Há quem diga que não se estuda mais retórica, mas a apresentação que Philippe Breton (A manipulação da palavra. São Paulo: Edições Loyola, 1999) faz do assunto deixa evidente que ou a retórica se impregnou na forma como o discurso é construído ou alguns professores da Unicamp estudam muito retórica para elaborar suas aulas - uns mais, outros menos, afinal, poucos conseguem convencer os alunos.
“O
orador, diante dos juízes ou dos cidadãos
reunidos em assembleia política, deve em primeiro lugar, diz-nos um
texto antigo, procurar ‘acalmar por meio de palavras insinuantes e lisonjeiras
a agitação da assembleia’. Será esse o papel do exórdio. Em seguida, ‘depois de
ter obtido a atenção, ele expõe o tema da deliberação, passa à discussão,
intercala-a de digressões, que confirmam suas provas; por fim, na recapitulação
ou conclusão, resume seus motivos e reúne todas as suas forças para arrebatar
um público já abalado’. Essas quatro partes – o exórdio, a apresentação dos
fatos, a discussão e, para concluir, a peroração – constituirão, segundo Córax,
uma das normas técnicas centrais do discurso retórico” (p. 49) O texto antigo é de
Ch. Binoît, de 1846.
Segundo Breton, Córax foi o primeiro professor de retórica que elaborou uma cartilha sobre o assunto. O autor usa Roland Barthes para explicar pelas suas palavras que o nascimento da retórica estava contido num contexto judiciário, por volta de 485 a.C., na Sicília grega.
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