Quem deixou de prestar atenção em algumas informações importantes foi este jornalista e blogueiro que vos escreve. (=/)
Até a metade de janeiro, com vários quilos a mais sendo exibidos na balança e as roupas entrando no corpo só por mágica, resolvi ir até um shopping, escolher uma loja com roupas bonitas e que me servissem e fazer uma conta extra no começo do ano. Conta não, investimento. Esta convicto de que não iria comprar calças com a numeração acima daquela que usava há um ano, quando estava mais magro, mas não teve jeito. Tive que deixar o orgulho de lado e adquirir novas peças para não deixar o visual como o de um “ligeiro”, como minha mãe disse...
Na loja, várias peças estava em promoção. O problema que quero relatar não são os preços ou defeitos nas peças, mas sim a tentação de comprar tudo no “cartão da loja”. Investir nos cartões de crédito e nos institucionais parece ser um excelente negócio para as redes de roupa como C&A, Marisa e Renner. Tive um cartão de cada, na mesma ordem que as citei. Nos dois primeiros fiz compras normalmente até o final de 2008. O único problema é que tinha que ir até uma das lojas da rede para efetuar o pagamento da fatura, mas como ir aos shoppings da região não é sacrifício nenhum pra mim, esse defeito não foi tão ruim. Como já não me interessava mais comprar roupas nas duas lojas, piquei e cancelei os cartões.
Já na terceira, a Renner, vi no “cartão da loja”, uma oportunidade para comprar as peças que queria e poder pagá-las conforme meu orçamento permite. Levei holerite, RG, CPF e tudo o que pensei que iria precisar, mas na hora de preencher o formulário, a única coisa que o atendente me pediu foi um outro cartão de crédito. Segundo ele eu ganharia 10% de desconto na primeira compra ao apresenta-lo. Tinha um na carteira, informei os dados que ele precisava e em 15 minutos já estava com o “cartão da loja” em minhas mãos. Primeiro erro: não me informaram limite, possibilidades de pagamento nem deram nenhuma outra informação sobre as “vantagens” de se ter o cartão. Como me interessava o limite, perguntei para o atendente e ele me informou: R$ 210. Não era o que eu esperava e nem cobria o valor da compra que estava na sacola da loja, mas aceitei mesmo assim.
Depois de esperar longos minutos na fila do caixa, a conta deu algo em torno de R$ 379. Sim, resolvi gastar e deixar o visual bonito. Melhor do que me sentir um mendigo com as calças largas que usava. Dividi o valor da compra: R$ 180 em um cartão de crédito, parcelado claro (ainda não tenho cacife nem para pagar a vista, muito menos para não comprar em promoções) e o restante no “cartão da loja”. Até ai sem problema nenhum. Quer dizer... até teve um. Eu poderia ter parcelado todo o valor no cartão da loja, segundo a caixa. “Mesmo sendo um valor mais alto que o limite, as vezes o sistema permite que se divida esse valor em oito vezes”, informou a caixa no final do pagamento... Enfim, como já tinha pago metade da compra com outro cartão, tive que deixar pra lá. O resto dividi no cartão Renner. Oito vezes, na minha cabeça parcelas pequenas... afinal tinha sobrado só R$ 199 para dividir. Ai veio o meu erro, não perguntar se esse parcelamento era com juros ou não. E aí vem a justificativa do “compre sorrindo, pague chorando”.
Na hora que a caixa me mostrou como seria feita a divisão em oito vezes, ela aproveitou e me ofereceu um “seguro contra perdas e roubos” que me daria cupons para concorrer a R$ 3 mil. O valor que seria acrescentado era pequeno, então aceitei. Vai que eu ganho esse valor? Não acredito em Papai Noel nem no coelhinho da Páscoa, mas resolvi arriscar. Paguei, sai da loja com duas sacolas cheias de calça jeans e camisetas simples para o dia a dia, fui comer algo, passei na livraria e voltei para a casa.
Quando estava tomando banho que parei para fazer as contas do quanto eu teria que pagar no cartão da loja. Serão oito parcelas de R$ 34,70. Ao pegar a nota que a caixa me deu pude conferir o roubo. Nela está informado o seguinte:
Total da compra.... R$ 199,00
Entrada.......... R$ 0,00
Encargos Financeiros ... R$59,72
Valor do seguro..... R$ 19,20
Saldo a pagar..... R$ 277,92
São quase R$ 79 a mais!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! A caixa ainda tinha falado “Nesse comprovante estão os códigos de barra para você pagar na loja, se pagar duas parcelas de uma vez, o valor vai diminuindo”. Nesta compra fui muito lerdo mesmo e agora vou pagar chorando... Portanto ai vai uma dica, na hora que estiver comprando sorrindo, preste atenção aos termos desses "cartões da loja", ele pode tirar a felicidade do prazer de ter peças novas em casa.
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