segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

VIDA REAL - "Veronika decide morrer"



Hoje chega praticamente na última página uma história que estava se desenvolvendo desde fevereiro deste ano. Desde às 8h30 alunas de balé da Escola Municipal de Cultura e Artes (Emcea) e mais tarde as de jazz estarão no Teatro Vitória fazendo os últimos ensaios para a noite, por volta das 19h30, subirem ao palco e mostrarem o resultado de dez meses de trabalho. Como já foi mencionado em algumas ocasiões, além de repórter do Jornal de Limeira também atuo como professor de dança concursado na Secretaria de Cultura de Limeira. Entrei em agosto do ano passado e apesar do curto período que estive a frente dos espelhos e das barras do Centro Cultural, pude sentir na pele a vida de um professor e a importância que esse profissional adquire para diferentes tipos de meninas e mulheres, dos seus sete aos quarenta anos.

Em conversas com cada turma, sempre ressaltamos que a dança é uma arte efêmera. Esta é uma definição também utilizada por mestres de dança e outros profissionais que estudam ou trabalham diretamente no meio. Em cerca de uma hora e meia de espetáculo que deve durar a apresentação que montei com minhas alunas, a arte de dançar deve nascer e morrer em coreografias que duram no máximo cinco minutos. São horas e horas de aula, conversas e pesquisas para subirmos no palco do Vitória, encarar pais, mães, irmãos e várias outras pessoas que nunca nem sonhamos em encontrar um dia e precisamos estampar um sorriso ou qualquer outra expressão que for preciso para encarar determinado papel.

Por trás de todos os sentimentos que foram ensaiados com cada aluna, há um que se sobressai em relação a todos que podem ser citados, o sentimento de dever cumprido, de orgulho, o gosto de sucesso. Pode ser que ocorram tombos e tropeços. Um erro na coreografia ali, um braço que subiu na hora errada ali, mas para essas mulheres que farão parte do espetáculo "Verônika decide morrer", que será apresentado hoje, as luzes da ribalta têm um gostinho especial, um gosto de vitória. Não é exagerado dizer essas palavras com tanta pompa, afinal, conhecendo um pouco da vida de cada aluna, descobrimos a luta que cada uma tem para ser assídua nas aulas e darem o melhor de si para as coreografias que foram propostas. Desde problemas com câncer na perna até timidez e a dor de deixar a filha em casa para poder fazer uma atividade que realmente dá prazer. Dançar, principalmente quando as pessoas já não acreditam que alguém é capaz de vestir uma sapatilha e tentar fazer saltos e grand battements, é mérito de quem tem coragem no sangue e o prazer pelo desafio na vida.

3 comentários:

Rodrigo Piscitelli disse...

Caro Alex

E pensar que essa história quase teve minha participação no texto hehehe. Pena que estarei no Isca e não poderei ver o resultado. Boa sorte e parabéns!

Sibéria Renilda Berbert Regly disse...

Alex
Venho neste espaço parabenizá-lo pelo "MARAVILHOSO" trabalho hoje apresentado no Teatro Vitória. Ao ler seu artigo no Jornal de Limeira, observei a paixão pelo ato de ser professor. Como colega de profissão, porém na escola secular e mãe de uma aluna sua (a Roxane), fiquei admirada por sua criatividade e desempenho ao realizar seu projeto. São momentos como esse que nos dá uma grande satisfação e a sensação de dever cumprido, sem contar o carinho demonstrado por suas alunas (elas te amam). Parabéns e que Deus te abençoe cada vez mais para que você seja persistente e perseverante nesta sua jornada.

BRuNo disse...

Parabéns! Ficou lindo o seu espetáculo. Simplesmente demais. Adorei tudo o que vi ontem de camarote. Após as dificuldades enfrentadas e todo o estresse do dia a dia, aproveite agora o gostinho da vitória e da superação. Você e suas alunas merecem uma grande salva de palmas.