segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Avatar, de longe o melhor filme que já assisti



As primeiras informações sobre o novo longa-metragem do diretor de "Titanic", James Cameron, surpreendiam só pelos números que acompanhavam as estimativas de gastos e expectativas quanto ao filme. Até a porta do cinema, o filme Avatar resgata na memória todas as notícias que foram divulgadas até a estreia, mas na cadeira e com o início do filme a maioria se dispersa e a atenção fica focada na telona. O começo do longa não se difere muito dos outros filmes de ficção científica e aqueles com temas militares, mas seu desenrolar e todo o investimento já rendeu uma estreia que totalizou 232,2 milhões de dólares em todo o mundo, de acordo com o site "The Hollywood Reporter".

Com grandes naves e helicópteros modernos e uma equipe de milicos mercenários que foram levados a um novo mundo, Jake Sully, interpretado por Sam Worthington, chega à Pandora no lugar do irmão gêmeo. Sem o treinamento específico sobre suas novas atividades na base humana no mundo extraterrestre, Sully, um ex-fusileiro naval "preso" em uma cadeira de rodas, está atrás de um novo começo para sua vida e entra na equipe da cientista Grace Augustine (Sigourney Weaver a protagonista do filme "Alien - O Oitavo Passageiro").

O mundo guarga em seu subsolo um minério raro que é fruto da ganância humana e sua flora e fauna têm atividades biológicas superiores às da Terra que move pesquisas científicas lideradas por Grace. O planeta, que é habitado por um povo azul chamado Na'vi, lembra a era pré-histórica terráquia, onde a interferência humana era mínima. Os Na'vi vivem em perfeita harmonia neste ambiente verde com alienígenas que mais parecem as misturas genéticas de cachorros, macacos, aves e dinossauros que fazem parte da fauna de nosso mundo com um DNA alien dando aos animais características singulares como um cavalo de seis patas, ou um cachorro misturado com uma pantera negra e orelhas que lembram pétalas de alguma flor negra. Nada morre em vão, e o povo azul só mata para se alimentar, "uma morte limpa", como dizem.

Do outro lado da balança que contrapõe o respeito à natureza e a ganância humana, o coronel Miles Quaritch (Stephen Lang) lidera a equipe militar contratada por Parker Selfridge (Giovani Ribsi) para explorar o minério raro que, além de ter um grande preço no mercado da Terra, resolveria os problemas energéticos do mundo de origem dos intrusos de Pandora. No ano em que se passa a história de Avatar, a Terra já não possui mais a abundância verde e a diversidade da fauna, assim como hoje. O dinheiro, para os militares contratados por Selfridge, importa mais que o cuidado com uma árvore ou qualquer outro ser vivo em um ambiente sem nenhum inimigo que quebre a cadeia alimentar básica da ecologia.

Como informou na tarde de ontem o site "The Hollywood Reporter", o filme de Cameron teve no seu primeiro final de semana uma bilheteria estimada em 73 milhões de dólares nos cinemas dos Estados Unidos. O total arrecadado na estreia é menor que o filme "Eu Sou a Lenda", que estreiou na mesma época em 2007. "A maior estreia de dezembro foi com o filme de 2007 com 77,2 milhões de dólares", informou em nota. De acordo com as primeiras estatísticas de "Avatar", o filme foi exibido em 106 países com uma bilheteria total de 159,2 milhões de dólares fora do terrirório norte-americano.

A TECNOLOGIA USADA NO FILME, de acordo com as notas divulgadas durante as últimas semanas, foi responsável pelo montante de investimento no longa. O diretor de Avatar estava planejando o filme há cerca de 10 anos, mas não dispunha das câmeras específicas para capturar as imagens do filme. Em 3D, Avatar se torna ainda mais real ao aproximar os espectadores do mundo de Pandora. Os vôos em pássaros que mais pareciam dinossauros, ou as cavalgadas pelos campos daquele mundo levam junto aqueles que estão sentados com os óculos 3D no rosto.

Todo o investimento do filme que foi considerado o mais caro da história, com um gasto estimado em 500 milhões de dólares, fica visível nas montanhas flutuantes, nas espaçonaves do exército do coronel Quaritch ou no simples flutuar dos espíritos puros que lembram as pétalas daqueles dentes de leão que se desmancham ao sopro humano ou uma brisa mais forte. Em Limeira, o filme teve sua pré-estreia na última quinta-feira e esta semana está sendo exibido na sala 1, com três sessões diárias, sendo que no dia 24 o Arcoplex irá exibir somente a primeira sessão e no dia 25 o local estará fechado.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Lara lara", "porom porom", ao ritmo do trombone de vara


Mostra municipal quer transformar Limeira na "cidade do circo"

Com o acompanhamento dos alunos de primeira a terceira série do Sesi 408, o ator Gilberto Caetano tocava seu trombone de vara no que era seguido pelas vozes infantis: "Lara lara", "porom porom". A música, apesar de ser difícil traduzí-la em uma onomatopeia, é a mais conhecida quando o tema é circo, praticamente um hino para palhaços e outros artistas que fazem do picadeiro e da lona seu palco para os diversos números desse mundo colorido e divertido. Apesar de ser usada até os dias atuais, a música interpretada através do trombone, retratou a época antiga dos picadeiros na qual o espetáculo que foi exibido no Centro Esportivo do Sesi, na Avenida Major José Levy Sobrinho. A apresentação fez parte da primeira Mostra Municipal de Circo, realizada pela Secretaria Municipal da Cultura.

O ator e seus dois companheiros, Fernando Sampaio e Domingos Montagner fazem parte do grupo LaMínima, que une teatro e circo na apresentação "Luna Parke". Os três fizeram da quadra da escola o espaço para a apresentação. Apesar de estarem acostumados com números a céu aberto, o trio de São Paulo, foi convidado pela organização do evento municipal para fazer parte da agenda de números que compuseram a primeira mostra com temática específica sobre o circo. De acordo com o diretor de Cultura, Carlos Jerônimo, a proposta da mostra circense é "transformar Limeira na cidade do circo". Palhaços e artistas do meio não faltam na cidade. O diretor cita pelo menos duas escolas que já trabalham com o tema. O Aldeia Movimento Pró-Cultura e o Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom), por meio do seu Núcleo de Cultura, já trabalham a arte com seus jovens. Além deles uma nova escola de circo deve ser aberta na cidade.

"Limeira está crescendo no campo do circo. O sucesso do Festival Paulista motivou a criação dessa mostra que é um embrião para o que vamos realizar no ano que vem na segunda mostra de circo", diz.

Três espetáculos estavam programados para a primeira edição do evento, porém uma das companhias não pôde se apresentar, conforme comenta Jerônimo. A primeira foi realizada no último sábado na Praça Toledo Barros pelo grupo Andaime, de Piracicaba. Eles levaram para o coração da cidade o número "A Noiva do Defunto", uma adaptação de um texto português de humor da década de 1950.



HUMOR E RISADAS são praticamente sinônimos de picadeiro e artistas circenses quando o tema em discussão é circo. O trio do LaMínima, durante a apresentação da tarde de ontem tiraram, sem esforço, as risadas dos alunos do Sesi. Sentados no chão da quadra, em frente ao picadeiro improvisado com aqueles baldinhos que crianças usam nas praias e correntes de plástico, as crianças gritaram e gargalharam quando a Monga, a mulher golira saiu da sua jaula e ameaçou ultrapassar os limites entre artistas e plateia. "O Luna Parke é uma homenagem aos parques de diversão de antigamente que traziam personagens famosos como a Monga, a mulher que se transformava em gorila, homens que deitam em vidros, engolem fogo entre outros", explica Caetano que há 20 anos está na estrada com a equipe difundindo a cultura circense e outros trabalhos teatrais. Ele diz que atualmente o circo está forte no interior de São Paulo e o evento municipal promovido neste final de ano e os dois Festivais Paulistas de Circo que Limeira sediou em 2008 e 2009 fazem do município um "pólo cultural".

Em 2010, a terceira edição do festival promovido pelo Poder Executivo Estadual deve acontecer entre os dias 24 e 28. Apesar de não estar confirmado o local do evento, Jerônimo comenta que o endereço dos picadeiros não deve mudar, o festival continua próximo à rotatória da Hípica Municipal, nas margens da Via Antonio Cruanes Filhos, do Anel Viário. Já a segunda Mostra Municipal de Circo deve acontecer no final de 2010.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

VIDA REAL - "Veronika decide morrer"



Hoje chega praticamente na última página uma história que estava se desenvolvendo desde fevereiro deste ano. Desde às 8h30 alunas de balé da Escola Municipal de Cultura e Artes (Emcea) e mais tarde as de jazz estarão no Teatro Vitória fazendo os últimos ensaios para a noite, por volta das 19h30, subirem ao palco e mostrarem o resultado de dez meses de trabalho. Como já foi mencionado em algumas ocasiões, além de repórter do Jornal de Limeira também atuo como professor de dança concursado na Secretaria de Cultura de Limeira. Entrei em agosto do ano passado e apesar do curto período que estive a frente dos espelhos e das barras do Centro Cultural, pude sentir na pele a vida de um professor e a importância que esse profissional adquire para diferentes tipos de meninas e mulheres, dos seus sete aos quarenta anos.

Em conversas com cada turma, sempre ressaltamos que a dança é uma arte efêmera. Esta é uma definição também utilizada por mestres de dança e outros profissionais que estudam ou trabalham diretamente no meio. Em cerca de uma hora e meia de espetáculo que deve durar a apresentação que montei com minhas alunas, a arte de dançar deve nascer e morrer em coreografias que duram no máximo cinco minutos. São horas e horas de aula, conversas e pesquisas para subirmos no palco do Vitória, encarar pais, mães, irmãos e várias outras pessoas que nunca nem sonhamos em encontrar um dia e precisamos estampar um sorriso ou qualquer outra expressão que for preciso para encarar determinado papel.

Por trás de todos os sentimentos que foram ensaiados com cada aluna, há um que se sobressai em relação a todos que podem ser citados, o sentimento de dever cumprido, de orgulho, o gosto de sucesso. Pode ser que ocorram tombos e tropeços. Um erro na coreografia ali, um braço que subiu na hora errada ali, mas para essas mulheres que farão parte do espetáculo "Verônika decide morrer", que será apresentado hoje, as luzes da ribalta têm um gostinho especial, um gosto de vitória. Não é exagerado dizer essas palavras com tanta pompa, afinal, conhecendo um pouco da vida de cada aluna, descobrimos a luta que cada uma tem para ser assídua nas aulas e darem o melhor de si para as coreografias que foram propostas. Desde problemas com câncer na perna até timidez e a dor de deixar a filha em casa para poder fazer uma atividade que realmente dá prazer. Dançar, principalmente quando as pessoas já não acreditam que alguém é capaz de vestir uma sapatilha e tentar fazer saltos e grand battements, é mérito de quem tem coragem no sangue e o prazer pelo desafio na vida.