Estou sendo cobrado por atualizações neste blog, pronto, voltei!!!!!!!!! hauhauah Confesso que estou irritado hoje, mas escrever me acalma, e faz meus dedos doerem também. Vim pensando alguns dias sobre o que escrever, várias idéias me vieram à cabeça, a principal foi sobre a exploração irritante da mídia sobre o " Caso Isabela". A colega de trabalho e jornalista Kely Camargo não agüenta mais a(s) apresentadora(s) da Band News dizer esta frase. O pior é que não é só ela, todo noticiário aborda isso, mesmo que não tenha novidades. Ou melhor, até como a madrasta Ana Carolina dormiu na cela de 18 m² é novidade. Eu também Kely,NÃO AGÜENTO MAIS!!!!!!!!!!!!
Enfim, só para registrar minha indignação com a mídia, principalmente televisiva. O que gostaria mesmo de escrever é sobre o prazer de escrever matérias "diferentes e livres de normas". Todas as classes de primeiro ano do Isca perguntaram aos inúmeros palestrantes que lá se apresentaram a clássica polêmica: "O lead vai acabar?" Eu me perguntei esses dias, ousadamente me coloquei no papel de um professor/palestrante e teci uma resposta que daria em ocasião semelhante.
Pois bem... Juarez Bahia disse que jornalismo é uma arte, técnica e ciência. Eu definiria arte como o domínio do jornalista com as palavras; técnica sendo o lead e todos os processos que envolvem a apuração de uma notícia e de um meio de comunicação e ciência quando pensamos na influência que nossas palavras têm na sociedade leitora. Assim sendo, um depende do outro, ou melhor, um complementa o outro em um bom jornalista. Quando pensamos em jornalismo sendo arte através do domínio das palavras, notamos que para dominar as palavras precisamos de uma técnica, e sempre começamos pelo lead.
Trazido dos Estados Unidos para o Brasil na década de 50, o lead se incorporou na mídia brasileira quando os manuais de redação surgiram, na mesma época, para padronizar toda a produção jornalistica. Lendo uma notícia produzida com técnicas literárias, percebemos inúmeros leads, podem reparar. Estudamos este ano vários textos de jornlaistas renomados. Na maioria deles, as informações eram organizadas baseadas na técnica norte-americana. Quando Hamilton Ribeiro descreveu os dias que passou na guerra, ele respondia as seis perguntas (Quem? O que? QUando? Onde? Como? Por quê?). Mais claro que o exemplo do jornalista brasileiro, posso citar o autor de Hiroshima, John Hershey (não é assim que se escreve o sobrenome dele! ahuahuahua mas é assim que a Daíza pronuncia). Quando Hersey descrevia os minutos anteriores dos sobreviventes da bomba em 1945 (6 de agosto às 8h15), o jornalista respondia claramente quem estava fazendo o que, onde, como estava e por que.
Quando pensamos no lead como o primeiro parágrafo que sintetiza todas as perguntas da notícia em poucas linhas, logo vem a mente as críticas dos estudiosos de nossa profissão. Clovis Rossi entre tantos outros dizem que o lead limita a criatividade do jornalista e o torna preguiçoso. O tempo reduzido e a correria diária das redações muitas vezes limita realmente uma matéria mais elaborada. Daí os que já caíram nessa preguiça dizem: "Mas não são todas as matérias que possibilitam usar os recursos literários" ou então "nem todo conteúdo dá margem a uma exploração e exercício da criatividade." Me desculpem preguiçosos de plantão, mas acredito que dá sim, o que nos falta mesmo é o tempo.
Hoje mesmo fiz três matérias diferentes, era para ser quatro, mas a última não saiu. A última produzida foi sobre a prorrogação, até sexta-feria que vem, da vacinação de idosos contra gripe. Não dava tempo realmente, mas ela teria uma fluidez muito mais gostosa se eu conseguisse entrevistar um idoso que sempre toma a vacina e aprofundar o tema com a informação sobre o número de idosos com gripe e o porquê do Estado investir na vacinação dessa classe. A matéria poderia começar assim: "Após tirar a blusa de frio, João Aparecido levanta a manga da camiseta azul para receber a injeção. A picadinha de formiga, como toda enfermeira define a dor da agulha entrando no músculo, já não incomoda Aparecido. Ele tem 62 anos e há cinco toma a vacina contra a gripe nesta época do ano. Após fazer 60 foi considerado idoso e já não gasta R$ 50 para pagar pela imunização." Por que não fiz? Tempo.
A questão então não é o lead delimitar a criatividade do jornalista. Essa técnica, pra mim, é a base do meu jornalismo. Um sinônimo de informação completa, afinal, quanto mais perguntas respondemos, menor serão as chances de um leitor ficar com dúvidas sobre o assunto. Experimenta dizer para alguém que foi a uma inauguração ontem. O que acontece? Imagino que a curiosidade a levará a perguntar onde foi, com quem você foi, o que foi a inauguração, porque vc foi, quem estava lá e de quebra ainda pergunta se teve algum bafão! hauhauhauhua
Por que resolvi escrever tudo isso? Porque se tivesse tempo minhas notícias seriam todas diferentes, mas sempre claras, informativas e objetivas (dizendo o necessário para um bom entendedor).
É isso, não crucifiquem o lead, ele só nos ajuda. O culpado é nossa situação financeira, iiii fui longe? Não... pensem bem, se as empresas tivessem mais recursos, anunciariam mais, assim, os jornais poderiam contrar mais jornalistas e dar a cada um deles poucas pautas para desenvolverem. Tempo não seria problema.
É o que penso... tenho o direito de pensar tá! Por isso o brógui chama Opinião Alex Contin! huahuahuahua Obrigado por ler!
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