Já no acumulado
do ano, as vendas para o exterior totalizam pouco mais que 49 bilhões de
dólares, mas esse número é 4,1% menor que o registrado no primeiro trimestre do
ano passado (US$ 847,3 milhões) quando
considera-se a média diária. (em 2014 foi de US$ 812,9 milhões). As importações
também diminuíram em relação à comparação da média diária nos dois anos, uma
queda de 2,2% (US$ 912,5 milhões em 2014 e US$ 933,2 milhões em 2013). Ainda considerando o
acumulado do ano, compramos US$ 55,660 bilhões, o que nos dá um resultado negativo.
O bem que mais
pesa nas compras do Brasil é ainda o petróleo e seus derivados. A conta desse
bem representa 75% do saldo negativo do primeiro
trimestre de 2014. Contudo, especialistas do governo esperam que essa conta
melhore com o aumento da produção de petróleo no Brasil, especialmente com o
pré-sal.
Outros dados: o
trimestre teve recorde na venda de soja em grão, de carne bovina in natura e de
couro e peles. Esses três grupos tiveram crescimento de, respectivamente, 84,4%,
14,7% e 27,3% em relação ao ano passado, 2013. Vale uma observação nesse ponto: dá para reparar o que há de comum entre ele? São todos produtos não
industrializados, certo? Ou seja, exportamos commodities, produtos que não
passam pela indústria brasileira, mas sim são vendidos para outros países
processarem e transformar esses produtos e vender com valor maior para o
mercado nacional e internacional.
Há quem ache que o país deveria se
especializar apenas nesses produtos, mas existe um problema aí. Focar nos
produtos da agricultura e pecuária não gera tanto emprego quanto uma indústria.
Sendo assim, o Brasil precisa focar no seu setor produtivo e incentivar a
instalação e criação de empresas nacionais que consigam produzir bens
industrializados para exportar. O que falta para isso? Vontade? Disposição
política? Quebra do comprometimento com os interesses dessa grande classe
capitalista agropecuária? Difícil hein...
Mais um dado
sobre nosso comércio internacional: os principais países compradores de nossos
produtos são China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Japão. Contudo,
as perspectivas para o comércio internacional não são boas. A Argentina passa
por uma situação difícil de sua economia. Inflação alta e as mobilizações
populares mostram um forte descontentamento com a condução da política
econômica. O Brasil até tem tentado negociar incentivos para o comércio com o
vizinho, mas a situação ainda parece complicada.
Já a China, a primeira naquela
lista de compradores dos nossos produtos, anunciou semana passada que não deve
cumprir com a meta de crescimento desse ano.
A meta deles é de 7,5%, mas o governo anunciou que o crescimento pode ser
um pouco maior ou menor que esse número. As exportações chinesas caíram 6,6% em
março e as importações recuaram 11,3%. Essa desaceleração da China deve
contribuir para manter em queda o preço das commodities nos próximos dois anos,
segundo o FMI. Com tudo isso, o FMI ainda prevê dificuldades para a América
Latina, que deve continuar na marcha lenta.
Mais dados:
O trimestre teve recorde nos embarques de soja em grão (US$ 4,551 bilhões, e aumento de 84,4% em relação ao mesmo período de 2013); de carne bovina in natura (US$ 1,345 bilhão; crescimento de 14,7%) e de couros e peles (US$ 700 milhões; crescimento de 27,3%), entre outros.
Os principais países de destino das exportações, no acumulado do ano, foram China (US$ 9,6 bilhões); Estados Unidos (US$ 5,8 bilhões); Argentina (US$ 3,6 bilhões); Países Baixos (US$ 2,9 bilhões); e Japão (US$ 1,5 bilhão). E os principais países de origem das importações brasileiras foram: China (US$ 9,7 bilhões); Estados Unidos (US$ 8,8 bilhões); Alemanha (US$ 3,5 bilhões); Argentina (US$ 3,3 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 2,4 bilhões).
Fontes:
"Balança comercial de março tem superávit de US$ 112 milhões" - Portal Brasileiro de Comércio Exterior
"América Latina deve continuar em marcha lenta" - Estadão
"China admite que economia não deve cumprir meta de crescimento" - Valor / Wall Street Journal
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