terça-feira, 22 de abril de 2008

Chega Isabella, vai logo pro céu menina!

Sinceramente? O caso Isabella Nardoni está enchendo o saco já!!!!!!!!!!!!!!

A mãe conversou com Xuxa, Zezé Di Camargo e Luciano, Ivete Sangalo e virou, como diz a professora Socorro, uma sub-sub-sub-sub-celebridade. Concordo com o comentário da minha mãe: "Você acha que a mãe que perdeu um filho ficaria colocando mensagens no orkut e aparecendo tanto assim na mídia?" Vamos dividir o sentimento de perda e sermos solidários com ela? Por favor, voltemos ao livro Showrnalismo de José Arbex Jr.!!!! Mais um caso para a decadência da mídia e o que dizem ser a cobertura perfeita e isenta.

Neste domingo o Fantástico conseguiu entrevista com exclusividade com o casal Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá. Qual foi o objetivo? Tenhamos precaução, tudo se dirige para os mesmos caminhos do caso da Escola Base na década de 90. Temos que ouvir os dois lado? Sim, claro. Mas está ficando abusivo já essa exposição exagerada ao caso. Por favor mídia, façam as suítes, mas quando tiverem novidades confirmadas!!!!!! Se um familiar peidar vai ser notícia! Até o peido de um deles irá sair em tom fúnebre e com um cheiro sóbrio...

Resolvi escrever sobre o caso porque hoje me deparei com um editorial interessante. Realmente precisamos levar em conta a crueldade humana, quase um canibalismo em dieta. Se mata sem fim, por matar, por ciúmes, por inveja ou por demência. Demência social, psicológica ou seja lá qual for o ângulo que seja analisada. O fato na minha opinião é que crimes sempre existiram, a idéia de que o mundo fica cada vez mais violento se deve por conta da cobertura da mídia. Não! a mídia não é a culpada pelos crimes, ela os exibe e nos mostra, agora mais do que há cem anos. o quanto o homem pode ser cruel. Num jornal de 1890, onde a opinião era o principal foco dos escritores, poderia muito bem ter a mesma notícia que um dos dias atuais. Pai mata filho. Os motivos eram outros, a sociedade e cultura era outra, mas o crime poderia muito bem ser o mesmo. A diferença? A briga pelos furos jornalísticos, pelo preenchimento das páginas diárias e o abuso das coberturas (quase Gobbels nazistas). Estou errado? Vou pesquisar o assunto...

aí vai o editorial:

Folha de São Paulo (segunda-feira, 21 de abril de 2008)
RUY CASTRO
Peçonha humana

RIO DE JANEIRO - Uma plêiade de animais peçonhentos -cobras, escorpiões e lacraias- reuniu-se neste fim de semana às margens de um brejo para deliberar sobre fatos que ocuparam o noticiário nos últimos dias. Peçonha, como se sabe, significa veneno. Esses animais são considerados agressivos, traiçoeiros e letais, embora usem o veneno apenas para se defender ou se alimentar.Na reunião, eles trataram do caso do cirurgião plástico de São Paulo que, dizendo-se assediado pela ex-namorada, matou e esquartejou a mulher com requintes profissionais, usando bisturis e pinças, e depois ocultando e destruindo o cadáver. Houve comoção geral quando uma lacraia, aos prantos, descreveu o médico retirando a pele do rosto, dos seios e das pontas dos dedos da vítima para dificultar sua identificação pela polícia.Outra história referia-se ao rapaz de Caxias (RJ) que, inconformado com o fim de seu relacionamento com a namorada, tomou uma espada ninja de sua coleção e, com ela, simplesmente decepou o braço direito da moça. A infeliz foi levada em estado grave para o hospital Souza Aguiar, no Rio, mas o braço não pôde ser reimplantado.E, naturalmente, o grande assunto do encontro foi a tragédia da menina Isabella, em São Paulo, espancada, asfixiada e atirada ainda viva do 6º andar por, tudo indica, seu pai e sua madrasta. Chocante. Mas o que também deprimiu os animais foi o histórico de violência desse casal contra os filhos mais novos e contra a própria Isabella, a ameaça de morte à avó da criança por motivo fútil, as brigas por ciúme doentio, a vida num inferno.Os animais peçonhentos estão assustados. O planeta que habitam parece cada vez mais hostil e perigoso pela presença desses seres -esses, sim, agressivos, traiçoeiros e letais- ditos humanos.

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