segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Novos mapas...



Partir para numa nova rota, provavelmente com uma bússola quebrada ou com um mapa completamente incerto é uma escolha difícil. Complicado é ficar espiando pelas frestas do portão fechado o antigo barco branco partir e se afastar aos poucos, como se ele nunca mais fosse voltar a ancorar naquele porto seguro. Uma dor arrebenta por dentro e a vontade é de passar a chave pela fechadura e correr pela margem do rio gritando para ele voltar, para que incertezas não venham e que nada daquilo que a antiga embarcação tinha mude. Desejo de que o mapa volte a ser o mesmo, de que a bússola volte a apontar para a velha direção, de que o cheiro da madeira molhada e da vela empoeirada hasteada volte com a nostalgia daquele segundo anterior à decisão de atrever-se em uma nova partida. Dói, mas deve passar. E nunca diga que nunca velhos mapas podem trazer um mesmo barco de volta para as rotas navegadas.

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